
O FANTÁSTICO: CATÁLOGO DE
SUPER-HERÓIS BRASILEIROS,
DE LANCELOTT BARTOLOMEU
MARTINS! CONFIRA!
Ao longo dos anos, nesse mercado oscilante, mas maravilhoso, muita gente tentou escrever sobre o turbulento mercado editorial tupiniquim, tentando registrar as frágeis tentativas de se criar
super-heróis no Brasil. Porém, poucos tiveram o cuidado e a competência de desenvolver
um trabalho tão minúscioso como Sir Lancelott Bartolomeu Martins. Confesso que desconhecia o trabalho desse incrível pesquisador.
Eu também não sabia que havia tantos superseres criados no Brasil.
Ao baixar, o até então desconhecido trabalho desse cidadão "Catálogo dos Super-Heróis Brasileiros", confesso, que fiquei boquiaberto ante tão apurado
levantamento feito por esse novo amigo e grande pesquisador e incansável
divulgador das HQs brasileiras.
Descobri, por fim, que a gama de personagens criados no país é imensa.
E as vezes, me pergunto: Por que será que tantas obras do gênero,
nunca pegaram?
Digo, pegaram, em termos de venda (infelizmente nenhum vingou
de verdade). Afinal, o que consagra um artista são as vendas.
O mercado é cruel e taxativo: só é bom aquilo que vende.
Na cabeça dos editores rola o seguinte: "De que adianta publicar
o Leonardo Da Vinci, se isso não der retorno? "
Editores e autores vivem num dilema.
Os primeiros, tão se lixando pra arte em si e só visam
obter lucros cada vez maiores dos seus investimentos.
Nada contra. Tb já editei e sei o quanto é duro manter um bom
time de profissionais. Custa caro e nem sempre se obtém
retorno. Por outro lado, os autores, eternos apaixonados pela
arte sequencial, esquecem q este é um trabalho como outro
qualquer e, portanto, tem que haver retorno.
Creio que os artístas deviam ver a coisa mais pelo lado comercial -
apesar de muita gente contestar o meu ponto de vista-, pois,
nenhum editor vai empatar capital num produto que não vende.
Na América, um país com mentalidade tipicamente judaíca,
após a Segunda Guerra Mundial, a coisa é muito pior.
Lá o mercado é super concorrido. Tem gente do mundo inteiro
oferecendo novas idéias aos editores americanos.
E, lá, tanto quanto aqui, milhares de personagens foram lançados
nos últimos anos e poucos, também deram certo, vingaram.
Muitos foram descartados e sairam para sempre de
circulação, pro desespêro dos seus fãs.
Autores surgem por lá aos milhares e somem da noite para o dia quando
seu "produto" deixa de vender. HQs são como programas de TV,
se não der "audiência" saem do ar, é simples. Por isso, nós,
autores, vivemos na corda bamba. É preciso ser eclético para
sobreviver e ter sempre um novo produto pronto para
substituir aquele que fechou, se quiser
se manter na mídia.
Meu bom e saudoso amigo, prof. Gedeone Malagola,
sempre me disse isso. O velho mestre sabia muito
bem do que estava falando.
É preciso criar vários personagens, para
segmentos diferentes e lembrar, sempre,
que existe vida inteligente além dos
super-heróis, e que também há público para tudo.
Sendo o Brasil, o segundo país do mundo que mais vende
esse gênero de Hqs (super-heróis), me pergunto:
Será que os Super-Heróis tupiniquins nunca vão decolar?
Por quê? O que falta em nossos trabalhos, para agradar
os leitores? Uma linguagem universal? Histórias mais
movimentadas? Diálogos e tramas mais interessantes?
O que esses personagens, de fato, conseguem é conquistar uma
pequena fatia do púbico leitor, pois a grande maioria dos leitores
simplesmente torcem o nariz quando vêem um produto nacional
nas bancas, por puro preconceito. Vivo dizendo:
"Só existe um jeito de haver nacionalização.
É preciso ter produção, é preciso se organizar".
Afinal, somos, todos, meros "gatos pingados" trabalhando
individualmente, no "fundo do quintal", tentando brigar
com poderosos grupos empresariais americanos, cheios
da grana, super organizados, e com um poderoso
departamento de marketing.
Além disso, apenas os pequenos editores, de fato, acreditam e
investem numa HQ Made in Brazil. Os grandes, simplesmente,
desprezam o produto nacional, em sua grande maioria,
lamentavelmente. Consequentemente, os gibis brasileiros que
chegam às bancas, em geral, apresentam uma má qualidade
gráfica e até de arte e texto. Editores de pequeno porte não têm
custo para fazer um gibi com a qualidade gráfica e qualidade
de uma poderosa Panini - multinacional italiana - que está
presente nas principais capitais do mundo e que tem como
carro-chefe seus álbuns de figurinhas.
Mesmo que um editor ousasse fazer um gibi luxuoso, não teria
um bom preço para o consumidor final ou uma boa distribuição
racional pelo imenso Brasil. Disso, resulta, apenas, vendas
minguadas ao longo dos anos.
O que desejam os editores? , me perguntei
milhares de vezes e a resposta é simples: bons
produtos (vendáveis) e garantia de continuidade.
No passado, muitos artistas deram mancadas com os editores,
no que se refere ao prazo de entrega de material - justamente
por trabalharem desorganizadamente-, daí, nós, todos, ficamos
marcados como "canistas". Ou seja, gente que não cumpre os
prazos de entrega do trabalho. Editores temem que nós, autores
nacionais, não possamos cumprir os prazos estipulados, como:
data de entrega, data de lançamento, etc.
Afinal, na produção de uma revista há muita gente envolvida no
processo e corre muita grana por trás. Os prazos devem ser
respeitados. Daí, os editores preferem trabalhar com os gringos,
q além de oferecerem um produto que já foi sucesso lá fora,
revendem o material barato e com um "caminhão de estoque".
No meu estúdio, só vendemos um projeto quando temos, pelo
menos, três edições adiantadas. Há editores grandes que só
fecham negócio se você apresentar 8 edições adiantas.
Eles querem garantia de continuidade.
Também querem nota fiscal, conta da empresa, etc.
Esse é o mundo real das HQs. Elas são um
grande empreendimento empresarial e
como em todo e qualquer grande negócio é
preciso ter seriedade.
Enquanto não mudar a mentalidade, tanto dos editores
como dos autores o mercado nacional
continuará problemático.
Esse promissor e quase inexplorado mercado de
trabalho das HQs nacionais nunca irá existir, de fato.
É preciso haver compreensão entre autores e editores.
Afinal, um não vive sem o outro. O mercado nacional é a
soma desses dois. Não devemos nos degladiar - editores
e autores - e, sim, trabalharmos em prol desse sofrido-
e carente mercado onde falta de novidades.
O que se vê por aí são: autores revoltados com
editores e vice-versa. Já ouvi muitos autores dizendo
que os editores "puxaram seu tapete".
É bom frisar que... picaretas, existem em qualquer ramo
e em qualquer país, é claro. Mas, acredito que há
muita gente boa e séria, bem intencionada e até
com espírito nacionalista.
Empresários de merda exitem em todos os
setores e segmentos empresariais.
É preciso pensar o seguinte: ninguém vai ficar investindo -
uma grana preta -
num produto que dá prejuízo. HQs são produtos como
outros, e como tal, devem gerar lucro. Jamais
enxerguei HQs como obra de arte e, sim, como um
produto comercial feito para a grande massa.
Toda vez que um "gênio" tenta elitizar as HQs as
vendas despencam, já vi este filme antes.
No meu tempo, um gibi custava o preço de
um jornal. Hoje, há gibis que custam mais de 20 reais.
Conheço custo gráfico e posso afirmar de cátedra que
isso é um roubo. Tem gente querendo ganhar demais
e com isso o mercado despencou.
Por outro lado, também há autores relapsos, sem
visão de mercado e que estão destruindo seu
próprio campo de trabalho.
Observem que: Já detonaram as gravadoras - muitas
delas já quebraram-, com a invenção da MP3 - por
um pivete irresponsável -, agora tem uma galera
botando HQs grátis - completas - na WEB,
pro pessoal baixar.
Esses cidadãos (maus brasileiros e péssimos profissionais),
querem, obviamente, mostrar seu trabalho.
Porém, não percebem que estão dando "um tiro
no próprio pé"? Parece q também querem detonar o
já abalado mercado editorial brasileiro. Colocar HQs
completas na WEB,GRÁTIS, ao meu ver, é burrice,
ou um ato impensado.
Ao invés disso, esses doidos deveriam bater de porta
em porta, nos editores, e oferecer seus produtos.
Alguém acha que um editor, em sã consciência,
vai publicar uma HQ que está disponível na WEB,
gratuitamente? Nunca. Isso é ilusão.
Precisamos deixar um pouco esse maravilhoso
mundo virtual - que é uma grande ferramenta
para divulgação - e batalharmos no mundo real.
Caso contrário, nunca vai existir um mercado
sólido para os futuros profissionais de HQs.
Publicações independentes são dígnas de louvor,
mas não levam a nada. Me pergunto:
por quê esse pessoal jovem e empreendedor,
não abre uma editora - empresa - e não procura
um grande distribuidor?
Não encontro uma resposta plausível e não
consigo entender a mentalidade dessa nova
geração. No passado, éramos muito mais
ousados. Aos 22 anos fechei meu primeiro
contrato de distribuição nacional com a DINAP -
do grupo Abril. Não tinha dinheiro, obtive
crédito para rodar, no Jornal do Brasil, no
Rio de Janeiro, e fomos paro pau, literalmente:
ou tudo o nada. E o mais incrível: A ETF -
Comunicação conseguiu pagar os custos de
Fantasticman e Fantasma Negro, numa boa.
Só fechamos - dois anos depois -, por absoluta
falta de experiência na área empresarial.
Daí, na certa, alguém vai dizer: "Eram outros
tempos, tiozinho".
De fato, o mundo mudou radicalmente, pós-era
da informática, a alta tecnologia de ponta tomou
conta do mundo e o velho e bom público leitor
migrou para os games, Ipode, Ipad, computadores,
tablets, etc.
Aos poucos os gibis e revistas tendem a diminuir, isto
é, se não se tornarem peça de museu.
Naquele tempo não existia essa parafernália
tecnológica num estado tão avançado, nem SEBRAE,
para ministrar ensinamentos aos futuros empresários.
Aprendíamos na raça, errando e pagado
caro pelos nossos erros, é claro.
Hoje, o que vemos por aí é um ou outro autor ralando,
em busca de espaço. Alguns conseguem e a grande
maioria, nem se quer chega a visitar as editoras.
No Brasil, editores querem ver a cara
dos autores, ainda. Não adianta ficar mandando
e-mails "mis".
Muitas empresas proíbem seus funcionários de
aceitarem anexos em e-mails, com medo de virus.
Portanto, quem quiser mandar trabalhos devem usar o
velho e bom correio. Digo isso, por experiência própria.
Ficamos 6 meses mandando e-mails e nada
acontecia, nem se quer obtínhamos uma resposta.
Quando mudei a estratégia, a coisa melhorou,
quando passei a visitar clientes três vezes por semana.
Começamos a vender nossos produtos.
Sir Lancelott, prova à todos através de seu trabalho
sui generis e de alta competência, que existe uma
imensa quantidade de criações
nacionais de super-heróis no país. Quando será
que vamos poder vê-los nas bancas de todo o Brasil?
Hoje, aquele que não tem sua criação registrada
nesse maravilhoso compêndio sobre HQs feito por
Lancelott, consequentemente, estará se abstendo da
chance de entrar para os anais da verdadeira
história das HQs brasileiras.
Entre em contato com o autor e envie a arte e os
dados do seu personagem. Faça parte deste
incrível compêndio.
UMA CRÍTICA CONSTRUTIVA:
Ao meu ver, esse grande desenhista e pesquisador
piauiense também comete o mesmo erro dos demais
autores... ou seja, disponibiliza
um trabalho fantástico GRÁTIS pela WEB.
Na certa, milhares de horas, foram despendidas
por ele para elaborar esse virtuoso e sensacional
trabalho. Já é tempo, bengala friend, de você também
procurar um editor e negociar a publicação
de sua obra genial. Um compêndio como o seu
tem e deve estar exposto numa livraria, sem
sombra de dúvida, e depois em nossas estantes.
De qualquer forma...
Parabéns por este seu belo projeto, Sir Lancelott,
e pense bem sobre o assunto e chega de download free!
Go ahead, Sir! Que Deus sempre ilumine sua mente para
criar trabalhos tão incríveis como este q vc fez.
E lembre-se: nem só de super-heróis vive a humanidade.
Já pensou em elaborar uma obra sobre outros
gêneros e seguimentos editoriais?
A batalha continua...
CONHEÇA O MAIOR CATÁLOGO DE HERÓIS
BRASILEIROS SEGUINDO O LINK ABAIXO...
http: hqquadrinhos.blogspot.com/2009/08/
herois-brasileiros-super-herois-html
See you later, bengalas friends.
Tony Fernandes\Estúdios Pégasus\Divulgação