sexta-feira, 28 de março de 2014

MINAMI-CUNHA EDITORES! HQ COMPETIÇÃO (1973)!


HQ COMPETIÇÃO
Comprovação da Existência 
do Quadrinho Nacional


Na década de 70, surgiu uma nova editora chamada MINAMI-CUNHA EDITORES SOC. LTDA, sediada na rua Oliveira Lima, 184, em S. Paulo – SP. Seus diretores eram o experiente Minami Keizi – desenhista, roteirista e ex-proprietário da saudosa EDITORA EDREL, a primeira a lançar mangás produzidos no Brasil -, e Carlos da Cunha, um escritor e publicitário muito talentoso. Assim que as revistas desta nova casa editorial chegaram às bancas chamaram a atenção dos apreciadores das boas HQs. As revistas eram no formato 21 X 28 cms – exceto Conan, o bárbaro, que sai no formato 14 X 21 cms. A distribuição com exclusividade para todo o país estava a cargo da 
Fernando Chinaglia, do Rio de Janeiro.
A Múmia - Por Gedeone e  Justo
Ignácio Justo
O Lobisomem por Gedeone e Nico Rosso

O material nacional e importado lançado por esses editores era de boa qualidade e no que tange aos nacionais essas revistas traziam séries como a MÚMIA e o LOBISOMEM, escritas pelo polivalente desenhista\escritor Gedeone Malagola , com desenhos excepcionais de mestres do traço como Nico Rosso e Ignácio Justo.  

Gedeone Malagola
PÁGINAS DESENHADAS
NO PADRÃO EUROPEU

Curiosamente, os originais eram produzidos não em pé, como de costume, mas na horizontal, seguindo o padrão europeu de publicações como TINTIM e ASTERIX. Antes desses originais serem enviados para serem fotolitados – antigo processo fotográfico feito para gravar a chapa de impressão -, eles eram colados, ou seja, anexado uns aos outros formando assim uma única página. 
Com isso, para formar uma página convencional (na vertical) os desenhistas precisavam desenhar duas páginas na horizontal. 
Com isso ganhavam mais e se obtinha um 
material de maior qualidade.




Anúncio de quarta capa - HQ-COMPETIÇÃO - Minami-Cunha 1973

EIS A OPORTUNIDADE

Aposto que muitos garotos como eu, que tinha a pretensão de um dia tentar fazer histórias em quadrinhos, na certa ficou excitado ao ver um anúncio dessa editora que trazia estampada a seguinte chamada: 
“EIS A OPORTUNIDADE para DESENHISTAS e ROTEIRISTAS que queiram participar da HISTÓRIA EM QUADRINHOS do Brasil!”
ABAIXO, transcrevo o texto exato que foi publicado na quarta capa de algumas edições da MINAMI-CUNHA EDITORES...
“A secção ÓI EU AQUI! De HQ-COMPETIÇÃO está convocando todos os desenhistas e roteiristas principiantes, de qualquer parte do Brasil, para participarem da Revista, dando-lhes oportunidade de lutar em prol da nacionalização da história em quadrinhos.
Mande-nos seu roteiro ou desenho (4 ou 5 páginas).
Mande-nos seu nome, o lugar de nascimento, a idade, a cidade em que vive atualmente, o endereço, a escola em que cursou... uma pequena auto-biografia.
E AGUARDE A PUBLICAÇÃO NOS PRÓXIMOS NÚMEROS DE
HQ COMPETIÇÃO! Comprovação da Existência do Quadrinho Nacional!
MINAMI-CUNHA EDITORES – CX. POSTAL, 15027 – SÃO PAULO – SP – CEP 01541.”


JOVENS EMPOLGADOS

Wanderley Felipe (Wanderfel - 1973)

Foi após ver este anúncio que decidi dar a boa nova ao amigo Wanderley Felipe (Vanderfel), que também era tarado para fazer quadrinhos, fizemos uma HQ de terror cada um e fomos bater 
na porta dos editores, com a cara e a coragem. 
Afinal, sempre pensei, é preciso tentar, e insistir 
se se deseja alguma coisa.

OS DESENHOS TOSCOS
PRECISAVAM EVOLUIR

Fomos na referida editora por três vezes e sempre ouvíamos: 
“Vocês são esforçados, levam jeito... mas ainda não estão bons!” 
Foi na última visita que o MINAMI e o CUNHA, talvez querendo se livrar daqueles garotos pentelhos, disseram: “Vocês conhecem o Ignácio Justo? Vamos mandá-los estagiar com ele! O homem é expert em anatomia e luta em prol das HQs nacionais!”
Mal pudemos acreditar naquilo que acabávamos de ouvir. Nos passaram o endereço, que ficava no bairro da Liberdade – tradicional reduto nipônico da cidade. De imediato, fomos bater na porta do mestre e um dos nossos ídolos das HQs de Combate. Fomos recebidos de braços abertos. Lá, encontramos outros garotos que também estudavam anatomia com o Justo. E assim, passamos a fazer parte da chamada “Turma do Barraco do Justo”.





TREINAMENTO INTENSIVO

Todos os dias a galera chegava pontualmente para receber as instruções daquele que passamos a chamar, a boca pequena, de SARGENTÃO, devido a severidade como ele conduzia seus discípulos. E ai daquele que chegasse fora de hora. O homem quase subia na mesa e lascava um discurso eloqüente dizendo que deveríamos ser pontuais, ter maior responsabilidade.

Mas, jovens são inconseqüentes, desleixados, e não levam muito a sério os conselhos dos mais velhos. Portanto, vira e mexe algum discurso inflamado era ouvido pelos membros da 
“Turma do Barraco”.
Algum tempos depois, nossos traços foram melhorando e a linguagem do desenho sequencial começou a surgir em nossos originais. Inicialmente, criávamos a histórias e só fazíamos 
desenhos a lápis, sob a orientação do mestre. Na medida em que esses desenhos a grafite iam evoluindo o SARGENTÃO começou
a artefinalizar nossos trabalhos.

A PRIMEIRA HQ QUE FIZEMOS

Quando vimos nosso primeiro trabalho artefinalizado pelo mestre ficamos entusiasmados. A história foi escrita por mim e desenhada pelo Felipe e eu. Chamava-se A TORMENTA.
A segunda HQ foi feita, se não me engano, pelo Justo (artefinal) e pelo Felipe, chamada PESADELO. Ambas foram apresentadas ao Minami e Cunha, que as aprovaram e passaram os originais para o Marcos Maldonado letreirá-las.


NOSSA PRIMEIRA REVISTA

Apesar das duas primeiras HQs terem sido aprovadas e letreiradas elas tinham que entrar na programação da editora e, portanto, demoraram alguns meses para serem publicadas.
Enquanto isso, como eu sempre fui fã de Asterix e das HQs de humor produzidas na Europa, comecei a produzir paralelamente um personagem chamado SARGENTO BRONCA – obviamente inspirado na forte personalidade no nosso instrutor de arte, que vivia bronqueando com a gente.

Espeto fez parte da revista Sargento Bronca


 Porém, só comecei a desenvolver a HQ deste personagem, após eu e o W. Felipe ter ido visitar, no bairro do Brás, a EDITORA  SABER, que lançava uma série de pockets books de clássicos da King Features, como: Fantasma, Mandrake, Flash Gordon, Recruta Zero, e outros títulos. Dentre eles também havia um nacional chamado Praça Atrapalhado, criado pelo desenhista Edú, que fazia muito sucesso.



SARGENTO BRONCA E ESPETO

O Felipe também sempre teve queda por HQs cômicas e criou também seu próprio personagem, ESPETO. Na visita que fizemos aos editores - os irmãos FITIPALDI -, levamos algumas páginas de nossas criações – ESPETO e SARGENTO BRONCA.
Os editores examinaram aqueles trabalhos, ainda toscos, e disseram: “Não dá pra gente editar uma revista com meia dúzia de páginas, garotos! Mas se vocês fizerem uma revista completa de 64 páginas de miolo, mais capas, podemos pensar na possibilidade! Vocês topam?”
O editor nos deu um prazo para apresentarmos o trabalho – 30 dias -
e aquilo nos preocupou, pois produzíamos muito pouco.
Porém, aquilo era como oferecer queijo pra rato. 
Não podíamos perder aquela oportunidade. De imediato, 
aceitamos o desafio e saímos saltitantes daquela casa editorial.
Na rua, paramos num boteco para tomar um refrigerante e comentamos: “Fodeu tudo! Agora vamos ter que encarar e fazer a coisa, já que os editores encomendaram!
Falei: Vamos fazer assim, você faz metade, com o seu personagem,  
e eu faço a outra parte, Wanderley!”
“Legal! Vamos nessa!” – retrucou o outro porralouca.
Voltamos para casa radiantes de alegria e no dia seguinte fomos dar
a boa nova ao mestre Ignácio Justo, que nos cumprimentou pelo feito.
Começamos a produzir a revista, cujo título era SARGENTO BRONCA, com os dois personagens no final de 1972.       
Obviamente, aquilo nos empolgou, principalmente quando vimos nossa revista no formato 14 X 21 cms, com lombada quadrada 
e capa plastificada, à venda nas bancas, no início de 1973. 
Nosso sonho começava a virar realidade.

MAIS HQs PUBLICADAS

A Caçada

Na sequência, anida em 1973, fizemos duas HQs especialmente 
para a revista HQ –COMPETIÇÃO. Na edição # 2 deste título foi publicada uma HQ feita por mim, A CAÇADA – de 2 páginas 
e meia, com tema policial. Como era de hábito nesta publicação,
 um mestre refazia algumas páginas do aspirante a desenhista 
e tecia alguns comentários sobre o trabalho do novato. 
Tive a honra de ter como crítico e instrutor o mestre Nico Rosso,
 que também ministrava aulas na Escola Panamericana de Arte.



Até mesmo os desenhistas profissionais, que publicavam em HQ-COMPETIÇÃO, tinham suas obras analisadas por gente tarimbada
na arte seqüencial, como: Fábio Santoro e Shieh Shueh Yan Fan.
Na edição em que minha HQ, A CAÇADA, foi publicada, o mestre 
Nico Rosso publicou uma hsitória escrita pelo grande escriba Gedeone Malagola, da série O LOBISOMEM, intitulada 
O MOSNTRO DO CASTELO PÂNTANO, e 
teve a análise de Fábio Santoro.
Nesta edição também constava uma minibiografia dos autores
e dos letristas Dolores eMarcos Maldonado, o chamado 
“Casal 20 das Histórias em Quadrinhos”, que até hoje estão na ativa letreirando Tex e outros títulos da MYTHOS EDITORA. 

Marcos Maldonado, José Carlos Francisco (Blog do Tex\Portugal) e Dolores Maldonado

CLEÓFAS

Também tive o prazer de ver outra HQ minha publicada na seção 
ÓI EU AQUI de HQ-COMPETIÇÃO chamada CLEÓFAS – uma 
heroína de ficção científica -, que foi redesenhada pelo mestre Justo.
Nos meses seguintes foram publicadas, por  MINAMI-CUNHA, as HQs artefinalizadas pelo Justo – A TORMENTA e PESADELO. Tomamos gosto pela coisa – eu e o Felipe - e de lá para cá nunca mais paramos, até hoje. Decidimos entrar de corpo e alma no negócio. E, graças ao bom Deus, que colocou muita gente boa em nossos caminhos, 
pois sozinho ninguém faz porra nenhuma, estamos em
pleno século XXI ainda na ativa.

A Tormenta - Primeira HQ






 Quando paro para olhar para trás e ver tudo o que passamos, 
tudo o que aconteceu e a carreira que fizemos no setor editorial brasileiro só nos resta agradecer incessantemente ao CRIADOR 
de todas as coisas, afinal, ao rever aqueles desenhos toscos 
iniciais que fazíamos me pergunto: “ Como eles, todos, puderam 
dar espaço para dois moleques que desenhavam mal pra cacete?”
Só pode ser coisa divina.

Pesadelo - Lápis: W.Felipe - Arte Final: Justo



A seguir, transcrevo exatamente o texto que provavelmente
 foi escrito por Carlos da Cunha, sobre o casal Maldonado. 
Texto publicado também na edição # 2 da revista HQ-COMPETIÇÃO.

Você vai saber literalmente o que escreveram os editores sobre 
o ousado garoto, eu,  Antonio Fernandes Filho (Tony Fernandes), quando publicaram minha primeira HQ pela MINAMI-CUNHA, 
chamada A CAÇADA...

Arte refeita por Nico Rosso da HQ a Caçada, mais comentários



FERNANDES FILHO   -    ÓI EU AQUI

Confiante, excessivamente confiante, apareceu um dia em nossa editora sobraçando vinte ou trinta páginas de histórias desenhadas. Entrou e foi logo dizendo com toda segurança: “Vi um anúncio ÓI EU AQUI! Publicado por vocês numa revista e vim com alguns trabalhos... O senhor poderia ver?”
Vimos todos, desenhos sérios e caricatos. Não estavam bons. 
Estava no caminho certo, de gente que sabe, mas não atingia ainda 
o objetivo. Não estava ainda “no ponto” que sonhava: 
vendê-los à uma editora.
Chama-se Antonio Fernandes Filho, 17 aos, espigado, moreno 
e está sempre mascando chiclé. Foi contínuo e auxiliar de escritórios, fazendo o 6º grau do 1º ciclo. Cursou 7 meses o Instituto Universal Brasileiro e uns 2 anos a Panamericana de Arte.
Em outubro do ano passado resolveu atender ao nosso anúncio.
“- Vinte, trinta páginas? Mas isso é uma REVISTA! Podemos publicar duas páginas apresentando você... mas 30?”
“- Então os senhores  não querem comprar?” – Estava certo de que era profissional. Mas não era!
Nosso objetivo é encaminhar todos os que têm vocação e boa vontade, fazê-los ver que, embora muitos não acreditem, que há chance; aos outros, sem ofendê-los, é preciso esclarecer que desenho é um dom que nasce com a gente. Ninguém será feito um desenhista se não nasceu para isso.
Antonio Fernandes Filho, que prefere assinar TONY, merecia uma oportunidade, por isso mandamo-lo para um “bate-papo” com Ignácio Justo. Teve um estágio “puxado” mas proveitoso onde aprendeu técnicas, segredos, anatomia, movimentos, etc.
Ele aparece aí nas páginas seguintes.



NA SEQUÊNCIA, SAIBA O QUE DISSE EM SEU COMENTÁRIO, 
SOBRE O MEU TRABALHO QUE ELE REFÊS...

COMENTÁRIO

Seguindo o esquema de HQ-COMPETIÇÃO, entregamos à Nico
 Rosso os desenhos de ANTONIO FERNANDES FILHO (Tony), 
para alguns comentários sobre seu trabalho publicado
nas páginas anteriores.
Não foi grande o trabalho que teve Nico Rosso, pois A. Fernandes Filho já conseguiu muito, desde os primeiros desenhos que nos apresentou há cinco meses, ocasião em que o recomendamos à Ignácio Justo, de quem teve boas e proveitosas orientações.

Vejamos o que diz Nico Rosso: 

"A História em Quadrinhos como meio de comunicação que é, tem algumas características obrigatórias, isto é, transmitir o assunto, ser lida e, principalmente, ser VISTA.
Estas características devem ser respeitadas sempre, independentemente das técnicas e estilos gráficos usados, que podem ser os mais variados possíveis.
Isto tudo impõe ao desenhista uma séria análise do argumento para achar a melhor maneira de transmitir ao leitor as emoções nele contidas, o mais possível respondente ao assunto. 
Na análise de A CAÇADA não há nada a objetar sobre o estilo que é válido, enquanto o desenho em si não é mau, apesar da má execução de alguns detalhes, exemplo da mão do rapaz no primeiro quadro...
“Estivemos conversando com Nico Rosso sobre isso. Comentamos
a tendência dos principiantes em colocar em primeiro plano, ou em evidência, as coisas mais difíceis de desenhar. E isso é uma regra geral. Além da mão no primeiro
Quadro, apontamos também o rapaz, cuja perspectiva está totalmente errada. Mas deixemos que Nico Rosso continue: “Tony precisa estudar mais, principalmente anatomia. Os rostos femininos nesta história, careciam de charme, indispensável principalmente para uma personagem central. A comunicação nesta história, dá mais pano para manga: Se eliminarmos o texto e entregarmos esta história para alguém que não a conheça, acreditamos que não conseguirá entender coisa alguma. Isto é devido à excessiva fragmentação de quadrinhos separados e, a história estar reduzida, quase que completamente, em quadrinhos de closes. Não mostra quase nada do ponto de vista IMAGEM: resta-nos dela, apenas o texto,s em contar o grande número de quadros DECORATIVOS que dão a impressão de estarem, ali colocados por não se saber o que desenhar em seus lugares. Ao refazer a primeira página, procurei respeitar ao máximo a ideia e o estilo do autor, modificando modificando só o estritamente necessário para que a história corra mais dinâmica, compreensiva e comunicativa. O Tony tem boas possibilidades, se ele não se cansar e estudar, aprimorando seu desenho principalmente economizando closes e procurar CONTAR a história VISUALMENTE MAIS COMPREENSIVA.

NICO ROSSO."

ABAIXO O COMENTÁRIO DOS EDITORES:

"Estamos em plenamente de acordo com Nico Rosso e, como conhecemos pessoalmente A. FERNANDES FILHO, temos certeza de que muito breve estará entre os bons."                     



“MALDONADO: AS LETRAS

TEXTO TRANSCRITO:

Marido e mulher. Ambos trabalham, juntos, na mesma arte: LETREIRAR HISTÓRIAS EM QUADRINHOS, fotonovelas, etc.
Como o trabalho não requer a presença do casal em empresa alguma, Marcos e Dolores montaram um estúdio em casa e ali ajudam-se quando o serviço é muito, discutem, quando o assunto é interessante, mas só param de trabalhar quando as pequenas Márcia Regina e Rosana, suas filhinhas, resolvem bagunçar o coreto.
MARCOS MALDONADO é de Sorocaba, desde 1940, quando chorou pela primeira vez num sítio dentro daquele município.

DOLORES MALDONADO é da Bahia, da cidade de Caitetés e, ainda pequena, veio com sua família para Galia, no Estado de São Paulo.
Em 1965 casaram-se e em 1969 Marcos resolveu seguir os conselhos do irmão e começou a letreirar histórias em quadrinhos. Dolores vendo o marido com bastante serviço, interessou-se pela coisa e resolver praticar.

Hoje, não se sabe qual é o melhor. Bem, para Marcos Maldonado e sua família, fazer arte é importante e é importante que se faça completa. Trabalhando com histórias em quadrinhos e fotonovelas, combinou-se um dia, apresentá-la prontinha ao editor. Falou-se entre irmãos e cunhados, tratou-se com Adilson Soares, fotógrafo da Polícia Militar, arranjou-se histórias e adaptadores e pronto: - Com a prática que Marcos Maldonado tem em teatro, tendo já participado de um grupo amador e levado OS MORTOS SEM SEPULTURA, AUTO DA COMPADECIDA e outras peças no
 teatro Arthur Azevedo, a coisa ficou fácil.

E lá parte o grupo, resolvido fazer fotonovelas, inclusive participando.
E vão para as praias, procurando cenas externas; visitam fazendas; fotografam cenas internas em palacetes que pediam
Emprestados aos donos por algumas horas.
A revista MELODIAS registra e comprova o que contamos, para quem Marcos, sua irmã Ana e seu cunhado Antonio Girão e outros artistas já prepararam e publicaram algumas fotonovelas, assim como para a revista A RAINHA, de Porto Alegre, RS.
Marcos e Dolores Maldonado, letreiristas de histórias em quadrinhos, fotonovelas, livros didáticos e tudo o mais que necessite das mãos precisas e caprichosas de artistas que conhecem  e trabalham com amor naquilo que fazem.
Estão a disposição de quem prcisar: Rua Costa Barros, 133 – Vila Alpina, em São Paulo, Capital.
Estão às ordens.”

SUPER HOMEM - Uma HQ clássica de Ignácio Justo

NOTA, segundo um anúncio de terceira capa (ver abaixo) da edição # 2 da revista HQ COMPETIÇÃO – e que trazia uma arte de Edmudo Rodrigues-, também colaboravam com a MINAMI e CUNHA EDITORES: Wilson Fernandes, Nelson Gonçalves, Jaime Cortez, Sergio Carpanese, Paulo I. Fukue, Fabiano, Fernando Ikoma, Cocolleti, Cláudio Seto, Nelson C. Y. Cunha, Francisco de Assis, Reinaldo de Oliveira, Carlos Magno, Antonio Duarte e muitos outros, como Kimil Shimizu.
Note que no anúncio a seguir, o texto de chamada:
“NOS PRÓXIMOS NÚMEROS” saiu de ponta cabeça.
Será que o diagramador estava bêbado? Rsss...

Anúncio onde aparecem os colaboradores. Chamada de ponta cabeça.


Como dizia Benedito Ignácio Justo de Siqueira, “Quando a tinta nankim entra na veia do fulano, o cara fica viciado na coisa!”
Bons tempos eram aqueles em que a MINAMI-CUNHA publicava HQs de alta qualidade cheias de erotismos, que deixava a cabeça da garotada muito louca.


 POR: Tony Fernandes\Estúdios Pégasus –
Uma Divisão da Pégasus Publicações Ltda –

São Paulo – S.P - Brasil