quinta-feira, 30 de setembro de 2010

2Gunsmoke In Cow Doctor

Ballad of Paladin Have Gun Will Travel

Maverick

As Aventuras de Rin Tin Tin

The Big Valley theme 2

EL ZORRO Presentación

Star Trek - TV intro (season 1) (1966)

Bonanza Theme Song

the high chaparral

The Lone Ranger Opening Theme Song

Whiplash starring Peter Graves - Western ATV/ITC TV series out on DVD 7t...

BATE PAPO ENTRE DOIS TITÃS DAS HQs: WILDE PORTELLA E EDUARDO VETILLO! IMPERDÍVEL!!

QUANDO OS FERAS
 "SE ENCONTRAM"!

Esta semana o mano-novo e grande
 cartunista Bira Dantas 
armou um esquema para colocar "frente-a-frente",
 pelo Skype, duas feras, dois intrépidos titãs
 e manos-véios da área editorial: 
o intrépido guerreiro e escriba 
Wilde Portella e Eduardo Vetillo, um dos bambas do
 desenho tupiniquim, duas feras, das antigas, jurássicas,
 das HQs nacionais. Dois autênticos Bengalas Boys,
 na  acepção da palavra.Duas lendárias criaturas.

A coisa aconteceu assim, pelo que me parece, o Bira 
convidou o Vetillo para ir até o "barraco" dele, 
em Campinas City, pois já tinha armado a arapuca
 (o pseudo-encontro), sem que as "vítimas" soubessem.
Então, nesse clima de suspense e ansiedade rolou a 
troca de idéias entre os dois oldies friends, sob o 
comando do genial Bira. Não percam a entrevista.
Também fui convidado pelo Bira, pra participar do 
bate-papo... porém, infelizmente, tive um compromisso
 e não pude estar na hora marcada e combinada,
 no ar. Por não estar na bat-hora combiada e no
 bat-canal...  dancei e acabei perdendo este verdadeiro
 duelo entre o velho escriba e o antigo e bom desenhista.
Mas, dois dias depois, recebi do impagável Bira, a 
brilhante charge que ele fez para registrar o evento.
Nela, vemos o mister Wilde, autor de Chet, o Bira, 
navegando entre os titãs, enquanto enfrenta o
 mar bravio, mediando o bate-papo, e o grande 
mestre Eduardo Vetillo, um dos dois irmãos Vetillos.
 Eduardo Vetillo colaborou com diversos estúdios
 e editoras, como: Eli Barbosa, Bloch (onde desenhou 
Spectreman), Vecchi, etc. E também foi um dos
 colaboradores da antiga versão de Chet. 
Uma dúvida paira no ar...
Será que, de repente, a antiga parceria entre 
Wilde\Vetillo poderá voltar? Será?
Tcham-tcham-tham-tcham!!!!
Que os deuses ouçam nossas preces e tragam 
de volta esta salutar parceria.

A entrevista\matéria voces vão poder conferir
 no blog do Bira...
Mas, a incrível charge você vai poder curtir, 
também, neste Blog... Tá demais... 
confiram, abaixo... (Rssss...).


See you later, friends!

Pégasus\Divulgação

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

TONY FERNANDES, POR BIRA DANTAS - Fotolog

TONY FERNANDES, POR BIRA DANTAS - Fotolog

Graças ao grande amigo e excelente cartunista Bira Dantas, apartir de hoje, também estamos divulgando nosso trabalho por toda América Latina e Espanha, além de Portugal. Gracias, grand Bira!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

MARCOS E DOLORES MALDONADO - O CASAL 20 DAS HQs!


Ao longo dos anos - comecei a publicar oficialmente em 1973, pela editora Saber, a revista chamada Sargento Bronca, uma sátira militar a la Recruta Zero -, tive o prazer de conhecer, conviver e trabalhar, com gente que eu admirava e era fã.
Me considero um privilegiado de poder ter conhecido, convivido, e trabalhado com grandes nomes das HQs tupinquins, todos meus ídolos do tempo de garoto : Nico Rosso, Ignácio Justo, Edmundo Rodriguez, prof. Gedeone, Paulo Hamasaki, Shimamoto,Carlos Cunha, Minami Keizi, Franco de Rosa, Paulo Paiva,  Izomar, Primaggio, Igayara, J.B. Pereira, Jorge Kato, Otta, Zalla, Reynaldo de Oliveira, Jaime Cortez, e outros bambas. Mas, dentre estes um casal, que há muito eu admirava, se destacava: 

Marcos e Dolores Maldonado.
Dolores, só tive o prazer de conhecê-la pessoalmente na última FestComix realizada em São Paulo no ano passado (2010)
.

O DIA EM QUE CONHECI O FERA

Tive a honra de conhecer Marcos Maldonado quando eu era um garoto, um mero 
assistente de arte na extinta editora Noblet, na década de 70, onde eu vivia retocando a guache
os originais gringos, de: Akim, Vampirella, Carabina Slim, Mister No, etc,
ou escrevendo matérias para as revistas Hot Girls e Contos Excitantes, sob o comando
do velho bengala friend Paulo Hamasaki, que na época era o nosso diretor de arte.


Marcos Maldonado aparecia por lá uma vez por mês. Era free-lance e letreirava as 
publicações de HQs daquela casa editorial, como: Akim, Giddap Joe, Mister No, 
Vampirella, Carabina Slim e Tex Tom.
Saíamos, as vezes, da editora para ir tomar cafézinho - no boteco do Zé-, que ficava 
do outro lado da rua Almeida Torres, no Cambuci, com o ilustre colega, que era 
sempre humilde, na dele, e com uma competência incrível para fazer letrinhas, 
para desenhar os balõezinhos, tudo na raça, gente! 
Naqueles primórdios a gente nem sonhava com computador. 
Dá pra imaginar quantas mil paginas esse casal já fez?
As milhares de horas gastas para caprichar nas letrinhas?


REMINISCÊNCIAS...

Quantas vezes, quando eu era moleque (anos 60\70, faz tempo... (Rsss...), comprava os gibis e 
via nos créditos o nome desse casal, que fazia o que muitos desenhistas de talento não 
sabiam fazer: letreirar, fazer a "voz dos personagens". 
Um trabalho super importante e que, em geral, poucos comentam ou dão o devido valor. 
Se fala muito do personagem, da editora, do editor, do desenhista, do escriba, mas
raramente se fala de gente tão talentosa quando os grandes mestres do traço que dedicam 
suas vidas nesse mercado, de altos baixos, fazendo letras e balõezinhos. 
Afinal, uma HQ mal letreirada é horrível de se ler. 
Então, por que pouco se comenta sobre quem as faz?
Não dá para entender. 
Uma HQ, para ser concluída - editada - passa na mão de: editores, diretores de redações, 
tradutores, revisores, assisentes de arte, letristas, etc. 
Mas, toda essa gente fica quase que sem crédito, no anonimato.
E sobre essas pessoas, também brilhantes e talentosas, pouco se fala.
Fiquei anos sem ver esse incrível casal.



Civitelle, o desenhista de Tex, na FestComix, em 2010, em São Paulo




Já vi muito roteirista e desenhista narcisista se vangloriando de sua obra e 
nem se quer se referir a todos aqueles que colaboraram para que a 
tal "obra" ficasse publicável.
Pura injustiça.
Jamais vi qualquer um desses que ficam "atrás da cochia" se cabar do seu trabalho.


MUNDO PEQUENO

Há alguns meses atrás, num boteco que frequento aqui em S. Paulo, na rua Martins Fontes - 
pra tomar umas quatro ou nove (rsss...), pra tirar a neuras do dia-a-dia, 
fui apresentado para uma irmã de uma amiga minha.
Assim, conheci Dora, de Sorocaba, uma senhora super simpática, elegante e fina. 
Papo vai, papo vem... e acabamos entrando no assunto publicações e, por fim, quadrinhos. 
Então fiquei surpreso quando ela me disse: 
"O senhor é desenhista? Já foi editor? Trabalha há muito tempo com isso? 
Tenho uns amigos que fazem as letrinhas."
"Letrinhas?" - indaguei, intrigado.
- Hoje o pessoal faz isso no computador - respondi. - Mas, esta já foi uma grande profissão -
 completei.
Mas, ela insistiu: - Conheço um casal amigo que faz as letrinhas!
Então, perguntei se esses amigos, por acaso, não se chamavam Marcos e Dolores Maldonado,
que tinham um sítio em Sorocaba. Pois ela confirmou e me disse que eram eles mesmo.
Fiquei extasiado em saber que ela, de fato, os conhecia.


De repente, narrei fatos do passado à ela e disse o quanto eu os estimava e admirava.
Um mês depois, Dora voltou a S. Paulo, me procurou no tal boteco, mas eu havia viajado.
Quando ressurgi no tal boteco a irmã dela, uma advogada, super simpática e bonitona 
me encontrou e disse: "Minha irmã trouxe um cartão daqueles seus amigos de Sorocaba! 
Esperaí que vou lá no apartamento buscar."
A doutora mora num belo apartamento em cima do tal bar.


UMA GRATA SURPRESA


O cartão era do Marcos Maldonado. 
Além do e-mail, telefone deles, etc, também havia atrás um recado. 
Um convite para que eu, assim que pudesse, fosse conhecer o sítio deles na região,
 pois teriam um enorme prazer em me receber.
 Ainda tô devendo essa visita, meu amigo! Mas, vou. Te aviso antes.


Há poucos dias, antes da realização da FestComix, mandei um e-mail pra ele, visto 
que, apesar de procurar feito doido - não conseguia achar o cartão-comercial dele, que
estava literalmente perdido em meio aos papéis das minhas mesas. 
Quando recebi a resposta do Marcos, via e-mail, confesso que tive um orgasmo de
felicidade em saber que eles estavam ainda firmes nos quadrinhos, com a Mythos, 
com o Dorival e com o Tex, e que também tinham acabado de regressar de 
um evento da Bonelli - onde estava presente o Civitelli -, em Portugal. 
Eles foram com o Dorival, a convite dos realizadores, pelo que me parece. 
Uma homenagem mais do que digna e justa àqueles que durante anos
 vêm letreirando com amor e carinho todas as revistas da Bonelli Comics, 
aqui no Brasil.



Marcos Maldonado, Zeca Willer e Dolores, num
evento realizado em Portugal, em 2010




Daí pensei... esse casal merece destaque.
Merece ser reverênciado pelos anos de batalha em prol das HQs nacionais e internacionais. 
De imediato, pensei em escrever uma matéria no meu Blog. 
Então, decidi pedir pro Marcos uma foto deles e alguns dados, pois eu também 
não conhecia a fundo a verdadeira saga deles.

OUTRA SURPRESA AGRADÁVEL

No dia seguinte, ao comentar sobre eles com os amigos do Facebook tive outra boa
surpresa de ver as fotos do evento em Portugal, no álbum de um novo amigo - o cowboy
de além-mar Zeca Willer, um dos maiores colecionadores do mundo de Tex e dono do
blog mais popular da Europa, do velho e querido ranger- , 
onde eles - os Maldonados - estavam presentes, e também fiquei sabendo que estava 
para ser lançado um livro onde eles apareceriam em destaque. 
Achei genial. Esse "Casal 20", das HQs brasileiras e internacionais, 
merece todo o nosso respeito! 



Zeca Willer, Gege Carsan e o mestre Civitelle, na FestComix




São verdadeiros heróis, que há anos militam nesse difícil ramo de atividade.


É importante frisar que: os maiores e melhores artístas nacionais e estrangeiros 
tiveram a honra de ter seus trabalhos publicados no país graças ao talento nato dessa dupla, 
de escrever os textos dos balõezinhos que lemos.


Abaixo segue um resumo da vida profissional dessas feras da suada arte de letreirar!
Confiram!


SUA VINDA PARA SÃO PAULO

Em 1960, Marcos Maldonado decidiu vir morar na capital. 
Apesar de sempre ter uma boa caligráfia seu primeiro emprego, aqui, foi como 
torneiro mecânico, durante 9 anos. 
Sempre fôra fã de HQs desde pequeno, mas jamais havia pensado em trabalhar no ramo.

OUTRAS FACETAS

Ainda nos anos 60, Marcos conheceu Dolores e decidiram se casar. 
Foram produtores e astros de fotonovelas - publicações que vendiam bem na época, destinadas
 ao púbico feminino -, e até chegaram a encenar clássicos, como: O Alto Da Compadecida
 e outras peças de teatro. Pelo visto, a veia artística sempre foi um dom divino.


LETRAS: UM IRMÃO QUE INCENTIVOU

Graças a seu irmão mais velho, Antonio Maldonado -, que fazia inicialmente 
letreiramento para fotonovelas, foi que Marcos Maldonado Rodrigues, um ajustador, 
torneiro mecânico e fresador, nascido num sítio em Soroca, Estado de S. Paulo, 
começou a se interessar pelo ramo. Oficialmente, sua carreira como letrista -
 de fotonovelas da ed. Abril -, começou em 1969.


QUADRINHOS

Devido a perfeição da arte da escrita de Antonio Maldonado - que hoje é artísta plástico -,
este foi convocado para fazer letreiramento de HQs da Abril. 
Para atender a demanda Marcos começou a ajudar o irmão. 
Daí vieram mais e mais trabalhos para as revistas Disneys, super-heróis e para outras 
editoras, como: Giddap Joe, Akim, Mister No, Vampirella, Zagor, Chet -  todas 
as edições do cowboy do amigo bengala friend e grande escriba Wilde Portella foram feitas 
por eles. Também fizeram as revistas:  Sobrenatural, Spectro, Lobisomem, Combate, Fantasma, Mandrake, etc. 
Dolores, também já havia arregaçado as mangas e entrado na briga ao lado do marido. 
Suas letras eram muito uniformes e parecidas.
Formaram um par ideal na vida em comum e no ofício.
Um perfeito "Casal 20", das HQs.



Uma edição especial feita por Civitelle foi lançada na FestComix




TEX - O COWBOY MAIS POPULAR DO MUNDO

 Tex,  eles começaram a trabalhar com o ranger ainda no tempo da extinta e saudosa 
editora Vechhi (RJ), no dia 13 de março de 1980. 
Faziam o trabalho em casa e mandavam via malote para o Rio.
Tex mudava de editora e lá estava o "Casal 20" letreirando o velho ranger, outra vez. 
Há exatamente 28 anos eles letreram Tex, que atualmente tem diversos títulos e formatos 
lançados pela gloriosa Mythos, de Hélcio de Carvalho. 
Dorival é o editor chefe e o grande herói que trouxe de volta às bancas as movimentadas 
aventuras de Tex, que tem uma verdadeira legião de admiradores e colecionadores. 
Confira no portal TexBr um verdadeiro paraíso e ponto de encontro para 
os texmaníacos do país.


A ERA DA INFORMÁTICA

Habituados a trabalhar com aquelas canetinhas que eram muito usadas em engenharia 
e arquitetura - as famosas Rotring, de diversas numerações -, Dolores e Marcos
 Maldonado tiveram que se adaptar a nova realidade que havia chegado para ficar: os computadores. 


Segundo o Marcos, não foi fácil essa adaptação, e foi graças a insistência do Dorival e 
as dicas da Gisele, também uma grande letrista da Mythos -, que eles acabaram se 
dando bem em letreirar em computadores.
 Isso agilizou a produção das páginas das diversas edições de Tex que são lançadas 
pela Mythos. Segundo eles, é possível, agora, fazer uma edição do ranger em 
apenas uma semana. Coisa que demorava mais tempo no passado.



A palestra feita por Civitelle na FestComix.
O editor de Apache, Marco Antonio Faceto, também esteve presente


CIVITELLI NO BRASIL E NO MUNDO

Atualmente a expressão-Mor da arte contemporânea italiana do ranger chama-se: 
Aldo Civitelli, que está fazendo uma verdadeira excursão pelos países em que
 os leitores adoram as aventuras texinianas. 
Em São Paulo, um fabuloso evento que marcou o encontro dos fãs com o artista. 
Ele foi realizado pela Mythos e pela Comix, na já tradicional FestComix, no final do ano passado
(em 2010).  Marcos e Dolores Maldonado também estiveram por lá e finalmente pude
conhecê-la. Foi uma boa ocasião para rever os velhos amigos,como: Décio Ramirez, os Maldonados, e outros, que tanto fizeram e ainda fazem em prol dos Quadrinhos, e contatar  os novos que fiz via Facebook, como: Alvarez, Antonio Carlos Moreira, Zeca Willer e Gege Carsan, que durante o
evento se vestiu a caráter, como Tex.


O e-mail que recebi do Marcos, antes deste referido evento, terminava, mais ou menos assim...


"Apesar dos altos e baixos dos quadrinhos,sem eles seríamos 
como peixes fora da água, Tony!"
Com certeza, bengala friend, com toda a certeza...


Que Deus os abençoem e que durante anos e anos voces
ainda possam dar fala aos nossos heróis preferidos, Casal 20!


Um grande mano amplexo, proceis e à todos os web leitores!
See you later, cowboys!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

MUNDO DAS HQs - HQS EUROPEIAS: UMA HISTÓRIA LUTA E GLÓRIA - Segunda Parte




HQs EUROPEIAS:
LUTA E GLÓRIA!
Segunda parte


Os franceses, animados com o sucesso alcançado por Akim -  que era
 produzido por Italianos -,
 pouco tempo depois decidiram importar o 
novo herói das selvas, que
 passou a ser publicado em formatinho
 pela editora Mon Journal. 
Os franceses também adoraram Akim.





NO BRASIL, 
A EDITORA NOBLET FOI A
PRIMEIRA A LANÇAR
A REVISTA AKIM

Anos depois,o editor Joseph 
Abourbih - meu ex-patrão -, 
um judeu egipcio e fundador da 
editora Noblet, também 
decidiu lançar Akim no Brasil 
e conseguiu manter a
 revista por 30 anos nas bancas, 
com relativo sucesso.


Akim foi lançado no Brasil pela editora Noblet


Com o sucesso da revista Akim muitos 
outros personagens, inclusive 
de westerns, também foram 
criados por toda a Europa
 para substituir títulos populares como: 
Rocky Lane, Tim Holt, Buck 
Jones, Billy The Kid, etc.

 
Gradativamente os fumetti italianos
 foram substituindo os 
títulos americanos, reconquistando 
os antigos leitores
 e conquistando novos.
Seguindo o exemplo italiano, outros
 países da Europa também 
decidiram criar personagens 
baseados em produtos americanos.



Devido ao grande sucesso de AKIM, uma
editora concorrente lançou ZEMBLA



PIF, SURGE NA FRANÇA
Na França, uma revista semanal 
de grande circulação 
chamada Pif apresentou uma
 nova série chamada Placid 
et Muzzo, onde um dos personagens apresentava características 
similares as do camundongo
 Mickey, de Walt Disney.




SURGE TINTIM, DE HERGÉ

Na década de 50 surgiu na Bélgica 
Tintim, uma criação genial
 de Hergé, que até hoje é considerado
 como o Disney europeu,
 devido ao grande sucesso dos seus
 álbuns em todo o mundo.
 O belga Hergé, que apresentava 
um trabalho de alta
 qualidade nas aventuras de Tintim
 trabalhava em equipe, 
numa espécie de “linha de montagem”, composta por vários
 artístas, como os grandes 
estúdios dos Estados Unidos.


Tintim e Milu, personagens
clássicos de Hergé


Capa da revista semanal chamada Tintim,
lançada no Brasil, nos anos 70,
que trazia diversos personagens europeus


Esses álbuns, que inicialmente não
 passavam de 3 mil exemplares,  
foram conquistando vários países 
europeus até se tornarem 
um verdadeiro fenômeno 
de vendas. Isto estimulou os 
editores belgas a lançar
cada vez mais novos produtos.
Todos esses fatos positivos acabaram incentivando os criadores europeus 
a desenvolverem outras séries,
 em forma de álbuns, formato 
magazines ou formatinhos.
 Porém, dos maravilhosos álbuns
 belgas poucos deles 
obtiveram sucesso junto ao 
público leitor, como Tintim. 
Salvo outras exceções, como: 
Lucky Luke,  de Morris (desenhos)
 e Goscinny (texto)- uma sátira
 genial dos velhos cowboys 
americanos que, de imediato, 
conquistou os leitores,
 e acabou se tornando um clássico 
das HQs made in Europa -, e 
o inigualável Asterix, de Uderzo 
(desenhos) e Goscinny (texto).
 Ambos surgiriam anos depois
do lançamento de Tintim.


Uderzo - Desenhista e
Co criador-de Asterix 
De volta ao passado...
Na França, um jovem desenhista 
chamado Albert Uderzo,
um imigrante italiano, que era 
dautônico (não conseguia
 distinguir as cores), e que anos 
depois se naturalizou 
francês, contrariando seus pais, 
aos 13 anos, decidiu se tornar
 um desenhista profissional. 
Seus primeiros traços tinham a 
influência do seu tio, 
Bruno (um autodidata que, apesar 
de desenhar bem, 
não seguiu carreira) e Marcel 
(que era um profissional 
da arte). O jovem Uderzo também 
era vidrado nas criações 
de Walt Disney e certa feita 
confessou que passou a
 estudar minusciosamente os 
desenhos da escola Disney.

EDIÇÕES S.P.E. 

- Este era o nome de uma famosa 
casa editorial francesa, 
naquela época. Uderzo decidiu, 
um dia, bater naquela porta 
para apresentar seus trabalhos. 
Ali, ele conheceu e sofreu 
a influência de Edmond Calvo, 
um grande desenhista que
 estava em evidência época e que por coincidência 
morava no mesmo bairro.
Dessa amizade, aos poucos, 
surgiram os 
seus primeiros free-lancers.

Anos depois, Uderzo criou Flamberge, 
seu primeiro personagem.
“Jamais imaginei conhecer
 Edmond Calvo ou René Goscinny. 
Edmond foi meu grande mestre.
 Eu o admirava e adorava 
seus traços", declarou anos depois
 numa entrevista 
concedida para uma publicação francesa
 especializada em quadrinhos.
Nesta mesma edição, quando foi 
questionado sobre 
Goscinny, respondeu:
"Goscinny... acabei descobrindo que
 ele era um profundo conhecedor 
de história gaulesa e um 
grande roteirista. O texto dele 
sempre foi rico em 
detalhes históricos e sempre teve 
um grande censo de humor.
 Foi através dele que acabei 
tomando conhecimento da história
 da França. 
Na verdade, aos 9 anos de idade, 
eu já tinha ouvido
 falar sobre os primitivos gauleses e
 fiquei encantado com a história 
deles. Esse primeiro contato
 com o mundo gaulês aconteceu 
através de Madame 
Spitz, minha professora na 
escola Clichy-sous-Bois. 
Ela tinha um jeito inovador de
 lecionar, naquela época. 
Nos instruía exibindo filmes 
americanos e nos obrigando a fazer
 trabalhos manuais.”

SÁBIO DESTINO

O destino faz coisas incríveis.
Curiosamente, na mesma época 
em que Uderzo tomava conhecimento 
da saga dos gauleses numa
 escola francesa, na Argentina,
na distante América do Sul, um 
jovem chamado René Goscinny, tomava 
conhecimento dos seus ancestrais 
gauleses num colégio francês de 
Buenos Aires, através da obra 
de Ernest Lavisse: 
A História da França.
Um encontro entre esses dois 
jovens talentosos estava
 por vir, num futuro não muito 
distante, sem que estes se 
quer suspeitassem disso ou da 
existência um do outro.

DESENHOS ANIMADOS





Em 1945, o jovem Uderzo teve sua 
primeira experiência comm desenho
 animado, após fazer diversos 
cursos de arte. Nos anos que se
 seguiram Albert Uderzo criou e 
desenvolveu inúmeras ilustrações e
 séries de Hqs (cômicas e de aventuras) 
para diversas casas 
editoriais francesas, sem imaginar 
que um dia o destino iria unir 
ele e René Goscinny para, juntos, 
criarem o mais popular 
personagem europeu
 de todos os tempos: Asterix. 
 Nessa mesma época, na França foi 
instaurada a IV República.
Era um tempo de inovações do 
pós-guerra, do existencialismo 
e da descoberta, pelos europeus, 
do jazz americano.
 Jean-Paul Satre, Albert Camus,
 Jean Cocteau e outros
 agitavam os corações e mentes da 
nação, com suas ideias revolucio-
nárias. Alheios aos fatos e conflitos
 sociais, as crianças curtiam 
la bande dessinée
 (as histórias em quadrinhos).

O PRIMEIRO JORNAL SOBRE HQs

“O.K. foi o primeiro jornal de 
histórias em quadrinhos, 
do pós-guerra. Ele também foi o 
primeiro a dar oportunidade 
aos jovens desenhistas franceses.
 Em 1946, O.K. era um jornal
 inovador e nacionalista, apesar 
do seu nome americanizado. 
Uderzo também 
colaborou com esse jornal, que 
era publicado em 3 cores. 
Simultaneamente ele trabalhava
 para várias editoras.
Em 1947 fez para Les Editions 
S.A.E.T.L. um personagem 
chamado Zidore, l’homme 
Macaque. 
Seu primeiro trabalho em cores, foi
Zidore. Mas, para pintar os originais
 ele teve que recorrer a amigos e
 familiares para obter as cores 
corretas, devido a 
sua deficiência visual para 
distinguir as cores.
 "Sempre fui um daltônico incorrigível",
 confessava o desenhista ao amigos.

Em 1948, ele deixou de publicar 
seus trabalhos para cumprir 
obrigações militares. Foi servir 
a Pátria. Serviu no 5º Regimento 
dos Dragões, em Autiche. 
Entretanto, jamais deixou de 
desenhar.
 Nas horas vagas, no exército,
 ele desenhava para si mesmo. 
Quando o comandante do
 regimento descobriu suas 
habilidades para desenhar o 
escalou para criar e fazer 
desenhos para placas e 
cartazes militares.
"Ainda quando eu estava no 
exército, fiquei triste ao saber 
que o jornal O.K. havia fechado.” –
 disse Uderzo, 
numa entrevista concedida, 
na década de 70, para 
uma revista especializada em HQs.

Ele jamais se limitou a fazer 
apenas HQs cômicas. 
Artista eclético, ao longo de sua
 carreira, também desenvolveu 
trabalhos de figuras humanas onde 
demonstrava seu vasto 
conhecimento em anatomia. 
Fez ilustrações publicitárias, 
campanhas, e trabalhou 
para diversos jornais e revistas. 
Para o famoso jornal popular 
sensacionalista France Dimanche 
fez inúmeras ilustrações 
para as reportagens, asssim
como para a matéria sobre 
Paul Dellapina, um tipo singular, 
apelidado de 
“O gangster cavalheiro”. 
Uderzo, baseando-se numa 
fotografia era capaz de reproduzir 
fielmente qualquer fisionomia.
 Seus trabalhos, na época,
 faziam muito sucesso.

CAPITÃO MARVEL JR 
FEZ A DIFERENÇA

 Paralelamente aos seus trabalhos 
de ilustração para esse jornal,
 que acumulava processos judiciais,
 Uderzo, através da agência 
Paris-Graphic, fez HQs 
para a revista Bravo, de Bruxelas,
 e uma famosa e popular serie 
americana: Capitão Marvel Júnior, 
que diferia do trabalho do seu
 criador original
 americano. Isto ocorreu graças a
 Madame Debain,
 a dona de uma agência de
 material de imprensa. 
Esse trabalho feito para editores
 americanos fez com que ele 
fosse reconhecido como um 
excelente artista pelos belgas, que 
na época estavam 
ampliando suas publicações e 
lançando diversos
 trabalhos de autores europeus na 
forma de álbuns, em cores.

Em Bruxelas, na Bélgica, duas 
importantes agências 
recrutavam novos autores, a 
International Press, 
fundada pelo jornalista Yvan Cheron 
e a World Press, de Georges 
Troisfontaines, que representava
 um grupo belga: Édition Dupuis. 
As duas agências trabalhavam 
para editoras na Bélgica, porém, 
para clientes diferentes.

DA FRANÇA PARA A BÉLGICA


Após analisar os desenhos de Uderzo, 
Yvan Cheron convidou-o para fazer
 parte de sua equipe, em Bruxelas.
“Tive a honra de trabalhar ao lado de Jean-Michel Charlier, fazendo 
cenários de suas fantásticas
 HQs sobre pilotos e corridas.
 Algum tempo depois, voltei para 
a França, para a casa da 
minha família, em Paris, e 
continuei a trabalhar para a
 International Press fazendo
 uma serie chamada La Wallonie. 
Por sorte meus trabalhos estavam 
agradando os editores Belgas.
O volume de trabalho aumentava. 
Daí abri um estúdio na avenue 
des Chaps-Elysées, 34.
Tempos depois, após ter colaborado, paralelamente, durante anos, com 
o jornal France Dimanche
 decidi pedir demissão, após ler 
um anúncio de jornal que pedia 
desenhistas para trabalhar 
na América. Decidi embarcar para
 os Estados Unidos. 
Minha decisão foi motivo de 
comemoração na redação do 
France Dimanche. Para eles, eu era
 uma espécie de filho pródigo. 
Todos acreditavam no meu potencial.”

Continua . Para ler a última
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