terça-feira, 14 de junho de 2011

LORDE LOBO! ENTREVISTA COM O AUTOR DE PENITENTE! LOBO É UM DOS NOVOS REPRESENTANTES DO NOVO QUADRINHO NACIONAL!




Ele é do Sul do país. Ele é um dos mais 
criativos, dos novos representantes das novas 
Histórias em Quadrinhos no país.
Ele escreve, pinta e edita um dos novos 
personagens mais interessantes lançados 
no Brasil, cujos roteiros são excelentes
e que trazem uma mensagem positiva
aos seus leitores, apesar do visual sinistro 
desta sua criação.
Ele também conta com uma equipe 
de colaboradores fantásticos que se revezam 
a cada edição.
 O entrevistado de hoje é...

LORDE LOBO, 
O CRIADOR DE PENITENTE!


1-   Tony: Grande, Lorde Lobo, recebi as 3
edições de Penitente e o supletivo Agorinha,
parte integrante do jornal Agora, do Sul do país.
Obrigado. Inicialmente, ao folhear seus gibis 
achei o trabalho meio sombrio, meio sinistro,
mas assim que terminei de ler
a edição 1 decidi ler as demais na 
sequência e confesso que adorei a qualidade
dos roteiros, cheios de boas mensagens.
De imediato, pensei em entrevistá-lo. 
Quando você aceitou conceder a entrevista,
fiquei muito contente, pois admiro a garra
 de sua geração que, atualmente, 
tem criado e desenvolvido
 muitos personagens interessantes e que têm
 publicado de forma independente muitas 
HQs interessantes por todo o país. 
Poder divulgar esses jovens talentos,
 como você, é uma honra. Afinal, as HQs
nacionais jamais devem morrer.

LOBO: Nossa, Tony, que bom que curtiste
as edições 1, 2 e 3 da revista do Penitente! 
Fico imensamente feliz por saber que
agradamos a um cara do teu nível!
Isso nos é muito importante. 
Ah! Não sou daquele tipo de gente que
fala de si mesmo na terceira pessoal do plural!
Hehehehe! É porque, neste momento, represento
 todos os colaboradores da revista!

2-      Vamos começar mais um talkie show virtual e
 conhecer um pouco mais sobre você, sua 
equipe e seu trabalho, OK?

LOBO: Tudo bem, vamos lá, o desafio 
já foi aceito! Hehehehehe!

3- Nome completo, estado, cidade, dia mês 
e ano em que você nasceu?

LOBO: Meu nome de batismo é Alexandre 
Cozza Ferreira, nasci e moro na
 cidade do Rio Grande, no Rio Grande do Sul.
Nasci no dia 07 de janeiro de 1973.

4- Lorde Lobo, obviamente deve ser um 
“nome de guerra” interessante... (Rsss...)...
por quê, Lorde Lobo?

LOBO: Sim, é meu nome artístico! 
Essa história começou lá no primeiro grau: 
nas aulas de Educação Física, em que tínhamos
que jogar vôlei, cada ponto que eu marcava, 
eu soltava um grito de “Yaahooooo!”.
Algum colega interpretou isso
como sendo um uivo e me apelidaram de 
Lobisomem” e, como sempre acontece, 
por eu não ter gostado, grudou em mim!
Com o passar do tempo o apelido diminuiu 
para “Lobo” e, quando fui trabalhar no 
Banco do Brasil, um outro colega
comentou que, devido ao salário (que na
época era muito bom
para um adolescente), eu não seria mais 
um simples lobo, mas sim um “Lorde Lobo”. 
Como gostei do som dos dois
 “L”, passei a assinar assim os meus 
desenhos... e ficou!


3-      Esta história do apelido que gerou 
seu pseudônimo artístico é interessante... 
Enquanto muita gente diz que as
 Histórias em Quadrinhos, impressas, estão
morrendo em todo o mundo, nunca se 
viu tanta publicação independente
surgindo por todo o mundo, como 
nos últimos anos.
Essa nova geração está de parabéns, 
pelo feito, contrariando os mais pessimistas.
Voces são o fruto do maior meio democrático
de comercialização: a WEB.
Quando foi que você decidiu virar 
editor de Quadrinhos?

LOBO: Pois é, apesar das dificuldades 
em se publicar quadrinhos
 independentes no Brasil (e são MUITAS), ainda 
acredito no potencial dos nossos artistas! 
Na verdade, eu não sou fruto
da geração Internet, pois quando comecei,  
isso nem existia! Sou da época dos fanzines 
que circulavam por todo o país,
via Correios, mesmo! 
Mas com o advento da Internet, tudo
ficou bem mais fácil, pelo menos em 
termos de divulgação!
Sabe, por ser de uma geração anterior,
não curto muito ler
quadrinhos na tela do computador e ainda 
prefiro as edições impressas! 
E sobre virar editor, bem, foi algo natural, 
pois por não termos editoras que invistam 
nos novatos, é o velho esquema do 
“Faça você mesmo!” Que vale! E eu fiz!



5 – Tony: Eu pensei que “falava” com um 
bengala júnior, mas pelo visto você é um 
legítimo bengala boy, da era antidiluviana 
da WEB... (Rsss...). Bem vindo a
nossa milenar confraria... 
Ouvi dizer que você criou
Penitente, quando teve uma visão (inspiração)
ao passar em frente um cemitério (Rsss...). 
Isso é verdade ou você inventou esta história 
fantasiada para valorizar seu personagem? 
Uma jogada de marketing?

LOBO: Hahahahahaha! Não, não tem nada de
invenção nisso! É a mais pura verdade!

6 – Tony: Sério?
LOBO: O Penitente surgiu na minha vida 
quando eu estava muito deprimido (final de 
um casamento e, em pouco tempo, demissão
do emprego). Eu estava voltando pra casa e
passava em frente ao cemitério (isso não é 
drama, passo por ali diariamente! Hehehehe!)
quando simplesmente passei a ver o personagem 
em minha mente! Era final de tarde e 
começava a anoitecer! Toda a primeira história, 
da edição 1, foi vista na minha cabeça naquele
momento, só que eu me via no lugar daquele 
garoto que fugia
da gangue por grafitar na área dele.


7 – Tony: Tem gente que afirma que seu 
personagem foi inspirado
no Spawn, apesar de eu achar que não tem 
nada a ver. Seus roteiros são super originais 
e diferem totalmente do zumbizão americano.
O que você tem a dizer sobre 
esses pseudos críticos?

LOBO: Bem, no começo isso me incomodava 
muito! Porque sequer pensei no Spawn 
quando passei a organizar o universo do Penitente!
Na verdade, o personagem que mais
me inspirou foi o James Bond (sim, o agente 
britânico 007), pois pensei assim: “como seria
se o 007 fosse um agente assassino e agora 
tivesse a chance de se redimir de
seus pecados?”. Como eu disse, isso me 
ajudou a organizar o universo do personagem, 
mas no momento de sua parição
pra mim, não tive tempo para mais nada, 
a não ser prestar atenção em tudo que eu 
estava vendo e ouvindo em minha mente!
Hoje eu até concordo que há umas semelhanças
entre o Penitente e o Spawn, pois ambos 
são soldados treinados que voltaram ao
mundo dos vivos após suas mortes,
mas as semelhanças param por aí!
Quando a estes críticos, peço apenas que eles
leiam as edições antes de criticar!



8 – Tony: Críticos, pra mim, são pessoas que 
não fazem porra nenhuma, que adoram 
meter o pau em quem faz.
Pixar é fácil, fazer são outros quinhentos,
bengala friend... Quando, como e por que, você
lançou a primeira edição de Penitente?

LOBO: Bem, o Penitente surgiu pra mim 
no final de 2006... Mostrei o personagem lá 
no meu fotolog e o Nel Angeiras
gostou tanto que chegou a dizer que, se eu
escrevesse, ele desenhava as suas HQs. 
Por causa desta proposta do Nel,
passei o ano de 2007 todo escrevendo suas 
histórias e ele as desenhou mesmo!
Então, no início de 2008 lançamos a
primeira edição! Depois do Nel, que foi o 
primeiro quadrinista (depois de mim, claro! 
Heheheheh) acreditar no personagem,
muitos outros se juntaram ao time e estão
presentes nas outras edições (tanto nas já lançadas 
quanto nas que ainda virão).


Alguns dos colaboradores...


 Neal Angeiras - Desenhista


Israel Gustavo


Edvaldo Pontes


Matias Streb


Rafael Tavares - Desenhista


Jader Correa

9 – Tony: Grande Neal! Notei que você conta 
com um bom time de colaboradores. 
Atualmente, quantas pessoas
 colaboram com você, para dar
continuidade à série?


LOBO: Sim, o time de colaboradores do Penitente 
estão entre os melhores dessa nova safra de
quadrinistas brasileiros!
Nossa! São tantos colaboradores que nem 
sei mais ao certo!
Fica difícil de contar porque o pessoal apenas 
colabora com a revista, sem nenhum 
compromisso maior que este.
E tem muita gente que se oferece para desenhar, 
mas depois nunca mais aparece! 
Mas o time é grande, sim, graças a Deus!

10 – Antes de começar a fazer HQs, o que você 
fazia na vida?
 Tinha alguma profissão, ou apenas estudava?

LOBO: Desde pequeno, sempre estudei e trabalhei!
Meu pai tinha uma pequena transportadora e
eu estava sempre com ele! Já trabalhei como 
officeboy no Banco do Brasil,
como diagramador de jornal, como arte-finalista 
e ilustrador free lancer, como operador de
câmera de uma afiliada da Rede Record e, 
finalmente, como jornalista ilustrador.
Mas em paralelo a isso tudo, 
sempre fiz minhas HQs.



11 – Você tem uma bela bagagem profissional,
parabéns! Isto é coisa rara atualmente...
Em cada edição de Penitente há anunciantes que,
 com certeza, ajudam a minimizar o custo 
de cada edição. Quem vende esses anúncios?
Você, ou tem alguém
que cuida disso especificamente?

LOBO: Bem que já tentei achar alguém 
pra fazer isso mas sou eu mesmo que desempenho 
tal função (é a que menos gosto, pois não levo 
jeito pra vendedor).
A única coisa que não faço na revista do Penitente é
desenhar, pois meu traço é mais voltado pro humor,
de resto, sou pau pra toda obra!

12 – Tony: No começo eu agia como você, só
escrevia, pois apanhava pra fazer figuras humanas.
Minha praia sempre foi desenhos cômicos.
Com o tempo acabei aprendendo um pouco,
fui evoluindo.
Na real, como sempre digo, sou um escriba que 
virou rabiscador, por pura necessidade. 
Nem sempre eu tinha grana para
contratar um bom desenhista. Mas, sempre me cerquei
de bons profissionais.. (Rsss...).
O sul do país sempre foi inovador, em termos de
 publicações independentes. Vide o exemplo do 
saudoso Cristiano Kern, que lançou e inovou os
fanzines no país com a famos Historieta, 
Arthur Filho, com a revista Billy The Kid, que
 atualmente chegou a 14ª edição – sem dúvida, 
um grande feito -, e tantos outros bons exemplos. 
Em quem você se espelhou
para se tornar editor independente?




LOBO: Sim, aqui no Sul do Brasil temos
grandes exemplos!
 Mas na hora de me tornar um editor independente 
de verdade, me inspirei num cara que mora
do outro lado do Brasil!
Estou falando no grande J.J. Marreiro, que 
na época era um dos editores do prozine 
Manicomics”! Foi no trabalho dele
que me inspirei quando resolvi editar o prozine
Areia Hostil”, que teve 15 edições lançadas
e com o qual ganhamos um HQ Mix.

13 – O Marreiro!? De fato, ele fez um belo fanzine.
Que beleza, bengala brother, eu não sabia que 
você tinha abocanhado um HQ Mix, 
o Oscar das HQs tupiniquins. Parabéns!
Na sua opinião, Lobo, sites como o www.bigorna.net
e o www.bodegadoleo.com ajudam mesmo os 
autores a vender seus produtos editoriais?
Você trabalha com eles, também?


LOBO: Sim! Ajudam bastante! Sempre divulgo meus
lançamentos por meios destes sites e já vendi muitos
exemplares do Areia Hostil e Penitente lá pela Bodega
do Leo! São fundamentais!

14 – O nosso amigo Leo, será um dos nossos próximos
entrevistados, com certeza... Qual foi a tiragem inicial
de Penitente e qual é a atual? Espero que isto não
seja segredo de estado... (Rsss...).

LOBO: Não é segredo algum! A tiragem é de 
mil exemplares! É o mínimo que a gráfica imprime. 
Menos que isso nem vale a pena,
 pois acaba saindo mais cara por exemplar.

15 – Tem muito nego que imprimi mil exemplares e saí
por aí falando que rodou 5 mil, um absurdo. Mentira
tem perna curta. Gostei da sua honestidade.
Como pude observar, vários escribas
escrevem o seu personagem. Esses roteiros
são avaliados antecipadamente por você,
ou eles têm total liberdade de criação?

LOBO: A revista do Penitente, pode ser 
considerada uma ótima vitrine para os
quadrinistas brasileiros que querem
mostrar seus trabalhos, quer sendo escrevendo, 
desenhando ou colorindo! Mas sou eu quem
bate o martelo!
Tento cumprir o meu papel de editor, pois assim 
como os artistas querem mostrar o seu melhor, 
quero mostrar o meu, desempenhando cada 
um o seu papel.


16 – Legal... Seu gibi tem poucas páginas, é
bem impresso, em 4 cores, mas tem um certo 
“sabor” de quero mais... (Rsss...).
Você pensa em um dia aumentar o número
de páginas de Penitente?

LOBO: Quem bom que deixa com este
gostinho de “quero mais!”!
 Isso é ótimo! Mas o pouco número de páginas
se dá, única e exclusivamente, por dois fatores:
o primeiro é pra baratear os
custos e o segundo, porque os artistas não querem 
desenhar HQs muito longas mesmo... 
Tento ser realista e oferecer o melhor
que podemos para os nossos leitores, mas jogando
com o que temos!

17 – Perfeito... trata-se de um trabalho consciente.
Seu preço de capa está campeão: R$ 4,00.
Como conseguiu chegar a um preço tão bom?
Tá melhor do que o preço da minha Apache.

LOBO: Por causa da tiragem alta de mil 
exemplares! Isso acaba fazendo com que o preço 
por unidade caia e eu possa repassar pro 
leitor um precinho bem camarada!
Acaba fazendo com que sobre mais exemplares 
em casa, mas aos poucos eles vão saindo...

18 – Tony: Tiragem alta? Isto é piada?
Você tá é fazendo milagre! Fico imaginando
qual é a tiragem dos demais editores independentes...
fica difícil ganhar dinheiro com essas tiragens
pequenas, pois o custo sempre vai lá pra cima...
Tiragem pequena requer: sofisticação do
produto e preço alto. Caso contrário a coisa
fica inviável. Você espera, um dia, distribuir
sua revista em bancas de jornais?
Detalhe: este tipo de distribuição
e as vendas andam capengando a cada dia. 
Encontrar Apache e Tex, nas bancas, virou
tarefa para garimpeiro! Um absurdo!
O velho ranger, apesar de estar mais de 50 anos
nas bancas, anda sumido de várias praças.
Encontrá-lo nos pontos de vendas é uma tarefa 
árdua... (Rsss...). Não sei aonde isto
vai parar... ou melhor, eu sei: vamos acabar tirando
esses títulos das bancas, infelizmente, se a
coisa continuar nesse pé. Para ser sincero,
estamos pensando seriamente em
parar de produzir Apache, que milagrosamente 
chegou à edição 6.
As edições 7 e a 8 estão prontas, mas há
dúvidas no ar. Principalmente, se a 
distribuidora pedir pra abaixar a tiragem.
Você acredita que isto é um sintoma 
dos novos tempos e que a culpa – das baixas
vendas e má distribuição -, é da Internet? 
Detalhe: este fenômeno é mundial, atualmente.





LOBO: Pois é, Tony, um novo cenário 
está aparecendo diante dos nossos olhos e teremos
que aprender a lidar
com ele! É tudo muito novo ainda! Eu já conto com
uma distribuidora, a Tudo em Quadrinhos 
(que pertence a um amigo meu) e que distribui 
as revistas do Zumbizão
em 4 cidades... mas a coisa não é fácil, não! 
Ainda vendo mais pelas distribuidoras virtuais
(como a já citada Bodega do Leo).
Dizem que tudo vai migrar para a Internet...
ainda teimo em seguir nessa linha, mas talvez
não tenha como evitar!
Pode ser que as edições impressas fiquem mais no
esquema de especiais mesmo... Temos muito que
aprender a partir de agora... e nos adaptarmos!

19 – Tony: Legal saber disso, guerreiro.
O mundo mudou. Ou a gente também 
muda, ou a gente já era, esta é a verdade. 
Apesar do imenso número de
publicações independentes no país, as vendas 
definham, dia a dia. A Europa e a América também 
estão sentindo este drama.
Na sua opinião pessoal, por que os leitores não
estão mais consumindo HQs, como antes?

LOBO: São muitos os motivos! No caso das
revistas das grandes editoras, creio que os
maiores inimigos delas são os
escaneamentos de edições! Hoje em dia dá
pra se achar qualquer edição na Internet!
Muito material que nem
chegou ao Brasil já está traduzido na rede 
de computadores!
Já no nosso caso, sempre enfrentamos o problema 
de ter que lutar contra as gigantes editoras...
ou melhor, REPUBLICADORAS (!!!) de quadrinhos importados! A Internet só veio à nos ajudar!

20 – Tony: Você tem razão... Webcomics? 
Acha que esta é a saída?

LOBO: Parece que sim... Caras teimosos como
eu é que ainda não migraram, mas talvez não 
tenha outra saída mesmo...

21 – Tony: Somos teimosos, irremediáveis... 
na real a gente adora o cheiro de papel impresso... 
Ao seu ver...
quais são os melhores argumentistas e desenhistas 
do seu personagem?
Qual foi a melhor história publicada até agora?
 Quero ver você sair dessa... (Rsss...).

LOBO: Bah, que sacanagem, Tony! Hehehehehehe!
Bem, talvez o pessoal não tenha notado isso, 
mas as HQs do Penitente seguem uma sequência
cronológica! Parecem ser aventuras fechadas,
mas elas se encaixaram um dia!

22 - Tony : Percebi. Elas são A La Marvel... também 
trabalho minha personagem assim...
Mas, não enrola. Prossiga...

LOBO: Sendo assim, não posso eleger a que
mais gostei! Todas HQs me são importantes!

23 – Eu sabia que você ia tirar o "frozó" da reta...
(Rssss...). Foi um bom político... (Rsss...).

LOBO: Quanto aos colaboradores, bem, gosto 
de todos! É verdade! Se eu não curtir este ou 
aquele cara, ele simplesmente
não vai fazer parte do time de colaboradores!
E não estou falando apenas de gosto pessoal! 
Eu vejo o que se encaixa
às necessidades do personagem! Basta lembrar 
que eu mesmo fui reprovado como desenhista!
Sendo assim, se está participando
 das edições é porque admiro o trabalho!
Mas em se tratando de reconhecimento, bem,
aí eu tenho que citar o Neal Angeiras (como 
primeiro desenhista) e o Edvanio Pontes (como primeiro roteirista). Eles acreditaram no Penitente! 
Depois vieram Israel Gusmão, Rafael Tavares,
 Jader Corrêa, Matias Streb! E tem muito
mais gente vindo por aí!
Mas repito, todos os meus colaboradores 
são grandes artistas!
Caras que admiro, respeito e desejo muito sucesso!

24 – Tony: Gostei da politicagem... (Rsss...).
Tá valendo. Quais eram os títulos de HQs que 
você costumava ler, ou que ainda tem o 
hábito de ler? De que gênero?

LOBO: Comecei lendo A Turma da Mônica, depois 
Recruta Zero e finalmente cheguei aos super-heróis,
que se tornaram meus prediletos!

25 – Tony: Qual é seu autor – ou autores -, nacionais
ou estrangeiros, predileto(s)?

LOBO: Meu ídolo maior, no Brasil, é mesmo o 
Mauricio de Sousa, pelo que ele conseguiu fazer
com seus personagens! Lá fora,
gosto demais do Mignola!


26 – Tony: Também adoro o estilo Kirbyano 
desse cara. O trabalho é sintético, objetivo, 
sem aquela rabiscaiada que polui, em geral, os 
super-heróis Marvel, atualmente. Diga-me,
sinceramente, uma publicação independente, 
ela se paga rapidamente?
Ou vocês – editores -, andam trabalhando no 
vermelho, na esperança de implantar os
personagens e conquistar leitores?

LOBO: Bem, eu tenho duas experiências bem
diferentes: Com o prozine Areia Hostil eu 
nunca precisei colocar um
centavo sequer do meu bolso para imprimir os 
exemplares, pois os patrocinadores e a própria 
revista garantia o número seguinte. Já com o 
Penitente, a coisa tem sido diferente,
 pois tenho colocado muita grana minha na revista,
pois mesmo com os patrocinadores, os custos
de impressão precisam ser
completados... prefiro acreditar que estou 
investindo no personagem!

27 – Tony: Isto faz parte do jogo: ser um 
investidor e empreendedor... sempre há um risco... 
Continuando... cite um bom livro?

LOBO: Gosto de leituras que me coloquem 
pra cima: “A Cabana”.

28 – Tony: Legal, já li este livro e também gostei.
O maior autor de HQs de todos os tempos?

LOBO: Mauricio de Sousa.

29 – Tony: Este é o cara, pelo menos, nesse país. 
É pena que tá difícil fazer uma entrevista com ele.
Mas, ainda chego lá... (Rsss...).
Vamos falar sobre o Agorinha, encarte infantil do
jornal Agora, aí do sul do país.
Você criou essa idéia e hoje é o responsável pela
produção dele?
Como surgiu esta oportunidade? Enfim, qual é 
especificamente sua função nele?



LOBO: O jornal Agora já teve um caderno 
infantil, mas estava há anos parado. Quando
voltei a trabalhar no Agora, o Sr. Germano me
pediu para criar um novo caderno e eu topei.
No Agorinha eu sou o editor e o ilustrador. Na última 
página, sairia uma HQ do meu personagem infantil,
o Lipe (que também é o mascote da publicação)
 mas, ao invés disso, abri espaço para outros artistas
mostrarem seus trabalhos e a página foi preenchida 
por tiras de humor voltadas às crianças.

30 – Bacana... dar oportunidade aos novos talentos é
fundamental. Parabéns.  Planos para o futuro?

LOBO: Continuar trabalhando com HQs! 
Isso, sem dúvida alguma! Mas sonho em ver 
um cenário de HQs verdadeiramente nacionais
nas bancas de nosso país! Tenho mantido diálogo
com alguns políticos sobre isso... mas isso
é outra história!

31 – Tony: Utopia, pura? Quanto aos políticos, 
não sei não, essa gente só tá preocupada 
é com o próprio bolso. 
Estão se lixando pro povo ou para a classe artística,
infelizmente, esta é que é a verdade...
mas, deixa esses doidos pra lá, afinal, a
culpa é nossa. Nós os elegemos... Um país que
vota em Tiririca, não pode ser sério... (Rsss...).
Prosseguindo... Lorde Lobo por Lorde Lobo?
 Dá pra se autodefinir?

LOBO: Um teimoso! Mas também sei reconhecer 
quando erro e me desculpar. Mas luto
até o fim pelo que acredito! E eu
acredito nos quadrinhos brasileiros!

32 – Tony: Eu também, algo me diz que um dia 
essa situação será revertida. Só não sei quando... 
não vou estar aqui pra
presenciar isto. Mas, creio que lutamos em prol das
futuras gerações. Coisa de maluco... (Rsss...). 
O nosso bate papo foi elucidativo e foi um prazer 
poder trocar idéias com alguém tão criativo e 
dinâmico quanto você.
Para mim – como já disse - , você e outros novos 
talentos atuais, representam muito bem os profissionais
da área. São inovadores, criativos e, principalmente, 
corajosos. Seguem os passos do já veterano 
Roberto Guedes, autor de Meteoro,
um grande bengala friend e ex-fanzineiro.
Pois editar nesse país requer coragem, ousadia 
e uma puta determinação. Parabéns, por
Penitente e espero que as vendas de sua 
edição cresça vertiginosamente.
Quem quiser adquirir Penitente, como deve fazer?
Deixe aí seu blog, site, e-mail, etc.


LOBO: Eu é que agradeço a oportunidade de 
estar falando aos teus leitores, Tony!
Bem, quem quiser saber mais sobre o Penitente, 
convido à darem uma chegadinha no site dele:


pois lá tem todas as informações!

31 – Valeu, grande Lobo! Muito sucesso e que
os nossos sonhos se tornem realidade!
See you later, webleitores,
 e até nossa próxima entrevista.


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