segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Beyoncé - Live at Rock in Rio 2013 • Full Concert • HD (720p)

Rihanna - Live in Manchester (Complete Concert | 1080p)

Kylie Minogue - Showgirl Homecoming Tour (Live In Melbourne) 2006

Kylie Minogue - Live In Manchester DVD 2002 - Full Concert

Michael Jackson - HIstory World Tour (Munich, Germany 1997).avi

George_Benson-Absolutely_Live

Wynton Marsalis - Jazz in Marciac 2009

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

MULHER-MARAVILHA, O MAIOR ÍCONE FEMININO DAS HQs!

Houve um tempo em que o mundo dos quadrinhos era povoado apenas por heróis másculos, poderosos, e por parceiros adolescentes que os acompanhavam em suas aventuras. 
As mulheres que, em geral, participavam dessas aventuras desses valentes representantes do sexo masculino eram relegadas à segundo plano, ou seja, eram meras coadjuvantes. Essa mesmice machista durou décadas. Tanto, que nos anos 60, um cidadão americano pouco conhecido virou autor de um polêmico livro chamado A Sedução dos Inocentes. 
Foi atacando as HQs que este autor ganhou
 notoriedade na mídia. 

Na obra, ele afirmava que os quadrinhos corrompiam as mentes dos leitores induzindo-os a violência e também lançou a suspeita de que Batman e Robin eram homossexuais – quanta bobagem. Porém, as acusações surtiram efeito e acabaram abalando casas editorias que publicavam histórias de terror e suspense, de western, de guerra e até de aventuras de super-heróis. Pais e educadores se voltaram contra as histórias em quadrinhos, que chegaram até a serem queimadas em praça pública, numa significativa forma de protesto. 

Preocupados com a reação popular e com as vendas que decresciam, os editores americanos se organizaram e criaram um órgão de alto censura chamado Código de Ética, para vetar possíveis
 abusos nas HQs.

 De repente, as revistas que traziam temas adultos e até eróticos se infantilizaram. Mesmo assim, os filhos pobres de imigrantes judeus, que tinham implantado os quadrinhos na América na década de 
30 – nova expressão artística que era desconsiderada pela elite intelectualizada, por ser refúgio certo de artistas de origem
 proletária, sem poder aquisitivo para freqüentar uma academia de arte – insistiam em manter como personagens principais apenas representantes do sexo masculinos, tal qual o patriarcado que no passado havia criado os heróis bíblicos . Uma década depois, aos poucos, o machismo exacerbado foi cedendo espaço para as primeiras heroínas habitarem timidamente o mundo das HQs e o imaginário popular.

Subitamente, surgiu o arquétipo feminino perfeito, supremo, forte, inteligente, capaz, cheia de bondade, poderosa e linda, como a deusa grega Afrodite. O nome criado para esta nova personagem, que se tornaria a mais bela musa sensual do mundo das HQs, era bem apropriado. Esta incrível heroína fez a cabeça de diversas gerações – jovens de ambos os sexos e até adultos. E sua fama perdura até os dias atuais. Estou me referindo à personagem criada por um psicólogo chamada...

MULHER-MARAVILHA, O MAIOR
ÍCONE FEMININO DAS HQs DE
TODOS OS TEMPOS!




Os anos 60 foram tumultuados. A América se envolvia no conflito entre o Vietnã do Norte e do Sul, gerando protestos dos hippies – movimento jovem que pregava a paz e o amor, queimando ervas cabulosas. Nesta mesma época,  as pílulas anticoncepcionais foram lançadas e Betty Freedman queimava soutiens em praça pública reivindicando a igualdade para as mulheres, talvez inspirada
por uma personagem criada na década de 40 por um escritor genial: 
Charles Moulton.

WILLIAM MOULTON MARSTON
(CHARLES MOULTON), O GENIAL
CRIADOR DESTA FANTÁSTICA
PERSONAGEM DO MUNDO
DOS QUADRINHOS










 Charles Moulton, nasceu em 1893 e faleceu em 1947. Ele foi pscicólogo, professor, vice-presidente de uma agência de publicidade, diretor da Brunswick School e autor de obras 
literárias de peso, como: Emotions of Normal People (1928), 
Venus With Us (1932) e The Lie Detector Test (1938). Apesar
 de suas múltiplas atividades intelectuais, Moulton será
 lembrado eternamente como 
o criador de Mulher-Maravilha.







Para este trabalho, o criativo escriba adotou o
 pseudônimo de Charles Mouton e em parceria com 
o desenhista H. G. Peter lançou pela primeira vez, em 1941, as aventuras da princesa Amazonas, filha da rainha Hipólita, 
que na vida civil adotou a personalidade de Diane Prince. 
A série, inicialmente, foi publicada na revista Sensation Comics. Devido a sua boa aceitação, pouco tempo depois, ganhou
 revista própria, num universo, até então, praticamente
 dominado por poderosos machões que trajavam ridículas
 malhas colantes sobrepostas por sungas. Mulher-Maravilha revolucionou o setor editorial mundial e acabou influenciando
 muitos autores, meninas e mulheres de todos os continentes. Moulton foi roteirista exclusivo da série até 1947,
quando veio a falecer.


OUTROS COLABORADORES

A revista Mulher-Maravilha teve um grande sucesso, suas tiragens foram significativas que o editor da DC se empolgou. Após a morte do autor\roteirista, era preciso dar continuidade a série.  Diversos desenhistas talentosos foram convocados e passaram a colaborar com seus traços, como: Robert Kanigher, Ross Andru, Dennis O’Neil, Mike Sekowsky, Curt Swan, George Perez, Phil Jimenez, Jose Delbo, Dave Hunt, Dick Giordiano, Mike Esposito, e outras feras.   


Dennis O'Neil


Novos roteiros foram desenvolvidos por Paul Dini, Robert Kanigher, Dennis O’Neil, Elliot Maggin, 
George Perez, Phil Jimenez e outros escribas talentosos.





DOS QUADRINHOS PARA A TV!


Com o sucesso alcançado com as revistas em quadrinhos da Mulher-Maravilha, não demorou muito para que os donos da DC Comics, que detinham os direitos autorais da personagem, licenciassem a série para uma produtora que se interessasse em produzir episódios de TV. O mesmo já tinha sido feito, no passado, com Superman e Batman, que acabaram virando seriados e séries de TV. Ambas as séries desses famosos personagens de HQs acabaram obtendo sucesso 
em todo o mundo e, inclusive, fizeram alavancar as vendas de revistas. Através do licenciamento de produtos industrializados e filmes, a 
editora passou a arrecadar um bom dinheiro que
 ajudavam a fortalecer cada vez mais o negócio.

NASCE UMA ESTRELA

Lynda Jean Cordoba Carter, nasceu em Phoenix, Arizona, em 1951. 
A mãe dela, Juana Cordoba, era uma mexicana que se casou com um caucasiano norte americano chamado Colby Carter. 
Lynda freqüentou diversas instituições de ensino do seu estado e frequentou a Arizona State University, onde foi eleita a aluna mais talentosa.  Assim que deixou de estudar entrou como cantora em diversas bandas de rock, inclusive na de Gary Burghoff, ator que interpretou o personagem Radar , no longametragem Mash, 
e também na série de TV, do mesmo nome. A garota regressou 
ao Arizona em 1972, onde se inscreveu num concurso
 de beleza e, pela primeira vez, obteve fama 
nacional ao ganhar o título de Miss Mundo Estados Unidos, representando o Arizona. Ao se candidatar a Miss Mundo, 
pelo seu país, chegou às semifinais.



 Certo dia, ela decidiu freqüentar aulas de interpretação em várias escolas dramáticas de Nova Iorque, e aos poucos  começou a fazer algumas aparições em seriados de TV como Starsky e Hutch, Justiça em Dobro, e em alguns filmes “B” (1976), ganhando pequenos cachês, sem obter um merecido destaque.

RUMO AO ESTRELATO

 1974 – As economias dela estavam prestes a acabar devido as suas aulas de teatro e testes que não davam um bom retorno financeiro. De repente, recebeu um chamado, que a surpreendeu,  para fazer um teste para a seleção 
de uma nova série da TV chamada Mulher-Maravilha.
A garota não tinha grandes pretensões, desejava apenas arrumar um papel secundário, aparecer na TV e conseguir manter um trabalho com certa regularidade na área da comunicação e que pudesse lhe garantir um rendimento substancial para viver dignamente. 
Ser modelo não a atraía e era um trabalho instável demais.
A bela jovem, até então desconhecida, inesperadamente, foi 
aprovada no teste e acabou ganhando o papel principal. 
Ela não podia imaginar que ao assumir representar aquela
heroína dos quadrinhos – que ela nem conhecia direito –
iria mudar definitivamente a vida dela.

TEMPO DE MUDANÇAS RADICAIS


Numa época em que os estúdios de Hollywood poduziam filmes eseriados para TV, onde as figuras femininas viviam o papel de perfeitas donas de casa, usando sapatos de salto alto e colar de pérolas, o novo seriado que Lynda iria protagonizar só poderia resultar numa coisa: um grande impacto mundial. Ele, pela primeira vez, estava colocando a figura feminina em posição de destaque nas mídias, que antes eram dominadas pelos marmanjos.
Antes de Mulher- Maravilha a única fêmea que foi elevada a categoria de heroína de uma série de TV tinha sido Lassie, a cadela que conquistou milhares de telespectadores pelo mundo afora.

FANTASIA E REALIDADE


Enquanto Lynda Carter representava uma mulher poderosa na TV, a coisa era bem diferente para as mulheres na vida real. Apesar dos movimentos femininos iniciados na década de 60, que pleiteavam igualdade de condições para as mulheres, continuavam ocorrendo por quase toda a América as mulheres ainda tinham dificuldade para conquistar seu espaço. Na Meca do cinema não existiam muitas mulheres produtoras, diretoras, roteiristas, ou em posição de comando nos estúdios. 

Nas indústrias e no governo eram raras as mulheres que se destacavam. Na verdade, aos poucos o conceito machista mundial estava mudando lentamente, mas o momento exigia uma mudança radical onde o chamado “sexo frágil” deveria assumir uma posição relevante social.

O SERIADO DA TV


1974 – Uma primeira versão de Mulher-Maravilha, onde a bela Amazona foi protagonizada pela atriz Cathy Lee Crosby, teve um longametragem exibido, mas chamou pouca atenção.
A futura série que seria estrelada por Lynda Carter teve início 
com um longa piloto chamado The New Original Wonder
 Woman, baseado nos quadrinhos. 
Nesta primeira película, a história se passava 
durante a Segunda Grande Guerra Mundial, 
mostrando a origem dela na Ilha Paraíso, localizada
 hipotéticamente no Triângulo das 
Bermudas e que era povoada pelas amazonas.
Distantes do patriarquismo que imperava no passado elas, 
naquela ilha, possuíam poderes divinos. Após sobreviver 
a um mortal combate aéreo travado com um 
nazista o piloto americano Steve Trevor cai na ilha 
e descobre as mulheres guerreiras.

A rainha das Amazonas, ao saber que o mundo enfrentava o 
nazi-facismo decide enviar a mais poderosa de suas guerreiras,
 a bela princesa Diana, para ajudar a combater as tropas de Aldolf Hitler. Na América, Diana deixa Trevor num hospital e 
imediatamente começa a combater os nazistas
que planejavam destruir Washington. 
O major Trevor torna-se o par romântico da heroína. 
Mas, eles apenas vivem um amor platônico.

PRIMEIRA TEMPORADA


Khatty Lee Crosby
Após a exibição e o sucesso alcançado pelo filme piloto de Mulher-Maravilha, estrelado por Lynda, o mesmo elenco do longa foi escalado para a série da TV. The News Adventures Of Wonder Woman, abordava histórias mais contemporâneas e passou a ser exibido nos Estados Unidos em 1977.
Esta primeira temporada do seriado foi exibida pela rede de TV americana ABC, que acabou cancelando-a de repente. 
Outra poderosa rede, a CBS , decidiu assumir a série até o final, devido ao grande sucesso de audiência alcançado ao reprisar a primeira temporada.

AGRADANDO GREGOS E TROIANOS



Os garotos amaram a bela justiceira e finalmente as garotas tinham uma representante digna que não deixava nada a desejar aos poderosos machões que distribuíam porradas para combater os terríveis vilões.
Curiosamente, até os marmanjos acabaram se apaixonando
pela série e por aquela atriz elegante, inteligente, charmosa e deslumbrante, chamada Lynda Carter, ex-Miss América.
Homens e mulheres de todas as idades acompanharam a série, que acabou fazendo sucesso por todo o mundo.
Segundo alguns psicólogos, a personagem que foi criada 
inicialmente para compor o cast dos superseres da DC Comics representava os gloriosos dons que sempre residiram no espírito feminino. Foi só a partir desta ótima série de TV que a personagem ganhou ainda mais notoriedade. O aparato mágico usada pela personagem, como: laço, jato invisível e os braceletes, eram apenas acessórios, que não conseguiam encobrir a habilidade, a confiança, a inteligência e a coragem da princesa Amazona. Aqueles episódios eram uma espécie de alerta para as mulheres dos 
anos 70 que diziam nas entrelinhas: “Você pode 
ser o que quiser, tanto quanto os homens!”

“Aquele seriado ajudou a conscientizar as mulheres daquela
 época de que elas tinham tantos dons, potenciais e capacidades
 de assumirem posições de destaques sociais tanto quanto os homens. Mostrou também que nós tínhamos poderes ocultos, intelectos e que poderíamos ajudar a construir um mundo melhor. 

A Mulher-Maravilha não usava a força bruta para derrotar
 os vilões, e sim o cérebro. A série fez despertar mulheres 
de todas as idades sobre o poder que nós sempre tivemos. 
Nós, que pertencemos ao chamado, erroneamente, “sexo frágil, estávamos relegadas à condição de uma indefesa 
companheira de um poderoso macho, ou como a perfeita
 dona de casa, toda certinha. Mulher-Maravilha mostrou que podemos ser inteligentes, práticas, fortes e poderosas, sem deixar de ser femininas!”, declarou a atriz numa entrevista concedida a uma publicação americana especializada em filmes.

MILHARES DE FÃS
A primeira Mulher-Maravilha, que não agradou

O último episódio da série foi exibido nos Estados
 Unidos no em 1979, e deixou saudades. 
A série, que teve início em 1975 durou 5 anos (temporadas).
Lynda Carter, após deixar o seriado, enveredou por outros rumos profissionais. Virou cantora, modelo de grife famosa e também estrelou filmes e participou de outras séries de TV. Mas, mesmo 
anos depois do final da série, ela continuou a ser assediada 
pelos fãs que a reconheciam na rua, no supermercado e em
 reuniões sociais, como a inesquecível personagem 
que marcou época e que também acabou influenciando diversas gerações. O seriado foi reprisado muitas vezes por 
emissoras de todo o mundo – inclusive no Brasil -, 
sempre com boa audiência.
“Hoje me sinto extremamente agradecida e honrada por 
ter tido a chance de interpretar a Mulher-Maravilha e 
transmitir uma imagem de poder, inteligência, auto 
suficiência, e um bom senso daquilo que é certo e errado. 
Tais conceitos, tentei integrá-los a minha própria vida!”,
 declarou Lynda.

VIDA PARTICULAR

HQs conforme a moda dos anos 60 e 70
Lynda Carter, a ex-princesa amazona do antigo seriado da TV, se casou duas vezes. Primeiro com o seu agente Ron Samuels no 
dia 28 de maio de 1977, mas se divorciaram em 1982. Depois ela
 se casou com o seu advogado Robert A. Altman (não confundir 
com o famoso e falecido ator) no dia 29 de janeiro de 1984. Deste enlace ela e deu a luz a duas crianças encantadoras e passou a 
viver ao lado do marido numa bela casa cercada de amigos e admiradores. Sempre se sentiu gratificada ao ver a ascensão 
feminina em cargos políticos e sociais ao longo dos anos. 
Segundo ela, elas são as verdadeiras Mulheres-Maravilhas.  

EMBUSCA DE UMA NOVA HEROÍNA

A interpretação feita por Lynda, de Mulher-Maravilha, foi tão perfeita durante décadas que acabou ficando difícil para os produtores encontrarem uma candidata a altura para interpretar a personagem nas subseqüentes produções que pretendiam fazer.  Até 2005, conversas de bastidores especulavam a possibilidade da atriz Sandra Bullock encarnar Mulher-Maravilha numa nova série para a TV.  Porém, os boatos não foram confirmados pela produtora encarregada de tocar o projeto, que acabou sendo cancelado temporariamente.

OUTROS CRÉDITOS 
ARTÍSTICOS DE LYNDA

Depois do seriado, ela viveu o papel principal numa série da 
TV sobre a biografia  de Rita Hayworth e também fez diversos especiais para a televisão. Estrelou em duas séries de TV de 
curta duração: Jogo de Damas (Partners in Crime), com Loni Anderson e Nas Garras do Falcão (Hawkeye).
 No final da década de 70, ela gravou o álbum chamado 
Portrait e fez várias aparições em vários programas musicais de variedades.  O que muita gente não sabe é que Lynda também 
cantou duas composições dela num dos episódios de Mulher-Maravilha chamado Amazon Hot Wax.
Em 2001, ela estrelou uma comédia de baixo orçamento chamado 
Os Super-Tiras, vivendo o papel da governadora Jessman do Estado de Vermont. Os roteiristas tinham outros planos para ela, como fazê-la interpretar papéis de outras estrelas de TV dos anos 70. 
Mas, Lynda se recusou.  
Elaa também apareceu no cinema no filme Os Gatões: 
Uma Nova Balada, em 2005. Ainda no mesmo ano, ela 
surgiu como diretora no filme Escola de Super-Heróis.

DUBLAGENS PARA GAMES

Fez também dublagens para videogames e para dois jogos de computador da série The Elder Scrolls, desenvolvidos pela
 Bethesda Softworks, da qual seu marido Robert Altman é 
um dos presidentes executivos. Em novembro de 2005, ela 
interpretou o papel de Mama Morton no seriado
 West End London – Chicago 3.



A personagem que apareceu timidamente na revista Sensation Comics, onde conquistou seus primeiros fãs, ao longo das 
décadas foi se modernizando, e acabou ganhando um visual psicodélico nos anos 60 – na revista Wonder Woman. O maior ícone feminino das HQs, que também teve que enfrentar batalhas contra diversos vilões poderosos como a Mulher Leopardo, Giganta e o temível Dr. Psyco, até hoje goza de grande popularidade. Mulher-Maravilha se tornou a maior super- heroína do universo dos super-heróis, principalmente, após o célebre seriado da TV.


A primeira Mulher-Maravilha, que não agradou


NOVO PROJETO PARA A TV


Segundo especulações, em 2010, a Warner Bros
 Television anunciou a contratação do escritor e produtor
 David E. Kelley para realizar uma nova 
versão da Mulher-Maravilha. 
Segundo consta, todas as redes recusaram a ideia de um
 novo seriado, mas, por fim, a NBC, que também teria recusado 
inicialmente a comprar os direitos para exibição, anunciou
 que teria encomendado um piloto para janeiro de 2011.


Adrianne Pallick foi rejeitada como Mulher-Maravilha


Juntos, a Warner e a DC Comics passaram a 
desenvolver um novo projeto para a TV.
O novo roteiro é uma reinvenção do grande ícone dos 
quadrinhos, que agora atua em Los Angeles. Diana Prince se modernizou e passou a ser uma mulher moderna e bem
 sucedida no mundo dos negócios. O escritor Allan 
Heinberg foi encarregado de criar os novos roteiros.

PARA SEMPRE LYNDA





Devido a essa duradoura popularidade da personagem uma nova  
para a TV protagonizada pela Mulher-Maravilha. Porém, para milhares de pessoas ao redor do mundo Lynda
 Carter será, para sempre, a eterna Mulher-Maravilha.


Apesar de um mulherio estonteante apelar ao se fantasiar de Mulher-Maravilha, nós, os fãs, ainda ovacionamos Linda Carter.





Por: Tony Fernandes\Redação\Estúdios Pégasus -
Uma Divisão de Arte e Criação da Pégasus Publicações Ltda –
São Paulo – SP – Brasil

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DIVERSÂO GARANTIDA PARA TODA A FAMÍLIA!

terça-feira, 26 de novembro de 2013

MINAMI KEIZI, O EDITOR QUE REVOLUCIONOU AS HQs NO BRASIL!

Há pessoas que vieram ao mundo para fazer a diferença, mudar radicalmente as coisas, ajudar muitas pessoas, inovar 
o mercado. Muitas vezes, oriundas de famílias humildes, 
que vieram do outro lado do mundo e que acabaram adotando 
o país como sua segunda Pátria. Esses iluminados têm o
 poder de suplantar obstáculos –
inclusive de ordem financeira -, e não medem esforços para 
alcançarem seus objetivos. 
Tais criaturas possuem uma capacidade nata de organização 
e dom de unir as pessoas certas ao seu redor e muitos acabam construindo verdadeiros impérios. A matéria a seguir é uma
homenagem póstuma a um desses gênios que foi o primeiro 
a lançar mangás no Brasil, inovando assim o setor 
editorial brasileiro. Conheci pessoalmente este homem,
na década de 70, e foi graças a ele e ao Carlos da Cunha, 
seu sócio (Minami-Cunha Editores), que
me tornei um profissional. Seu nome era...

MINAMI KEIZI, O MAIOR

MANGAKA TUPINIQUIM!

O jovem Minami Keizi
Ele, sem dúvida, fez história neste país. Foi o primeiro a 
lançar um gibi no estilo manga, cujo título era Ninja, 
O Samurai Mágico. Além disso, também foi o pioneiro a editar quadrinhos eróticos no país. 
Fundou na década de 60 a editora Edrel, que lançou diversos 
títulos no mercado que acabaram influenciando muita 
gente até a década de 70. O mercado nacional de HQs
se divide em duas fases: 
antes e depois da lendária editora Edrel. 


Dedy Edson e Franco (à esquerda)
Porém, o trabalho deste valente guerreiro só teve destaque a 
partir dos anos 80, quando o bengala brother, desenhista, 
editor e jornalista, Franco de Rosa escreveu uma extensa matéria 
no jornal Folha da Tarde relatando os grandes feitos de Minami Keizi,
um descendente de orientais, que deu uma grande contribuição
para as histórias em quadrinhos brasileiras.

MINI BIOGRAFIA


Minami Keizi  foi jornalista, escritor, desenhista, 
astrólogo, editor e empresário de visão. Em 2004 ele foi 
contemplado, merecidamente, com o Troféu Angelo Agostini, na categoria Mestre do Quadrinho Nacional, premiação promovida anualmente pela AQC (Associação dos Quadrinistas e
Cartunistas de São Paulo). 


Lins, bela cidade do interior de São Paulo

Ele nasceu na cidade de Lins, interior paulista, 
no dia 9 de junho de 1945, entre 7 irmãos. Sua família 
veio para o Brasil no período da Segunda Grande Guerra 
e foi trabalhar na agricultura. Minami foi criado numa
colônia japonesa, no bairro 3ª Aliança do Feio - ou bairro 
Fortaleza –, como também era conhecido. 
Teve numa rígida educação nipônica onde respeitar 
os mais velhos é uma norma fundamental. Seu avô era
médico, monge budista, mestre em ju-jitsu e praticante do 
I-Ching. Desde pequeno, MInami sempre foi apaixonado
por mangás, que seu pai recebia pela CAC
 (Cooperativa Agrícola de Cotia), mensalmente.
“Comecei copiando os desenhos de Ozamu Tezuka,
o Walt Disney japonês, e percebi que tinham ficados parecidos”, declarou certa feita. No curso primário eu adorava ilustrar meus trabalhos escolares.”




Tezuka esteve no Brasil na década de 80

FUTURO MANGAKA

“Na infância e adolescência eu lia de tudo. 

Adorava os pocket books do Shell Scoth e também 
A Turma do Pererê, do Ziraldo, lançados 
pela editora O Cruzeiro.”
Após completar os estudos no segundo grau, decidiu 
que seria um mangaka – desenhista de mangás. Deixou 
o sítio que moravam entre a cidade de Lins e Guaimbé,
e viajou para São Paulo em busca de uma oportunidade.




Bateu de porta em porta nas casas editoriais da época, 
ouviu muitos “Nãos!” – inclusive de Rodolfo Zalla, que 
achou aquele estilo de trabalho não adequado as publicações
que dirigia na editora Outubro. Decepcionado com
 a fria receptividade voltou para o sítio,
fez novos trabalhos e voltou a fazer novas 
incursões pelas editoras de São Paulo. 




O jovem desenhista era obstinado, nem sonhava em desistir.
Seu primeiro trabalho foi publicado em 1963, Pedrinho e a
Greve dos Relógios, um conto que saiu nas páginas do
Jornal Juvenil, que foi ilustrado por Zezo.

TEMPO DE DITADURA MILITAR

Em 1964, os militares subiram ao poder e o país estava 
sob a chibata de um severo regime militar. Foi nesta época 
turbulenta da história do país que Minami Keizi decidiu se mudar definitivamente para a capital paulista, com a cara e a coragem. 

Desta feita, ele trouxe consigo algumas páginas de 

quadrinhos de um personagem que ele havia criado, chamado Tupãzinho, baseado em Tetsuwam Atomu (Astro Boy),
de Osamu Tezuka (1928-1989). 
Tesuka era considerado como “O deus do mangá.


Tezuka esteve no Brasil na década de 80








“Logo de cara o desenhista Wilson Fernandes me desanimou. 
Ele me disse, também, que aquele estilo de quadrinho não
ia dar certo no Brasil. Refleti e então decidi recriar o personagem. 
Me baseei no Brasinha, um dos personagens da 
Harvey Comics, que eu adorava.” – explicou Minami.



No tempo do regime militar, apesar da editora Edrel não
editar produtos editoriais que abordassem temas políticos 
ou religiosos, Minami constantemente era chamado à 
Polícia Federal, por causa dos supostos abusos cometidos
na revista Garotas e Piadas – que mostrava mulheres trajando
maiôs e biquínis - e nas publicações eróticas. 

O TIRO DE LARGADA


Tupãzinho acabou virando logomarca da Edrel
Como percebeu que nas editoras não tinha muita chance, 
decidiu investir nas empresas jornalísticas. Visitou inúmeras
redações em busca de uma chance, levava numa pasta as tiras de jornais de seu personagem: Tupãzinho.
Em 1965, as tiras de jornais de Tupãzinho começaram a 
ser publicadas num jornal de grande circulação, 
Diário Popular, que depois mudou o nome para Diário 
de São Paulo. Empolgado, o jovem autor de origem
nipônica começou a criar a primeira revista deste personagem.

Em 1966, a editora Pan Juvenil 
(de propriedade dos irmãos Bentivegna) passou a
 publicar mensalmente a revista Tupãzinho, 
O Guri Atômico.

Além de Ozamu Tesuka, Minami se espalhava em outros
 desenhistas japoneses muito populares do País do Sol 
Nascente, como Ishinomori Shotaro e Chiba Tetsuya.
 Apesar de ser anti-quadrinhos americanos apreciava 
o estilo dos personagens da Harvey Comics e 
seu preferido era Brasinha.

Adepto do Zen Budismo, ele aprendeu a viver o presente, não se lamentar do passado e não projetar o futuro, porque ele não existe. Segundo Minami, vive-se apenas uma vez. O que fica após a 
morte é apenas a vida eterna e o bom nome, para aqueles
 que viveram uma vida plena e realizadora.
“Só fui batizado por influência do meu avô!”, 
revelou Minami.
Um descendente de orientais, adepto do cristianismo?

UM POUCO DE HISTÓRIA

NOTA DO AUTOR: É bom salientar que, o Japão e 
o Brasil compartilham um marco histórico comum: 
ambos os territórios foram “descobertos” pelos navegadores portugueses no século XVI. 
Quatro décadas depois da chegada de Pedro Alvares
Cabral a Porto Seguro (na Bahia), o aventureiro Fernão 
Mendes Pinto se tornou o primeiro ocidental a pôr os 
pés em território japonês. Pouco depois (1547), o jesuíta
Francisco Xavier foi enviado ao País do Sol Nascente, onde 
iniciou uma tentativa de evangelização que só terminou em 
1639, quando os europeus, após destruir templos budistas
e até converteu alguns ao cristianismo, acabaram sendo 
expulsos e a religião cristã foi proibida. 

Os jesuítas tinham muito poder político obtido do papa 
Gregório XIII, que garantia direito exclusivo nas terras do Japão, segundo uma bula papal. Este documento oficial, provocou muito tumulto entre as demais ordens religiosas, pois apenas os 
padres da Companhia de Jesus poderiam pregar no Japão, 
administrar sacramentos ou ensinar a doutrina, sob os
auspícios da coroa portuguesa. A pena para quem desobedeces-
se a ordem papal era a “excomunhão maior”. 
Segundo historiadores, os jesuítas perseguiam
missionários e padres que ousassem pisar no Japão.

Após a chegada de Francisco Xavier ao Japão, o xogunato

Oda Nobunaga procedeu com sucesso a centralização política, 
acabando temporariamente com as rivalidades dos daimiôs. 
Neste período, em que os estrangeiros estavam no país, as
armas de fogo, outras mercadorias e hábitos da cultura estrangeira ocidental entraram no país, que passou a ser explorado pelos portugueses por um longo período.

Em 1639, após a expulsão dos portugueses, o Japão resolveu 

fechar-se definitivamente para o Ocidente, embora um número 
pouco significativo de estrangeiros ficaram em território japonês,
ainda se esforçando para evangelizar. Isso, talvez, explique
porque o avô do Minami – um suposto convertido a doutrina cristã - 
exigiu que ele fosse batizado.  

 UM JOVEM DESPRETENSIOSO

Minami Keizi não tinha a pretensão de ficar rico, desejava 
apenas viver descentemente. Sua criação máxima para o mundo dos quadrinhos foi Tupãzinho.
Segundo ele, depois de ter trabalhado na roça 
num sol fustigante, trabalhar fazendo aquilo que adorava –
HQs – era uma dádiva divina. Fazia seus trabalhos com prazer
e por isso nunca se sentia frustrado.

TROFÉU ANGELO AGOSTINI

Receber o cobiçado pelos profissionais da área, o troféu
instituído pela AQC, foi uma grata surpresa para ele, que 
constantemente recebia severas críticas de Luciano Ramos – 
professor de comunicação, desenhista, roteirista, pesquisador, 
crítico de HQs, e que tinha um programa na TV 2 Cultura, 
de São Paulo -, que taxava os roteiros das HQs de Minami 
como medíocres. Como já citei, o único a reconhecer e 
enaltecer o trabalho dele foi o jornalista e quadrinista
 Franco de Rosa.

MINAMI KEIZI: O EDITOR

Ele jamais planejou editar nada. O processo que o 
transformou num dos mais importantes editores do país,
aos 21 anos, foi devido as circunstâncias. Não tinha nenhuma experiência para ser editor executivo, nem noção de administração. 
Agia por instinto e, por sorte, acabou se dando bem.
“Quando eu era supervisor da Pan, lancei o 
Álbum Encantado (1966), uma coletânea de fábulas
adaptadas pelo por mim. 




A capa e as ilustrações, em estilo mangá, foram do 

excelente desenhista Fabiano Júlio Dias. O Álbum Encantado
era o mesmo antigo projeto que o Wilson Fernandes, um dia, 
disse que jamais daria certo no Brasil” – afirmou Minami, 
anos depois. – “ Lançamos 50 mil exemplares e obtivemos
uma venda que na época não era considerada boa,  50%. 
Em geral, os editores fechavam títulos que vendiam esta 
porcentagem. Fiz os cálculos e notei que os custos tinham 
sido pagos. Pensei em relançá-lo e por fim auferir lucros. 
A coisa deu certo. Deduzi que uma editora com um bom
 planejamento poderia ser um bom negócio.”

Outros desenhistas também participaram do Álbum Encantado, 
como: José Carlos Crispim, Luís Sátiro e o saudoso bengala 
brother Antonio (Toninho) Duarte.   


Personagem criado por Toninho Duarte

“Eu era supervisor da editora Pan Juvenil, mas ela devia muito para agiotas. Era preciso fechá-la para livrá-la 
das dívidas. Na época, Salvador Bentivegna e Jinki Yamamoto, 
sócios da Pan, resolveram fundar uma nova editora (Edrel) e me convidaram para participar daquela nova aventura. 
Durante um ano dirigi sozinho a Edrel, pagando as duplicatas
da antiga empresa que haviam sido transferidas para
a nova casa editorial. 
E, graças a Deus, com muito esforço, 
consegui saldar as dívidas.”

Mesmo assumindo o cargo de editor, Minami continuou a desenhar incansavelmente. Neste período descobriu que o grande problema
do setor editorial brasileiro era o sistema de distribuição, devido a extensão continental do país. Havia apenas duas distribuidoras de revista: a DINAP (do grupo Abril) e a Fernando Chinaglia, do Rio de Janeiro. A editora Edrel distribuía pela Chinaglia e apesar da
deficiência do trabalho de distribuição obteve vendas significativas.
Isto é, dava para manter a empresa funcionando.




 “Fui o diretor editorial da Edrel, que após começar a 
criar seu próprio sistema de distribuição alternativo, 
começou a crescer. Abrimos nossa própria gráfica e fotolito. 
Salvador Bentivegna cuidava da indústria gráfica, Jinki 
da empresa de fotolito.
Porém, nossas revistas eram impressas em outras gráficas. 
Tinha a impressão de que o Salvador tinha medo 
de não receber.”

EDITORA EDREL

Segundo afirmou o próprio Minami, a discussão para 
definir o nome da nova editora surgiu quando ele e os sócios 
(Salvador e Jinki) almoçavam juntos num restaurante da rua Tabatinguera, no bairro da Liberdade, reduto da colônia oriental na capital paulista. Entretanto, saíram do local, após almoçarem, sem chegar a um denominador comum. 
Ao passarem pela empresa do Jinki, onde eram feitos os fotolitos, 
a discussão sobre o nome continuou. Foi quando um dos
funcionários do Jinki, ao ouvir nossa conversa, sugeriu o 
nome Edrel (Editora de Livros e Revistas). 
Todos aprovaram o nome.

UM EDITOR DETERMINADO







De imediato, Minami Keizi contratou desenhistas, decidiu dar continuidade a alguns títulos adquiridos da Pan Juvenil, 
vendeu para uma distribuidora da região Nordeste e para outra distribuidora do Sul do país, boa parte dos encalhes da Pan,
visando levantar fundos, mas acabou não recebendo nada delas. 
Mas, decidiu seguir em frente. Também criou um sistema de 
vendas por reembolso postal, para gerar verba para ajudar 
nas despesas fixas mensais. Afinal, era preciso fazer a
 Edrel obter lucros.
A antiga editora Pan era sediada na rua Tamandaré, 140.
Minami decidiu alugar uma casa ao lado para instalar a Edrel.




Revista de Piadas - Arte: Fabiano

A nova casa editorial começou a funcionar no número 
150 da Tamandaré e o jovem e intrépido editor morava
nos fundos. As primeiras publicações da Edrel foram:
Garotas e Piadas, 3 Armas, Magia Verde e alguns 
títulos de HQs de terror.


Garotas e Piadas (1969)


Em curto espaço de tempo, a Edrel criou uma boa e grande infraestrutura: produzia revistas, fazia os fotolitos, imprimia suas publicações e tinha um esquema próprio para distribuição.
A editora tinha três equipes de desenhistas fixas, lideradas por 
por Cláudio Alberto Chuji Seto Takeguma, Paulo I. Fukue e 
Fernando Ikoma, afirmam os entendidos. 

Fukue, Ikoma e Seto - Editora Edrel
O Seto era da mesma cidade do Minami, o Ikoma era do
Paraná, veio para São Paulo com um pasta cheia de desenhos
sob o braço e foi bater na porta da editora Taika. Mas, o diretor 
da Taika o desanimou alegando que ele não tinha talento.
Determinado, Fernando Ikoma foi procurar a Edrel. O Fukue era estudante da Escola Panamericana de Arte, do saudoso
 Manoel Victor Filho (vulgo Manéco).



Segundo Minami, Cláudio Seto produzia o Samurai, Flavo,
Ninja e Maria Erótica. Fernando Ikoma produzia Cibele, a 
espiã de Vênus, Satã, Alma Penada, Fikom, Playboy e 
A Turma da Cova. Paulo Fukue desenhava Tarun,
Super Heros, Pabeyma e algumas HQs avulsas 
de western e terror.



“Consegui reunir um bom time de filhos de japoneses
na Edrel, mas isto não fazia parte dos meus planos. 
Foi mera casualidade. Ignácio Justo, nacionalista exacerbado
que se tornou especialista em histórias de combate, 
vivia me dizendo:
“Você está montando a Quinta Coluna, japonês!” 
Na verdade, nem só os filhos de orientais trabalhavam
com a gente. Wilson Carlosmagno, Lucilio C. Zawadzzki (Lucaz) –
um dos melhores alunos do Curso Comics lançado pela Edrel -, 
Romildo Araújo (Ral), Fabiano,  Liesenfeld, Nelson C. Y. Cunha – 
irmão de Carlos da Cunha, também eram nossos colaboradores.”

QUADRINHOS PARA ADULTOS






Não há dúvidas de que Minami Keizi foi um grande inovador. 
Ele também foi o pioneiro ao lançar histórias em quadrinhos para adultos no país. Baseando-se nas publicações do Japão, que tinha revistas de mangás destinadas a diversos segmentos (infantis, para meninos, para meninas, para adolescentes (super-heróis e HQs românticas),e para adultos, o jovem editor descendente de nipônicos tomou a sábia decisão de lançar quadrinhos eróticos no Brasil.  
A revista Estórias Adultas, apesar do conteúdo erótico, de histórias fortes, não tinham cenas de sexo explícito. 




Mesmo assim, vira e mexe ele era chamado para comparecer

na Polícia Federal, órgão repressor do governo militar que 
controlava todos os meios de comunicação e determinavam 
o que o povo devia ou não ler, ver, ouvir ou assistir.
As histórias para adultos, psicológicas, produzidas por Seto 
e Ikoma, até hoje são disputadas por colecionadores, pois 
se tornaram verdadeiros clássicos dos quadrinhos da Edrel.





CURSO COMICS

Como se não bastassem as diversas inovações criadas
 por Minami Keizi e sua equipe, a editora também lançou 
um curso especializado em ensinar como fazer HQs. 
Seu nome era Curso Comics. Foi um sucesso e teve 
cerca de 2 mil alunos.

NOVOS SÓCIOS

Na medida em que a empresa crescia, mais pessoas 
se associaram. Marcilio entrou na sociedade para cuidar 
da parte comercial, Fabiano comandava o departamento de arte, e Minami organizava as equipes de produção, definindo o que seria editado: Hqs diferentes, quadrinhos no estilo mangá. 
O jovem editor estava negociando os direitos de uma serie 
japonesa, que seria redesenhada e adaptada para o estilo 
das revistas editadas no país. Minami Keizi era consciente
de que o estilo mangá seria sucesso 
em qualquer parte do mundo.  




IDEIAS CONFLITANTES

O carro chefe da editora eram as revistas de piadas. 
Quando todas as duplicatas que estavam na mão dos 
agiotas foram quitadas e nos livramos das “buchas”, 
Salvador Bentivegna saiu da sociedade e o Jinki assumiu
 também a gráfica (1971).
Em 1972, Jinki decidiu que deveríamos mudar radicalmente 
nossa linha de produtos editoriais e que precisávamos editar 
outro tipo de publicação segmentada chamada Lar Moderno
(uma espécie de revista Cláudia, da editora Abril). 
Minami não se conformou com aquele radicalismo do sócio.
Afinal, não fazia sentido mexer num “time que estava ganhando”.  
 Da noite para o dia montou uma redação especialmente para o
“Projeto Lar Moderno”.  Minami não gostou da ideia e acabou
deixando a empresa.  O dinheiro que vinha sendo guardado para comprar a sede própria da Edrel acabou sendo usado
 para comprar a parte da sociedade que lhe era de direito.

Assim que ele deixou a Edrel (1972), assumiu o cargo o 
desenhista Paulo Fukue (desenhista das séries Pabeyma 
e Super Heros). Um mês depois, Fukue foi detido e torturado 
nos porões da Polícia Federal, por algo que ele publicou e que desagradou os militares. Depois disso, Paulo Fukue deixou
a Edrel e arrumou emprego na editora Abril. Meses depois, 
Jinki passou pelo mesmo suplício imposto ao Fukue. 
A Edrel passou a ser visada pelos detentores do poder . 
A editora, gradativamente, começava a definhar.

Segundo declarou o desenhista Fabiano – que foi um dos
colaboradores do meu estúdio na década de 80 -, e que 
conviveu e até se associou com os editores neste difícil período da Edrel, a coisa piorou quando um dos novos sócios, Marcilio (vulgo Garotinho) – que conheci anos depois, como dono da editora e distribuidora Eros, com a qual colaborei fazendo capas e 
HQs eróticas - , acabou cometendo uma série de erros, como: 
o projeto faraônico de Jinki (a revista Mundo Moderno),
figurinhas e uma série de títulos que não vendiam bem.
 Para acabar de afundar a firma, encheu a empresa com gente incompetente, todos parentes dele.

MINAMI E CUNHA EDITORES


Carlos Cunha
Em 1973, Minami Keizi e o fantástico escritor e publicitário
e querido bengala brother Carlos da Cunha se uniram e fundaram a Minami e Cunha Editores. A nova casa editorial lançou alguns títulos importados com material da Marvel – inclusive Conan -, 
algumas edições com HQs espanholas, e alguns títulos
nacionais, como: 
A Múmia – com desenhos de Ignácio Justo (vulgo Sargentão) –, 
O Lobisomem – com a arte de Nico Rosso e Kazuíco. 
Ambas as séries produzidas no Brasil tinham roteiros do amigo e saudoso mestre Gedeone Malagola – autor dos super-heróis 
Raio Negro (um clássico), o Homem Lua, Hydroman, e uma 
infinidade de roteiros de HQs cômicas, de terror e suspense. 







Pouco tempo depois, a empresa editorial lançou Chico de Ogum, 
com desenhos de Nico Rosso e textos de Carlos Cunha, Torn, 
se não estou enganado, – de Paulo Hamasaki, um título de 
faroeste criado e desenvolvido por Paulo Fukue e Hamasaki, 
e Mão de Ferro, um herói negro – baseado num militar – 
de verdade - graduado da força aérea nacional, especialista 
em artes marciais. Esta série foi desenhada por Ignácio Justo.
Foi nessa época jurássica que vi na quarta capa de uma das 
edições da Minami e Cunha um anúncio da seção “Oi Eu Aqui, convocando novos talentos. Eu estava esperando por uma 
oportunidade há muito tempo, não hesitei, e fui procurar esses 
ousados editores, que me encaminharam para o lendário
“Barraco do Justo”.
Volto a frisar que, se ainda hoje, milito no setor editorial
deste país – e até de outros -, devo isto a três pessoas 
especiais: Minami Keizi, 
Carlos da Cunha e Ignácio Justo.

Infelizmente, esta casa editorial teve vida curta. Minami, hoje ele descansa em paz num lugar reservado aos grandes guerreiros. 
Carlos Cunha, continua aí firme, escrevendo textos incríveis,
matérias jornalísticas e lançou pela editora As Américas 
A Guerra de Mentirinha – livro ilustrado por ele próprio -, 
uma obra genial para quem deseja aprender Xadrez. 
Ignácio Justo tem mais de 80 anos e atualmente se 
dedica a artes plásticas (pinta belos quadros), como Hobby.
Recentemente, fiz uma visita surpresa ao mestre Justo, 
depois de 20 anos sem vê-lo. O “Sargentão” continua firme e forte.

 A batalha continua, a final, todos nós – que fazemos 
HQs nesse país - somos o quadrinho nacional.
O show não pode parar. Como eu disse no início desta matéria, há pessoas que nasceram para revolucionar as coisas e o mundo.
Dentre estes seres iluminados veio ao mundo Minami Keizi, 
um homem, que apesar de sua descendência nipônica, 
fez muito em prol dos quadrinhos deste país.
Valeu, grande mestre Minami!
Descance em paz, nobre samurai!

 Por Tony Fernandes 






Copyright 2013\Tony Fernandes\Estúdios Pégasus –
Uma Divisão de Arte e Criação da Pégasus Publicações Ltda –
São Paulo – SP – Brasil
Todos os Direitos Reservados.

OBS: As imagens contidas nesta entrevista são meramente
ilustrativas e elas pertencem a seus autores ou representantes legais. 
Fontes de pesquisa:
1-    Enciclopédia dos Quadrinhos
Goida – Ed. LePM -  
2-    Minami Keize, a Edrel e as HQs Brasileiras:
Memórias do Desenhista, do Roteirista, do Editor 
Prof. Elydio do Santos Neto – Dr. Em educação pela PUC/SP. Docente e pesquisador do Mestrado em Educação da Universidade Metodista de S. Paulo.
UMESP – Universidade Metodista de São Paulo
NPHQ – Núcleo de Pesquisas em Histórias em Quadrinhos
Da USP (Universidade de São Paulo).
 (Trabalho originalmente apresentado ao NP Produção Editorial XXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Brasília –Distrito Federal – de 6 a 9 de novembro de 2006.