sábado, 12 de março de 2011

O SUCESSO DOS HERÓIS NIPÔNICOS NO BRASIL! NACIONAL KID "FEZ A CABEÇA" DA GAROTADA!

NO BRASIL,
 NACIONAL KID,
 FOI O PRIMEIRO
SERIADO DE SUPER-HERÓI 
QUE FEZ SUCESSO NA TV


Nos anos 60 a TV no Brasil era artigo 
de luxo, um produto caro, que poucos
 podiam adquirir, 
apesar dela apenas transmitir
 imagens em preto e branco.
Como eu disse, poucas pessoas podiam ter um 
aparelho de TV em casa. 
Na rua em que eu morava 
com meus pais, num bairro da
 periferia de São Paulo, 
apenas uma residência possuía essa grande e
revolucionária novidade tecnológica. Toda tarde, 
todas as crianças do bairro ia lá na casa do 
amiguinho para assistir TV. 
A residência da dona Aurora 
parecia mais uma
sala de cinema, tamanho era o número de 
crianças que se amontoavam 
em frente ao vídeo
daquele enorme aparelho cheio de
  válvulas – o chip ainda não 
tinha sido inventado.

Assistíamos as movimentadas aventuras
 dos soldados de Forte Apache, na série:
 Rin-Tin-Tin, toda tarde – , Wilde Bill
 Hickock, Gasparzinho e
toda a sua turma - dos irmãos Harvey-, 
Pepe Legal, Wallygator,  Tartaruga 
Touché, Leão da Montanha, 
Dom Pixote , Jambo & Ruivão, 
Olho-Vivo e Farofino 
(todos desenhos animados da Hanna-Barbera), etc. 

À noite, passava na TV: Combate 
(antigo seriado sobre a Segunda Guerra 
Mundial), Zorro (The Lone
Ranger), Patrulheiros do Oeste (Toddy), 
Os Legionários (Toddy). 
Nos finais de semana eram imperdíveis 
as séries: Disneylândia, Bonanza, 
Os Flintstones, Os Jetsons,
Manda Chuva,  e o Homem de Virginia –
 famosa série de western de muito 
sucesso, na época.


Os programas eram feitos ao vivo,
 cheios de erros, pois não haviam 
ainda inventado o videotape. 
Os comerciais, eles também eram 
feitos ao vivo pelas chamadas
 “garotas propaganda”. 
A implantação da TV no Brasil foi uma 
iniciativa pioneira de Assis Chateaubrian, 
um jornalista, nascido no nordeste, 
que se tornou dono da maior cadeia 
de rádio, TV e jornais do país, um 
conglomerado que ficou famoso e
 conhecido como:Diários Associados.


Foi numa dessas tardes, que pela
 primeira vez, vi aquele herói  estranho e 
sensacional que fez a
cabeça da garotada, de imediato: Nacional Kid.
O herói usava capa, um capacete estranho,
máscara e voava pelo céu de Tóquio
 para combater 
o mal. Em sua identidade secreta 
ele era o pacato professor Massao. 
A abertura do filme tinha 
um tema musical que,
com certeza, não sai da cabeça, ainda hoje, 
dos adultos que assistiram essa série na
infância ou adolescência.



As séries de National Kid - foram 3, 
se não me engano-, 
eram em capítulos diários e nós, a garotada,
vibrávamos ao vê-lo enfrentar seus poderosos 
inimigos, como: os Incas Venusianos, etc.

Os Incas Venusianos de Nacional Kid

 Aquilo era novidade  em matéria de filmes 
seriados da TV. Superman, só existia nos gibis
da extinta e saudosa editora Brasil-
América. 
A série de TV do Superman – apesar de
 já existir nos Estados Unidos, ainda
 não havia chegado ao Brasil. 

George Reeves, o Superman da TV

 Superman só estreou na década de 70,
quando foi inaugurada a TV Bandeirantes, 
de São Paulo. E com a TV
 Bandeirantes também 
vieram também os heróis Marvel – 
patrocinados pela Shell -, 
com seus famosos e cativantes 
“desenhos desanimados”, mas 
inovadores para a época.

Lembro-me que a edição zero 
da revista Capitão Z – 
da Ebal -, que trazia as aventuras do 
Capitão América e Homem de Ferro, 
só podia ser adquirida nos postos
 de gasolina da rede Shell, 
afinal ela era a patrocinadora dos 
desenhos da TV. 
Tudo foi planejado para o grande 
lançamento numa bela estratégia de 
marketing da Marvel.

REVIRAVOLTA NA TV 
AMERICANA



Ainda no final da década de 60 os 
super-heróis dos quadrinhos passaram 
a receber uma atenção 
especial, graças ao surpreendente sucesso da
série Batman feita para a TV – estrelada por
Adam West -,  e dos heróis de HQs da Marvel, 
por estarem alcançando um alto nível de 
popularidade entre a juventude universitária.


 Por um período de três anos, naquela época,
os desenhos animados de super-heróis tomaram 
o lugar dos “cartoons” humorísticos com 
animais, que predominavam na TV 
desde a década de 50.

Em 1965, as redes de TVs americanas 
tinham suas programações infantis feitas
 de reprises de antigas
séries, como: Popeye, Pica-Pau,  Tom e 
Jerry, Top Cat, The Jetsons, Gasper e
 Might Mouse, etc.

Em 1966, tudo mudou. 
Uma verdadeira legião de super seres 
invadiram a TV dos Estados Unidos,
 na esperança de capturar
a audiência do público infantil 
com mais idade.

Fred Silverman – diretor da CBS 
Television, na época -, foi o grande 
responsável por esta mudança radical.
 Quando Fred notou o sucesso
dos comics pensou logo em transportar 
aqueles personagens para a telinha. 

Com o sucesso obtido pela CBS, no outono
de 1966, a concorrente NBC TV também entrou 
na briga fazendo estrear novas séries de
desenhos animados com heróis 
de sucesso das HQs.



Foi nessa época que surgiram: 
The New Adventures of Superman – 
desenho animado produzido pela 
Filmation, de grande sucesso -, Os Impossíveis, 
Jana das Selvas, Space Ghost, Dino Boy, 
Os Herculóides, Homem Pássaro, 
Frankestein Jr, Os Impossíveis, etc.


Mas, voltando a falar de 
Nacional Kid...

Portanto, coube aos japoneses – pelo menos 
no Brasil -, a honra de apresentar
 ao público telespectador 
o primeiro seriado de um super- herói voador. 
Assim, Nacional Kid – que foi reprisado 
inúmeras vezes -, foi o primeiro 
grande sucesso de
origem nipônica no país.


Depois dele, vieram outras séries famosas
produzidas no Japão e que fizeram a cabeça 
da garotada, como: Patrulha Fantasma – 
filme de ação exibido pela TV Globo -,
 Speedy Race – série desenho 
 animado que fez muito sucesso-,
Samurai Kid, etc. Na década de 70 foi a vez do
público brasileiro conhecer: Ultraman, 
Ultra Seven, A Princesa e o Cavaleiro
(conhecida como “Ribbon No Kishi” no Japão, 
do genial Osamu Tesuka, o Disney Japonês),
Astroboy, etc.

De repente, os heróis nipônicos sumiram da TV 
brasileira. Ou seja, apenas uma série ou outra 
era reprisada, de vez em quando. 
Foi na década de 90 que eles voltaram a invadir
nossos lares.
Surgiram novas séries, como: Changerman, 
Jaspion, Ninja Jiraya – exibida no Brasil  pela 
extinta TV Manchete -, etc.
Porém, o grande “boom” das séries nipônicas 
da TV ainda estava por vir. Ele aconteceu nesta 
mesma década quando surgiu a série animada 
de maior sucesso de todos os tempos: 
Cavaleiros do Zodíaco, do genial 
Masami Kurumada. 
Até adultos acompanhavam 
os episódios.

A editora Nova Sampa Diretriz – 
nessa mesma época -, 
colocava nas bancas, numa iniciativa
 pioneira,  a revista Meu Herói, 
onde mostrava Ultraman na capa.
As vendas foram astronômicas. 
Afinal, todo mundo, 
há muito tempo, estava curioso para 
saber mais sobre Ultraman e toda a
] família Ultra, uma das 
séries de maior sucesso da TV japonesa e
que também tinha grande audiência
no Brasil.



Após o retumbante sucesso de Cavaleiros 
do Zodíaco, surgiram outras 
séries oriundas do Japão 
na TV brasileira, como: Pokémon, Digmon, e 
um dos maiores fenômenos do mercado:
Dragon Ball, de Akira Toriyama.

DA TELINHA PARA AS 
REVISTAS DE HQs!

De repente, todos esses sucessos da TV 
foram transformados em revista
 em quadrinhos,com vendas astronômicas. 
E este mérito de ter 
lançado essas inovadoras séries de HQs – 
também conhecidas como mangás -, dando uma 
nova opção aos leitores brasileiros coube a 
Conrad editora, por dois jovens empreendedores:
André Forastieri e Rogério Campos, também 
criadores da revista Meu Herói, lançada pela
Nova Sampa, que perceberam, na época, a 
necessidade de trazer novidades ao monótono
mercado editorial brasileiro.


Com o sucesso da Conrad, inúmeros 
concorrentes também se aventuraram a 
soltar outros títulos.
O que, a princípio, parecia ser
 uma onda passageira
perdura até os nossos dias.
Atualmente, uma gama de heróis 
nipônicos são exibidos diariamente 
pela Cartoon Network e pelas 
TVs abertas do país. 
Sempre com muito sucesso.
Nossas bancas há anos vivem empesteadas 
com inúmeros títulos de origem oriental – 
alguns de duvidosa qualidade, 
além dos heróis Made in USA. 
Mas, nem todos eles são sucesso de vendas, 
como Vagabond, um dos melhores mangás 
editados pela Conrad no país, de Takehiko Inoue.

E pensar que tudo isto começou com Nacional Kid, 
na década de 60, e com a compra dos estúdios 
americanos de Hollywood pelos endinheirados   
empresários japoneses nos anos 90...

Orientais... taí um povo de visão, batalhador 
e empreendedor que soube conquistar o  seu 
espaço na mídia, que era dominada 
exclusivamente por produtos americanos.
Um grande exemplo a ser seguido pelos 
autores e editores nacionais.

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3 comentários:

  1. Bela Matéria, tempo bom onde a televisão exibia criatividade e qualidade.

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  2. Muito coisa bacana e criativa nessa época. Não que agora não haja coisas com qualidade, mas todas essas referências se tornaram ícones pra quem viveu essa era da TV. Valeu por postar.
    Abraço,

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  3. Sem dúvida, caro Gilberto, esta foi uma época que marcou todos nós, q vivemos ela, sem querer desmerecer as novas criações de hoje.
    Grande mano amplexo pra vc e obrigado
    por seu comentário!

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