terça-feira, 7 de setembro de 2010

MUNDO DAS HQS - HQS Européias, Uma História de Luta e Glória! Primeira Parte!



MUNDO DAS 
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS
Apresenta...

HQs EUROPÉIAS, UMA HISTÓRIA
 DE LUTA E GLÓRIA!
(Primeira Parte)



Se você é autor de HQs e anda meio desanimado 
com as possibilidades que o mercado
 nacional lhe oferece, imagine-se  vivendo 
numa Europa em guerra onde
 facistas e as tropas de Hitler 
manipulavam o mundo e proibia a publicação 
de HQs.  No mundo o caos imperava e as
 casas editoriais europeias 
de quadrinhos estavam fadadas a desaparecer.


Pois é, amigo leitor, se aqui no Brasil e 
está ruim, dá  para imaginar como seria 
a sua situação se você estivesse 
morando lá na Europa,
 mais precisamente, na Itália, naquele tempo.
                                                    
Há um velho ditado que diz: "Se a vida se
 apresentar azeda, como um limão, seja 
otimista e faça com dela uma boa limonada". 
Foi exatamente isso o que os editores e 
desenhistas europeus fizeram ante um
 mercado que estava prestes a sucumbir. 
Foi assim que eles deram início a uma 
desacreditada produção nacional, até
 então insípida.
 Leia a matéria a seguir e tire proveito dela,
 que apresenta  um exemplo de luta, 
de garra e de perseverança. 
Nada é impossível quando se deseja 
ardentemente uma coisa.
Erga a cabeça e vá À luta! 
A batalha deve continuar. Boa leitura!


LUTA E GLÓRIA!





1915 - A Itália estava em guerra, pela primeira vez.
 O sargento Silvio Uderzo, nascido numa vila italiana,
 que ficava no nordeste da Itália, exatamente a
 cinqüenta quilômetros de Veneza, chamada 
La Spenzia, na Ligurie  (Liguria), comandava 
seus homens.
O premier italiano, em pânico, convocou mulheres
 e crianças para essa região que estava sendo invadida
 pelos inimigos facistas. 
Entre os civis convocados estava uma jovem chamada
 Iria Crestini, de origem toscana. 
Em La Spenzia ela conheceu o então militar 
Silvio Uderzo e acabaram se casando e
 constituindo família.


Liguria, Itália
Porém, ante o poderio bélico inimigo a região 
precisou ser evacuada. 
Silvio e sua jovem esposa desesperadamente foram 
em direção das colinas em busca de refúgio. 
Viveram ainda por algum tempo na Itália, onde 
nasceram Uderzo, Bruno, Marcel, Rina e Jeanne. 
Depois migraram para a França.

Entre junho de 1940 e 1944 o território francês 
também foi invadido pelas tropas alemãs, provocando
 um êxodo dramático de sua população que vivia 
no norte para o sul daquele país.






Durante a Segunda Grande Guerra Mundial as tropas 
de Adolf Hitler, seguindo seu plano de expansão, 
invadiram os principais países da Europa. 
O líder alemão, um ditador de origem austríaca, 
se aliou a Mussolini, um ditador facista italiano, 
que determinou, de imediato, a proibição de
 qualquer forma de divulgação das ideologias do
 imperialismo americano.


 


Benito Mussolini
As emissoras de rádio, daquele país,
 as músicas, teatros, filmes, jornais e até as histórias
 em quadrinhos Made in America, segundo ele, 
poderiam ser usadas como veículos para implantar 
na mente do povo europeu a 
ideologia capitalista ianque.
 Mussolini exigiu que fosse proibido, em seu país, 
qualquer manifestação da ideologia alienígena
 por meio de qualquer veículo de comunicação,
 como: rádio, cinema, teatro ou através da imprensa.
 Assim, os personagens de HQs produzidos na América,
 que faziam um grande sucesso naquele país,
 deixaram de ser publicados.
Os editores entraram em pânico. 
Personagens criados na América, como: 
Tarzan, Mickey, Pato Donald, Popeye,
 e muitos heróis do velho Oeste, 
de grande aceitação popular, precisavam ser 
substituídos, de imediato. 
Caso contrário, essas editoras 
locais estavam fadadas a sucumbir.
Enquanto alguns editores simplesmente 
abandonavam o ramo, outros que desejavam 
continuar publicando os fumettis (Quadrinhos) 
tentavam encontrar uma saída 
desesperadamente.
















Caso as editoras fechassem muita gente ficaria 
desempregada, como: gráficos, papeleiros, etc, 
provocando mais miséria e fome, 
naquele tempo de guerra.


A produção nacional italiana, até então 
era insignificante. As HQs produzidas na América
 dominavam aquele mercado e gozavam de boa 
resposta do público leitor.
Qual era a saída? - pensavam todos.





De repente, alguém teve uma ideia genial, 
mas arriscada: criar produtos similares aos
 mais populares comics Made in USA, 
visando não perder seus fiéis leitores.
Escritores e desenhistas nacionais foram 
convocados às pressas.
 Era preciso salvar as editoras italianas e, 
quem sabe, criar uma linha de produção nacional.
Porém, dúvidas pairavam no ar: Como reagiriam 
os leitores italianos ante esses novos
 lançamentos, de produtos 
similares aos americanos? 
Haveria rejeição? Autores e editores seriam 
considerados meros plagiadores? 
As vendas se sustentariam?
Só havia um jeito de obter essas respostas: 
colocando o novo material nos pontos de venda.
 Não havia outra alternativa.
Assim, teve início a primeira manifestação nacional
 visando a produção de material italiano, num país
 que jamais teve tradição de produzir HQs. 

Tal atitude descortinou um grande número de novas
 oportunidades aos autores nacionais que, antes disso,
 viviam apenas de cartuns e ilustrações de revistas
 para campanhas publicitárias. 
Um novo mundo surgia e com grande possibilidade
 de gerar novos empregos.
De imediato começou a produção
 nacional e uma 
centena de produtos similares 
aos importados, de fato, 
foram criados e lançados no mercado.
Nem todos os novos títulos emplacaram 
e acabaram sendo cancelados. 


No entanto, alguns deles vingaram, caíram 
no gosto popular. Em meio a essa 
avalanche de novos produtos Made In
 Italy surgiu Akim (revista publicada no Brasil 
pela extinta editora Noblet). Akim era uma 
serie semanal desenhada 
pelo italiano Pedrazza, que apresentava um 
personagem na mesma linha de Tarzan, 
o Rei dos Macacos, criado
 pelo escritor americano 
Edgard Rice Burroughs. 


Augusto Pedrazza, desenhista que fez AKIM durante anos

Tarzan tinha uma grande aceitação 
entre os leitores italianos, tanto quanto
 tinha no cinema e nos livros escritos
por Burroughs.
Nas telonas o herói das selvas foi interpretado
 por vários atores, porém dentre estes um ganhou
 notoriedade: Johnny Weismuller. 
Foi assim que o ex-atleta olímpico americano,
 Weismiller, vivendo o papel do menino 
branco, filho de um nobre inglês,
 que fora criado entre os macacos, foi considerado 
pela crítica e pelo público como a mais perfeita 
interpretação do homem macaco. 


Tamanho foi o sucesso deste personagem, que uma 
centena de filmes, séries de TV e gibis foram lançados 
em todo mundo, nos últimos anos.
Com a morte do autor, aos poucos, Tarzan foi caindo no
 esquecimento, saindo da mídia. Atualmente, Tarzan
 foi ressuscitado pelos estúdios Disney, em forma de 
desenho animado e obteve um estrondoso sucesso.



De volta à Euroupa...


Diante do sucesso de Akim e de outros 
produtos similares as HQs
americanas, obtido pelos editores italianos, 
na França uma legião de autores e editores também 
se animaram e decidiram seguir o exemplo da Itália 
e adotar, também, o caminho da nacionalização.


Leia a continuação clicando no link abaixo...

http://tonyfernandespegasus.blogspot.com.br/2010/09/mundo-das-hqs-3-hqs-europeias-luta-e.html


Por: Tony Fernandes\Estúdios Pégasus -
Uma Divisão de Arte e Criação da
Pégasus Publicações Ltda -
S. Paulo - SP - Brasil
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