VOCÊ JÁ OUVIU FALAR
DA REVISTA PIF GADGET,
UMA DAS MAIS FAMOSAS
PUBLICAÇÕES
EUROPÉIAS?
Na edição # 443 a capa anunciava a morte de Raham, um dos personagens mais popular desta incrível publicação |
Poucos editores deste país investiram em
publicações européias. Como consequência,
muitos personagens e publicações européias de peso
são conhecidas pelo público leitor brasileiro e até mesmo
publicações européias. Como consequência,
muitos personagens e publicações européias de peso
são conhecidas pelo público leitor brasileiro e até mesmo
por muitos artistas do ramo. Durante séculos fomos
"catequisados" pelos comics fantasiosos americanos,
que sempre tiveram um universo cheio de heróis
bombados com cuecas sobre as malhas justas.
Enquanto as HQs da Europa procuravam retratar
personagens mais humanos o plantel dos comics
enveredou pelo mundo dos super-seres.
O europeu sempre foi inovador. Inclusive, foram
eles os primeiros a fazer HQs para adultos,
enquanto na América os supers, deles, continuavam
a povoar HQs infantilizadas. Metal Hurlant (Heavy Metal)
foi uma publicação que revolucionou a
época e foi criada pelos francesas e depois
adotada pelos americanos.
Foi só na década de 90
que a América despertou e passou a publicar
as famosas Graphic Novels, graças a Will Eisner,
Frank Miller e outros bambas.
Devido a esse pouco conhecimento sobre as
criações da velha Europa é que insisto em fazer
"catequisados" pelos comics fantasiosos americanos,
que sempre tiveram um universo cheio de heróis
bombados com cuecas sobre as malhas justas.
Enquanto as HQs da Europa procuravam retratar
personagens mais humanos o plantel dos comics
enveredou pelo mundo dos super-seres.
O europeu sempre foi inovador. Inclusive, foram
eles os primeiros a fazer HQs para adultos,
enquanto na América os supers, deles, continuavam
a povoar HQs infantilizadas. Metal Hurlant (Heavy Metal)
foi uma publicação que revolucionou a
época e foi criada pelos francesas e depois
adotada pelos americanos.
Foi só na década de 90
que a América despertou e passou a publicar
as famosas Graphic Novels, graças a Will Eisner,
Frank Miller e outros bambas.
Devido a esse pouco conhecimento sobre as
criações da velha Europa é que insisto em fazer
matérias sobres as grandes editoras, publicações
e criações desse povo criativo, bengalas friends.
Acho que, se eles conseguiram conquistar espaço
em meio a tremenda avalanche de supers-seres
Made in América, por que, nós, autores nacionais,
não podemos também conquistar
o nosso espaço?
em meio a tremenda avalanche de supers-seres
Made in América, por que, nós, autores nacionais,
não podemos também conquistar
o nosso espaço?
Desta feita, fiz uma matéria especial sobre uma
das mais importantes casas editorias
francesas. Portanto, saiba mais sobre a
famosa...
Editions de Vaillant -
Editora da revista
Pif Gadget,
Uma campeã de venda!
que ficou conhecida mundialmente
como
Pif Gadegt, não tinha esse nome inicialmente.
Ela, na ocasião, se chamava Vaillant. Anos
depois é que o
título foi mudado para Pif Gadge.
Essa publicação apareceu logo após a Segunda
Guerra
Mundial, lançada pela editora do mesmo
nome (Editions de Vaillant). Na verdade, este
periódico semanal foi
a continuação da revista
republicana, Le Jeune Patriote (O Jovem Patriota),
que
foi publicado ilegalmente
durante o período a guerra.
Seus mentores idealizavam o sonho de
Seus mentores idealizavam o sonho de
liberdade propagado pela Revolução Francesa,
no passado. No início, a maioria das histórias
que
apareciam na publicação abordavam
temáticas de guerra e as misérias causadas
por esta e seus personagens expressavam
uma evidente raiva e muito sentimento
patriótico,
como era de se esperar, uma vez que a revista
começou a ser
publicada logo após a
Libertação da França das garras dos
nazistas de Adolf
Hitler.
Um exemplo desse tipo de
quadrinhos está
Paul Vaillant-Couturier foi o fundador da editora |
claro nas séries: Fifi, Gars du Maquis (escrito
por
Michel Debonne e Lécureux Roger e
ilustrado por Auguste Liquois), Bob Mallard e
Le Grêlé 7/13, onde os sentimentos patrióticos
eram exaltados em movimentadas e engajadas
HQs que a Vaillant publicava
Le Grêlé 7/13, onde os sentimentos patrióticos
eram exaltados em movimentadas e engajadas
HQs que a Vaillant publicava
nos seus primeiros meses em
Le Jeune
Patriote, título derivado do
predecessor da revista do tempo da
Primeira Grande
Guerra Mundial.
Bob Mallard - Criado por: Frankoeur, Hildago, Saní e Cheret |
Le Grêlé 7/13 - Série criada por Lecureux e Nortier narrava as aventuras de um agente secreto da resistência durante a Segunda Grande Guerra Mundial |
AS INOVAÇÕES
No final de 1945, Raymond Poïvet se juntou à
equipe Vaillant, que decidiu
dar início a
uma nova de ficção científica que ficou
famosa, chamada: Les
Pionniers de L'Espérance.
Uma
saga espacial que se tornou uma das
Les Pionners de L'Espérance (Os Pioneiros da Esperança) Série de ficção-científica |
séries mais populares da revista e que
durou por 30 anos.
Ao longo da década de 1940, muitos
artistas se juntaram a Vaillant, como:
Rémy Bourlès (criador da série Bob Mallard,
em
1946), René Bastardo (autor de Nasdine
Hodja, também em 1946.
Em 1947, Nortier Lucien (criador da série
"Capitaine
Cormoran também passou
a fazer parte da equipe de criadores da revista.
Neste período os ransos, os ressentimentos
Le Capitaine Cormoran (Capitão Cormoran) |
Neste período os ransos, os ressentimentos
da guerra estavam começando a passar
e
séries geniais, como:
Sam Billie e Yves Le Loup, deram
novos rumos à
publicação.
Apesar da maioria dos quadrinhos
Sam Billie Bill, uma série de western |
Linx - Aventuras exóticas de um típico aventureiro das selvas aos moldes de Jungle Jim, de Alex Raymond - Por: Lecureux, Gillon e Cl. Henri |
Apesar da maioria dos quadrinhos
publicados
inicialmente serem realistas,
Eugène Gire estava presente desde o
início com uma
série humorística
chamda R. Hudi,
Pension La Radicelle
e À Babord. Outros trabalhos
humorísticos
surgiram de artistas como
Claude-Henri e Cabrero Arnal José .
Este
último começou a primeira série
com animais, chamada Placid et Muzo –
uma
espécie de Mickey Mouse, em versão
francesa-, em maio de 1946, que
teve
continuidade nas décadas
De súbito, as vendas da revista foram tão
bem, que os
editores decidiram dobrar
o número de páginas. De 8 passou para 16, em
abril de
1950. Em 1956 o número de páginas
dobraram mais uma vez. Com o considerável
aumento de páginas surgiu o espaço
para novos artistas, como:
André Joy (autor de P'tit Joc), Trubert Jen (criador
de Bobby
Poirier'), Paul Gillon (autor de
Fils de Chine, série de
grande sucesso),
Claude Pascal (autor de Louk), Jean-Claude
Forest
(criadores da
série Copyright e que anos depois
co-criaria Barbarella, a musa espacial), e Jean Cézard
( criador de Arthur Le Fantôme).
Jean Tabary começou a
sua famosa série Totoche no
Fils De Chine (Filhos da China) |
Arthur Le Fantôme (Arthur, o Fantasma) |
sua famosa série Totoche no
final dos anos 50, que continuou a ser
publicada até a década de 70, tal
como
Corinne et Jeannot, que ele também
criou em maio de 1946 e que deu
continuidade nas décadas seguintes.
TEMPOS DE CRISE
Em 1959, a editora Vaillant começou a ter alguns
problemas financeiros e por isso teve que
reduzir o número de páginas da sua
publicação, que de 32 passou a ter apenas 24.
Porém,
isso não impediu o editor de
adicionar em cada edição um
suplemento chamado Pipsi.
A HQ principal desse suplemento era
um personagem de
mesmo nome
criado por René Goscinny
(escritor iniciante, que
anos depois criaria em parceria com
Uderzo o famoso e
genial Asterix, O Gaulês)
e Christian Godard .
A primeira edição encorpada da Vaillant
de 32 páginas só
aconteceu em 1960, e isto
permitiu que novos artistas jovens entrassem
para a equipe
de criação revista, como:
Marcel Gotlib ( que assinava
como Marglo,
na época), Francisco
Hidalgo com sua
série
de cowboy chamada Teddy
Desde 1952, José Cabrero Arnal (C.Arnal)
vinha criando e
produzindo a série Pif Le
Chien para a Vaillant (qudrinhos publicados
originalmente no L’Humanitpe.
A série humorística do cão Pif havia se
Pif, personagem criado pelo genial C.Arnal |
A série humorística do cão Pif havia se
tornado
uma das mais populares da revista.
Vários artistas colaboraram para a série
criada por Arnal ao longo dos anos, como:
Michel Motti, Mas Roger, Corteggiani
François, Cavazanno Giorgio, Louis,
Dimberton François e
EDITIONS DE VAILLANT
Devido à popularidade de algumas de suas
séries, a Vaillant mudou seu nome para Vaillant,
Le Journal de Pif, em 1965.
Em 1969, o nome Vaillant desapareceu
completamente, quando o nome da
publicação foi mudado mais uma vez
para Pif
Gadget.
O motivo, segundo os
entendidos, foi
a adição de um pequeno gadget ou
brinquedo (brinde), que vinha
em
toda nova edição da revista.
Essa
importante casa editorial francesa,
que fez história e que fôra fundada em
julho
de 1946 pela Frente Patriotique
de la Jeunesse (FPJ – Frente Patriótica
da
Juventude), uma filial do Partido
Comunista Francês estava indo de
vento em
popa, graças ao espírito
nacionalista francês.
Dentre as inúmeras publicações
daquela
casa editorial a mais importante foi a
revista Pif Gadget, famoso título de
revista de quadrinhos francesa, que
se tornou super popular em
boa parte
da Europa. Esta publicação que era
destinada para as crianças e que foi
publicada em dois períodos, entre:
1969 e 1993 e entre 2004 até 2009,
foi um marco da imprensa européia.
foi um marco da imprensa européia.
Na fase em que ela se tornou Pif Gadegt a
editora
estava situada na rue Lafayette,
75461, Paris e seu diretor era Claude
Compeyron.
No entanto, seu
grande auge de vendas
ocorreu no início
da década de 70.
Na década de 80 a
tradicional casa editorial
se fundiu com a Éditions J tornando-se
assim Éditions Vaillant-Miroir Sprint
(V.M.S.
Publications), na Rue Du Faubourg-
Poissonnière, 75010, em Paris, tendo
como
diretor da responsável pela
publicação e redação,
Jean Claude Le MEUER.
Jean Claude Le MEUER.
Nessa
época a revista passou
a ser impressa pela gráfica
Kultura-Budapest, na Hungria
.
COMO SURGIU A FAMOSA
EDITORA VAILLANT
Como já foi dito, ela foi criada para ser
um porta-voz do Partido Comunista Francês
e inicialmente se chamava Le Jeune Patriote
e começou a publicar ilegalmente alguns
de seus títulos a partir de janeiro de 1942,
época em que os nazistas ocuparam
a França.
A editora só foi legalizada entre 1944 e
1945, época em que também
mudou o
nome para Vaillant, Le Jeune Patriote
(Vaillant, O Jovem patriota).
O nome foi simplificado em 1946 e esta
casa editorial passou a ser
conhecida
simplesmente por editions Vaillant,
que passou a usar o
slogan:
Le Jornal Le Mais Captivant
( A Revista Mais Cativante ).
Foi no mês de abril de 1965 que o
título da
publicação foi alterado mais uma vez
para Vaillant, Le Journal de Pif
(Vaillant, A Revista de PIF), em homenagem
para Vaillant, Le Journal de Pif
(Vaillant, A Revista de PIF), em homenagem
ao simpático personagem que mais se
destacava na revista
um tal de Pif Le
Chien (Pif, o cãozinho). Este carismático
personagem foi
criado pelo desenhista
chamado José Cabrero Arnal, que
assinava os trabalhos como C. Arnal.
assinava os trabalhos como C. Arnal.
Até o ano de 1969 a Vaillant publicava HQs
como os seus demais concorrentes, ou seja, a
como os seus demais concorrentes, ou seja, a
publicação trazia diversos autores e
muitos
personagens em histórias semanais
de continuação. Esta longa série de HQs de
continuação terminou na edição # 1.238, que
foi lançada no dia 23 de fevereiro
de 1969.
PIF E PIF GADGET
A revista, com seu novo título, começou oficialmente
com uma edição lançada no dia 24 de
fevereiro de
1969, mas manteve a continuidade
na numeração do título anterior.
A revista passou
a se chamar simplesmente
Pif e trazia
semanalmente um brinde surpresa
para as crianças no início desta nova
fase.
Curiosamente esses brindes eram fabricados
por inventores ou fabricantes
que
desejavam popularizar sua criações ou
produtos, que tinham destaque
especial
nas capas e faziam a alegria da garotada.
Talvez, por isso, o nome “Gadget” que
significa "dom gratuito
(brinde)",
foi acrescentado
foi acrescentado
depois e a revista passou a
se chamar Pif
Gadget.
UMA PUBLICAÇÃO
INTERNACIONAL
A revista, que além de trazer em suas páginas
HQs
e matérias interessantes, trazia também
um caderno especial de jogos e passatempos
e Le Courrier Des Lecteurs
( O Correio dos Leitores), acabou se
( O Correio dos Leitores), acabou se
internacionalizando, quando os editores
começaram a enviar seus exemplares
para a Argélia, Bélgica, Espanha, Canadá,
Marrocos, Suíça, Tahiti, Tunísia, Luxemburgo,
Líbano, Nova Caledônia, Senegal,
Camarão,
Gabão e outros países, tornando-se
um grande sucesso editorial.
SURGEM OS PIF POCHES
Devido ao grande sucesso da revista a
editora
também passou a lançar além
da edição convencional as séries chamadas
Pif Poche
(edições de bolso, que tinham
um formato quadrado e que eram lançados
com 100
ou 200 páginas, repletas de jogos,
passatempos, desenhos animados,
quando se
folheavam as páginas, e
HQs em forma de gags), de personagens como:
Arthur Le
Fantome, Titiche, Placid
et Muzo, Pif e Pifou (o filho de Pif),
personagem
principal da publicação bem
também eram lançadas no verão europeu,
ficaram conhecidas
como “Bonnes
Vacances”. Personagens como
Le Inspecteur Ludovic e Hercule, o
gato -
que também foi criado por C.Arnal para
contracenar com Pif, o cão-,
também
ganharam edições especiais próprias,
das HQs de Pif ganhou diversas HQs solos e até
edições especiais. Esse trapalhão também
era muito popular entre os leitores.
Edições especiais
só com HQs também surgiram ao longo das
décadas e o Pif Super Club
também surgiu
distribuindo carteirinhas e tudo mais
aos fãs da revista.
Como
era de se esperar, diante deste
tremendo êxito editorial francês, era óbvio
que
toda essa febre iria acabar gerando alguns
produtos similares a edição francesa
em países, como: a Alemanha e a Escandinávia.
Mas, nenhum deles obteve o
mesmo êxito que Pif.
UMA MUDANÇA RADICAL
Enquanto os
concorrentes de outras nações
seguiam a linha editorial de Pif, ou
seja,
publicavam também HQs de continuação
e seções similares, os editores decidiram
reformular a publicação. Para a alegria
dos leitores, de repente, a revista Pif
Gadget
passou a publicar apenas histórias completas.
Esse período de mudança radical ficou
conhecido como “A Era Pif” e foi caracterizado
pelo desaparecimento das
histórias de continuação.
A
revista agora continha apenas histórias
curtas, introduzindo novas séries, como:
Le Concombre Masqué (por Nikita Mandryka ),
Rahan (um clássico de André Chéret e
Lécureux Roger), Corto Maltese
(de Hugo Pratt ), Loup Noir (de Kline),
La Selva En Folie (por Mic Delinx e Godard)
e Fanfan La Tulipe (de Lucien Nortier
e Gaty Christian ).
(de Hugo Pratt ), Loup Noir (de Kline),
La Selva En Folie (por Mic Delinx e Godard)
e Fanfan La Tulipe (de Lucien Nortier
e Gaty Christian ).
Todas essas séries eram produzidas
semanalmente.
OS MAIS POPULARES
PERSONAGENS DA
REVISTA PIF
Suas HQs mais populares, na época, foram:
semanalmente.
Rahan, sucesso um clássico das BDs francesas |
Loup Noir (Lobo Negro) |
Fanfan |
OS MAIS POPULARES
PERSONAGENS DA
REVISTA PIF
Suas HQs mais populares, na época, foram:
Raham – que até hoje faz um tremendo sucesso
na França-, Horace Le
Cheval de L’Ouest
(de Jean-Claude Poirier), Placid et Muzo
(de Nicolaola), Léo
(de R.Mas), Doc Justice
(de J. Ollivier e R. Marcello), Corto Maltese
(o
clássico de Hugo Pratt), Gai-Luron
(de Marcel Gotlib), Loup-Noir (de J.
Ollivier e Kline),
Sylvio Le Grillon (de G.Lions e PH. Luguy),
Pifou (o filho
de Pif), Les Aventures Du
Potagères Cocombre Masqué
(de Nikita Mandryka), Les
Pionniers de
L”Espérance (de Raymond Poivet e
Roger Lecureux), Corinne et
Jeannot
(de Tabary), Arthur Le Fantôme, Dicentim
(de Kamb), Une Enquête de Ludo
-
(de Moallic e Crespi), e outros personagens
geniais, etc.
Graças a essas
criações fantásticas a revista
Horace Le Cheval de L'Ouest (Horácio, o Cavalo do Oeste) |
Sylvio, o grilo, era um dos personagens preferidos da garotada |
passou a ter tiragens cada vez maiores
até
atingir a incrível venda de um milhão de
cópias no dia 06 de abril de 1970,
e novamente
atingiu esse recorde, até então nunca
alcançado por uma revista de
HQs
européia, em setembro de 1971.
A revista passou a
ser publicada em papel LWC,
isso barateou o custo gráfico e assim sua
tiragem
foi capaz de alcançar países
recém-industrializados. Com o tempo
a
publicação ganhou assinantes em diversas
partes do mundo. Esta publicação foi
uma das poucas revistas ocidentais que
passou a ser vendida nos chamados
países
da chamada “Cortina de Ferro” –
países do Leste europeu que
eram aliados
da União Soviética (atual Rússia), após a
Segunda Grande Guerra
Mundial, num
período que foi denominado de “Guerra Fria”,
onde Estados Unidos e
Soviéticos se
declararam inimigos, dividiram o mundo
em duas partes
(socialistas (soviéticos) e
capitalistas (ocidentais\americanos) e
passaram a
aterrorizar a humanidade
construindo satélites com ogivas nucleares,
prontos e
aptos para deflaglar um terceiro
conflito internacional, o apocalipse nuclear,
Pif
só conseguiu se infiltrar nesses países
que eram chamados de “comunistas”, do Leste
Europeu, devido a sua declarada posição
esquerdista em relação a
mentalidade e
regime ocidental.
Porém, assim como ela teve uma ascenção
miraculosa nesta segunda fase, ela
também teve que enfrentar um brusco
declínio
nas vendas, tal como ocorreu
com a até então poderosa União Soviética,
anos
depois – que defendia o regime socialista
onde edificava a igualdade das
classes
sociais, fato que jamais ocorreu de verdade
e que culminou com inúmeras
mortes
e repressão popular -, e que também,
por fim, acabou desaparecendo.
Durante o longo período que existiu
esta publicação
francesa diversas histórias relevantes
foram publicadas em suas
páginas em
cores, que abordavam até mesmo sérias
questões sociais, como:
Poluição, ecologia, etc.
Uma de suas edições memoráveis
foi lançada durante o
bicentenário
da Revolução Francesa em 1989.
A PROBLEMÁTICA
DÉCADA DE 70
Nessa década, o público
perdeu o interesse
pela Pif Gadget. Segundo
seus leitores, a
revista tinha perdido muito de suas qualidades
artísticas, que
estavam sendo convertidos,
em sua maioria, em adaptações de quadrinhos
para
séries de televisão.
Ainda assim,
surgiram em suas páginas
algumas séries interessantes naquele
período crítico,
como: Sandberg Père
et Fils (por Alfonso
Font ), Capitaine
Apache (criado por Norma), l'Cythère
Apprentie Sorciere (de Fred , Marine
(por Pierre Tranchand) e Masuerouge
(der Juillard e Cothias.
Entretanto, a maioria da magia não existia mais.
Capitaine Apache (Capitão Apache) |
Entretanto, a maioria da magia não existia mais.
A versão original da revista Pif Gadget
foi lançada pela última vez,
infelizmente, em 1993.
UMA NOVA FASE
A revista ressuscitou em 2004 sob o
título
de da Pif Editions, com uma tiragem de
aproximadamente 100 mil exemplares
e durou exatamente 4 anos. A empresa
estava sobrecarregada de
dívidas que
somavam um montante de
cerca de 4 milhões de euros
(dinheiro atual da comunidade européia,
que está em crise).
Quando seus fornecedores entraram
com
pedidos de falência – em janeiro
de 2009 -,a empresa não resistiu e
sucumbiu em
março de 2007, deixando
milhares de pessoas que cresceram
lendo Pif a ver
navios.
Personagens, como: Rahan –
criado em 1969 e que sempre foi
Personagens, como: Rahan –
criado em 1969 e que sempre foi
um dos mais populares
personagem
dessa relevante publicação-, assim como:
Supermatou, Les Robinsons,
Taranis
e Hercules, desenhada por Yannick, Horace, etc,
marcaram época e
ficaram para sempre
de ser publicada a decepção dos seus jovens
leitores foi total.
Em 1993 a revista voltou a
circular reanimando seus antigos fãs, mas
a
publicação nesse período já não
era mais semanal.
Mesmo assim todos mergulharam
de
Les Robinsons De La Terre (Os Robinsons do Planeta Terra) |
corpo e alma naquele adorado produto
editorial até o fatídico dia 7 de
janeiro, quando
o tribunal decidiu que a empresa editorial
deveria encerrar
suas atividades e a revista
deixou de circular. Portanto, a última edição
de
Pif Gadget foi lançada em
novembro de 2008.
mundo tiveram que dizer adeus à Pif.
Até hoje as edições dessa
importante publicação
são disputada a tapas pelos
colecionadores pelo mundo
afora.
COMO EU CONHECI
A REVISTA PIF
(BREVE RESUMO)
Na década de 70 eu era apenas um adolescente
que sonhava em
trabalhar com o setor editorial.
Após adquirir algumas boas experiências
profissionais em agências de publicidade,
na editora Abril, no jornal a Folha
de S.Paulo
e ter conseguido publicar minha primeira
revista em quadrinhos
chamada Sargento
Bronca pela editora Saber, em 1973, passei
um período de
inércia profissional e
confesso que até mesmo pensei
em desistir dessa difícil
profissão,
principalmente, num país subdesenvolvido
onde existiam milhares de
analfabetos e que,
portanto, se lia muito pouco.
pensei que o
trabalho fosse nacional e então
decidi me dirigir para uma tal de editora
Noblet,
que ficava bem no centro da cidade.
Eu havia me casado e era vital
levantar
algum dinheiro.
Chegando lá, tive uma grata surpresa,
Surplouf- HQ que narrava as aventuras de jovens piratas cheias de ação e bom humor criada por Cezard |
Chegando lá, tive uma grata surpresa,
ao encontrar um
conhecido, um tal de Paulo
Hamasaki, que um dia conheci na Minami e
Cunha
Editores. Passei a colaborar com a tal editora.
Comecei a fazer alguns jogos e
passatempos
para preencher cerca de 10 páginas mensais
da tal revista Akim, que
sempre
vinham faltando, da Itália.
Inicialmente achei Akim um mero plágio
de Tarzan, mas após ler suas divertidas
e movimentadas HQs acabei achando
estas melhores que as criadas por
Edgar Rice Burroughs. Os desenhos de
Pedrazza, jamais poderiam ser
comparados a Foster ou Hogarth,
mas eram funcionais. Só no Brasil a
série foi publicada por mais de
30 anos, pela Noblet. Há quem diga que
a Noblet jamais pagou um centavo de
royalties para publicar a série.
Naquela época as cópias eram enviadas
pelas agências internacionais em
papel fotográfico, mas para nós vinham
apenas edições impressas em papel
jornal de uma editora francesa chamada
Mon Journal e a minha tarefa era
retocar todo o material, depois que
o bengala friend Marcos Maldonado e
sua esposa faziam as letras e balões.
Mas há controvérsias sobre os tais
não-pagamentos de royalties.
Porém, Isto é uma história
que fica para outra vez.
na rua Almeida
Torres, no bairro do Cambuci,
e foi lá que vi meu antigo sonho de se
tornar
profissional se concretizar quando
fui contratado como assistente de arte.
Apesar de não desenhar nada, visto que
o meu trabalho era retocar com guache
preto e branco páginas de revistas vindas
da Europa, como: Akim e Carabina
Slim,
eu estava no céu.
Convivia com gente famosa das HQs, que
jamais imaginei
poder conhecer pessoalmente
e gente que, como eu, estava começando,
como o jovem Décio Ramirez, um bengala friend
que ao longo dos anos se tornou
um grande amigo e colaborador.
Eu vivia um momento de orgasmos
múltiplos naquela casa editorial,
pode ter certeza (Rsss...).
Agradecia aos deuses por aquela
verdadeira dádiva.
e gente que, como eu, estava começando,
como o jovem Décio Ramirez, um bengala friend
que ao longo dos anos se tornou
um grande amigo e colaborador.
Eu vivia um momento de orgasmos
múltiplos naquela casa editorial,
pode ter certeza (Rsss...).
Agradecia aos deuses por aquela
verdadeira dádiva.
Estava empregado e recebia semanalmente,
conseguindo assim dar estabilidade à minha
conseguindo assim dar estabilidade à minha
pequena família, que estava se formando.
Aos poucos foram me
Aos poucos foram me
dando oportunidade
para fazer aquilo que
eu mais gostava: HQs. Passei a publicar
personagens meus
,como: Capitão (Buana)
Savana (durante 5 anos na revista Akim),
Águia Azarada
(em Carabina Slim), Jerônimo
Dias (na revista Mister No) e até fiz uma
HQ de
terror, em parceria com o Hamasaki
para uma edição da revista Vampirella -
que os espanhóis nos perdoem por aquela
heresia (Rsss...)-, da Warren, além de
escrever anos a fio as revistas
que os espanhóis nos perdoem por aquela
heresia (Rsss...)-, da Warren, além de
escrever anos a fio as revistas
como Hot Girls e Contos Excitantes.
Algumas
edições de revistas de atividades
infantis também acabaram
caindo na minha
prancheta.
O que mais que queria da vida?
Página de abertura do caderno especial de jogos e passatempos que saia em cada edição da revista |
Finalmente, eu estava
trabalhando com
aquilo que sempre desejei fazer.
Aquilo era um paraíso, uma verdadeira
Disneylândia para
mim.
Meu trabalho, com o tempo, passou a ter
visibilidade, meu nome saia nos expedientes
de
todas as revistas da casa. Não demorou muito
para surgir convites para fazer free lance
para outras casas editoriais, como:
Bloch, Grafipar, etc. Aquela fgoi uma grande
época. Produzi muito e até comecei a
fazer freelas para agências de publicidade.
E, fora tudo isto,
para surgir convites para fazer free lance
para outras casas editoriais, como:
Bloch, Grafipar, etc. Aquela fgoi uma grande
época. Produzi muito e até comecei a
fazer freelas para agências de publicidade.
E, fora tudo isto,
eu tinha acesso a todos os catálogos
fantásticos de
HQs que as agências nacionais
ofereciam para aquela casa editorial.
O que mais um aspirante a autor de
HQs poderia desejar da vida?
O que mais um aspirante a autor de
HQs poderia desejar da vida?
Tivemos (eu e os companheiros de redação)
o prazer de ganhar calendários
o prazer de ganhar calendários
da Warren desenhados
pelos grande
desenhistas de Krypita e Vampirella, como:
Esteban Maroro, José
Ortiz e outras feras.
E foi nesta época, também, que tive em minhas
mãos, pela
primeira vez, um catálogo de
Banda Desenhada de uma agência
francesa chamada
A.R.E.D.I.P (Agence de
Recherches Droits Internationaux Et
Promotion,
que ficava na Rue Cambon, 23, Paris, França.
AnDré Limansky
era o presidente e diretor
geral. Esse Comic Book Catalogue tenho
guardado até
hoje, graças ao amigo
Paulo Hamasaki, que me presentou
com uma de suas antigas
e luxuoxas edições.
Foi através dele que conheci personagens
europeus, como:
Rahan, Les Robinsons De La
Terre, Teddy Ted, Ayak, Jaques Flash,
Le Grêle 7/13,
Le Capitaine Cormoran, Linx,
Sam Billie Bill, Ptit Joc, Wango, Louk Chien-Loup,
Masque Rouge, Marine, Ragnard Le Viking,
Captaine Apache, Le Pionniers de
L’Esperance,
Docteur Justice, Robin Des Bois, Taranis,
Nasdine Hodja, Loup
Noir, Bob Mallard,
Fanfan La Tulipe, Davy Crockett (versão européia),
Pif,
Pifou, Hercule, Placid Et Muzo, Arthur
Le Fantome Justicier, Les Rigolus Et Les
Tristus, Surplouf, Leo, Horace, Cheval
De L’Ouest, Dicentim, Sylvio, etc.
Esses incríveis personagens eram totalmente
desconhecidos
por mim, naquela época.
Até hoje muitos leitores brasileiros
desconhecem esse
magnífico trabalho
de criação dos roteiristas e
desenhistas franceses.
Pouco tempo depois, descobri que o nosso editor,
J.
Abourbih, um judeu egípcio, criado numa
escola britânica e que durante muito
tempo
vivera em Paris era assinante
da revista Pif Gadget, que chegava
semanalmente
pelo correio.
Quando pude colocar as minhas mãos
na tal edição francesa, que
sempre trazia
um brinde, me surpreender ao ver em
suas páginas a maioria dos
personagens
que eu tinha visto naquele catálogo
de apresentação e venda enviado
pela
agência francesa A.R.E.D.I.P,
para o nosso editor.
Literalmente babei. E assim, semanalmente,
passei a aguardar
ansiosamente a chegada
de uma nova edição de Pif. Isso durou uns
cinco anos, até
o dia em que decidi pedir
a conta para se aventurar em
meus próprios negócios.
Mas, devo admitir, a Noblet foi uma grande escola.
O senhor
Joseph (José, como o chamávamos ou
vulgo Mister No), que apesar de ser linha dura
nos negócios - coisas da raça -,
era um gentleman fora
da empresa e bom amigo.
Ele foi um pai pra todos nós
pseudos-artistas. O tempo passa,
vulgo Mister No), que apesar de ser linha dura
nos negócios - coisas da raça -,
era um gentleman fora
da empresa e bom amigo.
Ele foi um pai pra todos nós
pseudos-artistas. O tempo passa,
O mercado mudou, o mundo mudou, mas
as boas lembranças de um
tempo
incrível são eternas.
NOTA: A finalidade desta matéria especial
sobre a revista
Pif é compartilhar com
todos os bengalas friends que, talvez,
desconheçam essa
fantástica publicação
francesa, que fez história na Europa
e no Mundo, e
apresentar esses
personagens à nova geração
de autores de HQs nacionais.
Àqueles que já conhecem Pif e seus
personagens, tenho a convicção de que
deve ter sido prazeroso relembrar e rever
personagens, tenho a convicção de que
deve ter sido prazeroso relembrar e rever
essas séries incríveis.
REFLEXÃO:
Será que diante de tanta parafernália tecnológica
Será que diante de tanta parafernália tecnológica
do mundo
atual, onde as vendas desabam a
cada dia e a distribuição fica cada vez mais
caótica, ainda haverá lugar um dia para
surgir uma outra publicação igual a
Pif,
que chegou a vender 1 milhão de
exemplares e que durou por décadas,
alegrando
gerações?
Ou será que o tempo das grandes publicações
impressas de HQs, com
tiragens monstruosas,
está findando? O sonho está acabando?
Divulgação
Dureza meu camarada Tony!!
ResponderExcluirEspero que estejamos errados, e que se possa vender 1 bilhão de edições de HQs em formato digital um dia!
Gosto do impresso, mas em breve, teremos tod@s que nos adaptar para além do LP, K7, CD e DVD, para as mídias digitais - nos adaptar não, pois a usamos também, meu caso! - mas só usá-las enquanto formato, mesmo mantendo como o Nathan Never um certo apego pelo nosso passado - século XX e as mídias físicas!
A realidade, de fato, mudou, teacher!
ResponderExcluirE a coisa é irreversível. Jornais, por todo o mundo estão fechando para trabalharem on-line, tradicionais empresas que fabricavam e vendiam papel estão fechando, grandes gráficas estão passando por dificuldades financeiras e a maioria dos editores estão no vermelho, brigando para não capotar. Isto prova q a crise no setor está se alastrando. E o pior... as bancas não vendem mais 1ue 15%, no geral, exceto edições de fofoca de TV, etc.
Não há alternativa.
Mudar ou morrer.
Como diz um velho amigo dono de uma imensa e tradicional gráfica aqui de S. Paulo:
"Dono de gráfica, desenhista e produtor gráfico, são como papel higiênico. Ou estão enrolados ou vivem na merda."(Rsss...).
Pode ser cruel esta afirmação, mas é a dura realidade. Grato, pela visita!