Nossa primeira entrevista do ano,
com o cowboy
de além-mar, o bengala friend,
Zeca Willer, foi
um sucesso em ambos os blogs.
Em apenas 3 dias obtivemos mais
de 300 visualizações oriundas
dos mais distantes países.
Foi fantástico.
Batemos todos os recordes e o
primeiro entrevistado, por fim,
acabou "derrubando" do podium dois mestres
bastante queridos dos nossos web-leitores:
o professor Seabra e o
meteórico Roberto Guedes,
que até então eram campeões
de audiência na lista das
"Postagens Mais Populares"
(veja links à direita).
Nosso segundo entrevistado
foi Fabio Chibilski,
desenhista e editor da Ink
Blood Comics, um cidadão
intrépido que ressuscitou Chet e que
cria projetos para os americanos
(veja-a em BengalasboysClub). Portanto,
entramos 2011 com o pé
direito, de verdade.
SUGESTÃO: No final dessa entrevista
você vai encontrar diversos videos musicais.
Escolha sua música ou artista predileto,
da lista, clique nele e assim você
poderá curti a entrevista ouvindo
sua canção preferida. Que tal?
Hoje, você vai curtir,
nesse talkie-show virtual, uma...
com o cowboy
de além-mar, o bengala friend,
Zeca Willer, foi
um sucesso em ambos os blogs.
Em apenas 3 dias obtivemos mais
de 300 visualizações oriundas
dos mais distantes países.
Foi fantástico.
Batemos todos os recordes e o
primeiro entrevistado, por fim,
acabou "derrubando" do podium dois mestres
bastante queridos dos nossos web-leitores:
o professor Seabra e o
meteórico Roberto Guedes,
que até então eram campeões
de audiência na lista das
"Postagens Mais Populares"
(veja links à direita).
Nosso segundo entrevistado
foi Fabio Chibilski,
desenhista e editor da Ink
Blood Comics, um cidadão
intrépido que ressuscitou Chet e que
cria projetos para os americanos
(veja-a em BengalasboysClub). Portanto,
entramos 2011 com o pé
direito, de verdade.
SUGESTÃO: No final dessa entrevista
você vai encontrar diversos videos musicais.
Escolha sua música ou artista predileto,
da lista, clique nele e assim você
poderá curti a entrevista ouvindo
sua canção preferida. Que tal?
Hoje, você vai curtir,
nesse talkie-show virtual, uma...
ENTREVISTA COM JOTAH,
O AUTOR DA...
TURMA DO
BARULHO (DA NANI)!
Um dos raros autores nacionais
BARULHO (DA NANI)!
Um dos raros autores nacionais
que conseguiu fechar
um contrato para lançar sua HQ com
a poderosa editora Abril
Jotah (de óculos) com seu público, que expões uma obra que ele ilustrou |
Tony 1 - Parece que foi ontem que um jovem
desenhista bateu na porta do meu estúdio, lá
na avenida Jabaquara, pra apresentar seus
trabalhos, Jotah... me lembro que
eu estava tendo um bate-boca com o Edélcio -
um ex-grande produtor de rádio e TV -,
que era meu contato, quando você
chegou timidamente... (Rsss...).
O que o levou a me procurar, na época?
trabalhos, Jotah... me lembro que
eu estava tendo um bate-boca com o Edélcio -
um ex-grande produtor de rádio e TV -,
que era meu contato, quando você
chegou timidamente... (Rsss...).
O que o levou a me procurar, na época?
Jotah - Na época, havia pedido
demissão de
um banco para tentar a área dos
cartoons e de tanto procurar acabei
chegando na ALMAP (Alcântara Machado),
uma das maiores agências de
publicidade do país.
Lá, conheci o Salatiel de
Holanda (grande Salata),
que era ilustrador da agência.
Ao olhar o meu trabalho, na hora ele me
disse:"Conheço um cara que vai poder
avaliar melhor o seu trabalho.
É o Tony Fernandes!" Então ele me deu
seu endereço e eu fui atrás de você.
Ao chegar na frente da sua porta,
você estava aos berros, discutindo
com alguém. Mas não era com o Edélcio.
Acho que era com a sua ex-sogra,
ao telefone. Nem me atrevi a bater na porta.
Desci, fui até o bar do português, lembra?
Tomei um café e fumei um cigarro.
Ao voltar, aí sim bati na porta.
E lá estavam você e o Edélcio que,
aliás, nunca mais vi.
demissão de
um banco para tentar a área dos
cartoons e de tanto procurar acabei
chegando na ALMAP (Alcântara Machado),
uma das maiores agências de
publicidade do país.
Lá, conheci o Salatiel de
Holanda (grande Salata),
que era ilustrador da agência.
Ao olhar o meu trabalho, na hora ele me
disse:"Conheço um cara que vai poder
avaliar melhor o seu trabalho.
É o Tony Fernandes!" Então ele me deu
seu endereço e eu fui atrás de você.
Ao chegar na frente da sua porta,
você estava aos berros, discutindo
com alguém. Mas não era com o Edélcio.
Acho que era com a sua ex-sogra,
ao telefone. Nem me atrevi a bater na porta.
Desci, fui até o bar do português, lembra?
Tomei um café e fumei um cigarro.
Ao voltar, aí sim bati na porta.
E lá estavam você e o Edélcio que,
aliás, nunca mais vi.
Tony 2 – O Edélcio sumiu, deu um
disappear. Então, foi o Salatiel
( vulgo De Zuniga), que te deu meu endereço...
eu não sabia e ia morrer sem saber.
Grande De Zuniga, anda sumido também...
eu não sabia e ia morrer sem saber.
Grande De Zuniga, anda sumido também...
Além dele ser um excelente ilustrador e
artefinalista também é um grande cara, um
grande amigo. Um grande bengala brother, das
antigas, de altos porres e longas jornadas de
trabalho, em frias madrugadas, regadas a vinho.
Eu e ele fizemos muitas HQs juntos, além de
trabalhos publicitários. Fomos sócios.
Alias, eu, ele e o Adãozinho,
outra fera na mancha publicitária.
Nós três fomos sócios de um estúdio.
Atendíamos a maioria das grandes agências:
Thompson, Young, Denison, etc.
Dava dinheiro, mas era tudo na pauleira e
rara eram as vezes que podíamos passar
um final de semana ou um feriado, em paz,
com as famílias. Os "abacaxis" estouravam
sempre nas sextas ou vésperas de feriados.
Era complicado... O Salata sempre foi fera.
artefinalista também é um grande cara, um
grande amigo. Um grande bengala brother, das
antigas, de altos porres e longas jornadas de
trabalho, em frias madrugadas, regadas a vinho.
Eu e ele fizemos muitas HQs juntos, além de
trabalhos publicitários. Fomos sócios.
Alias, eu, ele e o Adãozinho,
outra fera na mancha publicitária.
Nós três fomos sócios de um estúdio.
Atendíamos a maioria das grandes agências:
Thompson, Young, Denison, etc.
Dava dinheiro, mas era tudo na pauleira e
rara eram as vezes que podíamos passar
um final de semana ou um feriado, em paz,
com as famílias. Os "abacaxis" estouravam
sempre nas sextas ou vésperas de feriados.
Era complicado... O Salata sempre foi fera.
Agora, quanto a tal sogra... (Rsss...). Deve haver
um engano, nenhuma das minhas sogras
nunca visitaram qualquer estúdio meu ou me
ligavam... confesso que não lembro quem
era essa tal mulher, faz tanto
tempo (década de 80)...
agora, sobre o Edélcio, vulgo Polivox (o cara
falava pra caramba), esse eu me lembro...
era um contato que não vendia porra nenhuma.
Só dava prejuízo.
Vivia enchendo a cara de
cachaça. Aquele dia ralhei com ele, pois o
maluco tinha batido o carro de uma das minhas
ex-mulheres (Rsss...). Foi isso. Mas,
voltando ao Salata... devo muito à ele... o "véio"
me indicou muita gente boa, como:
você, o Bilau, Spaca, Beto, e tantos outros.
Devolta ao papo... Acho que todos nós, que
somos de origem humilde, somos exemplos
a serem seguidos. Somos exemplos de lutas,
derrotas e pequenas conquistas, esta é que
é a verdade... no seu caso, especificamente,
sei que você batalhou muito
na vida para chegar onde chegou.
um engano, nenhuma das minhas sogras
nunca visitaram qualquer estúdio meu ou me
ligavam... confesso que não lembro quem
era essa tal mulher, faz tanto
tempo (década de 80)...
agora, sobre o Edélcio, vulgo Polivox (o cara
falava pra caramba), esse eu me lembro...
era um contato que não vendia porra nenhuma.
Só dava prejuízo.
Vivia enchendo a cara de
cachaça. Aquele dia ralhei com ele, pois o
maluco tinha batido o carro de uma das minhas
ex-mulheres (Rsss...). Foi isso. Mas,
voltando ao Salata... devo muito à ele... o "véio"
me indicou muita gente boa, como:
você, o Bilau, Spaca, Beto, e tantos outros.
Devolta ao papo... Acho que todos nós, que
somos de origem humilde, somos exemplos
a serem seguidos. Somos exemplos de lutas,
derrotas e pequenas conquistas, esta é que
é a verdade... no seu caso, especificamente,
sei que você batalhou muito
na vida para chegar onde chegou.
Por isso te respeito muito e admiro
sua luta, sua garra. Você e o Beto são como
se fossem meus irmãos mais novos e fico f
eliz em vê-los deslanchando no mercado,
até hoje. No seu caso, para mim, você
é um exemplo vivo de que a vida pode
mudar e que com talento e muita garra,
todo mundo pode chegar lá. O Getúlio Delphim,
também é outro grande exemplo de
guerreiro incansável.
Nasceu na baixada Fluminense,
no Rio, e foi parar
na Europa. Um dia, quando perguntei à ele
se a Baixada, no passado, era mais tranquila
ele me disse: "Só ia ao cinema, Tony,
om um três oitão na cintura." Olha que
guinada maluca o Getúlião deu na vida,
meu amigo. Acho as histórias de vocês
fantásticas... deveriam escrever livros
autobiográficos. São exemplos a serem seguidos...
dá pra falar um pouco da sua origem humilde,
lá no bairro do Jaçanã? Do que vivia sua família?
O que você fazia quando era criança?
E quando começou essa fixação por desenhos?
sua luta, sua garra. Você e o Beto são como
se fossem meus irmãos mais novos e fico f
eliz em vê-los deslanchando no mercado,
até hoje. No seu caso, para mim, você
é um exemplo vivo de que a vida pode
mudar e que com talento e muita garra,
todo mundo pode chegar lá. O Getúlio Delphim,
também é outro grande exemplo de
guerreiro incansável.
Nasceu na baixada Fluminense,
no Rio, e foi parar
na Europa. Um dia, quando perguntei à ele
se a Baixada, no passado, era mais tranquila
ele me disse: "Só ia ao cinema, Tony,
om um três oitão na cintura." Olha que
guinada maluca o Getúlião deu na vida,
meu amigo. Acho as histórias de vocês
fantásticas... deveriam escrever livros
autobiográficos. São exemplos a serem seguidos...
dá pra falar um pouco da sua origem humilde,
lá no bairro do Jaçanã? Do que vivia sua família?
O que você fazia quando era criança?
E quando começou essa fixação por desenhos?
Jotah - Meu pai foi coletor de lixo e minha
mãe foi faxineira.
Eu e meu irmão mais velho,
quando crianças,
vendíamos sorvetes, fazíamos
carretos na feira e entre muitas outras
atividades, cheguei até a catar papel,
vidro e outros objetos para vender no
ferro velho para ajudar no
orçamento da família.
Tomei gosto pela leitura e pelo desenho
justamente através dos livros, revistas
e gibis, que as donas de casa nos davam.
Batíamos de porta em porta pedindo
qualquer coisa que pudesse ser
vendido no ferro velho. Os livros e,
principalmente, os gibis que estavam
em bom estado, acabavam ficando com
a gente. Foi lendo estes livros, revistas
e gibis que começamos a brincar
de inventar histórias e criar
nossos personagens.
quando crianças,
vendíamos sorvetes, fazíamos
carretos na feira e entre muitas outras
atividades, cheguei até a catar papel,
vidro e outros objetos para vender no
ferro velho para ajudar no
orçamento da família.
Tomei gosto pela leitura e pelo desenho
justamente através dos livros, revistas
e gibis, que as donas de casa nos davam.
Batíamos de porta em porta pedindo
qualquer coisa que pudesse ser
vendido no ferro velho. Os livros e,
principalmente, os gibis que estavam
em bom estado, acabavam ficando com
a gente. Foi lendo estes livros, revistas
e gibis que começamos a brincar
de inventar histórias e criar
nossos personagens.
Tony 3 – Cara, que coisa fantástica... de fato,
parece que Deus escreve mesmo por
linhas tortas e que o destino sempre
"trança seus pauzinhos" para que as coisas
aconteçam. Que maravilha... chego até a
ficar emocionado com casos como o seu e
de outros que conheço... lembro-me bem
que seu sonho era ser um novo Mauricio de
Sousa, como muitos adolescentes, é óbvio.
Mas, a vida tomou outros rumos e você acabou
encontrando seu próprio caminho.
parece que Deus escreve mesmo por
linhas tortas e que o destino sempre
"trança seus pauzinhos" para que as coisas
aconteçam. Que maravilha... chego até a
ficar emocionado com casos como o seu e
de outros que conheço... lembro-me bem
que seu sonho era ser um novo Mauricio de
Sousa, como muitos adolescentes, é óbvio.
Mas, a vida tomou outros rumos e você acabou
encontrando seu próprio caminho.
Fale-me um pouco sobre isso...
Jotah - Como disse, na época, líamos
muito gibi, eles eram como os vídeos
games de hoje. Qualquer criança ficava
fascinada ao ler um gibi. Poucas
pessoas tinham televisão e, então, livros,
revistas e gibis ocupavam um grande
espaço na área do entretenimento.
Dando palestra aos professores |
Jotah - Como disse, na época, líamos
muito gibi, eles eram como os vídeos
games de hoje. Qualquer criança ficava
fascinada ao ler um gibi. Poucas
pessoas tinham televisão e, então, livros,
revistas e gibis ocupavam um grande
espaço na área do entretenimento.
A Turma da Mônica estava dando
seus primeiros passos
naquele período.
Era como se fosse um novo jogo
de game chegando no mercado,
atraia jovens e crianças.
A Turma da Mônica foi ocupando
seu espaço numa época onde só
havia os "enlatados norte-americanos".
Os personagens do Maurício tinham
uma linguagem bem brasileira
criando assim, uma estreita
comunicação com os leitores.
seus primeiros passos
naquele período.
Era como se fosse um novo jogo
de game chegando no mercado,
atraia jovens e crianças.
A Turma da Mônica foi ocupando
seu espaço numa época onde só
havia os "enlatados norte-americanos".
Os personagens do Maurício tinham
uma linguagem bem brasileira
criando assim, uma estreita
comunicação com os leitores.
Tony 4 - Sempre achei o trabalho do Maurício genial,
desde que eu acompanhava as tiras de
jornais da Folha de São Paulo.
Os bonecos eram diferentes, os textos
eram e são fantásticos.
Naquela época remota (década de 60) os
gibis Made in USA, tipo: Bolinha, Luluzinha
e outros traziam histórias engraçadas,
mas não dava para
rolar de rir. As Hqs da Turma da
Mônica eram diferentes.
Fazia crianças e adultos
chorarem de rir, literalmente.
O homem inovou o mercado. Trouxe uma
nova proposta para os leitores.
Naquela época, Disney já estava há uns
50 anos na praça. Era preciso renovação.
Jotah - Meu sonho não era ser um
novo Maurício de Sousa... mas sim,
trabalhar na equipe dele, o que acabou
acontecendo em 1987, onde fazia parte
da equipe de desenhos animados.
Lá conheci o Maurício e mais
um monte de gente legal
desde que eu acompanhava as tiras de
jornais da Folha de São Paulo.
Os bonecos eram diferentes, os textos
eram e são fantásticos.
Naquela época remota (década de 60) os
gibis Made in USA, tipo: Bolinha, Luluzinha
e outros traziam histórias engraçadas,
mas não dava para
rolar de rir. As Hqs da Turma da
Mônica eram diferentes.
Fazia crianças e adultos
chorarem de rir, literalmente.
O homem inovou o mercado. Trouxe uma
nova proposta para os leitores.
Naquela época, Disney já estava há uns
50 anos na praça. Era preciso renovação.
Ele revolucionou as HQs infantis no Brasil |
Mauricio e sua turminha inspiram muitos autores |
novo Maurício de Sousa... mas sim,
trabalhar na equipe dele, o que acabou
acontecendo em 1987, onde fazia parte
da equipe de desenhos animados.
Lá conheci o Maurício e mais
um monte de gente legal
que me ensinaram muita coisa boa.
Tony 5 - Isto foi bacana. Seu sonho virou realidade...
claro, você correu atrás... quem sabe o
Mauricio não lê esta entrevista, hein?
Na ceta, ele deve se lembrar de você,
uma figura inesquecível... (Rsss...).
ETF - (Estúdios Tony Fernandes),
aqueles foram tempos difíceis...
faltava grana,
faltava experiência.
Éramos, todos, um bando de
garotos (eu era o mais velho),
a fim de fazer o que a gente
mais gosta: revistas e HQs.
Tínhamos bastante pessoas
colaborando com a gente, apesar
de muitas vezes o dinheiro
demorar para entrar.
Mas, o incrível, se
olharmos para trás, é que
realizamos muita coisa na época,
mesmo ante as dificuldades.
claro, você correu atrás... quem sabe o
Mauricio não lê esta entrevista, hein?
Na ceta, ele deve se lembrar de você,
uma figura inesquecível... (Rsss...).
ETF - (Estúdios Tony Fernandes),
aqueles foram tempos difíceis...
faltava grana,
faltava experiência.
Éramos, todos, um bando de
garotos (eu era o mais velho),
a fim de fazer o que a gente
mais gosta: revistas e HQs.
Tínhamos bastante pessoas
colaborando com a gente, apesar
de muitas vezes o dinheiro
demorar para entrar.
Mas, o incrível, se
olharmos para trás, é que
realizamos muita coisa na época,
mesmo ante as dificuldades.
Quando penso nisso chego a
conclusão que fazíamos milagres.
Só pode ter sido o "Chefe", lá em cima,
que fez tanta coisa acontecer.
A que você atribui tudo o que
fizemos, mesmo quase sem dinheiro?
conclusão que fazíamos milagres.
Só pode ter sido o "Chefe", lá em cima,
que fez tanta coisa acontecer.
A que você atribui tudo o que
fizemos, mesmo quase sem dinheiro?
Jotah - Idealismo. Algumas pessoas até
criticavam a qualidade do nosso trabalho,
mas ninguém fazia nada, nem pra
ajudar e nem pra mudar o mercado
que, praticamente era dos gringos.
Tony 6 - É... mesmo assim demos emprego e
colocamos muita gente no mercado...
mas temos que admitir, hoje, que eles estavam
corretos. Fizemos muito lixo. Trabalhávamos
num rítmo louco, tipo pastelaria:"Solta mais um!"
Essa produção massiva, para
sobreviver, fez a gente degringolar na qualidade.
Mas, pensando bem, em meio a lixaiada até
que surgiram boas coisas, como:
Fantasticman, Fantasma Negro, o Inspetor
Pereira, O Caracol
Apaixonado, revistas de
ativiades infantis, etc.
Hollywood, no começo,
também produzia lixo aos quilos.
Em meio aos "calhaus"
surgiram os clássicos.
colocamos muita gente no mercado...
mas temos que admitir, hoje, que eles estavam
corretos. Fizemos muito lixo. Trabalhávamos
num rítmo louco, tipo pastelaria:"Solta mais um!"
Essa produção massiva, para
sobreviver, fez a gente degringolar na qualidade.
Mas, pensando bem, em meio a lixaiada até
que surgiram boas coisas, como:
Fantasticman, Fantasma Negro, o Inspetor
Pereira, O Caracol
Apaixonado, revistas de
ativiades infantis, etc.
Hollywood, no começo,
também produzia lixo aos quilos.
Em meio aos "calhaus"
surgiram os clássicos.
Fantasma Negro - surgiu na ETF |
Arte final: Salatiel de Holanda |
Jotah - Lembro-me que chegamos
a passar meses
comendo pão com mortadela.
Quando íamos almoçar
(fiado) no português era uma festa e depois
tínhamos que rezar pra ter dinheiro pra pagar
os almoços. Lembro-me de um dia que, como não
íamos comer nada no almoço, o Betão
(grande desenhista e amigo), ficou
sentado na frente da entrada do pequeno prédio.
Estava sol e na hora de voltar a produzir, ele
levantou muito rápido. Como não havia se
alimentado, há dias, deu uma vertigem e ele
foi de cara pro chão. Final da história: levamos
o cara pro pronto socorro, lá na
estação Saúde do metro.
a passar meses
comendo pão com mortadela.
Quando íamos almoçar
(fiado) no português era uma festa e depois
tínhamos que rezar pra ter dinheiro pra pagar
os almoços. Lembro-me de um dia que, como não
íamos comer nada no almoço, o Betão
(grande desenhista e amigo), ficou
sentado na frente da entrada do pequeno prédio.
Estava sol e na hora de voltar a produzir, ele
levantou muito rápido. Como não havia se
alimentado, há dias, deu uma vertigem e ele
foi de cara pro chão. Final da história: levamos
o cara pro pronto socorro, lá na
estação Saúde do metro.
Tony 7 - Lembro-me bem... todos nós estávamos há
dias sem se alimentar direito... só comendo tranqueiras
de boteco, os afamados "Jesus-me-chama"... bolinhos,
coxinhas, etc. O Betão não aguentou, deu fraqueza,
e quase desmaiou... todos ficamos tensos. O cara veio
de Olinda, no Recife, não tinha ninguém em São Paulo.
Éramos seus únicos amigos...
que sufoco.
dias sem se alimentar direito... só comendo tranqueiras
de boteco, os afamados "Jesus-me-chama"... bolinhos,
coxinhas, etc. O Betão não aguentou, deu fraqueza,
e quase desmaiou... todos ficamos tensos. O cara veio
de Olinda, no Recife, não tinha ninguém em São Paulo.
Éramos seus únicos amigos...
que sufoco.
Jotah - Pois é Tony... criticar é fácil.
Difícil é chegar onde chegamos saindo
milagrosamente da situação
em que nos encontrávamos na época.
Não foi fácil.
Hoje, ao irmos num evento de quadrinhos,
tem gente que passa do seu lado
posando de superstar e
nem te conhece. Não sabe que
pra que ele, esse jovem,
estar hoje onde está, muitos
profissionais lutaram
e até se ferraram pra abrir
este pequeno espaço.
Difícil é chegar onde chegamos saindo
milagrosamente da situação
em que nos encontrávamos na época.
Não foi fácil.
Hoje, ao irmos num evento de quadrinhos,
tem gente que passa do seu lado
posando de superstar e
nem te conhece. Não sabe que
pra que ele, esse jovem,
estar hoje onde está, muitos
profissionais lutaram
e até se ferraram pra abrir
este pequeno espaço.
Tony 8 – "A vida é assim mesmo"...
você vivia me
dizendo isso, lembra? Pão com mortadela...
me lembro bem desta fase.
Aliás, o Antonio Luís Perreira (vulgo capitão Bahia),
grande escriba, que trabalhou comigo na época, tem
trauma de mortadela até hoje... (Rsss...). Quando ele me
encontra, diz: ”Tony, você se lembra da fase
negra da mortadela?” Damos boas risadas (Rsss...).
De fato, enfrentamos muitas dificuldades
e se não fosse o crédito
no boteco do português acho que tínhamos
morrido de fome... (Rssss...).
Acho que a dificuldade ajuda, nos
empurra pra frente. Afinal, ninguém quer
ficar na pior eternamente.
Série criaça na ETF - Arte: Bilau |
HQ de terror. Anos 80. Salatiel. |
Beto estávamos a cerca de uma
semana sem ver comida de verdade.
Eu tinha me separado da mãe das minhas filhas e fui
morar no estúdio. Assim, eu e o Beto passamos
a morar juntos, dormíamos no carpete, era um
sufoco. Por sorte, o estúdio era grande.
Tínhamos cozinha (sem fogão),
várias salas e um amplo banheiro. Só sei que quando
entrou uma grana boa peguei todos. Peguei o Betão e
fomos diretos pra um rodízio de carnes na estação
do metro São Judas. Comemos feitos doidos.
Quase fomos expulsos de lá... (Rsss...). Demos o
maior prejú, não parávamos mais de comer... (Rsss...).
Você sabe, trabalhávamos muito, mas para alguns
editores que davam a maior canseira pra pagar.
Não por sacanagem, não. Aqueles caras eram
aventureiros no mercado editorial
e eram tão duros quanto a gente. Um deles deu certo.
Vingou a raça. O Carlos Cazamatta, da Nova Sampa
Diretriz taí firme no mercado. Alguém,
daquela turma, tinha que vingar a raça...
De qualquer forma sou grato à todos eles, pois
sem eles não teríamos publicados tanto.
Há males que vêm pro bem,
como diria o profeta (Rsss...)...
Por outro lado, fizemos uma campanha publicitária
gigantesca para a Yakult, que
também não deu em nada.
morar no estúdio. Assim, eu e o Beto passamos
a morar juntos, dormíamos no carpete, era um
sufoco. Por sorte, o estúdio era grande.
Tínhamos cozinha (sem fogão),
várias salas e um amplo banheiro. Só sei que quando
entrou uma grana boa peguei todos. Peguei o Betão e
fomos diretos pra um rodízio de carnes na estação
do metro São Judas. Comemos feitos doidos.
Quase fomos expulsos de lá... (Rsss...). Demos o
maior prejú, não parávamos mais de comer... (Rsss...).
Você sabe, trabalhávamos muito, mas para alguns
editores que davam a maior canseira pra pagar.
Não por sacanagem, não. Aqueles caras eram
aventureiros no mercado editorial
e eram tão duros quanto a gente. Um deles deu certo.
Vingou a raça. O Carlos Cazamatta, da Nova Sampa
Diretriz taí firme no mercado. Alguém,
daquela turma, tinha que vingar a raça...
De qualquer forma sou grato à todos eles, pois
sem eles não teríamos publicados tanto.
Há males que vêm pro bem,
como diria o profeta (Rsss...)...
Por outro lado, fizemos uma campanha publicitária
gigantesca para a Yakult, que
também não deu em nada.
Lembra-se? Quando um certo Oishi San exigiu
uma caixinha astronômica para aprovar nossa
campanha, tudo foi por água abaixo. Daí a coisa
não rolou... o que você lembra deste
período crítico ou dessa campanha?
uma caixinha astronômica para aprovar nossa
campanha, tudo foi por água abaixo. Daí a coisa
não rolou... o que você lembra deste
período crítico ou dessa campanha?
Jotah - Eram três bilhões
na moeda da época destinados
à campanha anual da Yakult,
ou coisa assim.
Conseguimos apresentar
uma campanha bem amarrada e muito
criativa tendo como centro um personagem
criado por nós chamado Capitão Yakult.
na moeda da época destinados
à campanha anual da Yakult,
ou coisa assim.
Conseguimos apresentar
uma campanha bem amarrada e muito
criativa tendo como centro um personagem
criado por nós chamado Capitão Yakult.
A campanha tinha como objetivo tirar o conceito
de "remédio" do produto e apresentar uma nova
mensagem, de sabor e de sobremesa. As peças
desenvolvidas e o conceito foram aprovadas
em unanimidade pelo departamento
de marketing deles. Ingênuos,
calculamos o valor exato para que a campanha
pudesse ser desenvolvida e não embutimos no
orçamento uma praga que até hoje corre os
orçamentos das negociações feitas em
muitas empresas brasileiras:
A chamada “bola”, o “BV”,
a “caixinha”, enfim, a corrupção.
Esse foi o comentário na época. O chefão,
o marketeiro-Mor da empresa,
virou para você e disse:
"Você não molha a minha mão, então
você sai com a sua seca!"
E foi assim que continuamos a
comer pão com mortadela
e a dever para o bar do português
por mais algum tempo (Rs.).
de "remédio" do produto e apresentar uma nova
mensagem, de sabor e de sobremesa. As peças
desenvolvidas e o conceito foram aprovadas
em unanimidade pelo departamento
de marketing deles. Ingênuos,
calculamos o valor exato para que a campanha
pudesse ser desenvolvida e não embutimos no
orçamento uma praga que até hoje corre os
orçamentos das negociações feitas em
muitas empresas brasileiras:
A chamada “bola”, o “BV”,
a “caixinha”, enfim, a corrupção.
Esse foi o comentário na época. O chefão,
o marketeiro-Mor da empresa,
virou para você e disse:
"Você não molha a minha mão, então
você sai com a sua seca!"
E foi assim que continuamos a
comer pão com mortadela
e a dever para o bar do português
por mais algum tempo (Rs.).
Tony 9 – Seu Manoel... grande sujeito,
de alma generosa.
Ele merece ir pro céu, um dia...
foi uma mãe para todos nós...
Pois é, meu querido bengala friend...
não me lembro do
valor exato da campanha, mas era uma grana preta.
Equivalia, hoje, a ganhar na mega sena sozinho... a gente
numa puta pindaíba, aquilo ia nos salvar... vivíamos
sonhando com aquilo. Trabalhamos muito em cima da
campanha. Tinha filme pra TV, outdoor, álbum de
figurinhas, jingle (feito por nós), desenho animado, etc.
Foi uma decepção quando a coisa foi pro saco.
de alma generosa.
Ele merece ir pro céu, um dia...
foi uma mãe para todos nós...
Pois é, meu querido bengala friend...
não me lembro do
valor exato da campanha, mas era uma grana preta.
Equivalia, hoje, a ganhar na mega sena sozinho... a gente
numa puta pindaíba, aquilo ia nos salvar... vivíamos
sonhando com aquilo. Trabalhamos muito em cima da
campanha. Tinha filme pra TV, outdoor, álbum de
figurinhas, jingle (feito por nós), desenho animado, etc.
Foi uma decepção quando a coisa foi pro saco.
Mesmo quando eu tentei passar "por cima" do João
Carlos (amigo que me levou e
me apresentou para a empresa de origem nipônica
e que era dono da Magnus Publicidade),
para falar diretamente com o Buda
(apelido do presidente da Yakult),
a coisa não foi para a frente.
Lembra do Johnny, da Magnus? Gente fina.
Fui falar com o Buda, estava p... da vida, dedurei
o fiadaputa que queria, para aprovar a
campanha, 50% de tudo. Um absurdo.
Mas, não adiantou.
O Buda me disse que o japa era o
marketeiro e que só
ele podia resolver. Daí, "dançamos",
literalmente, sifú...
(Rsss...). Hoje a coisa é engraçada,
mas na época eu nem
podia ver essas mulheres que
andam na rua com carrinhos
vendendo Yakult, tinha vontade
de chutá-los, de raiva... (Rsss...).
Fazer o quê? Você disse bem, éramos ingênuos.
Carlos (amigo que me levou e
me apresentou para a empresa de origem nipônica
e que era dono da Magnus Publicidade),
para falar diretamente com o Buda
(apelido do presidente da Yakult),
a coisa não foi para a frente.
Lembra do Johnny, da Magnus? Gente fina.
Fui falar com o Buda, estava p... da vida, dedurei
o fiadaputa que queria, para aprovar a
campanha, 50% de tudo. Um absurdo.
Mas, não adiantou.
O Buda me disse que o japa era o
marketeiro e que só
ele podia resolver. Daí, "dançamos",
literalmente, sifú...
(Rsss...). Hoje a coisa é engraçada,
mas na época eu nem
podia ver essas mulheres que
andam na rua com carrinhos
vendendo Yakult, tinha vontade
de chutá-los, de raiva... (Rsss...).
Fazer o quê? Você disse bem, éramos ingênuos.
Continuando... Depois que você saiu da ETF foi
trabalhar no Walbercy, que já era famoso por ter
feito um desenho animado maravilhoso para um
comercial da Sharp (antiga marca de TV, muito
popular, na época). Como você conseguiu entrar lá,
trabalhar no Walbercy, que já era famoso por ter
feito um desenho animado maravilhoso para um
comercial da Sharp (antiga marca de TV, muito
popular, na época). Como você conseguiu entrar lá,
sem nenhuma experiência em desenhos animados?
Jotah - Através de um rapaz chamado Gil.
Ele fazia aqueles bonecos
em fibra que as pessoas
entram dentro.
A o Gil foi visitar o seu estúdio acabei
conhecendo ele.
Fiz alguns desenhos e ele os entregou
lá no Walbercy. Foi marcada uma reunião e nela,
peguei um cenário para pintar.
O Walbercy achou que tinha
ficado "meia-boca" e me
disse que não dava pra
ocupar a vaga de cenarista.
Mas, então ele disse:
-" Você não desenha bem, mas
pelo traço dá pra ver que leva jeito
e com o tempo você vai aprender.
Quer trabalhar aqui como
assistente de arte?" -
Na hora eu aceitei. Ele me perguntou:
"Quanto você ganha lá na ETF?
" Então pensei... como é que eu vou
dizer que a gente só ganha
quando entra algum dinheiro?
Que a gente mal se alimenta.
Que o nosso prato principal é pão
com mortadela?"...
Mas respondi: "Oitocentos!"
ficado "meia-boca" e me
disse que não dava pra
ocupar a vaga de cenarista.
Mas, então ele disse:
-" Você não desenha bem, mas
pelo traço dá pra ver que leva jeito
e com o tempo você vai aprender.
Quer trabalhar aqui como
assistente de arte?" -
Na hora eu aceitei. Ele me perguntou:
"Quanto você ganha lá na ETF?
" Então pensei... como é que eu vou
dizer que a gente só ganha
quando entra algum dinheiro?
Que a gente mal se alimenta.
Que o nosso prato principal é pão
com mortadela?"...
Mas respondi: "Oitocentos!"
Bem... você sabe que oitocentos
era o que eu ganhava
num ano, Tony. E O Walbercy ficou
pensando, pensando...
vendo ele pensar tanto eu já ia falar:
"Mas pode me pagar
quatrocentos." (Rsss...). Foi quando ele disse:
-" Eu te pago mil e trezentos. Tudo bem?"
E foi assim que eu disse adeus ao pão
com mortadela (Rsss...).
era o que eu ganhava
num ano, Tony. E O Walbercy ficou
pensando, pensando...
vendo ele pensar tanto eu já ia falar:
"Mas pode me pagar
quatrocentos." (Rsss...). Foi quando ele disse:
-" Eu te pago mil e trezentos. Tudo bem?"
E foi assim que eu disse adeus ao pão
com mortadela (Rsss...).
Tony 7 – Que final feliz, adorei...
infelizmente ou felizmente
eu tive que continuar lá, comendo o pão que o diabo
amassou, com mortadela (Rsss...), um bom tempo.
Mas, aos poucos a coisa foi melhorando. Surgiram
melhores clientes. Só pro pessoal entender...
isto que estamos comentando
aconteceu no tempo da ETF (minha primeira editora).
Ela foi um fiasco. E eu fui o culpado.
Não entendia nada de negócios, era metido
a empresário de comunicação e ingênuo.
Faltava know-how, experiência
como editor. Só fiz merda.
Explicando melhor...
A coisa começou assim...
éramos um estúdio e atendíamos
A coisa começou assim...
éramos um estúdio e atendíamos
umas editoras pícaras, que
pagavam, mas davam canseira.
Vivíamos quebrados.
De vez em quando recebíamos.
Daí, surgiu a Yakult.
Uma luz imensa no fim do túnel.
Nossa grande chance da coisa melhorar.
pagavam, mas davam canseira.
Vivíamos quebrados.
De vez em quando recebíamos.
Daí, surgiu a Yakult.
Uma luz imensa no fim do túnel.
Nossa grande chance da coisa melhorar.
A campanha da Yakult foi pro saco, mas deixou
alguns bons contatos, entre eles:
o Almir, que era vendedor de serviços gráficos
do Jornal do Brasil, lá no Rio, e o João, da
Magnus publicidade, sem contar inúmeros
fornecedores de peso.
Toda a parte de impressão da
maldita campanha que não
deu em nada havia sido orçada pelo Almir.
Naquela altura do campeonato eu
já tinha feito várias viagens para o Rio,
conhecido o doutor Jair Nepomuceno,
diretor superintendente
do JB, e tínhamos nos tornado bons amigos.
Ele me admirava,
dizia que eu era um jovem bastante criativo.
Quando a campanha foi pro saco
eu fui ao Rio, mais uma vez,
para explicar o que havia acontecido.
Daí, ele (acho que pra me animar), me disse:
“Tony, você tem criatividade, por que
não lança alguns produtos? Já pensou em
editar alguma coisa?”
Confesso que eu nunca tinha
pensado naquilo. Aliás, não
tinha grana pra isso.
Disse isso à ele. Então, ele falou:
“E seu eu te der crédito, pra rodar (imprimir),
você edita seus personagens?”
Cara, não acreditei no que estava ouvindo.
Voltei pra S. Paulo flutuando nas nuvens.
Sonhando que eu poderia me tornar um editor.
Mas, pensei: “Quanto de crédito eu ia
precisar pra rodar algumas publicações?”
Imaginei que deveria ser
um puta crédito. “Será que eles
me dariam tanto crédito assim?” - pensei.
Dias depois, liguei pro Rio e ele me disse que estava
me concedendo um valor alto de crédito e que a hora
que eu quisesse poderia rodar.
Pensei, pensei... e cheguei a
uma conclusão: o que eu tinha à perder?
Nada. Valia a pena arriscar.
Como disse anteriormente, Deus escreve
por linhas tortas. De repente,
aparece na sua frente
gente, que você nunca viu,
que pode mudar a sua vida.
Uma porta se fecha, outra se abre.
O importante é não desanimar,
é correr atrás. É ser otimista.
Eu tinha uma porção de gente para pagar,
contas da empresa, encargos
sociais e 4 crianças para criar.
Não dava para parar.
Rodamos 6 ou 8 produtos.
Dentre estes estavam:
Fantasticman e Fantasma Negro.
Fizemos 30 mil de cada.
Acontece que eu sempre fui um cara de prancheta.
alguns bons contatos, entre eles:
o Almir, que era vendedor de serviços gráficos
do Jornal do Brasil, lá no Rio, e o João, da
Magnus publicidade, sem contar inúmeros
fornecedores de peso.
Toda a parte de impressão da
maldita campanha que não
deu em nada havia sido orçada pelo Almir.
Naquela altura do campeonato eu
já tinha feito várias viagens para o Rio,
conhecido o doutor Jair Nepomuceno,
diretor superintendente
do JB, e tínhamos nos tornado bons amigos.
Ele me admirava,
dizia que eu era um jovem bastante criativo.
Quando a campanha foi pro saco
eu fui ao Rio, mais uma vez,
para explicar o que havia acontecido.
Daí, ele (acho que pra me animar), me disse:
“Tony, você tem criatividade, por que
não lança alguns produtos? Já pensou em
editar alguma coisa?”
Confesso que eu nunca tinha
pensado naquilo. Aliás, não
tinha grana pra isso.
Disse isso à ele. Então, ele falou:
“E seu eu te der crédito, pra rodar (imprimir),
você edita seus personagens?”
Cara, não acreditei no que estava ouvindo.
Voltei pra S. Paulo flutuando nas nuvens.
Sonhando que eu poderia me tornar um editor.
Mas, pensei: “Quanto de crédito eu ia
precisar pra rodar algumas publicações?”
Imaginei que deveria ser
um puta crédito. “Será que eles
me dariam tanto crédito assim?” - pensei.
Dias depois, liguei pro Rio e ele me disse que estava
me concedendo um valor alto de crédito e que a hora
que eu quisesse poderia rodar.
Pensei, pensei... e cheguei a
uma conclusão: o que eu tinha à perder?
Nada. Valia a pena arriscar.
Como disse anteriormente, Deus escreve
por linhas tortas. De repente,
aparece na sua frente
gente, que você nunca viu,
que pode mudar a sua vida.
Uma porta se fecha, outra se abre.
O importante é não desanimar,
é correr atrás. É ser otimista.
Eu tinha uma porção de gente para pagar,
contas da empresa, encargos
sociais e 4 crianças para criar.
Não dava para parar.
Rodamos 6 ou 8 produtos.
Dentre estes estavam:
Fantasticman e Fantasma Negro.
Fizemos 30 mil de cada.
Acontece que eu sempre fui um cara de prancheta.
Não entendia bulhufas da parte empresarial e não
sabia nada como uma editora funcionava, ou que eu
ia precisar de uma distribuidora nacional, etc.
Santa igenuidade, Batman! (Rsss...).
Ou melhor: burrice, mesmo. Quando começaram a
chegar as revistas impressas do Rio, elas tomaram
conta do nosso imenso corredor. Na época aluguei a
parte superior toda do prédio. Começamos com uma
salinha com telefone e fomos ampliando.
Junto com a mercadoria vieram
as notas ficais e as faturas.
Daí caiu a ficha: eu tinha que pagar uma nota
preta naqueles prazos estipulados. Era preciso
por nas bancas urgentemente aquelas mercadorias.
Liguei pra DINAP (distribuidora da Abril), expliquei
qual era o meu objetivo: dar a mercadoria pra eles
distribuírem com exclusividade pra todo o país.
Marcaram uma reunião. Fui. Mostrei as revistas.
Disse à eles que estavam impressas, 30 mil de cada.
Os caras engravatados, riram, folhearam os produtos
e me disseram: “Sentimos muito, estes tipos de
produtos não interessam.”
Aquilo foi um chute no saco.
Aonde eu ia enfiar aquela
merda toda? No rabo? (Rsss...).
Como eu ia pagar o JB,
sem pôr o produto no mercado?
Em pânico, liguei pro meu ex-patrão, o
Sr. Joseph Abourbih, dono da editora Noblet
(trabalhei 5 anos naquela casa).
Ele me indicou a Fernando Chinaglia, que
ficava no Rio. Peguei um boeing e
voei para o Rio levando as amostras. A decepção
foi ouvir do Sr. Santoro (o poderoso da época):
“Olha, garoto, nada disso interessa!
Tudo isto é uma merda! Não vende!”. Voltei do
Rio, de ônibus (contando os trocados), traumatizado.
Os dias estavam passando e eu não conseguia colocar
aquelas melecas nas bancas. As duplicatas iam
vencer eu estava lascado. Era consciente,
apesar de ser aloprado, e minha maior preocupação
era: pagar voces, em dia.
sabia nada como uma editora funcionava, ou que eu
ia precisar de uma distribuidora nacional, etc.
Santa igenuidade, Batman! (Rsss...).
Ou melhor: burrice, mesmo. Quando começaram a
chegar as revistas impressas do Rio, elas tomaram
conta do nosso imenso corredor. Na época aluguei a
parte superior toda do prédio. Começamos com uma
salinha com telefone e fomos ampliando.
Junto com a mercadoria vieram
as notas ficais e as faturas.
Daí caiu a ficha: eu tinha que pagar uma nota
preta naqueles prazos estipulados. Era preciso
por nas bancas urgentemente aquelas mercadorias.
Liguei pra DINAP (distribuidora da Abril), expliquei
qual era o meu objetivo: dar a mercadoria pra eles
distribuírem com exclusividade pra todo o país.
Marcaram uma reunião. Fui. Mostrei as revistas.
Disse à eles que estavam impressas, 30 mil de cada.
Os caras engravatados, riram, folhearam os produtos
e me disseram: “Sentimos muito, estes tipos de
produtos não interessam.”
Aquilo foi um chute no saco.
Aonde eu ia enfiar aquela
merda toda? No rabo? (Rsss...).
Como eu ia pagar o JB,
sem pôr o produto no mercado?
Em pânico, liguei pro meu ex-patrão, o
Sr. Joseph Abourbih, dono da editora Noblet
(trabalhei 5 anos naquela casa).
Ele me indicou a Fernando Chinaglia, que
ficava no Rio. Peguei um boeing e
voei para o Rio levando as amostras. A decepção
foi ouvir do Sr. Santoro (o poderoso da época):
“Olha, garoto, nada disso interessa!
Tudo isto é uma merda! Não vende!”. Voltei do
Rio, de ônibus (contando os trocados), traumatizado.
Os dias estavam passando e eu não conseguia colocar
aquelas melecas nas bancas. As duplicatas iam
vencer eu estava lascado. Era consciente,
apesar de ser aloprado, e minha maior preocupação
era: pagar voces, em dia.
Dias depois, liguei pra DINAP, falei com o Helde
(o poderoso chefão). Ele sugeriu que nos encontrássemos
no Show Days, um sofisticado restaurante que ficava
no terceiro piso do Shopping Center Eldourado,
zona sul da cidade.
Pensei comigo: “A grana tá acabando, se eu tiver que
pagar a conta, fodeu.” Porém, o que eu tinha a perder?
Fodido por fodido, fodido e meio. Fui.
(o poderoso chefão). Ele sugeriu que nos encontrássemos
no Show Days, um sofisticado restaurante que ficava
no terceiro piso do Shopping Center Eldourado,
zona sul da cidade.
Pensei comigo: “A grana tá acabando, se eu tiver que
pagar a conta, fodeu.” Porém, o que eu tinha a perder?
Fodido por fodido, fodido e meio. Fui.
O poderoso e simpático homem
da Abril estava acompanhado,
pra piorar as coisas.
Após os cumprimentos de praxe entramos
naquele ambiente chique.
Os caras pediam do bom e do
melhor: vinhos, etc, enquanto
saboreávamos os antepastos.
Quem disse que eu conseguia comer?
Tava nervoso a beça, só enchia a cara, bebia.
Meu medo era no final de tudo ter
que pagar a conta.
Eu não tinha dinheiro para bancar aquilo.
Eu só queria falar sobre a distribuição, só isso. (Rsss...).
Mas, eles não tinham pressa. Cada vez que eu tentava
tocar no assunto diziam: “Vamos almoçar primeiro,
depois falamos de negócios”. Eu era o mais gordo
da mesa e por experiência
própria sabia que a conta sempre acaba indo parar
na mão do mais obeso. Eu suava frio, só de pensar
no vexame.
“Com certeza, vou ter que lavar pratos”, pensei.
Não comi quase nada e quando tudo acabou minha
previsão virou realidade quando o “pingüim”
(garção) trouxe a conta diretamente pra mim.
Gelei. E, agora? - pensei.
da Abril estava acompanhado,
pra piorar as coisas.
Após os cumprimentos de praxe entramos
naquele ambiente chique.
Os caras pediam do bom e do
melhor: vinhos, etc, enquanto
saboreávamos os antepastos.
Quem disse que eu conseguia comer?
Tava nervoso a beça, só enchia a cara, bebia.
Meu medo era no final de tudo ter
que pagar a conta.
Eu não tinha dinheiro para bancar aquilo.
Eu só queria falar sobre a distribuição, só isso. (Rsss...).
Mas, eles não tinham pressa. Cada vez que eu tentava
tocar no assunto diziam: “Vamos almoçar primeiro,
depois falamos de negócios”. Eu era o mais gordo
da mesa e por experiência
própria sabia que a conta sempre acaba indo parar
na mão do mais obeso. Eu suava frio, só de pensar
no vexame.
“Com certeza, vou ter que lavar pratos”, pensei.
Não comi quase nada e quando tudo acabou minha
previsão virou realidade quando o “pingüim”
(garção) trouxe a conta diretamente pra mim.
Gelei. E, agora? - pensei.
Tive um alivio danado quando
a mão do Helde puxou
a caderneta com a conta e disse:
“Tony, hoje a DINAP paga a conta”. Respirei aliviado.
a mão do Helde puxou
a caderneta com a conta e disse:
“Tony, hoje a DINAP paga a conta”. Respirei aliviado.
Durante o almoço, ele me fez algumas
perguntas, que respondi prontamente.
Expliquei pra ele que eu já havia trabalhado
na Abril, na Folha de S. Paulo,
no Ely Barbosa, e que durante
5 anos tinha sido funcionário da Noblet.
Fiquei surpreso
quando ele me disse que a
Noblet tinha sido a primeira
editora a dar seus produtos pra DINAP distribuir.
perguntas, que respondi prontamente.
Expliquei pra ele que eu já havia trabalhado
na Abril, na Folha de S. Paulo,
no Ely Barbosa, e que durante
5 anos tinha sido funcionário da Noblet.
Fiquei surpreso
quando ele me disse que a
Noblet tinha sido a primeira
editora a dar seus produtos pra DINAP distribuir.
Resumindo: Só voltamos a falar em distribuição lá fora,
depois do almoço. Ele analisou os produtos, rapidamente,
e me disse: “Gostei. E como você é amigo e trabalhou
pro meu amigo Sr. Joseph (da Noblet), que estimamos muito,
poid foi o nosso cliente nº 1, vamos distribuir pra você.
Passa lá amanhã pra assinar o contrato.
depois do almoço. Ele analisou os produtos, rapidamente,
e me disse: “Gostei. E como você é amigo e trabalhou
pro meu amigo Sr. Joseph (da Noblet), que estimamos muito,
poid foi o nosso cliente nº 1, vamos distribuir pra você.
Passa lá amanhã pra assinar o contrato.
Confesso que não acreditei naquilo que acabara
de ouvir e graças ao meu ex-patrão, que fôra
o cliente nº 1 da poderosa DINAP, no dia seguinte
eu estava lá na Estrada Velha
de Osasco, na imensa sede da distribuidora,
assinando o meu primeiro grande contrato.
de ouvir e graças ao meu ex-patrão, que fôra
o cliente nº 1 da poderosa DINAP, no dia seguinte
eu estava lá na Estrada Velha
de Osasco, na imensa sede da distribuidora,
assinando o meu primeiro grande contrato.
Não li porra nenhuma e assinei logo.
As revistas foram para as bancas. Por um lado estava
aliviado, por outro, preocupado, pois as faturas
do JB estavam prestes a vencer e eu nem sabia
como e quando é
que eu ia receber da distribuidora. Voces, Jotah,
ficaram animados. Afinal, a ETF, que era um simples
estúdio quase falido tinha virado uma editora
e tinha fechado com o grupo Abril. Porém, eu não
conseguia dormir.
As revistas foram para as bancas. Por um lado estava
aliviado, por outro, preocupado, pois as faturas
do JB estavam prestes a vencer e eu nem sabia
como e quando é
que eu ia receber da distribuidora. Voces, Jotah,
ficaram animados. Afinal, a ETF, que era um simples
estúdio quase falido tinha virado uma editora
e tinha fechado com o grupo Abril. Porém, eu não
conseguia dormir.
Ligava para a DINAP, quase que diariamente, e
eles me diziam: “Olha, parabéns, suas HQs estão indo bem.
Fantasticman: previsão: 40%; Fantasma Negro e as
demais, previsão: 30%. Tá excelente, pra personagens
e produtos desconhecidos.”
eles me diziam: “Olha, parabéns, suas HQs estão indo bem.
Fantasticman: previsão: 40%; Fantasma Negro e as
demais, previsão: 30%. Tá excelente, pra personagens
e produtos desconhecidos.”
Então, eu perguntava: “E quando vamos receber?”
“Não leu o contrato? Cinquenta e cinco dias, Rio\SP.
Interior: 90\125 dias” - ou algo assim.
"Interior", é assim que eles se referem as demais
praças do país.
Interior: 90\125 dias” - ou algo assim.
"Interior", é assim que eles se referem as demais
praças do país.
Na semana seguinte começaram a vencer as faturas
do JB e não tínhamos dinheiro. Negociei os títulos,
pedi prorrogação, expliquei a situação e eles foram
compreensíveis. Prorrogaram os prazos. Só consegui
pagar (com juros) o JB quando recebi da DINAP.
Meu lucro foi pro saco.
Mas, paguei tudo, na medida em que a grana foi entrando.
Entretanto, eu precisava manter voces e as despesas de
praxe, para continuarmos na briga, e pra tal feito
arrumei um empréstimo do Banco do Brasil,
uma grana preta na época, confiando
em receber do nosso anunciante
das quartas capas: a empresa de confecção do
Ayres Campos, famoso ator que interpretara o conhecido
Capitão 7, na TV. Um dos meus heróis preferidos do
passado. Em síntese, não recebemos nada, pois o citado
anunciante tava mais quebrado do que arroz
de terceira (Rsss...). Acabei tendo que levar pra
editora um caminhão de uniformes de
super-heróis (que eles fabricavam),
como forma de pagamento.
do JB e não tínhamos dinheiro. Negociei os títulos,
pedi prorrogação, expliquei a situação e eles foram
compreensíveis. Prorrogaram os prazos. Só consegui
pagar (com juros) o JB quando recebi da DINAP.
Meu lucro foi pro saco.
Mas, paguei tudo, na medida em que a grana foi entrando.
Entretanto, eu precisava manter voces e as despesas de
praxe, para continuarmos na briga, e pra tal feito
arrumei um empréstimo do Banco do Brasil,
uma grana preta na época, confiando
em receber do nosso anunciante
das quartas capas: a empresa de confecção do
Ayres Campos, famoso ator que interpretara o conhecido
Capitão 7, na TV. Um dos meus heróis preferidos do
passado. Em síntese, não recebemos nada, pois o citado
anunciante tava mais quebrado do que arroz
de terceira (Rsss...). Acabei tendo que levar pra
editora um caminhão de uniformes de
super-heróis (que eles fabricavam),
como forma de pagamento.
Enchi a firma com aqueles uniformes do Super-Homem,
Homem Aranha, Batman, e, claro, do Capitão 7.
Quando fomos tentar fazer dinheiro com aquilo
ouvimos: “Isto só vende no Carnaval, moço.
Quem é que vai comprar fantasias
fora de época?”. Ouvir aquilo foi o fim da picada.
Acabei tendo que engolir o prejúizo e, por fim, acabei
doando as fantasias pros filhos dos amigos e
dos funcionários. Que merda...
Quando venceu a bucha do Banco do Brasil, não
tínhamos dinheiro pra pagar. A coisa acabou subindo
pro depto. jurídico do banco. A saída foi
pegar dinheiro de uma firma de agiotagem (factory),
pra pagar o banco. Na verdade eu estava descobrindo
um santo pra cobrir outro. Quando a bronca dos
agiotas venceu, cadê dinheiro?
Homem Aranha, Batman, e, claro, do Capitão 7.
Quando fomos tentar fazer dinheiro com aquilo
ouvimos: “Isto só vende no Carnaval, moço.
Quem é que vai comprar fantasias
fora de época?”. Ouvir aquilo foi o fim da picada.
Acabei tendo que engolir o prejúizo e, por fim, acabei
doando as fantasias pros filhos dos amigos e
dos funcionários. Que merda...
Quando venceu a bucha do Banco do Brasil, não
tínhamos dinheiro pra pagar. A coisa acabou subindo
pro depto. jurídico do banco. A saída foi
pegar dinheiro de uma firma de agiotagem (factory),
pra pagar o banco. Na verdade eu estava descobrindo
um santo pra cobrir outro. Quando a bronca dos
agiotas venceu, cadê dinheiro?
A coisa ficou preta (Rsss...). Fui pessoalmente
conversar com os credores, que estavam putos, mas
acabaram aceitando a minha proposta: pagá-los
semanalmente.
E, de fato, comecei a pagá-los, no sufoco, vendendo
encalhes. Mas, um deles, revoltado, disse que estava
a fim de acabar com a gente, enquanto o outro
aceitou a nossa proposta, numa boa.
conversar com os credores, que estavam putos, mas
acabaram aceitando a minha proposta: pagá-los
semanalmente.
E, de fato, comecei a pagá-los, no sufoco, vendendo
encalhes. Mas, um deles, revoltado, disse que estava
a fim de acabar com a gente, enquanto o outro
aceitou a nossa proposta, numa boa.
Fiz uma reunião e despedi vocês, após explicar a
coisa toda, eu acho... Voces não queriam sair,
diziam que acreditavam
em mim. O problema é que eu não estava mais acreditando
em mim e tinha certeza de que íamos pro saco.
Os agiotas protestaram os títulos
e entraram com pedido de
falência contra a ETF, assim que vocês saíram.
Fiquei p... com raiva.
Porém, eu estava decidido a segurar a bronca.
“Como aqueles merdas podiam ter me sacaneado assim?”,
pensava comigo.
Eu estava pagando e mesmo assim os caras
queriam me ferrar.
Liguei pra eles e o sócio “bonzinho”, me pediu desculpas,
alegando que o outro sócio é que havia tomado a iniciativa.
coisa toda, eu acho... Voces não queriam sair,
diziam que acreditavam
em mim. O problema é que eu não estava mais acreditando
em mim e tinha certeza de que íamos pro saco.
Os agiotas protestaram os títulos
e entraram com pedido de
falência contra a ETF, assim que vocês saíram.
Fiquei p... com raiva.
Porém, eu estava decidido a segurar a bronca.
“Como aqueles merdas podiam ter me sacaneado assim?”,
pensava comigo.
Eu estava pagando e mesmo assim os caras
queriam me ferrar.
Liguei pra eles e o sócio “bonzinho”, me pediu desculpas,
alegando que o outro sócio é que havia tomado a iniciativa.
Arrumei um advogado e entramos em concordata.
Durante um ano me dediquei a fazer revistas pornôs,
(fotonovelas eróticas) pro mercado alternativo.
Ou seja, pra distribuidora Farah,
um grande e saudoso amigo.
As edições 2 dos meus heróis, que estavam
prontas e fotolitadas, as deixei de lado.
Minha preocupação era levantar grana para poder
pagar assim que o prazo dado pelo juiz vencesse.
HQs? Nem pensar. Só revistas pornos, que vendiam
muito na época.
Durante um ano me dediquei a fazer revistas pornôs,
(fotonovelas eróticas) pro mercado alternativo.
Ou seja, pra distribuidora Farah,
um grande e saudoso amigo.
As edições 2 dos meus heróis, que estavam
prontas e fotolitadas, as deixei de lado.
Minha preocupação era levantar grana para poder
pagar assim que o prazo dado pelo juiz vencesse.
HQs? Nem pensar. Só revistas pornos, que vendiam
muito na época.
Contratei uma porrada de gente, montei uma seção
de acabamento, pra ensacar as pornôs, e começamos
a trabalhar feito loucos.
Me lembro bem que estávamos no famoso
"Plano do Presidente José Sarney"... tudo
vendia bem, na época.
Até merda em lata, como dizíamos (Rsss...).
O mercado estava superaquecido.
Voces já estavam em outra, Jotah. Um ano depois,
eu tinha grana para pagar os agiotas e já tinha
gastado muito pagando honorários do meu advogado.
Consultei meu advogado. O homem disse sorrindo:
“Não paga, não. Eles não quiseram te ferrar?
Eles foram desonestos contigo.
Fecha as portas e abre outra empresa!
Você é ingênuo demais, meu filho!”
Assim, fechamos. Mas, não sai no vermelho.
Aquela experiência, pra mim, foi traumatizante.
Não tinha aberto a firma pra dar calote
em ninguém. Desejava continuar.
Você sabe, sempre enfrentei "as buchas" de frente.
Jamais fugi ou fujo da raia. Mas, do jeito que
a coisa rolou segui o conselho do advogado.
Era a melhor solução, caso contrário eu ia
sair daquilo tudo duro, sem nenhum centavo.
de acabamento, pra ensacar as pornôs, e começamos
a trabalhar feito loucos.
Me lembro bem que estávamos no famoso
"Plano do Presidente José Sarney"... tudo
vendia bem, na época.
Até merda em lata, como dizíamos (Rsss...).
O mercado estava superaquecido.
Voces já estavam em outra, Jotah. Um ano depois,
eu tinha grana para pagar os agiotas e já tinha
gastado muito pagando honorários do meu advogado.
Consultei meu advogado. O homem disse sorrindo:
“Não paga, não. Eles não quiseram te ferrar?
Eles foram desonestos contigo.
Fecha as portas e abre outra empresa!
Você é ingênuo demais, meu filho!”
Assim, fechamos. Mas, não sai no vermelho.
Aquela experiência, pra mim, foi traumatizante.
Não tinha aberto a firma pra dar calote
em ninguém. Desejava continuar.
Você sabe, sempre enfrentei "as buchas" de frente.
Jamais fugi ou fujo da raia. Mas, do jeito que
a coisa rolou segui o conselho do advogado.
Era a melhor solução, caso contrário eu ia
sair daquilo tudo duro, sem nenhum centavo.
Por irônia do destino, nesta fase
tumultuada (da concordata)
o João (da Magnus publicidade) reapareceu
por lá e me apresentou o cliente que eu tanto
sonhava: o Laboratório Catarinense S\A.
Uma grande empresa do Sul do país.
tumultuada (da concordata)
o João (da Magnus publicidade) reapareceu
por lá e me apresentou o cliente que eu tanto
sonhava: o Laboratório Catarinense S\A.
Uma grande empresa do Sul do país.
Acho que ele fez aquilo pra
desencargo de conciência,
visto que ele me apresentara para a Yakult,
viu todos nós trabalharmos feito loucos
e sairmos sem nenhum...
desencargo de conciência,
visto que ele me apresentara para a Yakult,
viu todos nós trabalharmos feito loucos
e sairmos sem nenhum...
Agora eu tinha certeza de que
Deus existia, de verdade.
Aquilo era um milagre. Um sonho que estava
virando realidade. Enquanto a firma tava
indo pras "cucuias" as demoradas
negociações rolavam.
Quando fechei o contrato pra fazer o
Almanaque Sadol (distribuido em farmácias
gratuitamente e que era um forte concorrente
do Almanaque do Jéca Tatú, da Fontoura White -
ambos rodavam por ano 6 milhões de exemplares),
a ETF fechou. Tive que ir à Joinville,
Santa Catarina, pra explicar a coisa. Por sorte,
gostaram do meu trabalho e disseram que iriam
continuar comigo. Me sugeriram
arrumar nota fiscal "emprestada".
Foram 12 anos de atendimento, desenvolvendo,
rótulos, embalagens e campanhas publicitárias.
Eu fazia tudo sózinho:
Textos, layouts e arte final.
Deus existia, de verdade.
Aquilo era um milagre. Um sonho que estava
virando realidade. Enquanto a firma tava
indo pras "cucuias" as demoradas
negociações rolavam.
Quando fechei o contrato pra fazer o
Almanaque Sadol (distribuido em farmácias
gratuitamente e que era um forte concorrente
do Almanaque do Jéca Tatú, da Fontoura White -
ambos rodavam por ano 6 milhões de exemplares),
a ETF fechou. Tive que ir à Joinville,
Santa Catarina, pra explicar a coisa. Por sorte,
gostaram do meu trabalho e disseram que iriam
continuar comigo. Me sugeriram
arrumar nota fiscal "emprestada".
Foram 12 anos de atendimento, desenvolvendo,
rótulos, embalagens e campanhas publicitárias.
Eu fazia tudo sózinho:
Textos, layouts e arte final.
Deu para faturar alto e ajeitar a vida.
Durante anos, nem quis saber mais de editar.
Um pouco mais esperto, anos depois, decidi abrir
um novo estúdio pra atender outros clientes,
inclusive editores. Os personagens ficaram na gaveta,
por muito tempo. Desculpe-me, Jotah, me
alonguei demais... mas, era preciso explicar
o que de fato aconteceu comigo naquela época.
Acho que nem você sabia dessa louca história...
O pessoal, na certa, achava que estávamos
“bonitos”, “bombando”, faturando alto, mas,
você e outras pessoas que trabalharam
comigo, na época, sabe que a
coisa não foi bem assim.
Nunca fui desonesto.
Sempre tentei honrar meus compromissos.
Mas quando a grana atrasa, ou não entra, fica difícil.
Não sei roubar pra pagar ninguém.
Acho que por você me conhecer bem é
que temos uma longa amizade.
Você sabe que nunca fui pícaro.
Tanto é que vocês recebiam direitinho, quando
eu recebia dos clientes. Fora isto eu tinha que
bancar o custo operacional alto de tudo aquilo
(o andar superior inteiro): aluguel,
contador, impostos, etc...
Sempre fui idealista, batalhador e trabalhador.
Entretanto, como pagar em dia, quando a
empresa tomava calotes ou recebia com atraso?
Este era o meu drama. Ufa! Isto parece novela
mexicana, um dramalhão... (Rsss...).
Como diz um amigo meu: “Você teve que pagar
um pedágio alto para aprender, Tony”.
Ele tem razão... (Rsss...). Mas, valeu...
só errando
é que se tem experiência.
Voltando a entrevista, pergunto...
um novo estúdio pra atender outros clientes,
inclusive editores. Os personagens ficaram na gaveta,
por muito tempo. Desculpe-me, Jotah, me
alonguei demais... mas, era preciso explicar
o que de fato aconteceu comigo naquela época.
Acho que nem você sabia dessa louca história...
O pessoal, na certa, achava que estávamos
“bonitos”, “bombando”, faturando alto, mas,
você e outras pessoas que trabalharam
comigo, na época, sabe que a
coisa não foi bem assim.
Nunca fui desonesto.
Sempre tentei honrar meus compromissos.
Mas quando a grana atrasa, ou não entra, fica difícil.
Não sei roubar pra pagar ninguém.
Acho que por você me conhecer bem é
que temos uma longa amizade.
Você sabe que nunca fui pícaro.
Tanto é que vocês recebiam direitinho, quando
eu recebia dos clientes. Fora isto eu tinha que
bancar o custo operacional alto de tudo aquilo
(o andar superior inteiro): aluguel,
contador, impostos, etc...
Sempre fui idealista, batalhador e trabalhador.
Entretanto, como pagar em dia, quando a
empresa tomava calotes ou recebia com atraso?
Este era o meu drama. Ufa! Isto parece novela
mexicana, um dramalhão... (Rsss...).
Como diz um amigo meu: “Você teve que pagar
um pedágio alto para aprender, Tony”.
Ele tem razão... (Rsss...). Mas, valeu...
só errando
é que se tem experiência.
Voltando a entrevista, pergunto...
Quais os trabalhos que você
realizou no estúdio do Walbercy?
realizou no estúdio do Walbercy?
Jotah - Participei do longa metragem,
de vários comerciais de televisão,
entre eles, As aventuras
dos Bubbles Gamer's,
o homenzinho azul dos cotonetes, e
por aí vai. Praticamente todos os comerciais
em desenhos animados conhecidos
na época eram produzidos
pelos estúdios do Walbercy, do
Daniel Messias e do Briquet.
de vários comerciais de televisão,
entre eles, As aventuras
dos Bubbles Gamer's,
o homenzinho azul dos cotonetes, e
por aí vai. Praticamente todos os comerciais
em desenhos animados conhecidos
na época eram produzidos
pelos estúdios do Walbercy, do
Daniel Messias e do Briquet.
Tony 8 - Conheci esses estúdios... eram maravilhosos.
Depois do Walbercy, você foi trabalhar com quem?
Maurício de Sousa? Fale-me um pouco sobre
esta sua outra fantástica experiência.
Depois do Walbercy, você foi trabalhar com quem?
Maurício de Sousa? Fale-me um pouco sobre
esta sua outra fantástica experiência.
Jotah - Bom... tinha uma recepcionista lá no
Walbercy que eu prefiro não dizer o
nome. Dizem que se chamar o nome
do capeta ele aparece (rsrsrs)...
Esta figura pertubava a vida de todo mundo.
Só pra ter uma idéia, uma vez ela não
permitiu que a faxineira limpasse a
sala do Walbercy, mesmo sabendo
que haveria uma reunião com importantes
clientes que representavam um banco.
Quando o Walbercy entrou com os
cliente na sala, encontrou tudo bagunçado.
Tinha sido uma armação do capeta,
digo, da recepcionista ( que era
parente dele), para que a faxineira
fosse mandada embora da empresa.
Walbercy que eu prefiro não dizer o
nome. Dizem que se chamar o nome
do capeta ele aparece (rsrsrs)...
Esta figura pertubava a vida de todo mundo.
Só pra ter uma idéia, uma vez ela não
permitiu que a faxineira limpasse a
sala do Walbercy, mesmo sabendo
que haveria uma reunião com importantes
clientes que representavam um banco.
Quando o Walbercy entrou com os
cliente na sala, encontrou tudo bagunçado.
Tinha sido uma armação do capeta,
digo, da recepcionista ( que era
parente dele), para que a faxineira
fosse mandada embora da empresa.
É mole? Bem... ela resolveu pegar no
meu pé todos os dias. Então, como
eu não sou exorcista, pedi
a conta e fui embora.
meu pé todos os dias. Então, como
eu não sou exorcista, pedi
a conta e fui embora.
Tony 9 – Rsss... esta foi boa... eu não sabia...
mas, você acabou não falando da sua experiência
com o nosso Disneys nacional... ao seu ver,
havia alguma coisa errada
no jeito do Maurício trabalhar?
mas, você acabou não falando da sua experiência
com o nosso Disneys nacional... ao seu ver,
havia alguma coisa errada
no jeito do Maurício trabalhar?
Jotah - Seria muita pretensão dizer que
o processo de criação e produção do
Maurício de Sousa tinha algo de errado.
Afinal, é o único cara que
vem funcionando há cinquenta
anos com muito sucesso.
Mantém famílias, profissionais,
eleva o nome do quadrinho brasileiro.
Está muito bem organizado, estruturado.
Enfim, se eu soubesse administrar
mais do que ele, porque eu não colocaria
em prática para mim? A única coisa
que eu acho é que ele poderia trabalhar
mais com arquivos de posições e cenas
e não ficar desenhando um milhão
de vezes uma cena que já existe.
Mas, quando eu precisei do Maurício ele
esqueceu sua posição de patrão e
me ajudou. Nunca me cobrou nada pela
ajuda que me deu. As poucas vezes que
estive com ele, me tratou com
atenção e respeito.
Por muito tempo, sua empresa me
ajudou a cuidar da minha família.
Ele pode errar, mas só erra
quem tenta, você sabe.
E esta é uma lição que vou
levar para o resto da vida.
o processo de criação e produção do
Maurício de Sousa tinha algo de errado.
Afinal, é o único cara que
vem funcionando há cinquenta
anos com muito sucesso.
Mantém famílias, profissionais,
eleva o nome do quadrinho brasileiro.
Está muito bem organizado, estruturado.
Enfim, se eu soubesse administrar
mais do que ele, porque eu não colocaria
em prática para mim? A única coisa
que eu acho é que ele poderia trabalhar
mais com arquivos de posições e cenas
e não ficar desenhando um milhão
de vezes uma cena que já existe.
Mas, quando eu precisei do Maurício ele
esqueceu sua posição de patrão e
me ajudou. Nunca me cobrou nada pela
ajuda que me deu. As poucas vezes que
estive com ele, me tratou com
atenção e respeito.
Por muito tempo, sua empresa me
ajudou a cuidar da minha família.
Ele pode errar, mas só erra
quem tenta, você sabe.
E esta é uma lição que vou
levar para o resto da vida.
Tony 10 - Quem é que não erra nesse mundo,
Bengala friend?
Como você mesmo disse,
só aquele que não faz nada.
Este vai morrer sem errar e
sem experiência de vida.
No Mauricio você conheceu o Alvim
(diretor de arte, na época), a Maura e
o Márcio (irmãos do chefe)?
Jotah - Sim. A Maura e o Márcio são
irmãos do Maurício.
Dos dois, o Márcio é
que mantém mais
contato com a equipe.
É um maluco muito
bacana e responsável
por todas as canções da Turma da
Mônica e outras coisas mais.
Ele é amigo de muitos músicos
famosos e um dia me trouxe um
disco autografado pelo Almir Sater.
Está guardado até hoje. Valeu, Márcio!
Tony 11 - Havia quantas pessoas, naquela época,
trabalhando no estúdio do Maurício, que ficava
na rua das Palmeiras, região do
bairro de Santa Cecília?
trabalhando no estúdio do Maurício, que ficava
na rua das Palmeiras, região do
bairro de Santa Cecília?
Jotah - Eu fiz parte da equipe de desenhos
animados e éramos, ao todo, uns 150 profissionas.
Parece muito, mas é pouco se nos
compararmos com a produção americana.
É só você observar os créditos
no final dos filmes.
É gente que não acaba mais.
animados e éramos, ao todo, uns 150 profissionas.
Parece muito, mas é pouco se nos
compararmos com a produção americana.
É só você observar os créditos
no final dos filmes.
É gente que não acaba mais.
Tony 12 - Qual era exatamente a sua função lá?
Escrevia, desenhava?
Escrevia, desenhava?
Jotah - Tentava desenhar.
Trabalhava como desenhista animador,
que é o profissional que dá movimento
aos personagens.
Confesso que meus colegas da
animação eram feras.
Eu fui apenas um mero aprendiz.
Foi lá que conheci, fiz amizade, e me
tornei irmão de um dos caras que
mais desenha neste país
(embora ele seja argentino):
o Antonio Henrique Valdez. Tá cheio de
cara que fala pra caramba e não desenha nada.
O Henrique fica na dele e é um mestre
no desenho e maior e melhor
ainda como irmão.
Tony 13 - Acho que você me apresentou
este hermano... Durante um bom tempo a
gente não se viu mais... anos depois, eu estava
com o Felipe, tínhamos um estúdio em cima
do famoso bar do Jéca (na esquina da
avenida São João com a Ipiranga), em
frente ao tradicional Bar Bhrama, quando
você apareceu e me contou que também
estava com um estúdio no centro da
cidade fazendo ilustrações para livros didáticos.
Quantas editoras desse tipo você
e sua equipe atendiam na época?
este hermano... Durante um bom tempo a
gente não se viu mais... anos depois, eu estava
com o Felipe, tínhamos um estúdio em cima
do famoso bar do Jéca (na esquina da
avenida São João com a Ipiranga), em
frente ao tradicional Bar Bhrama, quando
você apareceu e me contou que também
estava com um estúdio no centro da
cidade fazendo ilustrações para livros didáticos.
Quantas editoras desse tipo você
e sua equipe atendiam na época?
Jotah - Uma. Apenas a editora Ática.
Na verdade, eu mantinha o estúdio e
trabalhava, ao mesmo tempo, na TV Cultura,
fazendo parte da equipe do RA-TIM-BUM.
Desenvolver ilustrações para um livro
didático sempre deu muito trabalho
(até hoje) e então resolvi levar para
o processo de criação e produção
das ilustrações o mesmo processo
utilizado na Maurício
de Sousa Produções.
Na ocasião, os ilustradores eram
vaidosos, do tipo "Fui eu que fiz".
Mas eu logo percebi que uma das
principais necessidades da
editora era a velocidade de produção.
Então resolvi investir neste
diferencial, organizando uma equipe.
Fui muito criticado por causa disso.
Teve gente que ao saber que estava
envolvido com ilustrações de livros
didáticos fazia cara de pena e dizia:
"Quem sabe um dia você
volta para o desenho animado!"
O que eles não sabiam, é que eu havia
começado na área editorial e já
tinha bagagem suficiente para ficar
a frente de um estúdio
voltado para este mercado.
Tony 14 - Obviamente... antas e pentelhos nascem
por todo Universo. Fazer o quê?
Quanto tempo durou esse tipo de trabalho?
Ou seja, ilustrando livros didáticos
e de literatura infantil?
por todo Universo. Fazer o quê?
Quanto tempo durou esse tipo de trabalho?
Ou seja, ilustrando livros didáticos
e de literatura infantil?
Um show de arte e de cores feitas pela Sandrad |
o mercado de livros desde
o início de 1990. Tenho vários livros meus
publicados e, como ilustrador, tenho sido
convidado para participar de obras de
autores consagrados como Ana Maria
Machado, Stella Carr, Flavio de Souza,
Tatiana Belinky, Sylvia Orthof e de
outros autores de renome internacional.
Tony 15 – Só grandes autores de literatura
infantil, só feras...
Que bacana saber disso,
bengala brother... sempre torci
por voce e todos da nossa antiga turma...
Tempos depois, do final do seu primeiro
casamento (a esposa faleceu), você
estava com a sua nova companheira
a Sandra (gente fina), que assumiu seus
filhos numa boa, e que também é uma
excelente profissional da área da animação.
Voces mudaram o estúdio para uma bela casa
no bairro do Jaçanã, se não me engano...
foi boa esta parceria com a Sandrinha?
Muitas finidades? Ou seja, ao meu ver, essa
união só veio a incrementar
ainda mais o estúdio, certo?
Qual era o nome desse novo estúdio,
José Roberto de Carvalho?
infantil, só feras...
Que bacana saber disso,
bengala brother... sempre torci
por voce e todos da nossa antiga turma...
Tempos depois, do final do seu primeiro
casamento (a esposa faleceu), você
estava com a sua nova companheira
a Sandra (gente fina), que assumiu seus
filhos numa boa, e que também é uma
excelente profissional da área da animação.
Voces mudaram o estúdio para uma bela casa
no bairro do Jaçanã, se não me engano...
foi boa esta parceria com a Sandrinha?
Muitas finidades? Ou seja, ao meu ver, essa
união só veio a incrementar
ainda mais o estúdio, certo?
Qual era o nome desse novo estúdio,
José Roberto de Carvalho?
Jotah – O nome do estúdio era JotaSan.
Jota de José (meu primeiro nome) e
San de Sandra. Quando falava-se em
JotaSan, algumas pessoas pensavam
se tratar de algum profissional de origem
japonesa (rsrsrs).
A Sandra sempre foi uma grande
profissional e muito dedicada.
É mais ou menos assim: Eu saio voando
com as idéias e ela me põe no chão
de novo. Eu sou o maluco que vai
desbravando enquanto ela vai organizando
as tralhas que envolvem a profissão.
Como ela teve uma boa experiência como
cenarista de desenhos animados, ela,
além da parte administrativa do estúdio,
também é responsável por manter
um padrão de pintura nas ilustrações.
Tony 15 – Isto é que eu chamo de um
casal perfeito. Parabéns.
Elas sempre se saem melhor
do que nós na administração.
Você sempre foi um bom escriba...
nos tempos da ETF
era eu e você que escrevíamos praticamente
a maioria dos textos das edições.
Esporadicamente o Beto desenvolvia
um ou outro. Naquela época você se
especializou em desenhos infantis,
nem quis saber de anatomia, etc.
Pergunto: Saber escrever bons textos infantis
e ter um desenho dinâmico, nesse segmento,
isto facilitou sua vida, quando enveredou
pelo mercado de livros didáticos?
Ou você encontrou alguma
barreira inicialmente?
casal perfeito. Parabéns.
Elas sempre se saem melhor
do que nós na administração.
Você sempre foi um bom escriba...
nos tempos da ETF
era eu e você que escrevíamos praticamente
a maioria dos textos das edições.
Esporadicamente o Beto desenvolvia
um ou outro. Naquela época você se
especializou em desenhos infantis,
nem quis saber de anatomia, etc.
Pergunto: Saber escrever bons textos infantis
e ter um desenho dinâmico, nesse segmento,
isto facilitou sua vida, quando enveredou
pelo mercado de livros didáticos?
Ou você encontrou alguma
barreira inicialmente?
Jotah - O mercado é carente
de profissionais
que saibam interpretar um texto e de
profissionais que saibam escrever.
Penso que de cada dez profissionais
da nossa área, sete desenham
e três escrevem.
Há muito mais desenhistas
do que escritores.
Não me vejo nem como
um bom escritor
nem como um bom desenhista.
O mercado literário envolve muitas
outras atividades, como:
produção gráfica,
conhecimento das exigências do
MEC, mecanismo de produção,
conhecimento do que se passa com o
mercado e qual é a necessidade do
seu cliente e por aí vai. Penso que
a necessidade me levou a ser um
pouquinho escritor, um pouquinho
desenhista, um pouquinho diretor de
arte, um pouquinho vendedor....
mas acho que, acima de tudo, um
sonhador que aprendeu a
realizar os seus sonhos.
Muita gente sonha, mas
não sabe como realizar
os seus sonhos.
Para desenvolver um mundo lúdico para
as crianças precisa sonhar
como uma criança.
Sei que neste momento muitos
profissionais devem estar lendo isso
e achando pieguice da minha parte,
mas a verdade é que
se você não manter a sua
criança viva dentro de você,
você vira um adulto chato.
Vira um cara que só pensa em dinheiro,
em sistemas e mecanismos.
Tudo isso é necessário, mas não
podemos nunca esquecer que nós
produzimos sonhos.
Se abandonarmos os sonhos, estamos
abandonando a nossa carreira.
Digo isso até mesmo dos desenhos
para livros didáticos. Quem é um pouco
mais velho deve se lembrar muito
bem das figuras da velha e boa cartilha
"Caminho Suave", da Branca Alves de
Lima, a qual tive a honra de
conhecê-la alguns meses
antes de seu falecimento...
de profissionais
que saibam interpretar um texto e de
profissionais que saibam escrever.
Penso que de cada dez profissionais
da nossa área, sete desenham
e três escrevem.
Há muito mais desenhistas
do que escritores.
Não me vejo nem como
um bom escritor
nem como um bom desenhista.
O mercado literário envolve muitas
outras atividades, como:
produção gráfica,
conhecimento das exigências do
MEC, mecanismo de produção,
conhecimento do que se passa com o
mercado e qual é a necessidade do
seu cliente e por aí vai. Penso que
a necessidade me levou a ser um
pouquinho escritor, um pouquinho
desenhista, um pouquinho diretor de
arte, um pouquinho vendedor....
mas acho que, acima de tudo, um
sonhador que aprendeu a
realizar os seus sonhos.
Muita gente sonha, mas
não sabe como realizar
os seus sonhos.
Para desenvolver um mundo lúdico para
as crianças precisa sonhar
como uma criança.
Sei que neste momento muitos
profissionais devem estar lendo isso
e achando pieguice da minha parte,
mas a verdade é que
se você não manter a sua
criança viva dentro de você,
você vira um adulto chato.
Vira um cara que só pensa em dinheiro,
em sistemas e mecanismos.
Tudo isso é necessário, mas não
podemos nunca esquecer que nós
produzimos sonhos.
Se abandonarmos os sonhos, estamos
abandonando a nossa carreira.
Digo isso até mesmo dos desenhos
para livros didáticos. Quem é um pouco
mais velho deve se lembrar muito
bem das figuras da velha e boa cartilha
"Caminho Suave", da Branca Alves de
Lima, a qual tive a honra de
conhecê-la alguns meses
antes de seu falecimento...
Jotah também é excelente escritor |
tornou o sonho dela uma grande e
maravilhosa realidade, sem perder o lado
infantil, sonhador? Concordo...
e assino embaixo de tudo o que você falou.
Não basta apenas ser um desenhista ou escritor.
É preciso, antes de tudo, conhecer
o mercado em que você atua ou vai atuar.
E, de fato, faltam bons escritores.
Do que vale um bom desenho, sem um bom texto?
Nada. Vivo apregoando isto... “Caminho Suave”,
quem não conheceu? Dizem que a autora
foi uma professora que ficou rica
e que acabou montando sua
própria editora e gráfica.
Não tive a honra de conhecer
esta mulher genial.
Do que vale um bom desenho, sem um bom texto?
Nada. Vivo apregoando isto... “Caminho Suave”,
quem não conheceu? Dizem que a autora
foi uma professora que ficou rica
e que acabou montando sua
própria editora e gráfica.
Não tive a honra de conhecer
esta mulher genial.
Seguindo em frente...
Hoje, você é um ilustrador e autor reconhecido
no meio editorial literário destinado parta crianças.
Você sabe dizer, quantos livros já ilustrou?
Quantos já escreve
e quais os prêmios que ganhou?
Jotah - Entre didáticos, paradidáticos e de
literatura são mais de trezentas obras
ilustradas de grandes autores nacionais
e internacionais. Publiquei uns quatorze
livros, sendo o último ZECA CATATRECOS
um sucesso para
os moldes brasileiros.
Este livro já está indo para a sétima edição
num período de pouco mais de dois anos.
Por causa dele, fui convidado a participar do
maior evento literário do Brasil, uma
jornada literária que acontece lá em
Passo Fundo no Rio Grande do Sul.
Conversei com muitas crianças.
O evento reuniu mais de oito mil
crianças e estive ao lado de autores e
ilustradores maravilhosos como
Ignácio de Loyola, Pedro Bandeira
e tantos outros. Lá recebi o troféu Vasco
Prado, pelo Castelo Ra-Tim- Bum
(TV 2 Cultura), recebemos também
a Medalha de Ouro de New York,
prêmio Shell e tantos outros.
Vários livros que assino a direção das
ilustrações ganharam o selo PNLD,
já fomos indicados ao Jabuti e por aí vai.
Mas eu não me preocupo com isso.
A única coisa que muitas pessoas me
perguntam é sobre o gibi que publiquei
na Abril - A Turma do Barulho, que foi
uma revolução na época e até hoje
nunca foi lembrada pelos colegas
responsáveis pelas homenagens no
mercado de quadrinhos.
Falo isso não por mim, mas pelo
trabalho apresentado ao público naquele
período e pelos grandes profissionais
que tornaram possíveis a realização
de um ano de publicação.
Hoje, você é um ilustrador e autor reconhecido
no meio editorial literário destinado parta crianças.
Você sabe dizer, quantos livros já ilustrou?
Quantos já escreve
e quais os prêmios que ganhou?
Jotah - Entre didáticos, paradidáticos e de
literatura são mais de trezentas obras
ilustradas de grandes autores nacionais
e internacionais. Publiquei uns quatorze
livros, sendo o último ZECA CATATRECOS
um sucesso para
os moldes brasileiros.
Este livro já está indo para a sétima edição
num período de pouco mais de dois anos.
Por causa dele, fui convidado a participar do
maior evento literário do Brasil, uma
jornada literária que acontece lá em
Passo Fundo no Rio Grande do Sul.
Conversei com muitas crianças.
O evento reuniu mais de oito mil
crianças e estive ao lado de autores e
ilustradores maravilhosos como
Ignácio de Loyola, Pedro Bandeira
e tantos outros. Lá recebi o troféu Vasco
Prado, pelo Castelo Ra-Tim- Bum
(TV 2 Cultura), recebemos também
a Medalha de Ouro de New York,
prêmio Shell e tantos outros.
Vários livros que assino a direção das
ilustrações ganharam o selo PNLD,
já fomos indicados ao Jabuti e por aí vai.
Mas eu não me preocupo com isso.
A única coisa que muitas pessoas me
perguntam é sobre o gibi que publiquei
na Abril - A Turma do Barulho, que foi
uma revolução na época e até hoje
nunca foi lembrada pelos colegas
responsáveis pelas homenagens no
mercado de quadrinhos.
Falo isso não por mim, mas pelo
trabalho apresentado ao público naquele
período e pelos grandes profissionais
que tornaram possíveis a realização
de um ano de publicação.
Brinquedoteca Jotah, foi uma homenagem feita ao autor |
Tony 17 – Parabéns por estas belas conquistas.
Fiquei super feliz, por voces, pode acreditar.
Saber que você batalhou muito
e hoje taí, firme, é uma grande satisfação, bengala friend.
Quanto a Turma do Barulho, de fato, foi um ato
heróico publicá-la durante um bom tempo pela
Abril e uma puta sacanagem esta sua obra
não ser citada ou homenageada.
Merece um Bigorna, um Angelo Agostini e por aí afora...
vamos falar, na sequência sobre a Turma do Barulho...
Quero saber uma coisa... antigam
ente você assinava seus trabalhos como "Jotacê",
tempos depois começou a assinar Jotah e Sany, OK?
Esse "Jotah" diferente, tem algo a ver
com supertição ou numerologia?
Fiquei super feliz, por voces, pode acreditar.
Saber que você batalhou muito
e hoje taí, firme, é uma grande satisfação, bengala friend.
Quanto a Turma do Barulho, de fato, foi um ato
heróico publicá-la durante um bom tempo pela
Abril e uma puta sacanagem esta sua obra
não ser citada ou homenageada.
Merece um Bigorna, um Angelo Agostini e por aí afora...
vamos falar, na sequência sobre a Turma do Barulho...
Quero saber uma coisa... antigam
ente você assinava seus trabalhos como "Jotacê",
tempos depois começou a assinar Jotah e Sany, OK?
Esse "Jotah" diferente, tem algo a ver
com supertição ou numerologia?
Jotah - Como vê, eu não dou muita atenção
nesse negócio de manter
uma única assinatura.
Até “Família Jóta” eu já assinei .
Esse "H" aí no final começou com uma
brincadeira com uns amigos de profissão.
Estávamos com um livro que tratava de
numerologia e começamos a brincar.
Nenhum de nós levávamos
a sério o conteúdo.
Mas, resolvemos fazer a numerologia
de cada um pra ver se batia alguma coisa.
Então fiz a numerologia do pseudônimo
Jota ( sem o "H") e deu que eu deveria
acrescentar um "H". Como eu nunca
me importei com esse negócio de ir
mantendo a mesma assinatura,
coloquei o tal do "H" no final do apelido.
Resultado: Começou a chover serviço.
Se o "H" tem alguma coisa a ver com isso?
Não sei e nem penso nisso.
Se temos muito trabalho é por que nosso
trabalho não é tão ruim assim, é por que
temos credibilidade, dedicação
e zêlo pelo que fazemos.
Tony 18 – Genial... deu certo... (Rsss...).
Quer dizer que, por acaso, a coisa funcionou...
eu sabia que tinha algo a ver com numerologia,
apesar de não acreditarmos muito nessas coisas...
De todo pessoal que passou pelo meu
estúdio você foi um dos mais prolíficos na área
editorial e conseguiu um milagre: fechar um
contrato com a editora Abril para fazer um gibi da
Turma da Nani - personagem que também
editei nos tempos da minha editora (Phenix),
em forma de revistas de atividades.
Como e quando começou esta negociação?
Quanto tempo demorou para fechar o negócio,
com a poderosa editora Abril?
Quer dizer que, por acaso, a coisa funcionou...
eu sabia que tinha algo a ver com numerologia,
apesar de não acreditarmos muito nessas coisas...
De todo pessoal que passou pelo meu
estúdio você foi um dos mais prolíficos na área
editorial e conseguiu um milagre: fechar um
contrato com a editora Abril para fazer um gibi da
Turma da Nani - personagem que também
editei nos tempos da minha editora (Phenix),
em forma de revistas de atividades.
Como e quando começou esta negociação?
Quanto tempo demorou para fechar o negócio,
com a poderosa editora Abril?
Jotah - Bem...Realmente você está correto
quando fala da Turma do Barulho como T
urma da Nani, que são a versão
bem infantil dos meus personagens
que publiquei através da sua editora.
Mas depois, os personagens (que são
os mesmos) ganharam uma maquiagem
nova, ficaram mais irreverentes,
menos infantis e mais malucos.
Levei quatro anos antes de fechar o
contrato com a Abril. Meu primeiro
contato foi pelas vias "normais" e
entreguei o projeto para um velho "amigo "
nosso, na época, diretor de arte de lá.
Este velho "amigo" lavou às mãos
entregando para uma
senhora responsável
pelos novos projetos para ela fazer
uma avaliação. Quando fui buscar
a resposta, encontrei a mesma no
elevador que sorriu pra mim, me
abraçou e empolgadamente me
desejou boa sorte e disse
que tudo ia dar certo.
Quando cheguei à mesa do nosso "amigo"
(mais uma vez, prefiro não dizer o nome,
senão o capeta vem) fui muito bem tratado,
com sorrisos, cafézinho e tudo mais.
Foi quando alguém o chamou em outra
sala e ele saiu. Então, vi um memorando
sobre a mesa dele falando a respeito
do meu projeto. Só pra você ter uma
idéia até onde vai a falsidade...
aquela mesma senhora que sorriu
no elevador e me desejou boa sorte
havia colocado as suas considerações
naquele memorando que estava
sobre a mesa e eu li.
Ela metia o pau no trabalho, dizia que
era neurótico, que não servia pra nada.
É claro que lá naquele memorando
também estavam as considerações
do nosso "amigo" que acabara de sair
da sala, que diziam:
" Concordo com tudo isso.
Este trabalho é impublicável!" -
É isso aí, Tony... é meus
amigos, web-leitores...
Com "amigos" como este,
ninguém precisa de inimigos.
quando fala da Turma do Barulho como T
urma da Nani, que são a versão
bem infantil dos meus personagens
que publiquei através da sua editora.
Mas depois, os personagens (que são
os mesmos) ganharam uma maquiagem
nova, ficaram mais irreverentes,
menos infantis e mais malucos.
Levei quatro anos antes de fechar o
contrato com a Abril. Meu primeiro
contato foi pelas vias "normais" e
entreguei o projeto para um velho "amigo "
nosso, na época, diretor de arte de lá.
Este velho "amigo" lavou às mãos
entregando para uma
senhora responsável
pelos novos projetos para ela fazer
uma avaliação. Quando fui buscar
a resposta, encontrei a mesma no
elevador que sorriu pra mim, me
abraçou e empolgadamente me
desejou boa sorte e disse
que tudo ia dar certo.
Quando cheguei à mesa do nosso "amigo"
(mais uma vez, prefiro não dizer o nome,
senão o capeta vem) fui muito bem tratado,
com sorrisos, cafézinho e tudo mais.
Foi quando alguém o chamou em outra
sala e ele saiu. Então, vi um memorando
sobre a mesa dele falando a respeito
do meu projeto. Só pra você ter uma
idéia até onde vai a falsidade...
aquela mesma senhora que sorriu
no elevador e me desejou boa sorte
havia colocado as suas considerações
naquele memorando que estava
sobre a mesa e eu li.
Ela metia o pau no trabalho, dizia que
era neurótico, que não servia pra nada.
É claro que lá naquele memorando
também estavam as considerações
do nosso "amigo" que acabara de sair
da sala, que diziam:
" Concordo com tudo isso.
Este trabalho é impublicável!" -
É isso aí, Tony... é meus
amigos, web-leitores...
Com "amigos" como este,
ninguém precisa de inimigos.
Então, tive a idéia de enviar o material
direto para a presidência da Abril,
que estava sobre os
cuidados do Sr. Ike Zarmate.
Ele olhou e se interessou.
Pediu que a Sra. Elizabeth Del Fiore,
editora chefe, avaliasse o material, que
também gostou.
Como o projeto voltou a ser apresentado
de cima para baixo, o nosso "amigo"
e a nossa "amiga" tiveram que engolir.
Mesmo assim, detonaram com a
capa da ed. # 1.
Modificaram palavras de efeitos junto
aos leitores enfraquecendo nossos roteiros.
Por exemplo, sugeriram: “Não use o
termo BABACA pois é um palavrão.”
E por fim, publicaram os quadrinhos da
Turma do Barulho num papel que não
estava no contrato, deixando as cores,
inclusive da pele, super escuras.
Acabaram com o produto. Quando vi o gibi,
disseram (a turma do baixo escalão) :
"- Puxa! Você viu o que aconteceu?
Desculpe-nos!" -
Eles deviam é ter sido
processados, isso sim.
direto para a presidência da Abril,
que estava sobre os
cuidados do Sr. Ike Zarmate.
Ele olhou e se interessou.
Pediu que a Sra. Elizabeth Del Fiore,
editora chefe, avaliasse o material, que
também gostou.
Como o projeto voltou a ser apresentado
de cima para baixo, o nosso "amigo"
e a nossa "amiga" tiveram que engolir.
Mesmo assim, detonaram com a
capa da ed. # 1.
Modificaram palavras de efeitos junto
aos leitores enfraquecendo nossos roteiros.
Por exemplo, sugeriram: “Não use o
termo BABACA pois é um palavrão.”
E por fim, publicaram os quadrinhos da
Turma do Barulho num papel que não
estava no contrato, deixando as cores,
inclusive da pele, super escuras.
Acabaram com o produto. Quando vi o gibi,
disseram (a turma do baixo escalão) :
"- Puxa! Você viu o que aconteceu?
Desculpe-nos!" -
Eles deviam é ter sido
processados, isso sim.
Tony 19 – Grande “amigo da onça” foi
esse nosso “amigo”, hein? Tô fora
desse tipo de amizade.
Prefiro os inimigos... (Rsss...).
Na verdade, a maioria desses diretoreszinhos
de merda da Abril tinham inveja de
quem chegava de fora com um bom projeto.
Conheci muita gente que tava lá,
num bom emprego, num grande
cargo, mas frustrado.
Porque não conseguia publicar seus
próprios personagens na Abril.
A verdade é uma só:
muita gente que desenhava bateu
na porta da Abril, arrumou emprego,
na esperança de conseguir publicar
um dia os seus personagens.
E muitos morreram frustrados fazendo
Disney.O próprio Igayara disse isso para
mim e o Gedeone, diversas vezes.
O Iga, como outros, era um desenhista.
Todos, eram doidos para publicar seus
personagens. Viraram poderosos
chefões, altos salários, etc.
Mas, estavam, no fundo, frustrados.
Muitos desses chefes odiavam o Mauricio.
Tenho certeza pois, ele, que vinha
de fora conseguia publicar lá e os
bambambans lá de dentro - feras no traço -,
apesar do elevado cargo -, só conseguiam
fazer capas pras edições Disneys.
esse nosso “amigo”, hein? Tô fora
desse tipo de amizade.
Prefiro os inimigos... (Rsss...).
Na verdade, a maioria desses diretoreszinhos
de merda da Abril tinham inveja de
quem chegava de fora com um bom projeto.
Conheci muita gente que tava lá,
num bom emprego, num grande
cargo, mas frustrado.
Porque não conseguia publicar seus
próprios personagens na Abril.
A verdade é uma só:
muita gente que desenhava bateu
na porta da Abril, arrumou emprego,
na esperança de conseguir publicar
um dia os seus personagens.
E muitos morreram frustrados fazendo
Disney.O próprio Igayara disse isso para
mim e o Gedeone, diversas vezes.
O Iga, como outros, era um desenhista.
Todos, eram doidos para publicar seus
personagens. Viraram poderosos
chefões, altos salários, etc.
Mas, estavam, no fundo, frustrados.
Muitos desses chefes odiavam o Mauricio.
Tenho certeza pois, ele, que vinha
de fora conseguia publicar lá e os
bambambans lá de dentro - feras no traço -,
apesar do elevado cargo -, só conseguiam
fazer capas pras edições Disneys.
Um dos poucos que conseguiu publicar
por lá foi o Primaggio (Sacarolha),
que também depois foi pro saco, não
sei porque. Daí o Primaggio também foi
promovido a chefe, por sua competência
e larga experiência no ramo, é claro.
Por fim, ele também virou chefe e nunca
mais editou seu simpático
personagem pela Abril.
Uma hora preciso entrevistá-lo...
esse bengala friend italiano deve ter
muitas boas histórias para contar... (Rsss...).
Mas, falando, outra vez, dos diretores\Abril...
eles também tinham (ou têm) é um
puta cagaço de perder o “empreguinho”.
Você tem idéia de qual foi a tiragem
feita pela Abril, da Turma do Barulho?
por lá foi o Primaggio (Sacarolha),
que também depois foi pro saco, não
sei porque. Daí o Primaggio também foi
promovido a chefe, por sua competência
e larga experiência no ramo, é claro.
Por fim, ele também virou chefe e nunca
mais editou seu simpático
personagem pela Abril.
Uma hora preciso entrevistá-lo...
esse bengala friend italiano deve ter
muitas boas histórias para contar... (Rsss...).
Mas, falando, outra vez, dos diretores\Abril...
eles também tinham (ou têm) é um
puta cagaço de perder o “empreguinho”.
Você tem idéia de qual foi a tiragem
feita pela Abril, da Turma do Barulho?
Jotah - Sei lá... acho que 20 mil.
Quando interromperam o contrato
alegando baixas vendas (só foram
descobrir isso depois da quinta edição),
pedi que um advogado levantasse
a quantidade de encalhe. Afinal, se não
vendeu, as revistas tinham que estar
lá no depósito, no controle de encalhe
para ir pras aparas de papel.
O advogado foi e voltou dizendo:
"Desculpe-me, mas não posso
pegar o seu caso!"
Quando interromperam o contrato
alegando baixas vendas (só foram
descobrir isso depois da quinta edição),
pedi que um advogado levantasse
a quantidade de encalhe. Afinal, se não
vendeu, as revistas tinham que estar
lá no depósito, no controle de encalhe
para ir pras aparas de papel.
O advogado foi e voltou dizendo:
"Desculpe-me, mas não posso
pegar o seu caso!"
Tony 20 – Talvez você não saiba, mas o
fechamento da edição 1 só ocorre
depois de 120 d\data de lançamento.
Portanto, só na quinta edição se tem
notícia do investimento que
foi feito às escuras.
Não te enrolaram, não. Mas, no mínimo,
compraram seu advogado... é o poder
do capitalismo, meu caro bengala brother.
Porém, de qualquer forma,
você foi um herói... fechar
com eles não é fácil, sei disso...
Uma vez deixei o Buana
Savana lá para avaliarem o produto.
Um ano depois, me chamaram
e disseram que o gibi era
ótimo, maravilhoso, mas que estavam
investindo num novo produto.
Uma espécie de edição do Veja para
crianças... (Rsss...). Que já deve ter fechado
há tempos. Sempre arrumam uma desculpa.
Não era melhor dizerem: "Cara não gostamos!"
A verdade é que ninguém quer aprovar
algo duvidoso e por seu emprego em risco.
Acha que vão confessar isso? (Rsss...).
Pergunto... Quantas edições foram
lançadas desses seus personagens,
pela Abril? Por que parou?
fechamento da edição 1 só ocorre
depois de 120 d\data de lançamento.
Portanto, só na quinta edição se tem
notícia do investimento que
foi feito às escuras.
Não te enrolaram, não. Mas, no mínimo,
compraram seu advogado... é o poder
do capitalismo, meu caro bengala brother.
Porém, de qualquer forma,
você foi um herói... fechar
com eles não é fácil, sei disso...
Uma vez deixei o Buana
Savana lá para avaliarem o produto.
Um ano depois, me chamaram
e disseram que o gibi era
ótimo, maravilhoso, mas que estavam
investindo num novo produto.
Uma espécie de edição do Veja para
crianças... (Rsss...). Que já deve ter fechado
há tempos. Sempre arrumam uma desculpa.
Não era melhor dizerem: "Cara não gostamos!"
A verdade é que ninguém quer aprovar
algo duvidoso e por seu emprego em risco.
Acha que vão confessar isso? (Rsss...).
Pergunto... Quantas edições foram
lançadas desses seus personagens,
pela Abril? Por que parou?
Jotah - Pela Abril foi até a edição # 5,
parou porque alegaram
baixas vendas, como já disse.
parou porque alegaram
baixas vendas, como já disse.
Tony 21 - É mesmo... tô aqui "moscando"...
desculpe-me... algo À acrescentar
sobre o caso Abril? "O caso Abril"...
Isto dá um bom título de história policia...(Rsss...).
desculpe-me... algo À acrescentar
sobre o caso Abril? "O caso Abril"...
Isto dá um bom título de história policia...(Rsss...).
Belo tarço, ótimos personagens. |
Na época tínhamos um contrato com
uma importante agência de licenciamento.
Na reunião a dona disse:-" Temos que interromper
o seu contrato, mas não posso lhe
dizer porque. Quero que saiba
que o seu trabalho é muito bom
e está incomodando muita gente grande.
É só o que eu posso te falar.”
Tony 22 – "Incomodando muita gente grande?"
Hmmm... Agência grande? Character, por acaso?
Já trabalhei com eles... faziam licenciamento
dos personagens da DC para
merchandising, aqui no país...
Helen Fakur, se não me engano...
ela virou a “chefa” quando o marido faleceu
e foi fazer licenciamento para Abril.
Aposto que era ela... (Rsss...).
Já "rodei" muito por aí...
conheço muita gente... boa e ruim...
Nada contra a dona Helen.
Quer dizer que o trabalho era
bom, mas por estar incomodando “muita gente”
cancelaram o contrato... eu sabia que
tinha o “dedinho de alguém” por trás
de toda esta história. Mas, de qualquer jeito,
foi um grande feito seu. Parabéns.
Vibrei com esta sua conquista.
Naquela época, a Abril tinha perdido a
Turma da Mônica, para a editora Globo.
Esses gibis eram os "carros chefes" da
divisão Infanto-Juvenil da poderosa editora.
Mauricio vendia mais do que Disney.
Com a saída do Maurício, a Abril teve um
rombo em seu faturamento (de 40%,
afirmam alguns), buscava incessantemente
alguém que pudesse substituí-lo, principalmente,
que pudesse lançar produtos que obtivessem
boas vendas. Mera utopia... (Rsss...).
Pelés e Ronaldos não nascem a toda hora...
Quando a sua revista parou, eles alegaram só
o que você mencionou anteriormente?
Quer dizer, não ouve uma
outra explicação plausível?
Hmmm... Agência grande? Character, por acaso?
Já trabalhei com eles... faziam licenciamento
dos personagens da DC para
merchandising, aqui no país...
Helen Fakur, se não me engano...
ela virou a “chefa” quando o marido faleceu
e foi fazer licenciamento para Abril.
Aposto que era ela... (Rsss...).
Já "rodei" muito por aí...
conheço muita gente... boa e ruim...
Nada contra a dona Helen.
Quer dizer que o trabalho era
bom, mas por estar incomodando “muita gente”
cancelaram o contrato... eu sabia que
tinha o “dedinho de alguém” por trás
de toda esta história. Mas, de qualquer jeito,
foi um grande feito seu. Parabéns.
Vibrei com esta sua conquista.
Naquela época, a Abril tinha perdido a
Turma da Mônica, para a editora Globo.
Esses gibis eram os "carros chefes" da
divisão Infanto-Juvenil da poderosa editora.
Mauricio vendia mais do que Disney.
Com a saída do Maurício, a Abril teve um
rombo em seu faturamento (de 40%,
afirmam alguns), buscava incessantemente
alguém que pudesse substituí-lo, principalmente,
que pudesse lançar produtos que obtivessem
boas vendas. Mera utopia... (Rsss...).
Pelés e Ronaldos não nascem a toda hora...
Quando a sua revista parou, eles alegaram só
o que você mencionou anteriormente?
Quer dizer, não ouve uma
outra explicação plausível?
Jotah - Como disse, apesar da Turma do
Barulho ter sido um acontecimento
naquele ano (década de 90), e até hoje
ser lembrada, alegaram vendas
baixas, o que eu não pude comprovar
nem mesmo colocando um advogado
para verificar os dados apresentados,
como te disse.
Dizem as más-línguas
que alguém, não se sabe quem, andou
usando a sua influência para interromper
as publicações. Mas, para mim, tudo isso
é lenda que faz parte do universo
dos quadrinhos. O fato é que a
Turma do Barulho trouxe para o
mercado uma nova forma de fazer
quadrinhos para crianças. Roteiros,
diagramação, desenhos e cores
super modernas.
Só muitos anos depois, a Cartoon
Network foi passar algo semelhante
na televisão.
Até hoje, a Turma do Barulho é
super atual e não
deve nada para os enlatados.
Barulho ter sido um acontecimento
naquele ano (década de 90), e até hoje
ser lembrada, alegaram vendas
baixas, o que eu não pude comprovar
nem mesmo colocando um advogado
para verificar os dados apresentados,
como te disse.
Dizem as más-línguas
que alguém, não se sabe quem, andou
usando a sua influência para interromper
as publicações. Mas, para mim, tudo isso
é lenda que faz parte do universo
dos quadrinhos. O fato é que a
Turma do Barulho trouxe para o
mercado uma nova forma de fazer
quadrinhos para crianças. Roteiros,
diagramação, desenhos e cores
super modernas.
Só muitos anos depois, a Cartoon
Network foi passar algo semelhante
na televisão.
Até hoje, a Turma do Barulho é
super atual e não
deve nada para os enlatados.
Tony 23 – Também acho que a linguagem usada
por você era diferente daquilo que existia
no mercado... A Turma do barulho também era
uma nova e boa opção para a garotada.
Além dos seus personagens, bem antes, a
editora Abril já havia lançado outros autores,
que não passavam da ed. # 1 ou 3.
Você foi o único que deu certo, ao
menos por um período maior.
A que você atribui esse relativo sucesso?
por você era diferente daquilo que existia
no mercado... A Turma do barulho também era
uma nova e boa opção para a garotada.
Além dos seus personagens, bem antes, a
editora Abril já havia lançado outros autores,
que não passavam da ed. # 1 ou 3.
Você foi o único que deu certo, ao
menos por um período maior.
A que você atribui esse relativo sucesso?
Ilustrações para livros infantis |
igual para igual, eu acho.
A criança não suportava mais as
palavras em diminutivos, tipo:
"inho", "inha" e por aí vai. Nem aguentavam
mais aqueles jargões americanos
do tipo "Com mil trovões!"
As crianças começavam a andar de tênis,
tinham suas gírias, usavam camisetas
e andavam de skate e não mais de
carrinho de rolemã.
Os personagens da Turma do Barulho
foram os primeiros a pintar os cabelos,
a usar moikano e bagunçavam na escola.
Eles não eram politicamente corretos,
muito embora não fossem marginais.
Eles refletiam as mudanças que
estavam acontecendo com a garotada
e que hoje se consumou o que vínhamos
apresentando há anos.
É só olhar em volta e ver que a garotada
de hoje parecem personagens da
Turma do Barulho, no vestir e no
comportamento.
E eu, não me orgulho nenhum
um pouco disso.
Preferia que comportamentos como os
da Turma do Barulho ficassem apenas no gibi.
tinham suas gírias, usavam camisetas
e andavam de skate e não mais de
carrinho de rolemã.
Os personagens da Turma do Barulho
foram os primeiros a pintar os cabelos,
a usar moikano e bagunçavam na escola.
Eles não eram politicamente corretos,
muito embora não fossem marginais.
Eles refletiam as mudanças que
estavam acontecendo com a garotada
e que hoje se consumou o que vínhamos
apresentando há anos.
É só olhar em volta e ver que a garotada
de hoje parecem personagens da
Turma do Barulho, no vestir e no
comportamento.
E eu, não me orgulho nenhum
um pouco disso.
Preferia que comportamentos como os
da Turma do Barulho ficassem apenas no gibi.
Tony 24 – De fato, o mundo mudou, as crianças
não são como nós éramos antigamente:
babacas... (rsss...). A série criada por você
registrou a mudança de comportamento
que a garotada estava passando...
mostrava o lado real do mundo infantil...
antevia o que hoje está por aí. O gibi era
de vanguarda, eu acho... (Rsss...).
Me lembro bem, que quando a Abril parou
de lançar a Turma do Barulho você
fechou com outra editora, que decidiu continuar
lançando o produto.
Qual era o nome dessa editora
e qual foi a proposta deles?
não são como nós éramos antigamente:
babacas... (rsss...). A série criada por você
registrou a mudança de comportamento
que a garotada estava passando...
mostrava o lado real do mundo infantil...
antevia o que hoje está por aí. O gibi era
de vanguarda, eu acho... (Rsss...).
Me lembro bem, que quando a Abril parou
de lançar a Turma do Barulho você
fechou com outra editora, que decidiu continuar
lançando o produto.
Qual era o nome dessa editora
e qual foi a proposta deles?
Jotah - Voltamos a publicar, imediatamente,
pela Press Editorial. Publicamos mais
seis números com eles
Mas, como sabe, na época, quem
mandava eram as grandes...
Tony 25 - Nada mudou... continuam
ditando as normas...
ditando as normas...
Jotah - ...e eu tinha acabado de
sair de uma delas.
Já estava “escrito nas estrelas”
que não iríamos muito longe.
De qualquer maneira, entre uma
editora e outra, a Turma do Barulho
acabou ficando um ano no mercado e,
até onde sei, marcou
época e deixou saudades.
sair de uma delas.
Já estava “escrito nas estrelas”
que não iríamos muito longe.
De qualquer maneira, entre uma
editora e outra, a Turma do Barulho
acabou ficando um ano no mercado e,
até onde sei, marcou
época e deixou saudades.
Tony 26 – Com certeza... se não me
engano devo
ter guardado até hoje um exemplar...
acho que A Turma do Barulho e o Pequeno
Ninja (criado por mim e o Felipe), foram, de
fato, os únicos produtos de HQs infantis
que mais duraram nas bancas, nos últimos anos,
depois das revistas do "chefe" (Mauricio e a
Turma da Mônica).Você não acha que falta
novidade, atualmente, nesse segmento?
Houve algumas tentativas,
que não deram certo...
engano devo
ter guardado até hoje um exemplar...
acho que A Turma do Barulho e o Pequeno
Ninja (criado por mim e o Felipe), foram, de
fato, os únicos produtos de HQs infantis
que mais duraram nas bancas, nos últimos anos,
depois das revistas do "chefe" (Mauricio e a
Turma da Mônica).Você não acha que falta
novidade, atualmente, nesse segmento?
Houve algumas tentativas,
que não deram certo...
Jotah – Novidade... esta é a palavra
que deve
estar na cabeça de quem cria.
Mas o quadrinho nacional
não esbarra
no problema da criação.
Os quadrinhos esbarram no
velho problema da distribuição.
que deve
estar na cabeça de quem cria.
Mas o quadrinho nacional
não esbarra
no problema da criação.
Os quadrinhos esbarram no
velho problema da distribuição.
Tony 27 – Concordo que a má distribuição é
um problema grave. Mas, isto também
acontece devido as chamadas "tiragens
neutras" dos pequenos e médios editores.
(tiragens abaixo de 50 mil exemplares).
Também acho que o maior, de todos os
problemas, é a cabeça da maioria dos
editores, que relutam em lançar algo novo,
diferente. A maioria se limita a publicar
o que aparece na TV ou em copiar que o
concorrente fez e que deu certo.
Responda-me, com sinceridade...
Você se decepcionou com as HQs, ou um
dia pretende a voltar a lançar
seus carismáticos personagens?
um problema grave. Mas, isto também
acontece devido as chamadas "tiragens
neutras" dos pequenos e médios editores.
(tiragens abaixo de 50 mil exemplares).
Também acho que o maior, de todos os
problemas, é a cabeça da maioria dos
editores, que relutam em lançar algo novo,
diferente. A maioria se limita a publicar
o que aparece na TV ou em copiar que o
concorrente fez e que deu certo.
Responda-me, com sinceridade...
Você se decepcionou com as HQs, ou um
dia pretende a voltar a lançar
seus carismáticos personagens?
Jotah - O mercado de quadrinhos decepciona
qualquer um. Quem, menos ganha
dinheiro com quadrinhos, é justamente
quem faz.
O artista é o mais mal pago em todo
o processo, mesmo aqueles que
trabalham pra grandes editores
gringos ou nacionais. Se um dia
voltar a fazer quadrinhos,
penso no formato álbum.
qualquer um. Quem, menos ganha
dinheiro com quadrinhos, é justamente
quem faz.
O artista é o mais mal pago em todo
o processo, mesmo aqueles que
trabalham pra grandes editores
gringos ou nacionais. Se um dia
voltar a fazer quadrinhos,
penso no formato álbum.
Já tenho um projeto em mente.
Mas não tenho
pressa nenhuma em publicá-lo.
Mas não tenho
pressa nenhuma em publicá-lo.
Tony 28 – Na verdade, você está certo...
somos aqueles que menos ganham em
todo o processo... e o gozado, sem nós,
que criamos a matéria prima, ninguém
ganharia porra nenhuma...
a maioria dos autores
não imagina o batalhão de gente que ganha
por trás de um novo lançamento...
papeleiros, gráficas, transportadoras,
distribuidores regionais, jornaleiros, etc...
esta indústria movimenta milhões.
Mas, isto é uma outra história
que fica pra uma outra vez...
Geração 2000 - Este era o título de uma
publicação lançada pela LBV (Legião da
Boa Vontade), imprimi muitas revistas
na gráfica deles no tempo da Phenix.
Geração 200 era destinada às crianças -,
no qual saia também seus personagens.
Foi você que criou este título?
Como e quando você conseguiu começar
a publicar este título bastante
conhecido? Dá pra lembrar?
somos aqueles que menos ganham em
todo o processo... e o gozado, sem nós,
que criamos a matéria prima, ninguém
ganharia porra nenhuma...
a maioria dos autores
não imagina o batalhão de gente que ganha
por trás de um novo lançamento...
papeleiros, gráficas, transportadoras,
distribuidores regionais, jornaleiros, etc...
esta indústria movimenta milhões.
Mas, isto é uma outra história
que fica pra uma outra vez...
Geração 2000 - Este era o título de uma
publicação lançada pela LBV (Legião da
Boa Vontade), imprimi muitas revistas
na gráfica deles no tempo da Phenix.
Geração 200 era destinada às crianças -,
no qual saia também seus personagens.
Foi você que criou este título?
Como e quando você conseguiu começar
a publicar este título bastante
conhecido? Dá pra lembrar?
Jotah - Puxa, cara.... faz tempo.
A Geração 2000, Os Defensores da Paz,
foi publicada durante cinco anos, o
que não é pouco para uma revista nacional.
As histórias trabalhavam temas
educativos de forma
bem alegre e divertida. Falávamos sobre
meio ambiente, relacionamentos
familiares, etc.
Ela parou por que a empresa queria
os direitos autorais, tentamos negociar,
mas não chegamos a um consenso.
Tony 29 - Quantos exemplares você, ou
você e sua equipe, chegaram a fazer
da Geração 2000? Tem idéia da tiragem
desse produto, desta famosa entidade filantrópica,
comandada pelo Paiva Neto?
Jotah - Acho que eram 5.000 exemplares...
não tenho certeza.
você e sua equipe, chegaram a fazer
da Geração 2000? Tem idéia da tiragem
desse produto, desta famosa entidade filantrópica,
comandada pelo Paiva Neto?
Jotah - Acho que eram 5.000 exemplares...
não tenho certeza.
Tony 30 - A LBV sempre teve uma
grande infraestrutura,
como: gráfica, fotolito, editora, estúdio de
gravação e até uma emissora de rádio e TV.
Você chegou a usufluir disso,
pra divulgar seus personagens?
grande infraestrutura,
como: gráfica, fotolito, editora, estúdio de
gravação e até uma emissora de rádio e TV.
Você chegou a usufluir disso,
pra divulgar seus personagens?
Jotah - Sim. Os espaços na mídia
eram concorridos
pelos vários setores que integravam
o instituto, mas sempre tivemos as
portas abertas, na medida do possível,
para fazer a divulgação da revista.
Tony 31 - Qual era exatamente o conteúdo
da revista Geração 2000?
da revista Geração 2000?
Jotah – Já disse... variedades de
cunho educativo,
incluindo os quadrinhos.
cunho educativo,
incluindo os quadrinhos.
Tony 32 – Com certeza, “viagei na maionese”,
outra vez. Desculpe-me... é a idade (Rsss...).
Mas, você não
tinha falado nada sobre quadrinhos.
Então, ela valeu.
Atualmente, o que voces andam
produzindo no seu estúdio?
outra vez. Desculpe-me... é a idade (Rsss...).
Mas, você não
tinha falado nada sobre quadrinhos.
Então, ela valeu.
Atualmente, o que voces andam
produzindo no seu estúdio?
Jotah - Ilustrações infantis
para livros didáticos,
paradidáticos e literatura infantil.
De vez em quando acabo escrevendo
e publico algum livro.
Neste sentido estou com
dois contratos assinados,
mas ainda não tive tempo de começar
a ilustrar os textos.
Estamos cuidando mesmo é da produção
junto as grandes editoras.
Tony 33 - Quantos colaboradores
trabalham com você e
a Sandrinha?
trabalham com você e
a Sandrinha?
Jotah - Quatro. A Lilia, o Otávio, O Peterson,
o Jonas e o Pedro.
Mais do que colaboradores,
para mim, são amigos.
Pelo menos acho que são... (rsrsrs)...
o Jonas e o Pedro.
Mais do que colaboradores,
para mim, são amigos.
Pelo menos acho que são... (rsrsrs)...
Tony 34 - Tem um filho seu que também
trabalhou no Maurício, certo? Ele também
desenha, puxou pro pai? Ainda está por lá?
trabalhou no Maurício, certo? Ele também
desenha, puxou pro pai? Ainda está por lá?
Jotah - É o Diego. Ele não desenha nada,
mas é muito bom de vendas.
Já participou de várias reuniões comigo,
já abriu vendas e eventos nas escolas.
Atualmente está trabalhando na editora
FTD, no atendimento aos professores.
E tem a Roberta, minha filha.
Ela é ilustradora, com 10 livros publicados.
Ela também não desenha.
Suas ilustrações são todas
feitas em papel cartão
recortado com a tesoura que
vai dando forma as figuras.
mas é muito bom de vendas.
Já participou de várias reuniões comigo,
já abriu vendas e eventos nas escolas.
Atualmente está trabalhando na editora
FTD, no atendimento aos professores.
E tem a Roberta, minha filha.
Ela é ilustradora, com 10 livros publicados.
Ela também não desenha.
Suas ilustrações são todas
feitas em papel cartão
recortado com a tesoura que
vai dando forma as figuras.
Tony 35 – Esse tipo de arte que sua faz
vem lá do Oriente e tem um nome que
não me recordo agora... vejamos... lembrei!
Origami, ou algo parecido... Genial. filhos
de peixes, peixinhos são... (Rsss...).
Você além de ser um grande desenhista
sempre foi um bom vendedor. Bacana
saber disso, que a sua garotada taí,
hoje, firme, no metiê... quando nos
conhecemos você ainda era solteiro...
cara, tamos ficando velhos... minha filha mais
velha já passou dos 30... (Rsss...).
Bem vindo a nossa milenar confraria
dos Bengalas Boys, Jotah...
você também já é jurássico... (Rsss...).
Projetos para o futuro?
vem lá do Oriente e tem um nome que
não me recordo agora... vejamos... lembrei!
Origami, ou algo parecido... Genial. filhos
de peixes, peixinhos são... (Rsss...).
Você além de ser um grande desenhista
sempre foi um bom vendedor. Bacana
saber disso, que a sua garotada taí,
hoje, firme, no metiê... quando nos
conhecemos você ainda era solteiro...
cara, tamos ficando velhos... minha filha mais
velha já passou dos 30... (Rsss...).
Bem vindo a nossa milenar confraria
dos Bengalas Boys, Jotah...
você também já é jurássico... (Rsss...).
Projetos para o futuro?
Jotah - Eu sempre digo: Se você não
tem trabalho, inventa!
Na questão profissional,
desenvolver projetos,
é mais do que uma prática,
é uma necessidade.
Agora, quanto a vida de
uma forma em geral... não sei.
Vamos vivendo o presente da
melhor forma possível e quem sabe,
o futuro nos reserve bons momentos.
Tony 36 - Sei que você também trabalha junto
às escolas pra divulgar seus livros...
Como isto funciona?
Outra coisa: dá pra se viver de direitos
autorais de livros no Brasil?
às escolas pra divulgar seus livros...
Como isto funciona?
Outra coisa: dá pra se viver de direitos
autorais de livros no Brasil?
Jotah - Sim, fazemos a divulgação de
nossas obras junto as escolas,
com o apoio das editoras, é óbvio.
Sim, dá pra se viver de direitos autorais.
Veja o Caso da Ruth Rocha, da Ana Maria
Machado, da Tatiana Belinky, do
Pedro Bandeira e tantos outros.
Só não é o meu caso.
Talvez tenha muito a aprender, ainda.
nossas obras junto as escolas,
com o apoio das editoras, é óbvio.
Sim, dá pra se viver de direitos autorais.
Veja o Caso da Ruth Rocha, da Ana Maria
Machado, da Tatiana Belinky, do
Pedro Bandeira e tantos outros.
Só não é o meu caso.
Talvez tenha muito a aprender, ainda.
Tony 37– Esta gente vende muito,
são consagrados...
talvez o que falta para você viver de direitos
autorais seja melhores vendas...
mas, aos poucos,
você chega lá, guerreiro...
seu trabalho é muito bom.
Autores de livros ou de HQs sós e consagram
através da venda, é óbvio.
José Roberto de Carvalho (Jotah),
por José Roberto de Carvalho?
são consagrados...
talvez o que falta para você viver de direitos
autorais seja melhores vendas...
mas, aos poucos,
você chega lá, guerreiro...
seu trabalho é muito bom.
Autores de livros ou de HQs sós e consagram
através da venda, é óbvio.
José Roberto de Carvalho (Jotah),
por José Roberto de Carvalho?
Jotah - Um cara só, vivendo
num mundo cheio de gente.
Um eterno aprendiz...
num mundo cheio de gente.
Um eterno aprendiz...
Tony 38 - Ah, ia me esquecendo... em que dia,
mês e ano, você nasceu, paulistano do Jaçanã?
Jotah - Como dizia o bom e velho Raul...
eu nasci há dez mil anos atrás.
O artista não tem idade e o universo
é a sua casa.
Ele não nasce, por que sempre existiu.
Por ser mais criação do que criatura,
não morre jamais.
Uma pequena parte do artista fica sob
a terra, mas sua essência se
mistura com a vida imaterial.
mês e ano, você nasceu, paulistano do Jaçanã?
Jotah - Como dizia o bom e velho Raul...
eu nasci há dez mil anos atrás.
O artista não tem idade e o universo
é a sua casa.
Ele não nasce, por que sempre existiu.
Por ser mais criação do que criatura,
não morre jamais.
Uma pequena parte do artista fica sob
a terra, mas sua essência se
mistura com a vida imaterial.
Sua aparente morte é mentira, pois
continuará vivo, eternamente,
através de suas obras.
continuará vivo, eternamente,
através de suas obras.
Tony 39 – Muito bom isso... baixou o santo?
Mas, quando um cara começa a enrolar
pra dizer a idade é sinal de
que tá ficando velho... (Rsss...).
As aparências enganam...
Você também é um guerreiro que batalhou muito
em prol das HQs nacionais e merece tudo o
que vem conquistando até hoje.
Foi um imenso prazer entrevistar uma pessoa
que começou comigo há muito tempo atrás e
que encontrou seu próprio caminho. Parabéns.
Gostaria que, pra encerrarmos este nosso
fantástico bate-papo, você deixasse aí uma
mensagem para seus fãs e admiradores de
sua obra, que pretendem, um dia, entrar
nesse ramo de “malucos”,
no bom sentido, é claro...
Mas, quando um cara começa a enrolar
pra dizer a idade é sinal de
que tá ficando velho... (Rsss...).
As aparências enganam...
Você também é um guerreiro que batalhou muito
em prol das HQs nacionais e merece tudo o
que vem conquistando até hoje.
Foi um imenso prazer entrevistar uma pessoa
que começou comigo há muito tempo atrás e
que encontrou seu próprio caminho. Parabéns.
Gostaria que, pra encerrarmos este nosso
fantástico bate-papo, você deixasse aí uma
mensagem para seus fãs e admiradores de
sua obra, que pretendem, um dia, entrar
nesse ramo de “malucos”,
no bom sentido, é claro...
Jotah - O mercado hoje é muito melhor
do que um dia foi e está se abrindo
cada vez mais.
Desenvolvam a capacidade criativa, lendo
e escrevendo muito.
Treinem bastante, acreditem no potencial
que existe dentro de vocês e
façam história, não apenas no papel
ou no computador.
Não é dessa história que falo.
Falo da história das suas vidas, onde
cada dia é uma linha escrita, cada mês
uma página, cada ano um capítulo e
ao final, o livro da sua vida estará
pronto e muitos irão ler a sua história.
A questão é... que história você
está escrevendo da sua própria vida?
do que um dia foi e está se abrindo
cada vez mais.
Desenvolvam a capacidade criativa, lendo
e escrevendo muito.
Treinem bastante, acreditem no potencial
que existe dentro de vocês e
façam história, não apenas no papel
ou no computador.
Não é dessa história que falo.
Falo da história das suas vidas, onde
cada dia é uma linha escrita, cada mês
uma página, cada ano um capítulo e
ao final, o livro da sua vida estará
pronto e muitos irão ler a sua história.
A questão é... que história você
está escrevendo da sua própria vida?
Eu torço para que seja uma boa história,
ainda que seja em quadrinhos
ou numa obra de literatura.
ainda que seja em quadrinhos
ou numa obra de literatura.
Tony 40 – Boa mensagem... grande, Jotah, e
jurássico bengala friend, só me resta
agradecer, pela sua atenção, e desejar que
seu sucesso perdure.
Se quiser deixar um e-mail ou site para
contato é só falar, OK?
Valeu, Jotão! Até a próxima e olha, tô esperando
aquele churrasco regado
a brejas geladas, hein?
jurássico bengala friend, só me resta
agradecer, pela sua atenção, e desejar que
seu sucesso perdure.
Se quiser deixar um e-mail ou site para
contato é só falar, OK?
Valeu, Jotão! Até a próxima e olha, tô esperando
aquele churrasco regado
a brejas geladas, hein?
Jotah - Eu é que agradeço pela
oportunidade
e que esse churrasco possa sair do
mundo das idéias e se transformar
em realidade. Um abraço!
oportunidade
e que esse churrasco possa sair do
mundo das idéias e se transformar
em realidade. Um abraço!
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Todos os Direitos Reservados
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No infringement is intended
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Ehe... A pergunta agora é: Quem é o entrevistador e quem é o entrevistado?
ResponderExcluirInteressante o Jota (Jóta, Jótah, whatever) não ter afirmado que a revista da Turma do Barulho pela Abril não vingou (e nem foi sucesso, diga-se de passagem) porque, logo na primeira edição, ele colocou uma história de uma menina que encontrou o sutiã da irmã. O problema não foi exatamente isso, mas o primeiro painel da história, que mostra a irmã de "topless" guardando na gaveta o sutiã. Vamos ver... Essa revista era mesmo para o público infantil? Não creio que para uma revista chamar a atenção das crianças deva necessariamente ter nudez e o famoso "humor da cintura pra baixo" a que o Jótah (Jota, Jóta, whatever) - além de você - deve estar tão acostumado. Além do que, aquela história já estava engavetada tempos atrás.
Como um cara que se diz indignado por não receber respeito é o primeiro a destratar todos aqueles artistas que já trabalharam com ele? Diz que se sentiu explorado, mas explorou como ninguém. Teve todas as oportunidades da vida, conheceu artistas, trabalhou com estúdios sérios e grandes editoras e não se firmou ainda na vida, e acha que oferecer estágios a desenhistas para fazerem todo o trabalho é um gesto de benevolência e incentivo aos cartunistas. Dá para se perceber que Jóta (Jota, Jótah, whatever) continua o mesmo, infelizmente, afundando em sua própria arrogância, frustração e cegueira.
Bem vindo ao clube, JR! Vc, para variar, continua o mesmo pentelho arrogante de sempre. Mas, como isso aqui é uma democracia, mais uma vez demos espaço para vc descarregar sua ira.
ResponderExcluirIsso deve ser pura frustração, bengalone!
Há séculos vc está no mercado e nada acontece.
Antes de criticar o rabo alheio e sair falando bobagens é melhor olhar seu próprio rabo.
Boas Festas e que Deus, um dia, ilumine essa cabeça oca!
See you later!
Valeu pelo espaço dado ao meu comentário, meu caro, mas, antes de falar de frustrações minhas, reveja a destilação de veneno no seu texto. Depois eu é que sou frustrado e arrogante...
ResponderExcluirBoas Festas!