terça-feira, 29 de maio de 2012

ANDY CAPP (ZÉ DO BONÉ, NO BRASIL)! MATÉRIA ESPECIAL!


ANDY CAPP 
(ZÉ DO BONÉ, NO BRASIL)!
Uma criação de 
REGGIE SMITH!


Essa matéria especial, que é uma homenagem, é 
sobre um personagem  malandro, que tem 
todas as características de um brasileiro. 
Mas ele foi criado na Inglaterra e 
fez sucesso nos jornais de todo mundo.
Criado por Reggie Smith, Andy Capp foi uma das 
tiras de jornais mais populares publicadas e bem 
aceitas pelo mundo afora, durante anos.
 A série chegou a ser publicada em mais de
 330 jornais, em 46 países, sem contar seu país
 de origem, a Inglaterra. 
Ainda hoje, alguns periódicos reprisam suas tiras.
As características da personalidade desse 
personagem são universais. Ele usava um boné caído 
sobre os olhos para não enxergar o mundo e 
um gimba de cigarro na boca, que lhe dava um 
aspecto de quem não queria nada com a vida. 
Esse malandro preguiçoso e simpático dos 
quadrinhos, que tomava umas e outras e que vira 
e mexe tinha constantes atritos com sua mulher 
Florrie acabou agradando em 
cheio os leitores do Brasil.

O autor em seu estúdio
O homenzinho, que nunca tirou seu boné, nem para 
dormir, fez de seu autor Reggie Smythe um dos 
cartunistas mais populares da Inglaterra. 
Tudo começou em 1957, quando Smithe, que era 
cartunista efetivo do jornal britânico de grande 
circulação chamado London Daily Mirror resolveu
 voltar para Hartlepood, cidade industrial ao norte 
da Inglaterra, onde nasceu. Nessa ocasião, o 
Daily Mirror planejava lançar uma história regional, 
que pudesse aumentar ainda mais suas vendas, 
de sua edição do norte do país. Smythe recebeu
 um telegrama do editor, pedindo-lhe que retornasse 
com urgência a Londres e que trouxesse, se 
possível, um novo personagem já estruturado.

O prolífico cartunista – autor de vários personagens, 
que alcançaram relativo sucesso -, declarou certa feita 
que foi fácil criar Andy Capp, pois parecia que o 
novo personagem há muito tempo estava adormecido
 dentro dele e que na verdade começou a 
criá-lo desde a infância em sua cidade natal.

Smythe admitiu que o personagem foi baseado em 
seu pai, mesmo que este não tivesse a malícia de
 Andy Capp. E que a esposa do homenzinho do boné,
 Florrie, uma ingênua rechonchuda, foi inspirada em 
sua mãe, que aos 72 anos virou uma espécie de 
celebridade local, graças ao sucesso 
alcançado pelas tiras do personagem.


Jamais o autor recorreu em suas gags a fatos da
 época ou regionais. Sempre se preocupou em dar
 aos personagens uma linguagem universal. 
Andy não era um alcoólatra, nem um mendigo 
incorrigível, mas transmitia aos seus leitores um ar 
bonachão, desligado, e que não gosta de
 pegar no pesado. 

Os leitores ingleses, que adoravam o personagem, 
constantemente escreviam para o autor questionando 
como ficaria Andy sem o seu tradicional boné. 
Mas, Reggie Smythe jamais desenhou 
Andy sem aquele bonezinho de malandro.

Curiosamente ao autor foi um fracasso na escola, 
onde aprendeu apenas a ler e a escrever. 
Sofria de uma gagueira terrível e era tímido, 
problemas que atribuía a seus professores que o 
forçaram a escrever com a mão direita, mesmo 
ele sendo canhoto. Essa gagueira era tão acentuada, 
desde a infância, que ele não podia dar um recado
 para alguém, a não ser que sua mãe escrevesse 
o texto numa folha de papel. No exército, pedia 
sempre para um companheiro da frente para responder
 a chamada, para não ir para a cadeia no fim de semana.

Quando terminou os estudos não via muita 
perspectiva profissional, naqueles tempos 
de depressão antes da Segunda Grande Guerra
 Mundial. As possibilidades de emprego não
 existiam, muito menos para um gago irremediável 
como ele. Foi aí que o jovem Reggie decidiu 
entrar para o exército britânico, como simples soldado. 


Durante 11 anos, serviu sua Pátria fora de seu 
país, viajando. Tornou-se, por incrível que pareça,
 sargento do Serviço de Inteligência Britânico. 
Foi um dos poucos que sobreviveram do famoso 
cerco de Tobruk, conflito que durou nove meses.

Nesta época as garotas inglesas criaram um 
estranho senso de nacionalismo. Achavam um dever
 patriótico se corresponderem com os rapazes
 que estavam no front. Foi graças a isso que Smythe 
acabou conhecendo sua futura esposa, Vera, que 
por sugestão de uma amiga passou a se corresponder 
com ele, durante 8 anos. 

Com o final da guerra Reggie retornou ao seu país, 
conheceu Vera, namoraram e se casaram, apesar
 dos protestos da família da garota.

Afinal, um ex-combatente, duro e desempregado, não 
era considerado um bom partido para casar e 
constituir família. Até então ele jamais pensara 
em desenhar. Depois de algum tempo conseguiu 
arrumar um emprego e pela primeira vez 
aventurou-se a fazer um pôster, encomendado por 
um grupo de teatro amador. 
Alguns amigos viram, gostaram do trabalho e
 o incentivaram a continuar naquela atividade.
 Reggie, ainda inseguro, não levou a sério aquelas 
observações. Acha que os amigos tinham 
elogiado aquele trabalho só para agradá-lo.


Depois, pensou melhor e decidiu tentar trabalhar
 com arte, afinal, não tinha nada a perder. Seus 
primeiros trabalhos foram rejeitados. Deu inicio
 a uma peregrinação incansável batendo de porta 
em porta dos editores ingleses. Aos poucos acabou 
pegando alguns free lance para fazer cartuns 
para pequenos jornais e revistas e até trabalhos 
comerciais. Isso o animou e assim ele decidiu levar
 a coisa a sério. Trabalhava com um relógio sobre 
a prancheta, que colocava para despertar a cada 
trinta minutos, para descobrir quanto tempo ele levava 
para executar um desenho.




 Com o tempo se propôs a si mesmo que faria um original 
em trinta minutos, pois só assim poderia assumir 
compromissos e se tornar um profissional de verdade. 
Aprendeu a trabalhar rápido, atributo que jamais 
pode abandonar durante 51 anos.
Um dia decidiu mudar para a capital britânica. 
Londres reconheceu seu talento e assim ele se 
tornou um cartunista popular do famoso Daily Mirror.

Reggie Smythe, um homem simples, daquela 
cidadezinha tipicamente industrial da Inglaterra, 
tinha constituição pequena, de traços latino e gago 
se revelou um cartunista excepcional. Em suas
 raras horas de lazer colecionava pinturas e 
trabalhos de arte. Adorava passar três meses 
por ano na Riviera francesa curtindo o verão. 
A série Andy Capp fez tremendo sucesso durante 51 anos.

por: Tony Fernandes

Estúdios Pégasus\ Uma Divisão de Arte e Criação
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Todos os Direitos Reservados

2 comentários:

  1. Olá Tony!

    Eu adorei a entrevista com o mestre Watson Portela!!!

    Gostaria de entrar em contato com ele por trabalhos, mas não estou conseguindo... nem no mail, blog, etc... Sera que você pode me ajudar?

    Muito obrigado!

    Um grande abraço!

    Michel

    E-mail: rabbimichel@yahoo.com

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  2. el... Aguarde contato e grato, por sua visita e comentário.

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