Edição de autoria de Fábio Santoro |
o ano passado pelos bengalas friends e colaboradores,
Rod Gonzales – autor de Blenk, o surfista das HQs nacionais,
editado pela editora Júpiter II -, e Lancelott – autor do
maior compêndio de super-heróis brasileiros já
realizado no Brasil. Os dois feras e grandes
batalhadores da HQs tupiniquins entrevistaram
Fábio Santoro, uma sumidade em termos de
histórias em quadrinhos, no país. Confiram a seguir!
Tony Fernandes
Fábio Santoro é advogado e um grande estudioso
das histórias quadrinhos. Nasceu em São Paulo
em 1952. Está em contato com a música desde
sempre e com a TV e o Cinema, desde os dois anos.
Com os Quadrinhos, desde os três. Colecionador
inveterado, estudioso convicto, Santoro escreveu
inúmeros textos a respeito desses temas para alguns
dos melhores fanzines brasileiros e para as
grandes edições históricas de Quadrinhos no
Brasil, como: O TICO-TICO 100 Anos, Príncipe
Valente, Recruta Zero,Os Sobrinhos do
Capitão - Piores, Impossível - 1936 a 1938 -,
entre outras edições recentes, que sempre
trazem a abalizada palavra de Fábio Santoro
com sua sempre bem fundada pesquisa.
Sem dúvida este homem é uma das maiores
memórias vivas sobre estas mídias publicadas no Brasil...
das histórias quadrinhos. Nasceu em São Paulo
em 1952. Está em contato com a música desde
sempre e com a TV e o Cinema, desde os dois anos.
Com os Quadrinhos, desde os três. Colecionador
inveterado, estudioso convicto, Santoro escreveu
inúmeros textos a respeito desses temas para alguns
dos melhores fanzines brasileiros e para as
grandes edições históricas de Quadrinhos no
Brasil, como: O TICO-TICO 100 Anos, Príncipe
Valente, Recruta Zero,Os Sobrinhos do
Capitão - Piores, Impossível - 1936 a 1938 -,
entre outras edições recentes, que sempre
trazem a abalizada palavra de Fábio Santoro
com sua sempre bem fundada pesquisa.
Sem dúvida este homem é uma das maiores
memórias vivas sobre estas mídias publicadas no Brasil...
BATE PAPO COM O MESTRE,
EM HISTÓRIAS EM QUADRINHOS...
FÁBIO SANTORO!
Fot1 - FÁBIO SANTORO POR FÁBIO SANTORO?
Fábio: Amante e estudioso esforçado das HQs,
do Cinema, da TV e da Música Popular,
entre muitos outros temas.
do Cinema, da TV e da Música Popular,
entre muitos outros temas.
2 - COMO COMEÇOU SEU FASCÍNIO POR QUADRINHOS?
Fábio: Já conhecia a TV e o Cinema.
Com três anos e meio, ao ganhar um exemplar
de Luluzinha, no início de 1956, fiquei encantado.
Logo em seguida, tive contato com quadrinhos
Disney e com todas as publicações infantis daquele tempo.
Meu pai me comprava revistas praticamente
todo dia (bons tempos). Ele também curtia
quadrinhos, desde os tempos do Suplemento
e do Globo.Tenho raízes, portanto rs rs rs
Com três anos e meio, ao ganhar um exemplar
de Luluzinha, no início de 1956, fiquei encantado.
Logo em seguida, tive contato com quadrinhos
Disney e com todas as publicações infantis daquele tempo.
Meu pai me comprava revistas praticamente
todo dia (bons tempos). Ele também curtia
quadrinhos, desde os tempos do Suplemento
e do Globo.Tenho raízes, portanto rs rs rs
3 - VOCÊ DESENHA OU ESCREVE ROTEIROS TAMBÉM?
Fábio: Infelizmente, não, por falta absoluta de tempo.
4 - COMO VOCE VÊ OS QUADRINHOS NO BRASIL? TRACE UM RÁPIDO PANORAMA DESDE O TICO-TICO ATÉ OS TEMPOS ATUAIS.
Fábio: Esta é uma questão difícil, traçar
um "rápido panorama" sobre as HQB. Tentemos:
Angelo Agostini, J. Carlos, Max Yantok,
Nico Rosso, Flávio Colin, Júlio Shimamoto,
Ziraldo, Primaggio, Franco de Rosa, Mozart
Couto, Watson Portela, Deodato Filho,
Lourenço Mutarelli e outros grandes craques,
tanto nas idéias como no desenho.
um "rápido panorama" sobre as HQB. Tentemos:
Angelo Agostini, J. Carlos, Max Yantok,
Nico Rosso, Flávio Colin, Júlio Shimamoto,
Ziraldo, Primaggio, Franco de Rosa, Mozart
Couto, Watson Portela, Deodato Filho,
Lourenço Mutarelli e outros grandes craques,
tanto nas idéias como no desenho.
5 - PARA VOCÊ, O QUADRINHO AUTORAL,
INDEPENDENTE, TEM ALGUMA
IMPORTÂNCIA PARA A HQ BRASILEIRA?
Fábio: Sem dúvida alguma. Desse caldeirão
sempre saem muitos talentos, como
alguns dos acima citados.
sempre saem muitos talentos, como
alguns dos acima citados.
6 - ENFIM, QUAIS SERIAM OS QUADRINHOS
COMERCIAIS QUE O BRASIL TEVE, NA SUA OPINIÂO?
Fábio: Talvez os brasucas da antiga Editora
Continental/Outubro/Taika, Ziraldo, Maurício
de Souza, Primaggio, principalmente.
E, presentemente, alguns mangás, com os quais
não estou muito familiarizado e, por
isso, pouco autorizado a comentar.
Continental/Outubro/Taika, Ziraldo, Maurício
de Souza, Primaggio, principalmente.
E, presentemente, alguns mangás, com os quais
não estou muito familiarizado e, por
isso, pouco autorizado a comentar.
7 - NA INTERNET HÁ MUITOS GIBIS
VIRTUAIS,ATUALMENTE, ELES REPRESENTAM
UM NEO-MOVIMENTO DA HQ INDEPENDENTE?
UM NOVO BIG-BANG?
QUAL A DIFERENÇA DA DÉCADA DE 1960, NOSSO
BIG-BANG, PARA O MOMENTO ATUAL?
BIG-BANG, PARA O MOMENTO ATUAL?
Fábio: A Internet representa, por certo, um
novo big-bang em todos os setores onde ela se intromete.
Na década de 60 não havia tanta diversificação de
lazer, como hoje, portanto não sei se algum fato,
ainda que bombástico, na HQB poderá fazer
surtir o mesmo efeito. Só o tempo, mesmo,
responderá satisfatoriamente essa pergunta.
novo big-bang em todos os setores onde ela se intromete.
Na década de 60 não havia tanta diversificação de
lazer, como hoje, portanto não sei se algum fato,
ainda que bombástico, na HQB poderá fazer
surtir o mesmo efeito. Só o tempo, mesmo,
responderá satisfatoriamente essa pergunta.
8 - TEMOS MEMÓRIA DA NOSSA HISTÓRIA DA HQ?
EXISTE INTERESSE DE ALGUM SETOR
(CULTURAL OU POLÍTICO) NO ESTUDO DESSA HISTÓRIA?
Fábio: Essa coisa de memória no Brasil não é muito
levada a sério, como noutros países culturalmente
mais desenvolvidos. Não é só nas HQs, mas
também nas outras formas de manifestação artística.
Setores culturais ou políticos ? Nem pensar.
Falta cultura a essa gente. Pessoas como o
antigo presidente Washington Luiz, ou mesmo
D. Pedro II, realmente interessados, praticamente
não existem mais nestes postos.
Há necessidade de uma grande
reciclagem em tais setores.
levada a sério, como noutros países culturalmente
mais desenvolvidos. Não é só nas HQs, mas
também nas outras formas de manifestação artística.
Setores culturais ou políticos ? Nem pensar.
Falta cultura a essa gente. Pessoas como o
antigo presidente Washington Luiz, ou mesmo
D. Pedro II, realmente interessados, praticamente
não existem mais nestes postos.
Há necessidade de uma grande
reciclagem em tais setores.
Edição comemorativa de 100 anos |
9 - O QUE IMPEDE O QUADRINHO
BRASILEIRO DE SE DESENVOLVER?
ACREDITA EM MÁFIAS INTERNACIONAIS
AGINDO NO BRASIL, EM LAVAGEM
CEREBRAL E IMPOSIÇÃO
CULTURAL ESTRANGEIRA ?
BRASILEIRO DE SE DESENVOLVER?
ACREDITA EM MÁFIAS INTERNACIONAIS
AGINDO NO BRASIL, EM LAVAGEM
CEREBRAL E IMPOSIÇÃO
CULTURAL ESTRANGEIRA ?
Fábio: As tais máfias de fato estão por aí há muito tempo.
Mas não creio que haja a manifesta intenção
criminosa por trás, mas, sim, apenas
interesses financeiros
como se apenas fosse pouco...).
Mas não creio que haja a manifesta intenção
criminosa por trás, mas, sim, apenas
interesses financeiros
como se apenas fosse pouco...).
10 - FALANDO NISSO, VOCÊ TEM PARTICIPADO,
DESDE O TEMPO DO “FANZIM”, COM OUTROS
GRANDES, NO RESGATE DESSA MEMÓRIA
COM MUITOS TRABALHOS RELACIONADOS
A HQ DE UM MODO GERAL –
FALE DESSE MOMENTO...
DESDE O TEMPO DO “FANZIM”, COM OUTROS
GRANDES, NO RESGATE DESSA MEMÓRIA
COM MUITOS TRABALHOS RELACIONADOS
A HQ DE UM MODO GERAL –
FALE DESSE MOMENTO...
Fábio: Sinto extrema necessidade de prestar
alguma contribuição para o "resgate dessa memória",
nas sua palavras. Tenho o hábito de, pelo
menos tentar, fazer um trabalho multimídia,
em que o estudo das Agaquês se imiscua com
o do Cinema, da TV, da Literatura, basicamente estas.
E, ao contrário, tenho dificuldade de falar só
sobre as Agaquês, sem penetrar nas referidas
mídias paralelas. No mencionado
Fanzim, bem como no Fon-Fon !, ambos
editados pelo eminente A. B. Cassal, tive
amplo espaço para a exposição
de coisas, fatos, idéias etc.
alguma contribuição para o "resgate dessa memória",
nas sua palavras. Tenho o hábito de, pelo
menos tentar, fazer um trabalho multimídia,
em que o estudo das Agaquês se imiscua com
o do Cinema, da TV, da Literatura, basicamente estas.
E, ao contrário, tenho dificuldade de falar só
sobre as Agaquês, sem penetrar nas referidas
mídias paralelas. No mencionado
Fanzim, bem como no Fon-Fon !, ambos
editados pelo eminente A. B. Cassal, tive
amplo espaço para a exposição
de coisas, fatos, idéias etc.
11 - VOCÊ TEM RESGATADO COM MUITA
PROPRIEDADE TEMAS RELACIONADOS AO
CINEMA, SÉRIES TELEVISAS, FAR-WEST,
TODOS EM TERRAS BRASILEIRAS –
QUANDO SAIRÁ UMA COLETÂNEA OU
UM LIVRO COM ESTAS PRECIOSIDADES?
Fábio: Ainda não sei, meu amigo. Luto com
falta de tempo, pois o meu trabalho de advogado
consome muito dele. Porém, estou batalhando
para me aposentar da advocacia em três ou
quatro anos e, aí, sobrar o tal tempo
necessário pra dar andamento
a estes trabalhos maiores.
falta de tempo, pois o meu trabalho de advogado
consome muito dele. Porém, estou batalhando
para me aposentar da advocacia em três ou
quatro anos e, aí, sobrar o tal tempo
necessário pra dar andamento
a estes trabalhos maiores.
12 - COMO ARTICULISTA ENVOLVIDO COM
QUADRINHOS, COMO VOCÊ VÊ A IMPORTÂNCIA
QUE A MÍDIA ESPECIALIZADA DÁ PARA
O ASSUNTO? VOCÊ, WALDOMIRO VERGUEIRO,
FRANCO DA ROSA E OUTROS MESTRES
TÊM PARTICIPAÇÃO NO LIVRO "100 Anos d´O Tico-Tico",
COMO FOI PARTICIPAR DESTE PROJETO?
Fábio: A mídia impressa dá uma importância
até razoável ao assunto. Mas, a TV, principal
mídia, de um modo geral, não focaliza
os quadrinhos como deveria: quando mostra
alguma coisa é mais pelo ângulo
comercial do que pelo artístico.
A nossa participação no livrão sobre o
centenário do Tico-Tico foi uma momento
bastante glorioso para cada um de nós, pelo
resgate, pela História da HQB que pudemos
desenvolver, entre outros aspectos.
O Franco de Rosa, em verdade, foi o grande
articulador; além de também redigir
textos e selecionar a iconografia, teve o
mérito de reunir aquele grande time, do
qual me orgulho de ter feito parte.
Outra grande sorte que tive foi a de ter
entrevistado o expert Affonso Botari
pouco antes do seu falecimento:
era ele a memória viva da HQB antiga.
até razoável ao assunto. Mas, a TV, principal
mídia, de um modo geral, não focaliza
os quadrinhos como deveria: quando mostra
alguma coisa é mais pelo ângulo
comercial do que pelo artístico.
A nossa participação no livrão sobre o
centenário do Tico-Tico foi uma momento
bastante glorioso para cada um de nós, pelo
resgate, pela História da HQB que pudemos
desenvolver, entre outros aspectos.
O Franco de Rosa, em verdade, foi o grande
articulador; além de também redigir
textos e selecionar a iconografia, teve o
mérito de reunir aquele grande time, do
qual me orgulho de ter feito parte.
Outra grande sorte que tive foi a de ter
entrevistado o expert Affonso Botari
pouco antes do seu falecimento:
era ele a memória viva da HQB antiga.
13 – POR QUE É TÃO DIFÍCIL CONSEGUIR
INFORMAÇÕES PRECISAS E COMPLETAS
SOBRE OS AUTORES BRASILEIROS DE
QUADRINHOS NO PERÍODO DE 1900 A 1950?
VOCÊ POSSUÍ ESSES DADOS?
Fábio: Informações detalhadas e precisas
sobre estes autores antigos nem
sempre são fáceis. Muita coisa não ficou
registrada em praticamente lugar nenhum.
Tenho boa parte desses informes, por certo,
mas, pra acessar outros, temos de
recorrer a arquivos vários,
públicos e particulares.
sobre estes autores antigos nem
sempre são fáceis. Muita coisa não ficou
registrada em praticamente lugar nenhum.
Tenho boa parte desses informes, por certo,
mas, pra acessar outros, temos de
recorrer a arquivos vários,
públicos e particulares.
14 - AFINAL, O BRASIL TEM QUADRINHOS DE
FATO, OU UM MERO ARREMEDO DELES?
Fábio: "Arremedo" ? Longe disso. O Brasil teve e
tem muita gente de talento, que produziu
HQ da mais alta qualidade. Os nomes que
citei na resposta à pergunta 4 são apenas
exemplos desse emérito grupo de cobras.
tem muita gente de talento, que produziu
HQ da mais alta qualidade. Os nomes que
citei na resposta à pergunta 4 são apenas
exemplos desse emérito grupo de cobras.
15 - É A FAVOR DE UMA LEI DE PROTEÇÃO
PARA OS QUADRINHOS NACIONAIS?
R: Em tese, seria bem-vinda. Mas, pergunto:
será que, no momento atual, haveria necessidade,
ou real utilidade? Não seria melhor
uma legislação que restringisse a propaganda
do material estrangeiro?
Quero dizer com isso que, se qualquer herói
(ou autor) brasileiro tivesse a mesma publicidade
de um Homem-Aranha, só como exemplo,
tudo seria diferente por aqui.
Com essa hipotética restrição de propaganda
das agaquês enlatadas, os editores
se voltariam mais pra divulgação das brasileiras.
Abro esta discussão.
16 – Doutor Fábio Santoro, foi uma honra podermos
colher este seu depoimento...
será que, no momento atual, haveria necessidade,
ou real utilidade? Não seria melhor
uma legislação que restringisse a propaganda
do material estrangeiro?
Quero dizer com isso que, se qualquer herói
(ou autor) brasileiro tivesse a mesma publicidade
de um Homem-Aranha, só como exemplo,
tudo seria diferente por aqui.
Com essa hipotética restrição de propaganda
das agaquês enlatadas, os editores
se voltariam mais pra divulgação das brasileiras.
Abro esta discussão.
16 – Doutor Fábio Santoro, foi uma honra podermos
colher este seu depoimento...
Fábio: Por fim, foi um prazer imenso
falar com voces, Lancelott e Rod.
falar com voces, Lancelott e Rod.
Abrações.
FABIO SANTORO
LIVROS DE FÁBIO SANTORO E ÁLBUNS QUE ELE PARICIPOU,
ENTRE 2006 E 2010!
www.operagraphica.com.br
www.comix.com.br
1º) O Tico-Tico - 100 Anos da Primeira
Revista de Quadrinhos do Brasil
2º) Príncipe Valente - 1º volume (reedição do
álbum da EBAL, mas com nova capa e novos
textos e, cá pra nós, com um melhor tratamento gráfico)
3º) Recruta Zero - Ano Um
4º) Os Sobrinhos do Capitão - Piores, Impossível - 1936-1938
5º) Fantasma - Biografia Oficial do Primeiro
Herói Fantasiado dos Quadrinhos
6º) Flash Gordon de Alex Raymond - 1º volume
Os cinco primeiros foram lançados pela Opera
Graphica Ed. e o sexto, pela Ed. Kalaco.
O único que apresenta textos somente de minha
autoria é o dos Sobrinhos do Capitão.
Os demais têm trabalhos de vários autores.
www.comix.com.br
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Revista de Quadrinhos do Brasil
2º) Príncipe Valente - 1º volume (reedição do
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4º) Os Sobrinhos do Capitão - Piores, Impossível - 1936-1938
5º) Fantasma - Biografia Oficial do Primeiro
Herói Fantasiado dos Quadrinhos
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Contatos com o autor:
fabiosantoro3@hotmail.com
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É BOM SABER QUE...
A lendária revista O Tico Tico, que durou 57 anos,
foi lançada no Brasil pelo inovador jornalista Luís
Bartolomeu de Souza e Silva
foi lançada no Brasil pelo inovador jornalista Luís
Bartolomeu de Souza e Silva
. Esta revista foi a primeira a publicar HQs no Brasil.
Sua primeira edição saiu no dia 11 de outubro de
1905, uma quarta-feira e não em uma quinta
como dizia na capa. O modelo seguido pela
Tico Tico era igual ao da revista francesa
La Semaine de Suzette, personagem francês
que foi publicado pela revista nacional
com o nome de Felismina.
O Tico Tico era impressa em dois tipos de papel.
Saia com quatro páginas em cores e as restantes -
no lugar do preto e branco-, era impressa
em dublês, ou seja, numa estranha combinação
de branco com vermelho, verde ou azul.
O primeiro exemplar custava 200 réis.
Como não havia inflação naquela época a
revista permaneceu com esse preço
durante toda a década de 20.
Sua primeira edição saiu no dia 11 de outubro de
1905, uma quarta-feira e não em uma quinta
como dizia na capa. O modelo seguido pela
Tico Tico era igual ao da revista francesa
La Semaine de Suzette, personagem francês
que foi publicado pela revista nacional
com o nome de Felismina.
O Tico Tico era impressa em dois tipos de papel.
Saia com quatro páginas em cores e as restantes -
no lugar do preto e branco-, era impressa
em dublês, ou seja, numa estranha combinação
de branco com vermelho, verde ou azul.
O primeiro exemplar custava 200 réis.
Como não havia inflação naquela época a
revista permaneceu com esse preço
durante toda a década de 20.
O Tico Tico fazia muito sucesso entre
os adolescentes e até adultos.
os adolescentes e até adultos.
O mais popular personagem da revista era,
sem dúvida, Chiquinho, que era uma cópia
não-autorizada de Buster Brown, criado por
Richard Felton Outcault - o mesmo autor
de Yellow Kid, que é tido como a primeira
HQ moderna publicada no mundo, nos Estados
Unidos. Isto é, que foi publicada com os balões de fala.
IMPORTANTE: Inicialmente as falas de Yellow
Kid vinham estampadas nas roupas, não
havia balões. Em 1896, Outcault passou
a usar balões nesta série pioneira. Este fato,
do personagem ser uma cópia não-autorizada,
só veio à tona em 1951 - por ocasião da Primeira
Exposição Internacional de HQs, da qual o
professor Álvaro Moya tanto se orgulha -,
quando o plágio descarado foi denunciado por
sem dúvida, Chiquinho, que era uma cópia
não-autorizada de Buster Brown, criado por
Richard Felton Outcault - o mesmo autor
de Yellow Kid, que é tido como a primeira
HQ moderna publicada no mundo, nos Estados
Unidos. Isto é, que foi publicada com os balões de fala.
IMPORTANTE: Inicialmente as falas de Yellow
Kid vinham estampadas nas roupas, não
havia balões. Em 1896, Outcault passou
a usar balões nesta série pioneira. Este fato,
do personagem ser uma cópia não-autorizada,
só veio à tona em 1951 - por ocasião da Primeira
Exposição Internacional de HQs, da qual o
professor Álvaro Moya tanto se orgulha -,
quando o plágio descarado foi denunciado por
Quando o personagem americano Buster Brown
deixou de ser editado nos Estados Unidos,
sua “versão brasileira” passou a ser desenhada
pelos desenhistas brasileiros, como: Loureiro,
A. Rocha, Miguel Hochman, Alfredo
Storni e seu filho Osvaldo.
deixou de ser editado nos Estados Unidos,
sua “versão brasileira” passou a ser desenhada
pelos desenhistas brasileiros, como: Loureiro,
A. Rocha, Miguel Hochman, Alfredo
Storni e seu filho Osvaldo.
Outros personagens que faziam muito sucesso
nesta revista foram: Reco-Reco, Bolão
e Azeitona, uma criação do
genial desenhista Luíz Sá.
nesta revista foram: Reco-Reco, Bolão
e Azeitona, uma criação do
genial desenhista Luíz Sá.
O camudongo Mickey, de Walt Disney, fez sua
primeira aparição em quadrinhos no país em
1930 nas páginas de O Tico Tico. Entretanto,curiosamente,
o famoso personagem dos estúdios Disney foi rebatizado
em terra brasilis e foi publicado com
estranho nome de “O Ratinho Curioso”.
primeira aparição em quadrinhos no país em
1930 nas páginas de O Tico Tico. Entretanto,curiosamente,
o famoso personagem dos estúdios Disney foi rebatizado
em terra brasilis e foi publicado com
estranho nome de “O Ratinho Curioso”.
A maioria dos desenhos das edições do Tico
Tico eram copiados de revistas francesas.
Mesmo assim, a revista acabou revelando
talentosos artistas nacionais, como: J.Carlos,
além de trazer alguns veteranos, como o lendário
cartunista Angelo Agostini, que segundo os
estudiosos, desenhou o logotipo da revista.
O Tico Tico não teve nenhum concorrente à
altura até o ano de 1930 , quando vários quadrinhos
Made in USA passaram a ser publicados no Brasil.
A coisa piorou, principalmente, depois do
lançamento do também lendário Suplemento
Juvenil do saudoso Adolfo Aizen
(EBAL – Editora Brasil América), em 1934.
O Tico Tico, aos poucos, foi perdendo espaço e seus
fiéis leitores quando começaram a ser
editadas no país as publicações criadas na América
que traziam HQs de super-heróis em 1939.
A revista que foi pioneira no gênero HQs no
Brasil deixou de manter a periodicidade
e a partir de 1960 circulava apenas em forma
de almanaques esporádicos até que
finalmente foi extinta.
Brasil deixou de manter a periodicidade
e a partir de 1960 circulava apenas em forma
de almanaques esporádicos até que
finalmente foi extinta.
Apesar de sua vertiginosa decadência nos seus
últimos anos de existência no mercado editorial
brasileiro, o Tico Tico foi uma revista
super popular, com uma tiragem que
variava entre 20 mil e quase 100 mil exemplares,
atingindo várias classes sociais, inclusive
os intelectuais. Por exemplo: Ruy Barbosa,
eminente político, foi um de seus leitores,
assim como o grande poeta
Carlos Drummond de Andrade.
últimos anos de existência no mercado editorial
brasileiro, o Tico Tico foi uma revista
super popular, com uma tiragem que
variava entre 20 mil e quase 100 mil exemplares,
atingindo várias classes sociais, inclusive
os intelectuais. Por exemplo: Ruy Barbosa,
eminente político, foi um de seus leitores,
assim como o grande poeta
Carlos Drummond de Andrade.
O Tico Tico completou 100 anos em 11 de outubro de 2005.
OUTROS DADOS DO PIONEIRO
PRODUTO EDITORIAL BRASILEIRO:
EDITOR: O Malho
FORMATO: Tablóide
ACABAMENTO: Panfleto
EDIÇÕES PUBLICADAS: 2.097
DATA DE SUA PRIMEIRA PUBLICAÇÃO: 11 de outubro de 1905
DURAÇÃO DE PUBLICAÇÃO
DO PRODUTO EDITORIAL: 57 anos.
DURAÇÃO DE PUBLICAÇÃO
DO PRODUTO EDITORIAL: 57 anos.
NOTA: Se você gosta de Jean Giraud (Moebius)
e Jean-Michel Charlier, autores de Blueberry,
um clássico de western, não pode perder as
duas matérias especiais sobre esses geniais
grandes mestres das HQs européias em...
http://bengalasboysclub.blogspot.com
Copyright 2011\Tony Fernandes\Estúdios Pégasus –
Uma divisão da Pégasus Publicações Ltda
Todos os Direitos Reservados
Fábio Santoro, talvez seja, no Brasil, uma de nossas melhores memórias vivas, de informações a cerca de mídias como cinema e quadrinhos... Seu conhecimento é fantástico! Das obras, ultimamente, lançadas no Brasil, sobre quadrinhos e cinema, com suas resenhas e apresentações, são dignas de serem catalogadas e condensadas em um livro. Fantástico a pesquisa de Santoro para estres trabalhos.
ResponderExcluirEu não conhecia Fábio Santoro até ver a foto e ler a entrevista, e parabenizo a todos nesse empenho de resgate e memória. Muito importante para um país acostumado a esquecer o passado.
ResponderExcluirJosé Valcir - conselheiro editorial da PADA.