quinta-feira, 7 de abril de 2011

DOUG WILDEY - O HOMEM QUE REVOLUCIONOU AS SÉRIES ANIMADAS DA TV AMERICANA E QUE TAMBÉM FEZ HISTÓRIAS EM QUADRINHOS!


(1922\1994)
Douglas Wildey é um nome pouco conhecido 
pelo grande público do Brasil e do mundo. 
Mas, quem faz e conhece bem HQs e séries animadas da 
TV sabe muito bem quem é ele.
 Doug Wildey é um dos nomes mais bem conhecidos 
do mundo da animação e dos comics. Ele foi um dos 
grandes mestres do passado e sua obra sempre estará 
presente nas mentes daqueles que apreciam boas
 histórias em quadrinhos e séries de desenhos 
animados da TV, pois...

DOUG WILDEY FOI O CO-CRIADOR 

DE JOHNNY QUEST, UM CLÁSSICO

DO DESENHO ANIMADO, 

EM 1964, PARA A HANNA-BARBERA!




Wildey começou sua carreira na animação 

televisiva trabalhando com o lendário e genial

 Alex Toth (desenhista de traço econômico, que 

anos depois seria o criador de séries famosas 

também de William Hanna e Joseph Barbera, 

como: Space Ghost, Homem Pássaro, 

Quarteto Fantástico e outros).





Eles trabalharam juntos nos Studios Cambria

 numa série de animação, em 1962, chamada

 Space Angel (Anjo do Espaço, que também foi 

exibida no Brasil).



Porém, Jonny Quest seria a obra-Mor
 de Doug Wildey. 
Esta foi a primeira série animada para a 
TV que fugia dos clássicos personagens
 cômicos. 
Esta série foi revolucionária. 
Jonny Quest era  um desenho animado
 dos estúdios Hanna-Barbera  (de William 
Hanna e Joseph Barbera, dois 
ex-funcionários dos Estúdios Disney
 e ex-produtores 
do clássicos e premiados desenhos de
 Tom e Jerry, da Waner).


Não há dúvida de que Jonny Quest 
revolucionou as
 séries de animação da TV da época.
 Nela se viu pela primeira vez 
alguém morrendo
 numa série deste tipo. 
Jonny Quest não foi feito
 para crianças, mas, sim, para o 
público juvenil,
 que aprecia aventuras.
Há quem diga que o Dr. Zin, 
arquiinimigo do Dr. Quest, tinha 
sido inspirado no famoso Dr. No, 
da série cinematográfica James 
Bond, mas Doug garantiu 
que se isto de fato ocorreu foi de
 uma forma inconsciente. 
O interessante é que o tal Dr. Zin 
não aparecia em todos
 os episódios. Segundo o autor, aquilo, 
na verdade, era
 um truque para facilitar a 
vida dos produtores.
O maquiavélico Dr. Zin vivia
 dirigindo dos bastidores do 
crime seus aceclas. 




Tudo parecia acontecer tendo 
ele por trás, fazendo assim despertar 
o interesse dos telespectadores.
A personagem Jezebel Jade, segundo
 os entendidos, parecia ter sido 
inspirada em Dragon Lady da
 série de HQs Terry e os Piratas. 
Jezebel era uma vilã linda e 
diabólica tanto quanto aquelas que 
apareciam nos filmes em preto
 e branco da Waner Bros.




Certa feita, Doug declarou que 
sempre adorou aqueles 
velhos filmes e por isso 
decidiu fazer suas vilãs
 belas e sensuais, verdadeiras
 femmes fatale.
Num dos episódios de
 Jonny Quest ela beijou 
Roger Race (o auxiliar do 
Dr. Quest, pai de Jonny),
 sugerindo que antes de se
 tornarem inimigos, já se
 conheciam e tinham 
tido um romance. 
O interessante de personagens, 
como: Dr. No, 
Dr. Zin, Prof. Muriarty, 
Jezebel Jade e outros, 
tanto das HQs quanto dos 
cinemas, é que todos
 são ricaços que desejam 
apenas poder.
 Entravam em aventuras
 mirabolantes não apenas
 por dinheiro, mas em busca 
de mais poder.
A série original de Jonny
 Quest teve 26 episódios, 
que foram ao ar pela primeira 
vez nos Estados 
Unidos em 1964, com muito 
sucesso. 
Depois saiu do ar por cerca de
 um ano.
 Tempo depois, a rede CBS lançou 
a série novamente 
nas tardes de domingo.
 Depois os mesmos desenhos
 passaram interminavelmente 
pela NBC por um bom tempo. 
Devido ao sucesso alcançado na 
América, o mercado exterior acabou 
comprando a série.
 Assim Jonny Quest foi exibido em 
diversos países, em cerca de 140 
nações, inclusive no Brasil.


Segundo seu falecido criador, que 
deu sua última entrevista para a 
imprensa especializada em 1995, 
ele foi convidado para fazer 
uma nova série de Jonny Quest, que
 deveria ser exibida aos 
sábados de manhã, mas a coisa não
 deu certo.
 Nem o conceito da série ou o 
pagamento ficaram definidos.


Ao  ser perguntado se ele, Doug, também
 havia se envolvido com as HQs do
 personagem ele respondeu que só
 havia feito a capa dos gibis 
deste personagem que ficou
 famoso na TV.

DESENHOS DA MARVEL

Doug Wildey sempre foi um cara 
versátil, dinâmico. 
A produtora Gantray-Lawrence fazia
 os cartuns da Marvel, na época em 
que Doug era o diretor de arte
 daquela produtora.
“- Fiz, Namor, o príncipe submarino “, 
declarou Doug, 
certa feita, ao ser entrevistado. “– 
Eram episódios
 de cinco minutos cada. 
Depois de Namor fui fazer
 um desenho chamado Sky Hawks.”
Em 1967 os super-heróis passaram 
a fazer muito sucesso nas manhãs
 de sábado das TVs americanas. 
Os estúdios Hanna-Barbera estavam 
em alta e seus desenhos tomavam 
conta das emissoras
 do Tio Sam. Doug, nesta época, fez
 os storyboards e os modelos para
 a série Os Herculóides,
 mas, garantiu que não fez o
 Quarteto Fantástico.  

TARZAN, DA GOLD KEY

Doug Wildey chegou na editora 
Gold Key para substituir o grande
 mestre Russ Manning, desenhista 
oficial de Tarzan, na época, e acabou
 fazendo um belo trabalho ao adaptar 
histórias tiradas dos livros
 de Edgar Rice Burroughs, como: 
Tarzan No Centro da Terra.
 Doug, explicou como tudo 
aconteceu ao dar entrevista para
 um famoso jornal americano...
“Alguém me deu um telefonema 
e me pediu para fazer os desenhos. 
Disseram que os roteiros tinham 
sidos feitos diretamente das histórias
 clássicas de Burroughs, o escritor. 
Mas, Edgar Rice Burroughs 
nunca tinha sido um dos 
meus favoritos. 
Para mim aquilo não tinha a
 mínima importância.
 De qualquer forma, aceitei o
 convite (Rsss...).
 Comecei a desenhar as tais histórias.
 Quando meu amigo Ray 
Bradbury – um grande
 fã de Burroughs -, soube, 
ficou maluco.
 Um dia Ray me confessou 
que ele começou a
 escrever por volta dos 12 anos
 de idade imitando 
o estilo de Burroughs. 
Era fã do cara. 
Enfim, as histórias que ele 
fazia do planeta 
Marte eram todas baseadas 
nas histórias de Burroughs.”




RON ELY, O TARZAN DA TV

Pouca gente sabe, mas Doug também 
fez as HQs de Tarzan que foram adaptadas
 para os comics da série
 de TV protagonizada pelo 
ator Ron Ely, nos anos 60. 
Esta famosa série de Tarzan foi 
rodada no Brasil, na floresta da 
Tijuca, no Rio de Janeiro.

FILMES INDUSTRIAIS E


 COMERCIAIS DE TV

Doug fez muitos stroyboards e
 layouts para filmes industriais e 
comerciais para a TV, mas a maioria
 não eram animações.
 Um deles foi para a igreja 
Mormon, fazendo e montando a
 história dessa tradicional seita 
americana.
“Eu acho que esse filme deve 
estar sendo exibido 
até hoje na Brigham Young 
University”, declarou ele
 à um amigo.

Sargento Rock - para a DC

DC COMICS


A clássica HQ sobre a Segunda 
Grande Guerra Mundial chamada 
Sargento Rock, que notabilizou
 o desenhista Joe Kubert, também 
foi feita por
 Doug Wildey, para a DC Comics.



TIRAS DE JORNAIS

Entre os anos de 1974 e 1975 ele
 teve uma tira chamada Ambler 
publicada em diversos jornais 
americanos. Sobre ela, ele 
declarou certa feita...
“Na verdade, escrevi a história
 para  a TV.
 Mostrei-a para Joe Barbera
 (um dos sócios da Hanna-Barbera 
Productions), como ele não gostou 
transformei-a em tira de 
quadrinhos e mandei 
pra King Features.
 A King decidiu comprá-la.
 Mas, o pessoal da King era 
chato, queriam saber o que ia 
acontecer daqui a cinco semanas
 com o personagem. 
Quanto mais eu contava, mais
 eles me pentelhavam.
 Aquilo me encheu o saco. 
Daí liguei para o Chicago 
Tribune/New York News 
e eles acabaram fechando o 
negócio sem me 
fazer perguntas idiotas.”
O personagem era um hippie, 
de cabelos longos, que tinha 
uma guitarra na mão e que 
viajava sem rumo ou direção 
pelo país e ia vivendo 
suas aventuras.
 Doug começou a série publicando-a 
no Suplemento Dominical, como 
versos ilustrados. 
Segundo o autor, aquela série era 
uma espécie de Rota 66 (antigo 
seriado da TV), numa versão moderna.
A tira fez sucesso e acabou 
sendo publicada no 
jornal francês Le Monde e um 
livro montado com 
as tiras diárias também foi 
editado, na França.
“O que os americanos não 
dão muita importância, 
os franceses enaltecem e
 dão seu devido valor. 
Isto, no passado, aconteceu
 com o jazz e como comediante Jerry
 Lewis. Os americanos achavam 
Jerry um débil mental, mas os 
franceses o consideraram um gênio.
 Adoravam seus filmes” – 
explicou o autor.


RETURN TO 


THE PLANET APES

Nos anos 70, Doug foi diretor e
 produtor da série de animação 
chamada O Retorno ao 
Planeta dos Macacos, baseada
 no filme que fez um grande 
sucesso na época.
 O desenho animado passou a 
ser exibido pela NBC
 aos sábados. 
Doug também escrevia e colocou os 
episódios juntos, numa espécie de saga. 
No filme original O Planeta dos 
Macacos, os humanos 
são inferiores, são selvagens e 
escravizados pelos
 macacos.  Nos desenhos animados 
criados por Doug
 Wildey, semanalmente, os humanos
 foram se elevando até serem capaz
 de enfrentar seus senhores, 
os macacos.



EDITORA ECLIPSE E RIO, 


UM PERSONAGEM

DO VELHO OESTE

Contou o autor...
“A princípio eles me pediram para 
fazer uma história original de Jonny 
Quest, pois pretendiam lançar a 
primeira edição em formato comics. 
Então, eu lhes disse que tinha pronta 
uma edição de HQ de western ,
 chamada: Rio. 
Expliquei que eu gostaria
 de transformar aquele
 trabalho em Graphic Novel.
 Eles toparam. 
O pessoal da Eclipse foi bacana. 
Tempo depois, a editora Comico
 decidiu reeditar o trabalho que 
a Eclipse havia 
lançado há um tempo atrás.”
A segunda graphic novel que 
Doug fez de Rio se chamou Rio Rides 
Again e foi publicada 
pela Marvel Comics. Segundo o 
autor, depois de The Planet Of The Apes, 
o pessoal da Marvel foi até 
O estúdio onde ele trabalhava.
 Era o De Patie-Freleng, que 
ficou famoso com os desenhos 
animados do Inspetor e da Pantera
 Cor-de-Rosa. Eles queriam fazer 
um desenho animado da She-
Hulk e do Fantastic Four. 
Porém, ao mesmo tempo, Joe 
Barbera encomendou 
26 episódios de Godzilla. 
Como Doug nunca gostou de
 super-heróis preferiu 
fazer Godzilla.
Na sequência, ele também fez 
Jana das Selvas, em duas séries.
 Dois episódios por semana.


“Fazer Godizlla foi um drama “ – 
explicou o autor. – 
Eles não queriam que o monstro 
fosse mal, queriam transformá-lo num
 bicho de estimação.”
Dog também escreveu a canção de 
abertura de Godzilla.
“Rodei Jana Of The Jungle em 
Hollywood, em rotoscope. 
O cameraman ficava a seis metros 
do chão, balançando com uma 
Arriflex nos ombros, filmando”,
 explicou ele.
Doug foi o primeiro a fazer animação
 em rotoscope e ficou bom. Esta série 
(Jana das Selvas), foi considerada 
fraca, mas a abertura ficou excelente, 
afirmaram os críticos.
 Ao ser questionado, sobre onde 
arrumaram aquela “voz” gultural de
 Godzilla, ele respondeu:
“ Aquele era o falecido Ted Cassidy...
 ele passou horas gritando dentro de
 uma enorme caçamba 
de lixo vazia, daí mixamos tudo, 
várias vezes, até obtermos o rugido 
do monstro (Rsss...).”
(Nota do articulista: Ted Cassidy 
também fez o personagem Lurch - 
Tropeço- na  antiga série de animação 
da TV, de grande aceitação popular,
 chamada Família Adams).

 ARTES PLÁSTICAS

Doug Wildey não parava nunca. 
Pintava quadros nas horas vagas.
 Se dedicou a esta outra sua grande 
paixão durante cerca de 15 ou 20 
anos e acabou expondo suas
 artes na Biltmore Gallery, em 
Los Angeles, em Burbank, em 
San Francisco e na Unique Gallery,
 em Nova Iorque.
Adorava os grandes mestres que 
se especializaram em pintar cenas
 do velho Oeste, como:
Charlie Russel, James Bama e 
Frederic Remington.
Na opinião de Doug uma pintura
 sempre deve contar uma história,
 como faziam os grandes
 mestres do passado, e não apenas
 mostrar paisagens.
“Montanhas e nuvens não contam
 nada” – dizia ele. – 
“Sempre retrato pessoas.
 Na minha opinião, uma 
pintura tem que ter conteúdo. 
Sempre adorei pintar.”
 Talvez esta tenha sido esta a 
fórmula que ele encontrou para 
vender muitos quadros da chamada 
western art.

DOUG IMPLICAVA 


SEMPRE 

COM OS COMICS

Ele acreditava que os editores insistiam 
em publicar um tipo só de HQs. 
Não ousavam experimentar 
temas diversos.
“Voces se preocupam demais com 
essa coisa de direitos dos autores 
que criam comics... 
deveriam se preocupar mais 
que os autores produzissem 
melhores produtos. 
Na minha opinião, a maior parte 
disso tudo é lixo” – 
explicou ele, certa vez para
 um velho amigo editor.
Doug Wildey afirmava que os 
editores americanos
 não tinham criatividade e 
ousadia e que se preocupavam 
apenas em copiar ou fazer algo 
similar ao que o concorrente tinha
 editado e obtido sucesso.
 Conclusão: a mesmice prevalecia
 nos pontos de venda. Milhares de 
produtos similares eram
 lançados todo ano.

(Nota do articulista: Bem, isto, pelo
 visto, não é um mal só dos editores 
brasileiros, que atualmente
 empestearam as bancas com 
mangás e super-heróis, esquecendo-se 
de outros temas, outros segmentos).

Doug não lia quadrinhos e achava 
os textos das HQs de super-heróis 
uma babaquice. 
Falava que escrever ou desenhar
 para quadrinhos era uma coisa menor, 
já naquele tempo.
Certo dia, alguém lhe perguntou:
“Doug, qual é o seu tipo de trabalho
 de arte preferido?
 Quadrinhos, animação, ou pintura?”
“Gosto demais do meu personagem 
para tiras, Ambler. 
Ainda sonho em colocar Jonny 
Quest em algum lugar. 
Mas, não sei exatamente onde. 
Sem dúvida, 
Jonny Quest é a minha grande
 criação... entretanto,
 a animação é a minha forma 
de arte favorita.
 Não tenho dúvidas.”
Doug Wildey – nasceu em 02/05/1922
 e faleceu em 05/10/1994.


Além do famoso e cultuado Jonny Quest,
 ele também co-criou as séries: 
Os Herculóides e Jana da Selva
 também para a TV. 
Seus créditos televisivos incluem 
trabalhos,como: 
Marvel Super Heroes (1966), 
Regresso ao Planeta dos Macacos
 (1975), Godzilla Power Hour (1978), 
Mister T  (1983), e Chuck Norris 
(ex-discípulo de Bruce Lee): 
Karate Kommandos (1986).
Ele também trabalhou nas 
séries de HQs, como: 
Jonah Rex, Sargento Rock e Tarzan.
Também criou Rio, uma série
 de western e fez as capas da série 
de comics de Jonny Quest para a
 editora americana 
chamada Comico, em 1980.
Seu personagem Ambler, durou 
cerca de um ano ou 18 meses.
As tiras de Ambler, o hippie,  
deixaram de circular
 no final da década de 60.


O genial Doug Wildey se foi, mas
 suas obras são imortais ficarão
entre nós eternamente e vale a
 pena conferí-las.

Copyright 2011\Tony Fernandes\Estúdios Pégaus -
Uma divisão da Pégasus Publicações Ltda\São Paulo\Brasil
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