sábado, 29 de novembro de 2014

Los Castillos - Boleros

LA CUMPARSITA - Tango's Most Famous Song ♫ ♫ ♫ ♫ ♫ ♫ ♫ ♫ ♫ ♫ ♫ ♫ ♫ ♫

I miss you, I love you(Romantic saxophone)

Westlife - The Way You Look Tonight

Manhattan - Beegie Adair

Roxette - Listen To Your Heart (Tradução)

Chapolin - O Lobisomen (Dublado)

Panquecas pra Dentro, Barriga pra Fora - Chaves perdido no SBT

Chaves em Desenho Animado - 46 - A Namorada do Chaves

KISS - I Was Made For Loving You

Joan Jett - I Hate Myself For Loving You [ Original HQ ]

Steel Heart - She's Gone

Goodbye - Air Supply

KENNY ROGERS & BEE GEES YOU AND I TRADUÇÃO

Don Mclean - CRYING - legendado e traduzido

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

H.G. WELLS: UM GÊNIO DA ESCRITA QUE PREVIU O FUTURO.! Matéria especial!







Se as gerações passadas puderam se deliciar
 lendo as aventuras fantásticas, em quadrinhos,
 de Buck Rogers,  Brick Bradford, Flash Gordon
 Magnus, - Robot Fighter, e as que curtiram
 num passado não muito distante séries 
como Perdidos no Espaço, O Homem Invisível,
 Star Trek, e filmes como: Stargate, Contatos
 Imediatos do Terceiro Grau, E.T,
 o Extraterrestre e Star Wars, devem agradecer
 a um garoto oriundo de uma 
família pobre da Inglaterra
 vitoriana que deu asas à sua imaginação,
 na expectativa de abrandar as mazelas da classe
 proletária daquele país, que vivia escravizada 
e ansiava por histórias fantasiosas. Esse escriba
 fantástico que criou inúmeros livros populares de 
sucesso e revolucionou o mercado
 editorial mundial se chamava...

H.G.WELLS, O HOMEM QUE VISLUMBROU O FUTURO!


Com o advento da chamada Revolução Industrial, 
a vida mudou completamente na Inglaterra Vitoriana,
 com o avanço técnico das fábricas, lojas, etc. 
Entretanto, esse avanço tecnológico, que fez com
 que milhares de pessoas deixassem o campo rumo
 à cidade grande em busca de melhores condições
 de vida trouxe insegurança para aqueles que viviam 
no limiar da pobreza absoluta. Não havia quaisquer
 benefícios sociais para os desempregados,
 no final do século XIX. 
A perda do emprego era, naquela época, 
sinônimo de imediata mendicância.
 Enquanto o povo vivia na corda bamba, 
as fábricas cresciam cada vez mais exigindo
 assim mão de obra barata e especializada,
 porque as máquinas, a cada dia, se 
tornavam mais inteligíveis. A partir de 1850, 
surgiram os estudos de “gerenciamento científico” 
que atingiram seu ápice com os “estudos de tempo 
e de movimento”, de Taylor, em 1906. Naquela época, 
devido à ganância dos empresários, as fábricas 
reunião um número imensurável de 
operários como jamais tinham tido em outra 
época da história universal. Tal fenômeno 
só se repetiu em ocasiões de servidão, em
 virtude das campanhas militares, quando
 civis eram convocados para servir como
 tripulações marítimas, gente de asilos e
 cárceres eram chamados para trabalhar, 
numa total falta de liberdade, recrutados, 
sem ganhar nada, para servir a Pátria.




Essa evolução incessante do maquinário 
industrial gerava insegurança, pois os 
trabalhadores não tinham tempo para se 
adaptar as novas invenções, que se sucediam
 alopradamente como nunca antes havia acontecido.
 A organização das máquinas obrigou as fábricas a 
se organizarem e, consequentemente a organização
das cidades também tiveram que ser remodeladas.
 Nelas, foram criados grandes bairros operários. 
Esses bairros foram projetados para manter 
milhares de pessoas (verdadeiros escravos)
 no limiar da miséria.




UM VISIONÁRIO

Um homem percebeu o desespero e a falta 
de esperança do proletariado britânico, visto 
que essas grandes alterações do modo de vida 
daquelas criaturas se apresentavam com um serie
 de perplexidades frustrantes e desgraças, que só 
podiam ser atribuídas à chamada 
“evolução” da indústria.
 As cidades viviam apinhadas de gente.
 Esse bom observador percebeu que para poder
 manusear as novas máquinas aquele povo,
 obrigatoriamente, estava se alfabetizando
 para ler os complexos manuais. Então, 
esse homem pensou: “Se eles agora estão 
se alfabetizando, o que eles vão querer ler?”
 Porém, concluiu que os livros eram elitistas,
 muito caros, devido a sua pouca
 e onerosa produção.
Essa citada explosão de alfabetização
 ocorrida na Inglaterra aconteceu no
 último quarto do século XIX, quando, 
de repente, como se fosse por milagre,
 o custo do papel começou a baratear 
– graças aos avanços tecnológicos, como: 
a invenção das prensas 
rotativas, em 1846, o desenvolvimento da
 linotipo e do papel feito de polpa de celulose,
 em 1884 e, por fim,
 quando a impressão de
 imagens em meio-tom surgiu, em 1886. 





Assim, em 1890, um quilo de papel que antes
 custava 40 cents passou a custar 
a bagatela de 0,5 cents,
 em 1865 – quase cem vezes mais em conta.
Com o preço do papel mais barato e com 
os novos métodos de imprimir mais eficientes 
surgiram uma gama de
 editores empolgados, animados para
 faturar, prontos para atender à demanda 
criada pela alfabetização e pelo aumento 
do período do dia, com luz disponível, 
após a disseminação da eletricidade doméstica. 
Era preciso criar uma literatura descomplicada,
 de fácil digestão. Obviamente, antes desses 
últimos acontecimentos que baratearam o custo
 dos livros já existiam literaturas para todos 
os gêneros, mas o preço do papel feito com
 base em fibras de algodão mantinha o preço 
de qualquer material impresso caro,
 inacessível ao bolso dos operários. 
Outro fator que também contribuía para o 
auto custo gráfico de qualquer
 material impresso era devido ao método
 de prensagem de fólios, que eram feitos 
um a um e a confecção de matrizes de impressão 
quase artesanais que
 impediam que os preços abaixassem.
Foi nessa época, em que os custos abaixaram
 consideravelmente, foi que surgiram
 as chamadas Dime Novels, 
folhetos que tinham 32 páginas e eram vendido
s a 5 cents, nos Estados Unidos, e por 1 xilem, 
na Inglaterra. As revistas da Pall Mall Gazette, 
The Strand Magazine, e outras, também surgiram 
nesse mesmo período. Foi nessas duas revistas
 citadas que foram publicados os primeiros contos de...
H.G.Wells, escritor, crítico da sociedade 
vitoriana e divulgador da ciência.









UM JOVEM DE VISÃO

Numa época em que toda a ordem social 
mudava radicalmente, o jovem Wells tinha 
um projeto em mente para preencher essas 
revistas exatamente com aquilo que ele achava
 que aquela massa oprimida e recém-letrada 
desejava ler: histórias de ficção romanceadas,
 que fugissem da dura realidade das fábricas.
 Dois anos depois, o autor iniciante publicou
 uma obra que até hoje é considerada um 
clássico da literatura universal:
 A Máquina do Tempo. 



Assim, livros com títulos apelativos, gritantes 
e com gramática descuidada surgiram às pencas
 no mercado editorial Inglês. Essa nova 
forma de literatura, que surgiu após as
 primeiras histórias publicadas por Wells, de
 puro entreterimento, eram escritas por
 jornalistas-escritores, dirigidas para a
 grande massa obsecada para fugir da
 dura realidade em que viviam.

“EXCELENTE ESCRITOR, MAS ANGAJADO DEMAIS”
Um amigo, Wells e sua esposa

Segundo dois grandes expoentes da literatura
 inglesa, Joseph Conrad e Henry James 
(dois ícones da literatura inglesa erudita), 
Wells era um escritor maravilhoso, mas 
excessivamente engajado.
No início do século XXI, H. G.Wells é lido como
 um escritor meramente de ficção científica,
 gênero que sempre teve como público alvo 
os adolescentes. Mas um bom observador verá 
na obra deste incrível escritor também
 há outros conteúdos sócio-culturais em 
suas novelas de época, como temas que
 abordam toda a sociedade européia do início
 do século XX, que o autor via com olhos
 críticos, pois antevia que aquele 
comportamento degradante moral e ético 
só poderiam trazer graves conseqüências
 no futuro, como as duas grandes guerras
 mundiais. Ele criticava em suas obras a
 sociedade arcaica britânica, confusa e 
cheia de desigualdades sociais, mas
 também sugeria como elas poderiam evoluir.

Segundo Conrad, faltava a Wells apenas
 um pouco de apuro narrativo e deixar de
 lado a mania de militância para que ele 
se tornasse o maior escriba entre seus 
contemporâneos. Não há nenhum registro
 sobre as declarações de Henry James,
 mas dizem que certa feita ele disse: 
“Wells é ótimo! Mas ele espreme demais 
da laranja, a ponto de trazer também 
a parte amarga do suco” (os dramas
 da classe média baixa e, principalmente,
 dois artifícios que 
James achava abomináveis: 
o uso do narrador na primeira pessoa e
 de elementos autobiográficos).

EUROPA VITORIANA


A rainha Vitória ocupou o trono inglês e reinou durante 
um quarto do mundo, entre 1837 e 1901.
 Quando ela tinha 18 nos, recebeu uma Europa 
conturbada pelas guerras de Napoleão e quando saiu
 de cena noutro século, deixou seu país dono de
 praticamente de um quarto do planeta, porque expandira
 seus domínios através de suas colônias britânicas e
 em virtude do poderio de sua recém-criada revolução
 industrial. No início do século XX, as paradas
 militares em Londres reuniam soldados 
de todas as colônias britânicas, tamanho
 era o poder dos ingleses.

PAZ NA EUROPA



Depois da batalha de Waterloo, em que a 
França foi derrotada pela Inglaterra, o 
Congresso de Viena promulgou um documento
 que iria modificar completamente a Europa. 
Nele estava definido que a Inglaterra teria supremacia 
e que a França, antiga rival, ficasse tolhida de suas 
ambições expansionistas. Como resultado a Europa
 viveu um período de paz entre 1815 a 1865, 
denominada Pax Britannica.

O principal objetivo da Inglaterra, nesse período, 
era uma política externa para desestimular regimes
 autocráticos na Europa, especialmente nos estados
 litorâneos, estrategicamente mais importantes numa
 época em que o poderio tecnológico naval
 era determinante para dominar o mundo.
O maior trunfo britânico foi eles terem sido os
 primeiros a implantarem  Revolução Industrial. 
Em 1870, 30% dos produtos industrializados
 consumidos no mundo eram produzidos na 
Inglaterra, que garantia mercados abertos para
 a venda de seus produtos e locais (colônias)
 para extração de matérias-primas a baixos custos. 
O imperialismo britânico tomou conta de terras, 
criou protetorados, nomeou governadores
 ingleses no último quarto do século, em diversas 
partes do mundo.
Antes disso, o império era principalmente informal
 baseado somente em interesses de mercado. 
A independência dos 
Estados Unidos mostrou aos ingleses que os custos
 para administrar suas colônias eram 
demasiadamente altos e que não valiam a pena.

MUDANÇA RADICAL



Quando a Guerra Franco-Prussiana eclodiu em 
1870, a Alemanha surgiu como um nova potência
 da Europa. A França estava ávida para recuperar
 o prestigio perdido. Diversos países decidiram 
optar pelas novidades tecnológicas e deram início,
 também, a processos sofisticados de produção
 industrial. Assim, surgiu a disseminação da 
indústria por essas novas potências, que 
lotearam o mundo fazendo a Inglaterra aderir 
a essa corrida fazendo o capitalismo desregrado, 
que entrou em crise deflacionária em 1873 e 
      que se estendeu até 1896. Essa crise surgiu 
devido a louca competição, enquanto 
os ingleses, acomodados por terem 
sido a primeira nação industrializada, 
tentavam tirar proveito de suas velhas máquinas. 
Quando os outros países começaram a 
modernizar o processo de suas fábricas, 
colocando no mercado interno e externo
 produtos mais baratos, isso forçou os
 ingleses a reduzir seus preços.
Mesmo assim, o império britânico continuou 
dominando cinco continentes, por um bom tempo.
 Na península indiana, 
a rainha Vitória foi coroada imperatriz
 da Índia em 1876.
 O mesmo fato também ocorreu no 
Canadá e na Austrália.


A INCRÍVEL EXPANSÃO INGLESA







Ela aconteceu devido ao poderio industrial, numa
 época em que não havia nenhuma proteção
 para os proletários. Não havia regulamentação
 quanto a horas de trabalho semanal, idade
 mínima para ingressar no mercado de
 trabalho, salário mínimo, previdência social 
ou sistema de saúde para o trabalhador.
O trabalho infantil era comum, e somente
 algumas fábricas davam folga aos domingos
 para seus funcionários. Férias? Nem pensar.
 Como resultado dessa louca expansão 
industrial aconteceu um êxodo rural 
para as grandes cidades industrializadas.
 Cidades como Londres e Manchester 
estavam apinhadas de gente morando 
em cortiços, que trabalhavam nas indústrias
 em completo desamparo. A grande parte 
dos operários vivia à beira da miséria. 
Circulavam pelas ruas, milhares de
 pedintes e de trabalhadores informais 
e de gente que sobrevivia de pequenos biscates. 
Os personagens desse verdadeiro drama 
social foram registrados por Charles 
Dickens, em seus livros: 
Tempos Difíceis e Oliver Twist.

A CIDADE MAIS POLUÍDA
DO MUNDO...








Como se não bastasse a caótica situação
 econômica dos trabalhadores daquele país,
 a ausência de leis sobre degradação ambiental
 fez de Londres a pior cidade do mundo. 
Uma névoa persistente (fog), composta 
de fuligem pairava sobre a cidade, que serviu 
como pano de fundo para muita literatura 
policial de suspense ambientada
 na sinistra cidade.
Num país em que a monarquia constitucional, 
em que o poder do rei e da rainha eram 
(e ainda são) contrabalanceados pelo 
Parlamento, Vitória conseguiu reinar sobre
 diversos primeiros-ministros e manteve 
uma imagem de coerência, apesar das
 alternâncias no poder entre
 conservadores e liberais.    

   

    TEMPO DE REVOLUÇÕES





Na segunda metade do século XIX o mundo
 assistiu uma revolução científica 
e outras inovações.
 Em 1859, Charles Darwin publicou A Origem
 das Espécies, onde apresentava a teoria
 da evolução que acabou chocando
 teólogos, biólogos e intelectuais, 
porque excluía o ser humano como resultado 
de um plano divino. Ainda nesse período, outras
 revoluções começavam no campo da física,
 como a teoria de Isaac Newton, que começava
 apresentar falhas. A órbita do planeta Mercúrio
 desafiava os grandes astrônomos e teóricos 
e nada fazia com que ela obedecesse às leis
 newtonianas. Foi, inclusive, postulada a
 hipótese de um planeta entre Mercúrio e o
 Sol na expectativa de explicar as
 discrepâncias. Porém, ninguém conseguia 
encontrar um suposto planeta 
denominado: Vulcano.

O magnetismo também ganhou impulso 
no século XIX graças a dois ingleses geniais:
 Michael Farady e James Clerk Maxwell.
 Aquele século que tinha começado com
 poucas leis empíricas sobre correntes e
 forças entre corpos carregados terminou
 com uma teoria completa sobre
 o eletromagnestismo.
Graças às quatro equações de Maxell e a
 assimetria dessas equações é que Albert 
Einstein conseguiu propor sua teoria
 da relatividade restrita.





O conhecimento dos átomos avançava para
 além da química. Até J.J. Thomson, os
 químicos tinham conseguido separar,
 nomear e classificar os átomos.
 A tabela periódica criada por Mendeleiev 
foi o ápice dessa conquista. Porém, 
ninguém sabia, de fato, o que eram os átomos. 
Thomson, o descobridor do elétron, em 1897,
 postulou que os átomos eram como pudins
 de passas, com um grande espaço de baixa
 densidade e alguns pontos em que a massa
 se concentrava. Tinha início às teorias 
atômicas, que se firmariam na terceira 
década do século XX, pois seriam 
formalizadas com a mecânica quântica,
 também descoberta na virada do século.



                                                                                                   
IMAGINAÇÃO FUTURÍSTICA

Em 1936 surgiu o filme Things To Come
 (Coisas por Vir), baseado na obra literária homônima 
de H.G.Wells, que mostrava Everyton, uma 
cidade fictícia coberta por uma cúpula 
onde o clima não era mais problema. Campos 
estavam automatizados, o transporte era 
feito por esteiras e mostrava um governo
 mundial. Tudo, na verdade, fazia parte da visão
 futurística de Wells, que sempre 
causava polêmica.



Quando as primeiras obras literárias 
futurísticas de H. G. Wells caíram no gosto
 popular já existiam outros escritores de
ficções científicas menos pretenciosos do 
que ele, como: Julio Verne, E.M. Forster e
 outros, com uma vertente bem humorada,
 com a premissa: a sociedade atingiu a perfeição. 
Um expoente desse período foi Albert Robida
 (1848-1926), escritor francês que ficou 
conhecido pelas ilustrações que fazia sobre 
seus próprios textos. Publicou O Século
 XX, em 1883, onde mostrava invenções
 futurísticas como o telefonoscópio (a televisão),
 o teatro multilíngue, transportes aéreos
 individuais, casas feitas em papel 
aglomerado (ideia que atualmente vem
 sendo testada pela arquitetura alternativa),
 linhas de metro que ligavam Paris a Madrid,
 etc. Segundo historiadores, o romântico 
Robida, acreditava que, pelo menos, os 
franceses manteriam seu estilo belle
 époque e apenas implementariam 
aperfeiçoamentos técnicos no futuro.
Essa mesma visão de futuro 
apareceu nos rótulos de 
Jean-Marc Côté, ilustrador que, em 1889, fez sob 
encomenda imagens do mundo no ano 2.000, 
para serem usadas para decorar caixas de brinquedos.
 A empresa que lançou as caixas faliu e os rótulos
 sumiram até 1978, quando foram comprados 
em um antiquário por Christopher
 Hyde, um escritor do Canadá. 
  
MINIBIOGRAFIA



Herbert George Wells nasceu no dia 21 de
 setembro de 1866, filho de uma empregada
 doméstica (Sarah Neal) e de um jardineiro 
(Joseph Wells). Ele foi o quarto filho do casal, 
que pertencia à classe inferior e que tinha poucas 
chances de ascensão social. Porém, sua mãe
 sempre fora empregada doméstica de 
famílias abastadas. Seu pai era um 
biscateiro que fazia pequenos trabalhos
 e jogava críquete em clubes chiques,
 sempre como serviçal.

A família Wells, apesar das dificuldades
 tinha a pretensão de subir na escala social
 britânica e, quando uma pequena herança, 
de repente, contemplou o casal, eles compraram
 uma loja de porcelanas. Mas o negócio 
não decolou. O grosso do dinheiro para
 manter as despesas da família ainda vinha
 do críquete jogado pelo pai, que recebia
 para jogar e também aproveitava para vender
 algum material daquele esporte.
Em 1877 por causa de um acidente seu pai
 teve a bacia fraturada pondo fim a sua
 carreira de jogador e biscateiro. A família
 então tomou uma decisão e começou a 
distribuir os filhos, pois não tinha como 
sustentá-los (coisa comum na época). 
Herbert que cursava, na época, uma
 escola de contabilidade, foi encaminhado 
para se tornar aprendiz de lojista, na área
 de tecidos, com direito a um quarto no
 fundo da loja, remuneração quase nula
 e apenas o direito de estudar, depois 
do expediente. Esse martírio foi vivido
 por H.G.Wells até 1883. Nesse ínterim, 
sua mãe foi trabalhar para uma família 
na mansão Uppark, em Sussex. 

Devido as suas distintas profissões o
 casal vivia distanciado, apesar de
 jamais terem se divorciado. Wells 
detestava visitar a mãe naquela
 mansão, porque sentia na pele o 
preconceito que aqueles membros da
 elite tinham contra os menos favorecidos.
 Mas, quando podia, usava a biblioteca 
daquela casa luxuosa.

Em suas obras, escritos muitos anos depois, no
 século XX, ele retomaria essa biblioteca, as leituras
 furtivas e o contato com os ingleses da elite.
 Isso pode ser notado em Kipps (lançado em 1905) 
e especialmente em Tono Bungy (1909). 
Em 1910, Wells ficcionou um pouco sua 
biografia e a de seu pai em As Aventuras
 do Sr. Polly, onde este personagem era 
um comerciante de roupas malsucedido, que 
vivia num vilarejo do interior da Inglaterra,
 originário de uma família humilde.
 Ao herdar uma pequena quantia montou 
uma lojinha, casou-se com Miriam, uma de
 suas primas que também era empregada
 de famílias ricas. Por viver na miséria, 
o personagem Polly, baseado em seu pai,
 acabou tentando o suicídio.

MUDANÇA DE VIDA



Na verdade, a vida de H.G.Wells começou 
a mudar em 1883, quando ele tinha 17 anos,
 após concluir o curso de contabilidade e
 ter passado por estágios como aprendiz,
 conseguiu uma vaga para dar aulas 
em uma escola primária.
Foi nessa fase que seus dotes para a ciência 
e para a escrita começaram a ser notados. 
Conseguiu uma bolsa de estudos no Imperial
 College, em Londres, onde encontraria 
Thomas Henry Huxley, o mais influente 
defensor das teorias de Darwin, na Inglaterra.
 Mas, Wells acabou sendo reprovado, perdeu
 a bolsa de estudo e acabou não se formando
Com o barateamento dos custos gráficos e
 a crescente alfabetização no país e o 
aumento de publicações destinadas ao
 povão ele começou a vender seus textos
 para revistas populares londrinas.

Em 1891 casou-se com sua prima Isabel 
Mary Wells, filha da irmã de seu pai, com 
quem morava desde que perdeu a bolsa do
 Imperial College, embora tenha sido aprovado
 com distinção em física e biologia, foi
 reprovado em geologia.
Paralelamente continuava a dar aulas e nelas
 conheceu Amy Catherine, sua aluna, com
 quem fugiu, abandonando Isabel Mary Wells. 
Teve inúmeros casos amorosos, mas permaneceu
 casado com Amy até 1927.

A MÁQUINA DO TEMPO


O Homem Invisivel 
Dava aulas e a monitorava-as, ao passo 
que também cuidava do jornal da escola, no
 qual passou a escrever contos e ensaios.
 Em 1887, após quatro anos de estudos, ele se
 inscreveu para prestar um exame na 
esperança de evoluir na vida acadêmica. 
Só estudava as matérias que gostava. 
Geologia nunca foi os eu forte. A física e 
a biologia, por influência de Huxley, o encantavam. 




Em 1895 publicou A Máquina do Tempo
 e passou a ter contato com escritores 
contemporâneos famosos que enalteceram
 sua obra, como: Gilbert Chesterton, Henry 
James, Bernard Shaw e 
Joseph Conrad. Devido ao sucesso, finalmente 
pode se dedicar apenas a literatura popular 
como escritor de ficção e ensaísta.
Em 1901, H.G.Wells publicou Os Primeiros
 Homens na Lua. Entre A Máquina do Tempo e
 Os Primeiros Homens da Lua, ele tinha publicado
 14 obras, em sua grande maioria de ficção, 
tema pelo qual ficaria famoso. Ainda nesse
 mesmo ano, publicou Antecipações, onde 
começava a mostrar o projeto que assumiria,
 de escritor utópico e planejador social.
Em 1903, filiou-se à Sociedade Fabiana, de
 caráter socialista, com a qual romperia em 1908. 
Em 1904, publicou Uma Utopia Moderna, em que
 define o meio de tornar a humanidade melhor 
e evitar o desastre: criando uma classe 
esclarecida (os “samurais”) que governariam
 um Estado mundial com justiça.   

    
PENSANDO NO FUTURO

Tamanho foi o sucesso das obras de
 Wells que ele passou a se dedicar em tempo
 integral, em seu estúdio, a vislumbrar um
 mundo futuro inimaginável até então. 
Além da Máquina do Tempo, ele escreveu
 em um período de pouco mais de 10 anos
 texto que fariam dele um literato e, ao
 mesmo tempo, criador e expoente
 máximo da ficção científica.
Wells foi o autor intelectual das imagens
 que hoje nós temos do futuro. 
Ecos de sua obra ainda são
 encontrados em livros, games e, 
principalmente, no cinema.
Cerca de 70 adaptações de suas obras
 literárias foram adaptadas para o cinema
 e para a TV, como: Viagem à Lua, 
O Homem Invisível, 
A Guerra dos Mundos (também dirigida por 
Spielberg, em 2005), e outros clássicos.

OUTROS AUTORES FUTURÍSTICOS

George Orwell (1903-1950) escreveu Admirável 
Mundo Novo e Aldous Huxley (1894-1963) autor
 de 1884, foram outros escritores de ficção notáveis. 
Porém, os livros de H.G.Wells são considerados 
os maiores clássicos do gênero e fizeram 
um estrondoso sucesso, inspirando 
muitos outros autores até a atualidade.



H.G. WELLS, LIVROS QUE
VALE A PENA CONFERIR...



No Brasil há poucas obras de H.G.Wells
 em catálogo. Apenas a editora Nova Alexandria
 mantém em catálogo O Homem Invísivel e a 
Máquina do Tempo. No passado a editora Francisco
 Alves tinha lançado vários títulos de Wells que,
 atualmente, ainda podem ser encontrados nos sebos.
 A versão brasileira de A Guerra dos Mundos
 editada no país pela Nova Fronteira, em 1981
, é uma raridade. Assim como as edições luxuosas
 lançadas pela Casa Garnier, no início do
 século XX, que se tornaram itens valiosos 
de colecionadores e têm preços acima da média.
  Mas, pelo mundo afora há centenas de edições
 criadas por este autor genial, para todos os 
gostos, comentários, graphic novels, 
obras acadêmicas e brochuras populares. 
Wells continua sendo um sucesso editorial.


Alguns clássicos de H.G.Wells que 

valem a pena conferir:

The Time Machine, Graphic Classics, The Man Invisible,
 The War of The Worlds, The First Men In The Moon, 
Sleeper Awakes e Tono-Bugay.
Todas as 70 adaptações das obras de Wells
 para a telona podem ser encontradas em DVD.
 Jogos de computadores que exploram
 a ideia de viagens no tempo existem à vontade. 
Mas, você sabia que Wells se antecipou aos
 games e criou ele mesmo o que hoje chamamos
 de RPGs? Além disso, as imagens das
 máquinas de A Guerra dos Mundos que aparecem
 no famoso game Half-Life 2, 
foram baseadas no livro homônimo de H.G.Wells.
 Também há disponível na Internet, além de
 biografias, cronologias, material iconográfico, 
textos integrais do autor e até coletâneas
 de seus contos e ensaios.







Se você, como eu, curte HQs, livros e filmes
 de ficção científica, jamais devemos nos 
esquecer que o grande H.G. Wells foi o
 grande precursor de tudo.
Que o Senhor o tenha em bom lugar.
Que assim seja!








O radialista  Orson Wells e H.G. Wells
Em seu programa radiofonico, Orson ao narrar que a Terra estava
sendo invadida por marcianos deixou toda cidade em panico



Por Tony Fernandes

Redação Estúdios Pégasus – Uma Divisão de Arte e
Criação da Pégasus Publicações Ltda – São Paulo – SP –

Brasil -  Copyright 2015\Tony Fernandes\
Pégsus Publicações Ltda - 
Todos os Direitos Reservados.