NO BRASIL,
NACIONAL KID,
FOI O PRIMEIRO
NACIONAL KID,
FOI O PRIMEIRO
SERIADO DE SUPER-HERÓI
Nos anos 60 a TV no Brasil era artigo
de luxo, um produto caro, que poucos
podiam adquirir,
de luxo, um produto caro, que poucos
podiam adquirir,
apesar dela apenas transmitir
imagens em preto e branco.
imagens em preto e branco.
Como eu disse, poucas pessoas podiam ter um
aparelho de TV em casa.
Na rua em que eu morava
Na rua em que eu morava
com meus pais, num bairro da
periferia de São Paulo,
periferia de São Paulo,
apenas uma residência possuía essa grande e
revolucionária novidade tecnológica. Toda tarde,
todas as crianças do bairro ia lá na casa do
amiguinho para assistir TV.
A residência da dona Aurora
parecia mais uma
parecia mais uma
sala de cinema, tamanho era o número de
crianças que se amontoavam
em frente ao vídeo
em frente ao vídeo
daquele enorme aparelho cheio de
válvulas – o chip ainda não
tinha sido inventado.
válvulas – o chip ainda não
tinha sido inventado.
Assistíamos as movimentadas aventuras
dos soldados de Forte Apache, na série:
dos soldados de Forte Apache, na série:
Rin-Tin-Tin, toda tarde – , Wilde Bill
Hickock, Gasparzinho e
toda a sua turma - dos irmãos Harvey-,
Pepe Legal, Wallygator, Tartaruga
Touché, Leão da Montanha,
Pepe Legal, Wallygator, Tartaruga
Touché, Leão da Montanha,
Dom Pixote , Jambo & Ruivão,
Olho-Vivo e Farofino
Olho-Vivo e Farofino
(todos desenhos animados da Hanna-Barbera), etc.
À noite, passava na TV: Combate
(antigo seriado sobre a Segunda Guerra
Mundial), Zorro (The Lone
(antigo seriado sobre a Segunda Guerra
Mundial), Zorro (The Lone
Ranger), Patrulheiros do Oeste (Toddy),
Os Legionários (Toddy).
Nos finais de semana eram imperdíveis
as séries: Disneylândia, Bonanza,
Os Flintstones, Os Jetsons,
Os Legionários (Toddy).
Nos finais de semana eram imperdíveis
as séries: Disneylândia, Bonanza,
Os Flintstones, Os Jetsons,
Os programas eram feitos ao vivo,
cheios de erros, pois não haviam
ainda inventado o videotape.
cheios de erros, pois não haviam
ainda inventado o videotape.
Os comerciais, eles também eram
feitos ao vivo pelas chamadas
“garotas propaganda”.
feitos ao vivo pelas chamadas
“garotas propaganda”.
A implantação da TV no Brasil foi uma
iniciativa pioneira de Assis Chateaubrian,
um jornalista, nascido no nordeste,
que se tornou dono da maior cadeia
iniciativa pioneira de Assis Chateaubrian,
um jornalista, nascido no nordeste,
que se tornou dono da maior cadeia
de rádio, TV e jornais do país, um
conglomerado que ficou famoso e
conhecido como:Diários Associados.
conglomerado que ficou famoso e
conhecido como:Diários Associados.
Foi numa dessas tardes, que pela
primeira vez, vi aquele herói estranho e
sensacional que fez a
primeira vez, vi aquele herói estranho e
sensacional que fez a
cabeça da garotada, de imediato: Nacional Kid.
O herói usava capa, um capacete estranho,
máscara e voava pelo céu de Tóquio
para combater
para combater
o mal. Em sua identidade secreta
ele era o pacato professor Massao.
ele era o pacato professor Massao.
A abertura do filme tinha
um tema musical que,
um tema musical que,
com certeza, não sai da cabeça, ainda hoje,
dos adultos que assistiram essa série na
infância ou adolescência.
As séries de National Kid - foram 3,
se não me engano-,
se não me engano-,
eram em capítulos diários e nós, a garotada,
vibrávamos ao vê-lo enfrentar seus poderosos
inimigos, como: os Incas Venusianos, etc.
Aquilo era novidade em matéria de filmes
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Os Incas Venusianos de Nacional Kid |
Aquilo era novidade em matéria de filmes
seriados da TV. Superman, só existia nos gibis
da extinta e saudosa editora Brasil-
América.
América.
A série de TV do Superman – apesar de
já existir nos Estados Unidos, ainda
não havia chegado ao Brasil.
já existir nos Estados Unidos, ainda
não havia chegado ao Brasil.
quando foi inaugurada a TV Bandeirantes,
de São Paulo. E com a TV
Bandeirantes também
Bandeirantes também
vieram também os heróis Marvel –
patrocinados pela Shell -,
patrocinados pela Shell -,
com seus famosos e cativantes
“desenhos desanimados”, mas
inovadores para a época.
“desenhos desanimados”, mas
inovadores para a época.
Lembro-me que a edição zero
da revista Capitão Z –
da Ebal -, que trazia as aventuras do
Capitão América e Homem de Ferro,
Capitão América e Homem de Ferro,
só podia ser adquirida nos postos
de gasolina da rede Shell,
de gasolina da rede Shell,
afinal ela era a patrocinadora dos
desenhos da TV.
desenhos da TV.
Tudo foi planejado para o grande
lançamento numa bela estratégia de
lançamento numa bela estratégia de
marketing da Marvel.
REVIRAVOLTA NA TV
AMERICANA
Ainda no final da década de 60 os
super-heróis dos quadrinhos passaram
a receber uma atenção
super-heróis dos quadrinhos passaram
a receber uma atenção
especial, graças ao surpreendente sucesso da
série Batman feita para a TV – estrelada por
Adam West -, e dos heróis de HQs da Marvel,
por estarem alcançando um alto nível de
os desenhos animados de super-heróis tomaram
o lugar dos “cartoons” humorísticos com
animais, que predominavam na TV
desde a década de 50.
Em 1965, as redes de TVs americanas
tinham suas programações infantis feitas
de reprises de antigas
tinham suas programações infantis feitas
de reprises de antigas
séries, como: Popeye, Pica-Pau, Tom e
Jerry, Top Cat, The Jetsons, Gasper e
Might Mouse, etc.
Jerry, Top Cat, The Jetsons, Gasper e
Might Mouse, etc.
Em 1966, tudo mudou.
Uma verdadeira legião de super seres
invadiram a TV dos Estados Unidos,
na esperança de capturar
invadiram a TV dos Estados Unidos,
na esperança de capturar
a audiência do público infantil
com mais idade.
com mais idade.
Fred Silverman – diretor da CBS
Television, na época -, foi o grande
responsável por esta mudança radical.
Quando Fred notou o sucesso
dos comics pensou logo em transportar
aqueles personagens para a telinha.
aqueles personagens para a telinha.
Com o sucesso obtido pela CBS, no outono
de 1966, a concorrente NBC TV também entrou
na briga fazendo estrear novas séries de
desenhos animados com heróis
de sucesso das HQs.
de sucesso das HQs.
Foi nessa época que surgiram:
The New Adventures of Superman –
desenho animado produzido pela
desenho animado produzido pela
Filmation, de grande sucesso -, Os Impossíveis,
Jana das Selvas, Space Ghost, Dino Boy,
Os Herculóides, Homem Pássaro,
Frankestein Jr, Os Impossíveis, etc.
Os Herculóides, Homem Pássaro,
Frankestein Jr, Os Impossíveis, etc.
Mas, voltando a falar de
Nacional Kid...
Portanto, coube aos japoneses – pelo menos
no Brasil -, a honra de apresentar
ao público telespectador
no Brasil -, a honra de apresentar
ao público telespectador
o primeiro seriado de um super- herói voador.
Assim, Nacional Kid – que foi reprisado
inúmeras vezes -, foi o primeiro
grande sucesso de
inúmeras vezes -, foi o primeiro
grande sucesso de
Depois dele, vieram outras séries famosas
produzidas no Japão e que fizeram a cabeça
da garotada, como: Patrulha Fantasma –
filme de ação exibido pela TV Globo -,
Speedy Race – série desenho
animado que fez muito sucesso-,
filme de ação exibido pela TV Globo -,
Speedy Race – série desenho
animado que fez muito sucesso-,
Samurai Kid, etc. Na década de 70 foi a vez do
público brasileiro conhecer: Ultraman,
Ultra Seven, A Princesa e o Cavaleiro
(conhecida como “Ribbon No Kishi” no Japão,
do genial Osamu Tesuka, o Disney Japonês),
Astroboy, etc.
De repente, os heróis nipônicos sumiram da TV
brasileira. Ou seja, apenas uma série ou outra
era reprisada, de vez em quando.
Foi na década de 90 que eles voltaram a invadir
nossos lares.
Surgiram novas séries, como: Changerman,
Jaspion, Ninja Jiraya – exibida no Brasil pela
extinta TV Manchete -, etc.
Porém, o grande “boom” das séries nipônicas
da TV ainda estava por vir. Ele aconteceu nesta
mesma década quando surgiu a série animada
de maior sucesso de todos os tempos:
Cavaleiros do Zodíaco, do genial
Masami Kurumada.
Masami Kurumada.
Até adultos acompanhavam
os episódios.
os episódios.
A editora Nova Sampa Diretriz –
nessa mesma época -,
nessa mesma época -,
colocava nas bancas, numa iniciativa
pioneira, a revista Meu Herói,
onde mostrava Ultraman na capa.
pioneira, a revista Meu Herói,
onde mostrava Ultraman na capa.
As vendas foram astronômicas.
Afinal, todo mundo,
Afinal, todo mundo,
há muito tempo, estava curioso para
saber mais sobre Ultraman e toda a
] família Ultra, uma das
saber mais sobre Ultraman e toda a
] família Ultra, uma das
séries de maior sucesso da TV japonesa e
que também tinha grande audiência
no Brasil.
Após o retumbante sucesso de Cavaleiros
do Zodíaco, surgiram outras
do Zodíaco, surgiram outras
séries oriundas do Japão
na TV brasileira, como: Pokémon, Digmon, e
um dos maiores fenômenos do mercado:
Dragon Ball, de Akira Toriyama.
DA TELINHA PARA AS
REVISTAS DE HQs!
De repente, todos esses sucessos da TV
foram transformados em revista
em quadrinhos,com vendas astronômicas.
E este mérito de ter
foram transformados em revista
em quadrinhos,com vendas astronômicas.
E este mérito de ter
lançado essas inovadoras séries de HQs –
também conhecidas como mangás -, dando uma
nova opção aos leitores brasileiros coube a
Conrad editora, por dois jovens empreendedores:
André Forastieri e Rogério Campos, também
criadores da revista Meu Herói, lançada pela
Nova Sampa, que perceberam, na época, a
necessidade de trazer novidades ao monótono
Com o sucesso da Conrad, inúmeros
concorrentes também se aventuraram a
soltar outros títulos.
concorrentes também se aventuraram a
soltar outros títulos.
O que, a princípio, parecia ser
uma onda passageira
uma onda passageira
perdura até os nossos dias.
Atualmente, uma gama de heróis
nipônicos são exibidos diariamente
pela Cartoon Network e pelas
nipônicos são exibidos diariamente
pela Cartoon Network e pelas
TVs abertas do país.
Sempre com muito sucesso.
Sempre com muito sucesso.
Nossas bancas há anos vivem empesteadas
com inúmeros títulos de origem oriental –
com inúmeros títulos de origem oriental –
alguns de duvidosa qualidade,
além dos heróis Made in USA.
além dos heróis Made in USA.
Mas, nem todos eles são sucesso de vendas,
como Vagabond, um dos melhores mangás
editados pela Conrad no país, de Takehiko Inoue.
E pensar que tudo isto começou com Nacional Kid,
na década de 60, e com a compra dos estúdios
americanos de Hollywood pelos endinheirados
empresários japoneses nos anos 90...
Orientais... taí um povo de visão, batalhador
e empreendedor que soube conquistar o seu
espaço na mídia, que era dominada
exclusivamente por produtos americanos.
Um grande exemplo a ser seguido pelos
autores e editores nacionais.
APACHE EDIÇÃO # 6
ESTÁ NO PRELO!
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Bela Matéria, tempo bom onde a televisão exibia criatividade e qualidade.
ResponderExcluirMuito coisa bacana e criativa nessa época. Não que agora não haja coisas com qualidade, mas todas essas referências se tornaram ícones pra quem viveu essa era da TV. Valeu por postar.
ResponderExcluirAbraço,
Sem dúvida, caro Gilberto, esta foi uma época que marcou todos nós, q vivemos ela, sem querer desmerecer as novas criações de hoje.
ResponderExcluirGrande mano amplexo pra vc e obrigado
por seu comentário!