quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O CRIADOR DO BDJORNAL DA ENTREVISTA



 Foi através do Facebook que tive o prazer de conhecer este 
simpático, criativo e grande batalhador das Bandas Desenhadas
 (HQs), de Portugal. Sua famosa publicação chamada BDJornal é
 uma publicação especializada em histórias em quadrinhos e 
sempre traz muitas notícias, novidades, entrevistas, coberturas 
dos principais eventos e, como não podia deixar de faltar, muitas 
HQs de autores portugueses e até de brasileiros. 
Aliás, na edição # 26, que já está a venda, até a
nossa Apache está por lá.
Pela primeira vez, no Brasil, vamos publicar uma entrevista 
marcante e através dela vamos poder saber um pouco mais 
sobre esses guerreiros de além mar, que há anos lutam 
em prol das histórias em quadrinhos, que eles
 insistem em chamar - a la francesa -, de Banda Desenhada.
Confiram a sensacional entrevista com...

Com Civitelle e Marco Bianchini - FIBDA 2008 
 (Feira Internacional de Banda Desenhada)

 JORGE MACHADO-DIAS, 
DO BDJORNAL

Tony: É um prazer entrevistá-lo, nobre amigo e bengala friend 
de além mar... Chegou a hora dos apreciadores de HQs do
 Brasil conhecerem mais sobre você, sua equipe, seu trabalho 
e sobre o mercado editorial português. Vamos lá? 
Nome completo? Idade?

Jorge Machado-Dias: 57 anos.

Tony: Você nasceu exatamente em que parte de Portugal, 
my friend? Em que dia, mês e ano, grande Jorge?

Jorge Machado-Dias: Nasci em Lisboa, no dia 7 de Julho de 1953.



Tony: Nos anos 80\90 uma revista chamada Seleções BD, 
da Meribérica/Liber, ficou bastante conhecida aqui no Brasil e 
um dos seus articulistas, Fernando Vieira, tornou-se muito 
meu amigo e de outros produtores de BDs brasileiras.
 Nos correspondíamos muito e ele até chegou a levar o meu material -
produzido por minha equipe -, para a exposição de BD de Frankfurt, 
na Alemanha e para a Espanha, onde até surgiu uma proposta
para publicarmos nosso material.
Você o conheceu pessoalmente? Que fim levou este meu amigo
e grande batalhador das BDs portuguesas, que enaltecia muito
uma revista clássica de vocês chamada O Mosquito? 
A página que ele escrevia para um jornal do Algarve, em
 Portimão, chamado Barlavento, ainda existe?

Jorge Machado-Dias: Sim, conheci o Fernando 
Vieira pessoalmente 
no Festival da Amadora de 1993 (salvo erro). Mas quem levou a 
esse contacto, foi Victor Borges, que conheci em 1990 e veio a 
ser o desenhador d’As Aventuras de Paio Peres cujo argumento
 escrevi. Ele já produzia o fanzine Dossier Top Secret e contactava
 com o Fernando Vieira todas as semanas com matéria para o
 Clubedelho, a página sobre BD que este mantinha no Barlavento. 
Foi pois através do Borges que conheci F. Vieira.
 E foi através dele que se me abriu o mundo das HQs, 
com o Calazans, o Jaepelt e muitos outros autores brasileiros.
Os contactos com Fernando Vieira foram
 muito produtivos e fizeram com 
que eu me “entranhasse” no mundo da BD 
portuguesa completamente –
 até hoje. Depois ele saiu do jornal Barlavento e foi trabalhar 
para uma tipografia, onde ainda tentou fundar um novo jornal, 
que não deu certo. A partir de certa altura perdi-lhe o 
rasto totalmente e nunca mais soube nada dele.


Algarve







Calazans
Tony: Naquela época tomei conhecimento de um forte movimento 
em prol das BDs aí em seu país. Havia em Lisboa o Clube
 Português de Banda Desenhada, em Portimão, o Clubebedelho,
 no Porto o Clube Nacional de BD Comicarte - de Ramalde - , etc.
 Essas entidades que trabalhavam em prol da divulgação
 das BDs, em seu país, ainda existem?

Jorge  Machado-Dias: O Clube Português 
de BD ainda existe, foi importante,
 mas agora é uma coisa residual com meia dúzia de pessoas. 
O Clubedelho, como disse atrás, era o título da página que o Fernando
 Vieira mantinha no jornal Barlavento, de Portimão e o Comicarte,
 do grupo de jovens de Ramalde, estavam ligados ao Salão 
Internacional de Banda Desenhada do Porto, iniciado em 1985 e 
que terminou em 2001, ao fim de 11 edições. Em 2005 realizou-se 
uma edição virtual desse Salão, para comemorar o seu 20º aniversário, 
que o Kuentro e o BDjornal noticiaram e promoveram.
Aliás, um dos jovens de Ramalde dessa época, do Comicarte, tem
 sido até hoje um activo colaborador do BDjornal – escreveu 
inclusive a matéria deste #26 sobre Julia Kendall
falo de Pedro Cleto, claro.




Pedro Cleto


Tony: Quando surgiu esta sua paixão pelas BDs?

Jorge Machado-Dias: Surgiu em três fases, digamos assim. 
A primeira, na infância, quando vivia com a família em Lourenço 
Marques (actual Maputo, Moçambique), entre 1958 e 1963.
 Meu pai comprava a revista Mundo de Aventuras e aí descobri 
Tarzan, Mandrake, Tim Tyler, etc… A segunda ocorreu nos anos 
1970, quando comecei a ler e coleccionar a revista Tintin, onde
 descobri os franco-belgas, Tintin, Asterix (do qual fiquei fanaticamente
 fã – perdoe-se-me o pleonasmo – até hoje, conhecendo mesmo de 
cor quase todos os textos dos álbuns escritos por Goscinny), 
Bernard Prince, etc…, etc… A terceira, decisiva, deu-se já nos 
anos de 1980 com a descoberta da revista francesa (A Suivre)
onde pontificaram autores incontornáveis da história da BD europeia,
 de Hugo Pratt à dupla Schuiten e Peeters, passando por Manara, etc…, 
etc… Foi a partir daí que abandonei a pintura 
(mas não o design gráfico, claro) e passei 
a dedicar-me à Banda Desenhada.


Maputo - Moçambique






Tony: Tarzan, Mandrake, Tim Tyler, curti muito quando criança... 
bem lembrado, Jorge... a revista Tintim, que trazia várias 
HQs de continuação, também me fez descobrir muitos autores
 franco-belgas, que até então eu desconhecia...
 o nível era excelente. No Brasil, acho que ela foi lançada 
semanalmente pela Cedibra, se não me engano. O gozado
 é que naquela época nenhuma revista que trazia HQs em 
continuação vendia bem. Durou poucas edições. 
Hoje, a nova geração curte HQs “quilométricas”
 (em várias edições de continuação) dos mangás, Tex, etc, 
sem reclamar. O conceito mudou, acho que foi por 
causa das novelas da Glogo... Bem, mas vamos em frente... 
Quais as BDs que você apreciava durante
 sua infância e adolescência?

Jorge Machado-Dias: Posso dizer assim: Tarzan, na infância, Asterix
na adolescência e, já agora, Corto Maltese na idade adulta.

Com Zeca Willer - FIBDA 2008

 Tony: Hmmm... bom gosto, my dear bengala-friend... (Rss...). 
Você também escreve e desenha, pelo que me consta.
 Isto é fato? Já trabalhou em alguma grande empresa editorial?

Jorge Machado-Dias: Comecei por desenhar as coisas que escrevia,
 uma delas, Ilhas do Mar Oceano, ficou pela décima prancha, mas 
ganhou uma menção honrosa num concurso e por 
via disso, as edições Asa encomendaram-me a adaptação 
para BD de Os Maias, de Eça de 
Queiroz. Essa adaptação ficou pela décima quarta prancha, uma 
vez que a dada altura, a Asa desistiu de editar BD. Um ou dois
 anos mais tarde, em 1995, a Asa voltou à edição de banda 
desenhada e, para me compensar da desistência anterior de Os Maias
encomendaram-me a continuação de um álbum que eles tinham, 
sobre a História da Fórmula Um, com um caderno especial 
sobre a carreira de Ayrton Senna, que falecera no ano 
anterior. Mas voltaram a parar de editar BD e o projecto 
Formula Um/Ayrton Senna ficou em quatro pranchas e 
quilos de livros e esboços sobre Fórmula Um em minha casa –
 fiquei formado e fã das corridas de F1.




Em 1992 já tinha escrito As Aventuras de
Paio Peres, para o desenho 
de Victor Borges, de que saíram dois álbuns,
 editados pela Pedranocharco
 Publicações, que entretanto fundei em 1995 para editar 
esses livros – porque ninguém queria editá-los.
Como fica dito, trabalhei apenas não em, mas para as 
Edições Asa (não fui empregado deles, 
mas, digamos, apenas “tarefeiro”), 
e que em 2002 voltaram a editar BD e têm-se mantido em
 actividade até hoje, embora eu não tenha feito mais
 nada para eles. Trabalhei para grandes empresas editoriais 
sim, mas como designer gráfico que é
 a minha área profissional.

Tony: Legal, meu amigo, você é guerreiro, é durão, tanto 
quanto eu, quando as editoras resistiam muito para 
comprar meu material ou então me davam canceira 
para pagar, eu ficava puto, e decidia publicar.
 Foi assim que abri minha primeira editora. Quando 
percebi que os caras que editavam e que me enrolavam
 para pagar sabiam menos do que eu e eram “duros” 
(não tinham dinheiro), decidi partir pras cabeças e
 montei a ETF Comunicação Comercial Ltda.
 Pensei na época: “Se esse bostas, que nada produzem e
 que não têm grana podem publicar, eu também posso”. 
Aos 22 anos fui bater na porta da poderosa DINAP 
(Distribuidora da ed. Abril, fiz reunião com os diretores, 
mostrei os produtos e sai de lá com um contrato de 
distribuição nacional.  Mas, não foi fácil. 
Só virei editor graças a esses editores de araque... 
pensando bem, hoje tenho que agradecer à eles...
 pois, eles me motivaram a tomar uma atitude... 
(Rsss...). Um deles se deu bem e hoje é o dono 
da Nova Sampa Diretriz... alguém, daquela turma
 tinha que se salvar. Meu amigo Carlos Cazamatta 
foi o único.   Mas, voltando a entrevista... Como e 
onde surgiu a ideia de lançar o seu BDJornal?
 E em que ano passou a publicá-lo e quantas
 edições foram lançadas até agora?
 Quantas pessoas participam na confecção
 desta sua bela publicação?

Jorge Machado-Dias: O Victor Borges, quando voltou de 
uma visita ao Festival de Angoulême, trouxe-me várias brochuras e 
publicações gratuitas de lá. Entre elas um pequeno “journal” 
em formato um pouco maior que o A4, com variadas notícias
 e entrevistas com autores. Aí lembrei-me que, se calhar, 
um jornal sobre BD teria mais sucesso que uma revista de BD, 
uma vez que estas estavam a ter grandes dificuldades em 
manter-se, por falta de vendas. Assim fiz a experiência e
 executei um jornal – em formato semelhante ao tablóide, 
28 x 36 cm – chamado BDinFólio, em 1996 e de que
 saíram o nº 0, 1 e 2 (este já em formato A4 e fotocopiado). 
A coisa parecia resultar e em 2005, depois de superar
 alguns problemas pessoais, criei o BDjornal
no mesmo formato. Era um jornal mensal, com entrevistas 
e muito noticiário e um encarte de BD. Mantive esse 
formato durante um ano (12 números) e em Abril de 2006
 resolvi mudar de formato: 23,5 x 32 cm – de periodicidade 
bimestral. Isto porque os fãs me pediram para o tornar 
mais parecido com uma revista – pela força do hábito. 
Ao fim de outro ano – Abril de 1997 – resolvi mudar de
 novo o formato, para o actual, quando passei a 
produzir o BDj em impressão digital e não em offset,
 como anteriormente, reduzindo a tiragem de 5.000 
exemplares para 500, que se mantém até hoje. 
É que as vendas eram irrisórias. Mas finalmente fiz a vontade
 aos fãs com um formato igual ao de uma revista,
 embora mantendo o nome de BDjornal.
 Aliás, o americano Comics Journal, tem formato ainda
 mais pequeno, embora atinja as duzentas e poucas páginas.
 Portanto o BDjornal vai nas 26 edições, 
em cinco anos de existência.
A questão das vendas, de que falei atrás, tem que 
ver com o nosso público. O Diniz Conefrey, autor português, 
na entrevista que concedeu neste BDjornal #26, diz 
uma frase que espelha tudo: “quando vejo muitas das 
pessoas nos festivais de banda desenhada, parecem-me
 muito interessadas, mas fico sempre 
com a ideia de que olham, 
veem, comentam, mas depois 
não compram os livros…”


E isto é a verdade. Eu costumo chamar aos fãs portugueses 
de BD, que compram regularmente livros (embora poucos), 
a “tribo da BD”, porque são cerca de 700 indivíduos 
(ou mesmo menos, nunca os contei) que estão sempre nos
 eventos de BD, conhecem-se todas as caras e raramente 
aparece cara nova. São tipos loucos por autógrafos, estão
 sempre nas filas de autógrafos durante horas seguidas, 
não perdem um. Mas esses, compram alguns livros.
O mercado da BD em Portugal é um
 cenário muito confrangedor.






Com Geraldes Lino e F. Relvas no 21º- FIBDA 
(Feira Internacional de Banda Desenhada)

 Tony: Olha, aposto que todos no Brasil, agora estão contente
 ao saber de sua luta, sua garra e sua perseverança. 
É pena saber que os consumidores de BDs aí em seu país
 caiu tanto... mas, creio que o fenômeno é mundial, atualmente.
 Fazemos HQs para pequenos nichos, esta é que
 é a verdade... BD Jornal é uma publicação independente?
 Como ela é vendida e distribuída em Portugal? 
Qual é a sua tiragem, formato, e preço de capa?

Jorge Machado-Dias: O BDjornal é uma publicação independente, se
 considerarmos essa designação indicadora de que é editado por 
um indivíduo e não por uma empresa editorial. É vendido em P
ortugal por quase todas as lojas especializadas em BDs – 
que são meia dúzia. Sou eu que distribuo por correio. 
A tiragem, é de 500 exemplares, como já disse, o formato 
é 21 x 27,5 cm. O preço actual é de oito euros.

Tony: Como os leitores e apreciadores brasileiros de BDs
 (quadrinhos), podem adquirir sua publicação, para
 ficarem bem informados sobre o que rola por aí?

Jorge Machado Dias: Eles podem adquirir 
o BDjornal por pedido directo a bdjornal@gmail.com
pagamento por Paypal. O preço do BDjornal é, 
como já disse de € 8,00 em Portugal. Para o Brasil – ou outro país
 do outro lado do Atlântico –, temos de acrescentar € 9,00 de portes 
de correio (o frete, como se diz no Brasil), o que dá um preço 
final de € 17,00. Por outro lado, existe a Redwood Comics, de Nova 
Iguaçu, no Rio de Janeiro, que vende o BDjornal directamente 
no Brasil, mas pela internet, acessando http://eshops.mercadolivre.com.br/redwood+comics/





Tony: Olhaí, aposto que ninguém sabia que a Redwood 
Comics vendia a BDJornal por aqui. Assim dá pra turma 
economizar e ficar bem informado... legal... Como andam
 as vendas de BDs, no mercado local,
 após a crise internacional?


Jorge Machado-Dias: Respondi a esta questão mais atrás. 
Mas a crise internacional só veio agravar ainda 
mais as coisas, obviamente.

Tony: Você também coleciona BDs?

Jorge Machado-Dias: Não. Não colecciono BDs. Compro o 
que me interessa sem preocupações de coleccionar.

Tony: Em Portugal haviam algumas distribuidoras famosas, 
como: Digilivro, Movilivro e Electrolliber...
 elas ainda atuam fortemente no mercado local?

Jorge Machado-Dias: Nenhuma das distribuidoras que
 refere existe já, há muitos anos. Faliram!!!

Tony: Caramba! Então, a coisa ficou feia, mesmo por aí. 
Quando eu distribuía minhas revistas pela DINAP (Fantasticman,
 Fantasma Negro, etc), eles reunião os editores –
 para baratear o frete – e todos nós mandávamos nossos
 produtos para a Electrolliber. É lamentável saber disso... 
mas, vamos em frente... No Brasil, Tex, o ranger da família
 Bonelli, está em nossas bancas há mais de 50 anos,
 tornando-se assim um grande fenômeno editorial - 
apesar das vendas terem caído, no geral, em todo o mundo. 
Em seu país, Tex também sobrevive firme às 
oscilações mercadológicas, há quanto tempo?




Jorge Machado-Dias: Bem, em Portugal também existe a “tribo do Tex” 
que não coincide propriamente com a “tribo da BD” porque os fanáticos 
do Tex, só compram Tex mesmo, e se calhar é mesmo mais 
numerosa que a da BD generalista, digamos. E não me 
parece que haja grandes tombos nas vendas de Tex por aqui. 
Mas aí é melhor falar como o Zé Carlos Francisco, 
que saberá melhor sobre esse assunto.

Com Zeca Willer (Zé Carlos Francisco) - FIBDA 2008




Tony: É... parece que a fiel “tribo do Tex” está espalhada 
por diversos países. Mas, por aqui até o nosso
 querido e velho ranger viu suas vendas despencarem. 
Nos áureos tempos da falida editora Vecchi Tex
 chegou a vender 100 mil exemplares. Hoje, duvido 
que venda metade disso...  Chet, um western criado 
pelo bengala-friend, Wilde Portella e seu irmão Watson, 
chegou a vender 80 mil exemplares, é mole? 



Bons tempos... (Rsss...). Quanto ao José Carlos 
(vulgo Zeca), acha que ele vai me escapar? 
Vai ter que me dar uma entrevista... (Rsss...). 
Dá danado... Na última FestComix, aqui em 
São Paulo, tive o prazer de conhecer o
 simpatico e atencioso José Carlos, o nosso
 querido Zeca Willer, um dos maiores colecionadores, 
que se tem notícia do nosso idolatrado 
cowboy italiano, e que também é o responsável
 pelo Blog mais badalado e bem cuidado do ranger. 
Você o conhece, obviamente. Mas, como
 e quando o conheceu e qual é 
o seu relacionamento com ele?

Jorge Machado-Dias: O Zeca, ou, como lhe prefiro chamar, 
Zé Carlos Francisco, tem por cá, duas alcunhas: “Zeca Willer”
 e “Zé Carlos Benfica”, por ser também fanático do Sport 
Lisboa e Benfica, como eu, aliás. Já não me recordo 
muito bem como o conheci, mas foi no início da 
saga do BDjornal, tanto que ele escreve para a 
publicação desde bastante cedo e, como é o representante 
em Portugal da vossa casa Mythos, a editora brasileira
 do Tex, acabei por conhecer quase toda a gente dessa 
editora – ainda no último Festival de BD de Beja, em
 Maio deste ano, estivemos por lá em franco
 convívio. Mas também por via dele, o BDjornal 
adquiriu excelente reputação em Itália, junto
 da própria casa Bonelli. O nosso relacionamento
 é, como não podia deixar de ser, excelente.

Tony: Hmmm... duas alcunhas... Zeca Benfica? Esta eu
não sabia... vou encomendar uma caricatura dele com 
a camiseta do clube... (Rsss...). Já sei que pode 
mandar bem nessa carica, meu bengala-friend mestre 
Bira, o rei das caricaturas no Brasil... (Rsss...). 
De volta ao interrogatório (Rsss...)... 
Que tipo de BDs mais o agradam? 
Cowboys? Ficção-científica,
super-heróis? Mangás?    

Jorge Machado-Dias: Para ser franco, pessoalmente,
 não gosto muito do Tex – porque é sempre
um tipo certinho, muito correcto, muito limpinho, 
mesmo depois de dez dias no deserto, continua
 de barba impecavelmente feita, sem um rasgão
 na camisa ou nas calças, o chapéu nunca fica
 amolgado, etc… (eu não devia escrever isto, ná?), 
embora o envolvimento dos fãs texianos em 
torno da sua personagem favorita, me produza um 
grande carinho por eles – por isso faço o possível 
para ter sempre algo sobre Tex no BDj. 
Mas eu prefiro o Blueberry, com aquele ar
 selvagem e comportamentos politicamente pouco
 correctos, mesmo anarquista, tal como eu próprio.
 E acho que cada um se vê na personagem que 
escolhe, ou adopta para o resto da vida. Respeito
 isso, porque eu respeito sempre os “outros”, 
entende? E depois, tenho mesmo que respeitar
 uma personagem que existe há 62 anos, como
 o Tex e que continua aí para as curvas. Mas é tudo 
uma questão de personalidades, veja bem: 
eu prefiro Blueberry, Red Dust, Corto Maltese…

O Zé Carlos já me pediu várias vezes para lhe desenhar um 
Tex e para escrever sobre Tex. E eu tive sempre 
receio de o fazer, para não melindrar ninguém.
Depois, prefiro BDs genericamente de aventura, policiais, 
sou fã da Julia Kendall, por exemplo, gosto do 
Arzach de Moebius, do Incal, das coisas com
 argumentos escritos pelo Alan Moore
 e pelo Neil Gaiman, etc...  



 Tony: Que nada... gostei da sua sinceridade. Como 
você disse, cada um se indentifica mais com 
um ou outro personagem. Também adoro 
Bluebery, apesar de ler Tex. O tenente do Jean Giraud 
é mais realista... e gosto, não se discute. 
Duvido que os texmaníacos não curtam Blueberry, 
Jonah Rex e outros. Diga-me, mestre, sobre autores... 
desenhistas e roteiristas -, de BDs que mais você gosta?

Jorge Machado-Dias: Está dito na resposta anterior. 
Mas, vamos lá, Hugo Pratt é o meu autor preferido e…
 finito, ad nauseam. Depois, há o Gir (ou Giraud, 
ou Moebius, que são o mesmo), o Maurillo – ou Milo –
 Manara, o Bourgeon, o Miller, Miguelanxo Prado, etc…
 e gosto sobretudo de Corto e Asterix
 (o do Goscinny), claro.

Tony: Temos gostos parecidos... aliás, parabéns
 pelo bom gosto... (Rsss...). Livros prediletos?

Jorge Machado-Dias: Os Doze Césares, de Suetónio,
 Homage to Catalania, de Orwell, e autores, sobretudo
 Lobo Antunes, Ubaldo Ribeiro, mais alguns policiais, 
de Ruben Fonseca a Patricia Cornwell e depois, alguns 
romances históricos e tudo quanto é livro de História – 
de preferência Antiguidade e Idade Média…
 daria uma longa lista. Fico só pelos “de cabeceira”.

Tony: Tem um bom nível intelectual e um ótimo
 gosto por autores feras... mais uma vez, parabéns. 
Filmes e diretores?

Jorge Machado-Dias: Os Padrinhos,
 Bram Stoker’s Drácula, 
Apocalipse Now, todos os Copollas, em suma. 
É difícil lembrar
 títulos de filmes marcantes, teria mesmo que ir ao
 baú de memórias antigas, lembrar desde A Guerra
 de Troia, “antiquíssimo” – de 1961, dirigido por Giorgio 
Ferroni e com Steve Reeves – e que não lembra nem
 ao diabo recordá-lo, mas que revi depois de assistir 
ao excelente Troia, de 2004, dirigido por Wolfgang 
Petersen e com Brad Pitt. Estes dois filmes serão balizas
 temporais nas minhas memórias do cinema, uma 
vez que depois de O Senhor dos Anéis (que é muito
 interessante) e Troia, deixei mesmo de ir ao 
cinema, por causa do cheiro a pipocas… 
porque agora, aqui em Portugal, toda a gente
 come pipocas durante os filmes e eu enjoo com 
o cheiro… além do crac, crac, crac, irritante, 
que fazem sempre. E entre estas duas Troias, 
vi tudo o que se realizou de importante no
 cinema americano, europeu, japonês e até 
muitos filmes brasileiros. Recentemente
 quebrei a promessa de não mais entrar 
numa sala de cinema para ver Avatar em 
3D e arrependi-me sinceramente, pois saí
 da sala quase em vómitos, devido ao efeito 
combinado do 3D com o cheiro 
horroroso das pipocas…


 Tony: Esta foi ótima, Jorge... (Rsss...). Pipocas e 
3D, não combinaram? (Rsss...). maravilhoso... 
Seriados da TV?

Jorge Machado-Dias: Absolutamente ROME, de
Bruno Heller, John Milius e William J. MacDonald, para 
a BBC. Antes disso, I Claudius, também da BBC, mas de 
1976. Agora é mais o CSI Las Vegas para adormecer.
 Para ser franco, vejo pouquíssima TV.

Tony: Putz... não conheço e também não vi nenhuma
 dessas séries que você citou, my friend...  Eu também não sou ligado em ver muita TV, a não ser as tragédias do dia dos noticiários) e 
futebol... acho que o temo das grandes séries já passou... 
hoje só despejam melecas em nossos lares.
 E o pior são esses reality shows. São uns sacos.
 Uma única excessão, para mim, foi 24 Horas. 
]Achei genial... Victor Mesquita, autor de Navegadores 
do Infinito e Eternus 9, ao meu ver, foi um 
dos desenhistas portugueses mais arrojados
 que já vi. Ele ainda faz BDs?

Jorge Machado Dias: Creio que não. Embora continue sempre
 cheio de projectos. Mas nunca se sabe o que está a fazer 
no momento. O Eternus 9 foi reeditado recentemente, 
por exemplo e ele apareceu no Festival da Amadora
 de 2008, para receber um prémio de homenagem.
Como curiosidade, em 1985, o Victor Mesquita fazia
 capas de livros para as Edições 70. Eu entrei
 para essa editora nesse ano para o substituir, uma 
vez que ele entrou em rotura com a editora. Foi aí que o
 conheci pessoalmente. E dois ou três anos depois
 participei numa exposição colectiva de Bandas 
Desenhadas, em que ele também participava.

V. Mesquita
Tony: O Victor foi um grande nome das BDs portuguesas. 
Foi considerado um artista de vanguarda, na época. 
Poucos sabem, mas Zodíaco, do luso-brasileiro e grande 
mestre e amigo Jayme Cortez foi inspirado nos trabalhos
 do Victor Mesquita “Navegadores do Infinito”, que tinha
 uma quadrinização super moderna... Foi através do 
Facebook que nos conhecemos - quando você mostrou 
interesse por Apache -, e foi também através dele que nós,
 aqui do Brasil, ficamos tomando conhecimento,
 através do seu Blog, do seu maravilhoso trabalho, sobre 
os eventos importantes, que até então desconhecíamos,
 como o festival de cartuns de Luanda e os diversos
 festivais de BDs em sua terra. Este intercâmbio
 cultural, via WEB, é muito importante, pois nos faz
 ter uma visão quase que geral do que acontece pelo
 mundo. Pergunto: Há um forte movimento 
de BDs pelos países africanos?
 Por lá, publicações vendem bem?

Jorge Machado-Dias: Esse intercâmbio cultural, é algo 
que tento incentivar desde há muito tempo, mas só
 agora, com o aparecimento do Facebook, se tornou 
possível, porque é a interacção no momento, quase 
em tempo real. Quanto ao que se passa nos países 
africanos de expressão portuguesa, não tenho informações 
senão algumas coisas de Angola e este país, dado
 que saiu recentemente daquela guerra fratricida, está
a recompor-se e a crescer. Só espero que a riqueza 
colossal que o território tem (e não falo só do petróleo
 e dos diamantes), chegue a toda a população 
e não fique apenas nas mãos dos caciques, 
como acontece geralmente em África.

Não sei sequer se as publicações de BD se vendem 
bem nesses países. Mas vamos ter autores de 
banda desenhada da chamada “lusofonia”: Jô Oliveira 
(Brasil), João Machado da Graça e Zorito 
(Moçambique) e Olímpio Sousa (Angola), no festival de 
BD da Amadora, que está a decorrer até dia 7 de
 Novembro (é o Festival de BD mais longo da 
Europa, durante 15 dias – os outros são, por norma,
 de 3 ou 4 dias). Quando os conhecer pessoalmente, 
vou decerto saber mais.






 Tony: Promete que vai me conta mais sobre este mercado,
até então desconhecido, para nós? Vou cobrar esta 
informação de você... fiquei curioso...(Rsss...). Há pouco tempo, 
troquei ideias com um dos cartunistas de Luanda – pelo
 Facebook -, e ele me disse que Mônica e Cebolinha vendem
 muito bem por lá... nosso Mauricião, o Disney tupiniquim,
 está por aí fazendo sucesso pelo mundo fora. 
Foi muito bom saber disso...  Outro dia conheci um
 Blog seu que tinha belas pranchas de cenas eróticas...
(Rsss...). Aqui em meu país também fiz muito o que
 chamamos de "Quadrinhos (BDs) eróticos", até por 
uma questão de sobrevivência. Mas, na época usava 
um pseudônimo: Zanzibar, pois também fazia muitos
 trabalhos para crianças e livros didáticos... (Rsss...). 
Você também já fez muitas BDs desse tipo? 
Aprecia o gênero?

Jorge Machado-Dias: Sim, aprecio muuuuinto esse
 género, autores como Manara, Giovanna Cassotto, 
Rotundo, Horacio Altuna, Frédéric Boilet, etc…, etc…


Altuna






Mas, já que falamos no género porno/erótico, devo dizer 
que sempre foi um sonho meu realizar uma revista dedicada 
ao tema, não só para publicar os meus trabalhos nessa área, 
como para dar a conhecer ao público, material erótico
 que sempre todos os autores fazem – mesmo os que 
nunca desconfiamos que o fazem. Daí que tenham saído
duas edições da revista BDVoyeur (o #1 teve mesmo 
direito a exposição própria no Festival da Amadora 
de 2006 – e que foi a mais visitada do Salão, claro), 
estando a preparar material para uma terceira edição 
a editar em 2011, em Maio. E se calhar vou ter 
material brasileiro também, se houver (e eu sei 
que há) gente daí interessada em participar. 
A BDVoyeur tem o tal blogue de que você fala –
http://bdvoyeur.blogspot.com ,mas não tenho 
tido muito tempo para o actualizar, infelizmente.




Tony: Olhaí a galera que se amarra em HQs porno\eróticas...
 taí uma boa dica. Acho que até eu vou pedir pro Zanzibar
 mandar algum material para a BDVoyeur... anotei aqui... 
(rss...). Também sempre gostei do gênero 
e aposto que muita gente adora, mas fica em cima do muro,
 dando uma de falso moralista. Afinal, 
quem é que não gosta de uma sacanagenzinha, né?
 Estranhamente, nas bancas brasileiras não vemos 
mais este tipo de HQs. Só dá Hentai – HQs pornoéróticas
 japonesas -. Cadê os autores nacionais?
 Este filão sempre vendeu bem... Jorge, 
digame cá, ó gajo, um sonho?

Jorge Machado-Dias: Realizar finalmente o meu primeiro 
álbum de banda desenhada – talvez a adaptação para BD
 da Salomé, de Oscar Wilde, ou Wampyr (um policial erótico
 de vampirismo, que tenho andado a escrever ultimamente),
 ou Tarshetis (uma versão de King Lear passada entre
 eventuais antepassados dos tuaregues no Saará, 
numa tribo matriarcal – com guerreiras seminuas –, 
que escrevo de vez em quando, para descontrair, 
desde 1998), talvez… talvez… talvez…

Tony: Talvez? Você tem mas é que colocar em
 prática esses projetos todos que você tem na cabeça,
 my friend! Vamos nessa! O que está esperando?
 Que dura, hein? (Rsss...). Projeto, de vida 
pessoal ou profissional?

Jorge Machado-Dias: Conseguir realizar tudo o que tenho projectado…

Tony: Go ahead, guerreiro! Um grande autor
 lusitano de BDs, da atualidade?

Jorge Machado-Dias: Não um, mas três: Fernando Relvas, 
José Carlos Fernandes e Miguel Rocha. E não é por ser
 amigo deles… como, aliás, de todos os outros.



Relvas



Tony: Não conheço o trabalho deles, mas gostaria de
 conhecer... se você os indicou devem ser bons, 
mesmooo... Profissão atual?

Jorge Machado-Dias: Actual e desde sempre: Designer Gráfico!

Tony: Jorge Machado por Jorge Machado?

Jorge Machado-Dias: Um tipo chato, se calhar…

Tony: O escriba tupiniquim Wilde Portella, que também é 
um grande amigo, é um dos criadores de Chet, uma 
serie também sobre o velho Oeste americano. Atualmente, 
Chet voltou a ser publicado no Brasil, pelo editor
 independente Fábio (nunca lembro o sobrenome dele 
que é difícil... rsss...), da Ink and Blood Comics, do Sul 
do país. No passado, Chet fez muito sucesso pela 
extinta editora Vecchi, do Rio de Janeiro. Pelo que me 
consta, Chet foi a primeira BD brasileia de western 
a ser publicada aí no seu país? Você conhece o escriba 
e este ótimo personagem? Curtiu Chet, há alguns anos atrás?






Jorge Machado-Dias: Não conhecia Chet até saber agora, 
das comemorações dos 20 anos da sua publicação. 
E tive de pesquisar na net sobre Wilde Portela e seu
 irmão Watson, para conhecer melhor até a própria BD brasileira. 
Começo a ter alguma noção do imenso terreno das
 vossas HQs. Aliás foi para perceber tudo isso 
que aceitei (e felizmente o fiz), a partir de Dezembro 
de 2007 a colaboração do brasileiro Edgar Indalécio 
Smaniotto, no BDjornal #21 e até ao actual #26, com 
as suas colunas HQBrasil. Foi ele o pioneiro no
 desbravar desse caminho de intercâmbio
 cultural bedéfilo com o Brasil.

Tony : Poxa, pensei que você já conhecia o Chet... mas, 
tudo bem. Legal ter alguém escrevendo sobre nossas
 HQs por aí. Dê um grande amplexo ao Edgar, por mim... 
Quais as BDs brasileras que chegam e 
fazem sucesso aí em seu país?

 Jorge Machado-Dias: Só mesmo Maurício de Sousa e 
a sua Turma da Mónica. Aliás, de cada vez que o Maurício 
vem ao Festival da Amadora, há enchente, de certeza, como
 em 2008. Por isso é pena que outras produções não 
cheguem cá. Mas pura e simplesmente, não chegam. 
Veja esta história: em 2008 chegou aqui a notícia da 
edição de uma HQ, editada pela Companhia das Letras, 
D. João Carioca – A Corte Portuguesa no Brasil (1808–1821)
de Spacca, quando se comemorava o centenário da ida
da corte portuguesa para o Brasil, acontecimento que 
está na génese da nação brasileira. O BDjornal realizou
 ampla matéria, com reprodução de quatro pranchas, 
entrevista com Spacca, etc… mas ninguém (só uma 
grande editora, como a Asa, teria possibilidade de
editar por cá o livro) “se chegou à frente” para a
 editar aqui. E é um livro muito bem feito, com excelente
 humor e grande rigor, ou não tivesse como pesquisadora
 e autora do argumento, a antropóloga Lilia Moritz Schwarcz – 
o Spacca enviou-me um exemplar autografado – 
com grande interesse histórico, mas… nada feito.










Só dá mesmo edição de franco-belga, 

especialmente desde que

 a Devir se retirou do mercado da edição, com as

 suas excelentes edições de comics americanos e

mangá. Mesmo livros de autores portugueses, só são 

editados pelos pequenos editores independentes 

(a Asa edita um ou outro, que tenha sucesso garantido), 

como a Edições Polvo, de Rui Brito, ou a Kingpin Books, 

de Mário Freitas, e nós próprios, Pedranocharco

 Publicações, muito de vez em quando.


Tony:  My friend, o mercado lusitano está pior do que o
 nosso aqui... Você disse Maurício e a Turma da Mônica? 
Esse cara é campeão, é o Pelé das HQs, é o pai de todos nós, 
é um fenômeno de vendas mundo afora... muito bom 
saber disto. Porém, é lamentável saber que nada 
daqui, além da Mônica, aporta por aí. Meu amigo, 
Spacca? Você leu isto? Que fantástico, Spaquinha, você
 foi uma rara excessão e fez sucesso além-mar. Que bacana
 saber disso. Conheci o mestre Spacca na década de 80, 
quando estava começando – era garoto -, na minha
 primeira editora (ETF – Comunicaçao Comercial Ltda).
Olha, me senti feliz pelo Maurício, mas, principalmente, 
pelo my friend Spacca. O cara é muto bom. Aliás, sempre foi.
  Meu amigo e grande guerreiro, Jorge, grato por 
esta esclarecedora entrevista que nos fez ter uma
 visão geral do seu trabalho e do difícil momento
 que enfrenta as BDs de vocês. Espero que as
 coisas melhorem por aí.
Também desejo, de coração, muito sucesso 
para o seu BDJornal! Thanks and see
 you later, cowboy!   

Jorge Machado-Dias: Obrigado, grande Bengalaboy. 
O prazer foi todo meu.

Tony: Bengala-boy? A coisa pegou mesmo... 
(Rsss...). Valeu, Jorjão!















Até a nossa próxima entrevistas, cowboys!

Por: Tony Fernandes\Estúdios
Pégasus\Redação
Todos os Direitos Reservados




6 comentários:

  1. Tony,
    Voce está produzindo muito rápido... Mal degusto uma entrevista voce já tem outra no prelo... caramba! Deve ser o rítimo de seu trabalho... E o que é melhor, todas com conteúdo de importância... Algumas históricas (fenômenais) e outras puramente jornalísticas e ainda as de senso crítico e apreciativo... Uma variedade temática, sempre relacionada com a Arte Sequencial... Muito bom saber de nossos patrícios e legal saber desse intercâmbio nas BD's Brasil e POrtugal. O trabalho do Jorge é marcante e, na verdade vim conhecê-lo, com esta expressividade, através desta entrevista... Sucesso ao Jorge!

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  2. Mais uma vez, Sir, sou grato por suas palavras. Infelizmente meu tempo é muito escasso, devido a uma série de compromissos loucos assumidos... daí uma série de errinhos de digitação q aparecem, etc... mas, acho q o que vale é o esforço e que todos possam ter uma visão geral e real de mercado, do metiê - nada azul, em que vivemos-, e dos guerreriros q ainda insistem em brigar pelas HQs nas diversas partes do mundo... o exemplo vivo é a luta do nosso bengala-friend, de além-mar, Jorge Machado-Dias, q se esforça para não deixar morrer as BDs em seu país...
    Outra coisa: Estas entrevistas só exitem graças às suas sugestões e a colaboração espontânea dos amigos da classe.
    Grande amplexo-bengala brother!

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  3. Parabéns caros Amigos Jorge Machado-Dias e Tony Fernandes por esta belíssima e importantíssima entrevista onde fiquei até a conhecer melhor o grande Amigo benfiquista Jorge Machado-Dias que mesmo não sendo um fã do Tex como confessa publicamente, tem dado uma grande divulgação ao ranger em Portugal, tal como o também citado jornalista Pedro Cleto que também não sendo (ou melhor, não era, mas já o converti...risos...)fã de Tex tem publicitado muito o Ranger inclusive no Jornal de Notícias, o mais vendido jornal de Portugal, isto porque ambos são excelentes profisionais e falam do que vende e Tex continua a vender!
    Mas voltando á entrevista, qual não foi a minha surpresa quando a meio vejo o meu nome... e virei motivo até de perguntas...
    Obrigado a ambos pelo destaque recebido (...risos...)
    Já agora, hoje recebi o BDJornal 26 que contou com mais um texto meu dedicado ao Tex (agradeço eternamente ao Jorge pelo espaço que dá continuamente ao Tex no principal órgão de informação referente à BD em Portugal) e qual não foi também a minha surpresa, quando vejo numa foto (de Beja) Fabio Civitelli com as minhas duas filhas... e noutra foto, eu ladeado por Civitelli e Hermann, segurando o belo desenho feito pelos dois e que já está exposto na minha BiblioTEX...
    Bem, não me alongo mais... abraços a ambos e novamente parabéns!
    José Carlos Francisco (Zeca)

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  4. Que prazer recebê-lo aqui em meu blog, my dear bengala-brother... de fato, nosso bengala-friend, durante a entrevista se revelou e confessou sua paixão por Blueberry. Mas, mesmo assim continua a divulgar o nosso querido e velho ranger... e dando espaço pros seus artigos em suas publiações.
    Prova acabal de sua paixão oculta pelo personagem do Bonelli. Nós aqui do Brasil, também ficamos encantados com os feitos do Jorge, aí em seu país, que briga bravamente para manter acesa a chama das BDs por aí. É um idealista e ferrenho apreciador da boa BD.
    Zeca, tê-lo entre nós e citá-lo contantemente - assim como o Gervásio -,é nossa obrigação, pois você e o nosso bengala-brother Gervasio também dão espaço em seus famosos Blogs Texianos a outros produtos de western, como: Apache, Chet, etc.
    Brothers, somos gratos a todos voces... e que todos nós possamos continuar nesse espírito salutar, unidos, batalhando pelas BDs (HQs), num mercado cada vez mais difícil, Zeca. Quanto ao BDJornal # 26 estou aqui ansioso para conhecêla, como muitos brasileiros e, de imediato, quero ver a minha Apache, a etrevista do Bengala-friend Wilde e ós demais artigos... e principalmente seu texto sobre o Tex.
    Grande amplexo, à todos voces, nossos bengalas-friends de além-mar!
    Go ahead e grato por suas gentis palavras!

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  5. Preciso colocar aqui um comentário: o amigo Tony Fernandes, por lapso, colocou numa das fotos a legenda: “Com Victor Mesquita + Jos@Ruy - FIBD (Feira Internacional de Banda Desenhada)”, que era de outra foto que não saiu na edição da entrevista. A desta foto deveria ser “Com Geraldes Lino e Fernando Relvas, no 21º FIBDA (Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora)”.

    Já agora, fica também uma adenda à resposta que dei sobre Victor Mesquita: afinal o Victor estava trabalhando no segundo volume de Eternus 9 – “A Cidade dos Espelhos”, que saiu agora no Festival da Amadora, 30 anos depois do primeiro volume.

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  6. Grande, Jorge, desculpe-me pela gafe... mas segui as legendas q vieram nas fotos e não conheço quem é quem, a não ser vc... porém, foi ótimo sua correção... obrigado.
    E, que bom saber que o grande Victor Mesquita, por fim, lançou Eternus 9.
    Grato pela informação e correção.
    See you later, my dear Bengala-friend!

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