sexta-feira, 9 de setembro de 2011

ENTREVISTA COM O ESCRIBA, EDITOR E COLORISTA, LORDE LOBO, O CRIADOR DE PENITENTE!



Ele é mais um guerreiro, que batalha pelas 
Histórias em Quadrinhos nacionais, no Sul do país. 
Ele é um dos mais criativos, dos novos
representantes das novas Histórias em
 Quadrinhos no país.
Ele escreve, pinta e edita um dos novos personagens
mais interessantes lançados no Brasil, cujos roteiros
são excelentes e que trazem uma mensagem positiva
aos seus leitores, apesar do visual sinistro 
desta sua criação.
Ele também conta com uma equipe de colaboradores
fantásticos que se revezam a cada edição.
 O entrevistado de hoje é...

LORDE LOBO, 
O CRIADOR DE PENITENTE!


Tony 1- Grande, Lorde Lobo, recebi as 3 edições
 de Penitente e o supletivo Agorinha, parte 
integrante do jornal Agora, do Sul do país.
Obrigado. Inicialmente, ao folhear seus gibis
 achei o trabalho meio sombrio, meio sinistro,
 mas assim que terminei de ler
a edição 1 decidi ler as demais na sequência
 e confesso que adorei a qualidade dos roteiros,
 cheios de boas mensagens.
De imediato, pensei em entrevistá-lo.
 Quando você aceitou conceder 
a entrevista, fiquei 
muito contente, pois admiro a garra
 de sua geração que, atualmente, tem criado 
e desenvolvido muitos personagens
 interessantes e que têm
 publicado de forma independente muitas 
HQs interessantes
 por todo o país. Poder divulgar esses 
jovens talentos,
 como você, é uma honra. Afinal, as HQs
nacionais jamais devem morrer.


PENITENTE - O novo quadrinho
brasileiro, criado por
Lorde Lobo
LOBO: Nossa, Tony, que bom que curtiste 
as edições 1, 2 e 3 da revista do Penitente! 
Fico imensamente feliz por saber que
agradamos a um cara do teu nível! 
Isso nos é muito importante.
 Ah! Não sou daquele tipo de gente que
fala de si mesmo na terceira pessoal do plural!
Hehehehe! 
É porque, neste momento, represento
 todos os colaboradores da revista!


 O personagem, hoje, é desenvolvido
por um time de primeira
Tony 2- Vamos começar mais um talkie show virtual e
 conhecer um pouco mais sobre você, sua equipe
 e seu trabalho, OK?

LOBO: Tudo bem, vamos lá, o desafio 
já foi aceito! Hehehehehe!

Tony 3- Nome completo, estado, cidade, dia mês e ano 
em que você nasceu?

LOBO: Meu nome de batismo é Alexandre 
Cozza Ferreira, nasci e moro na
 cidade do Rio Grande, no Rio Grande do Sul.

Tony 4- Lorde Lobo, obviamente deve ser um 
“nome de guerra” 
interessante... (Rsss...)... por quê, Lorde Lobo?


LOBO: Sim, é meu nome artístico! Essa história 
começou lá no primeiro grau: nas aulas de 
Educação Física, em que tínhamos
que jogar vôlei, cada ponto que eu marcava,
 eu soltava um grito de “Yaahooooo!”. 
Algum colega interpretou isso
como sendo um uivo e me apelidaram de
 “Lobisomem” e, como sempre acontece, por
 eu não ter gostado, grudou em mim!
Com o passar do tempo o apelido diminuiu 
para “Lobo” e, quando fui trabalhar no Banco 
do Brasil, um outro colega
comentou que, devido ao salário (que na época 
era muito bom para um adolescente), eu não seria
 mais um simples lobo,
 mas sim um “Lorde Lobo”. Como gostei do som dos dois
 “L”, passei a assinar assim os meus 
desenhos... e ficou!

Tony 5-      Esta história do apelido que 
gerou seu pseudônimo
artístico é interessante...
 Enquanto muita gente diz que as
 Histórias em Quadrinhos, impressas, estão
 morrendo em todo o mundo, nunca se viu tanta
 publicação independente
surgindo por todo o mundo, como nos últimos anos.
Essa nova geração está de parabéns, pelo feito,
contrariando os mais pessimistas. 
Voces são o fruto do maior meio democrático
 de comercialização: a WEB.
Quando foi que você decidiu virar 
editor de Quadrinhos?





LOBO: Pois é, apesar das dificuldades 
em se publicar quadrinhos
 independentes no Brasil (e são MUITAS), 
ainda acredito no potencial dos
 nossos artistas! Na verdade, eu não 
sou fruto da geração Internet, pois quando 
comecei, isso nem existia!
Sou da época dos fanzines que circulavam 
por todo o país, via Correios, mesmo! 
Mas com o advento da Internet, tudo
ficou bem mais fácil, pelo menos em 
termos de divulgação!
Sabe, por ser de uma geração anterior, 
não curto muito ler
quadrinhos na tela do computador e ainda
 prefiro as edições impressas! 
E sobre virar editor, bem, foi algo natural, 
pois por não termos editoras
 que invistam nos novatos, é o velho
esquema do “Faça você mesmo!” 
Que vale! E eu fiz!


6 – Tony: Eu pensei que “falava” com um bengala júnior,
Mas pelo visto você é um legítimo bengala boy, da
Era antidiluviana da WEB... (Rsss...). Bem vindo a
Nossa milenar confraria... Ouvi dizer que você criou
Penitente, quando teve uma visão (inspiração)
ao passar em frente um cemitério (Rsss...). Isso é
verdade ou você inventou esta história fantasiada
para valorizar seu personagem? 
Uma jogada de marketing?

LOBO: Hahahahahaha! 
Não, não tem nada de
 invenção nisso!
É a mais pura verdade!


Tony 7 –  Sério?



LOBO: O Penitente surgiu na
 minha vida quando eu estava muito
 deprimido (final de um casamento e, 
em pouco tempo, demissão
do emprego). 
Eu estava voltando pra casa e passava 
em frente ao cemitério (isso não é drama, 
passo por ali diariamente!
Hehehehe!) quando simplesmente passei a 
ver o personagem em
minha mente! Era final de tarde e começava a 
anoitecer! Toda a primeira história, da edição 1, 
foi vista na minha cabeça naquele
momento, só que eu me via no lugar
 daquele garoto que fugia
da gangue por grafitar na área dele.

Tony 8 –  Tem gente que afirma que seu 
personagem foi inspirado
 no Spawn, apesar de eu
 achar que não tem nada a ver. Seus roteiros
são super originais e diferem totalmente do 
zumbizão americano.
O que você tem a dizer sobre 
esses pseudos críticos?



LOBO: Bem, no começo isso me 
incomodava muito! Porque sequer
 pensei no Spawn quando passei 
a organizar o universo do Penitente!
 Na verdade, o personagem que mais
me inspirou foi o James Bond (sim, o 
agente britânico 007),
pois pensei assim: “como seria se o 007
 fosse um agente assassino e agora 
tivesse a chance de se redimir de
seus pecados?”. 
Como eu disse, isso me ajudou a organizar
o universo do personagem, mas no momento
 de sua parição pra mim, não tive tempo para
 mais nada, a não ser prestar
atenção em tudo que eu estava vendo e 
ouvindo em minha mente!
Hoje eu até concordo que
há umas semelhanças entre o 
Penitente e o Spawn, pois ambos são 
soldados treinados
que voltaram ao mundo dos 
vivos após suas mortes,
mas as semelhanças param por aí!
Quando a estes críticos, peço apenas que 
eles leiam as edições antes de criticar!


 Tony 9 –  Críticos, pra mim, são pessoas que 
não fazem porra nenhuma, que adoram meter
 o pau em quem faz.
Pixar é fácil, fazer são outros quinhentos,
Bengala friend... Quando, como e por que, você lançou
a primeira edição de Penitente?

LOBO: Bem, o Penitente surgiu pra mim 
no final de 2006...
Mostrei o personagem lá no meu fotolog e o
Nel Angeiras gostou tanto que chegou a dizer que, 
se eu escrevesse, ele desenhava as suas HQs. 
Por causa desta proposta do Nel,
passei o ano de 2007 todo escrevendo suas
 histórias e ele as desenhou mesmo! Então, no
 início de 2008 lançamos a
primeira edição! Depois do Nel, 
que foi o primeiro quadrinista 
(depois de mim, claro! Heheheheh)
 acreditar no personagem,
muitos outros se juntaram ao time e estão
 presentes nas outras edições 
(tanto nas já lançadas quanto nas
 que ainda virão).

Tony 9 – Grande Nel! Notei que você 
conta com um bom
time de colaboradores. 
Atualmente, quantas pessoas
 colaboram com você, para dar 
continuidade à série?





LOBO: Sim, o time de colaboradores
 do Penitente estão entre os melhores
 dessa nova safra de 
quadrinistas brasileiros!
Nossa! São tantos colaboradores que nem sei 
mais ao certo!
Fica difícil de contar porque o pessoal apenas
 colabora com a revista, sem nenhum compromisso
 maior que este.
E tem muita gente que se oferece para 
desenhar, mas
depois nunca mais aparece! Mas o time é grande,
sim, graças a Deus!

Tony 11 – Antes de começar a fazer HQs, 
o que você fazia na vida?
 Tinha alguma profissão, ou apenas estudava?

LOBO: Desde pequeno, sempre 
estudei e trabalhei!
Meu pai tinha uma pequena 
transportadora e eu estava
sempre com ele! 
Já trabalhei como officeboy
 no Banco do Brasil, como 
diagramador de jornal,
 como arte-finalista e ilustrador
free lance, como operador de câmera de
 uma afiliada da Rede Record e, finalmente, 
como jornalista ilustrador.
Mas em paralelo a isso tudo, sempre 
fiz minhas Histórias em Quadrinhos.




Tony 12 – Você tem uma bela
 bagagem profissional,
Parabéns! Isto é coisa rara atualmente...
Em cada edição de Penitente há anunciantes
 que, com certeza, ajudam a minimizar o 
custo de cada edição.
Quem vende esses anúncios? 
Você, ou tem alguém
que cuida disso especificamente?

LOBO: Bem que já tentei achar alguém pra 
fazer isso, mas sou eu mesmo que desempenho 
tal função (é a que menos gosto, pois não 
levo jeito pra vendedor).
A única coisa que não faço na revista do 
Penitente é desenhar, pois meu traço é 
mais voltado pro humor,
de resto, sou pau pra toda obra!

Tony 13 –  No começo eu agia como você, só
escrevia, pois apanhava em 
fazer figuras humanas.
Minha praia sempre foi desenhos cômicos.
 Com o tempo acabei aprendendo um pouco, 
fui evoluindo. Na real,
Como sempre digo, sou um escriba que 
virou rabiscador, por pura necessidade. 
Nem sempre eu tinha grana para
Contratar um bom desenhista.
 Mas, sempre me cerquei
De bons profissionais.. (Rsss...).
O sul do país sempre foi inovador, 
em termos de
 publicações independentes. 
Vide o exemplo do saudoso
 Cristiano Kern, que inovou os fanzines no 
país com a famosa Historieta, 
Arthur Filho, com a revista 
Billy The Kid, que atualmente chegou
 a 14ª edição – sem dúvida, um grande feito -,
e tantos outros bons exemplos.
 Em quem você se espelhou
para se tornar editor independente?





LOBO: Sim, aqui no Sul do Brasil temos 
grandes exemplos!
 Mas na hora de me tornar 
um editor independente 
de verdade, me inspirei num 
cara que mora do 
outro lado do Brasil!
Estou falando no grande J.J. Marreiro
que na época era um
dos editores do prozine “Manicomics”! 
Foi no trabalho dele
que me inspirei quando resolvi 
editar o prozine
 “Areia Hostil”, que teve 15 edições
 lançadas e com o qual 
ganhamos um HQ Mix.

Tony 14 – O Marreiro!? De fato, ele fez 
um belo fanzine.
 Que beleza, bengala brother, eu não sabia que
 você tinha abocanhado um
HQ Mix, o Oscar das HQs tupiniquins. 
Parabéns!
Na sua opinião, Lobo, sites como o 
www.bigorna.net
e o 
www.bodegadoleo.com 
ajudam mesmo os autores a
vender seus produtos editoriais?
 Você trabalha com eles?

LOBO: Sim! Ajudam bastante! 
Sempre divulgo meus lançamentos por meios
 destes sites e já vendi muitos
exemplares do Areia Hostil e
 Penitente lá pela Bodega
do Leo! São fundamentais!




Tony 15 – O nosso amigo Leo, será
 um dos nossos próximos
entrevistados, com certeza... 
Qual foi a tiragem inicial
de Penitente e qual é a atual? Espero que isto não
seja segredo de estado... (Rsss...).

LOBO: Não é segredo algum! A tiragem é de 
mil exemplares! É o mínimo que 
a gráfica imprime. 
Menos que isso nem vale a pena,
 pois acaba saindo mais cara por exemplar.

Tony 16 – Tem muito nego que imprimi 
mil exemplares e daí por aí falando 
que rodou 5 mil, um absurdo. Mentira
Tem perna curta. Como pude observar,
 vários escribas escrevem o seu personagem. 
Esses roteiros são avaliados
 antecipadamente por você, ou eles 
têm total liberdade de criação?

LOBO: A revista do Penitente, pode ser 
considerada uma ótima vitrine
 para os quadrinistas 
brasileiros que querem mostrar seus 
trabalhos, sendo escrevendo, desenhando ou
colorindo! Mas sou eu quem bate o martelo!
Tento cumprir o meu papel de editor,
 pois assim como os artistas querem mostrar 
o seu melhor, quero mostrar
o meu, desempenhando cada um o seu papel.




Tony 17 – Legal... Seu gibi tem poucas páginas,
 é bem impresso, em 4 cores, mas tem 
um certo “sabor” de quero mais... (Rsss...).
Você pensa em um dia aumentar o número de 
páginas de Penitente?

LOBO: Quem bom que deixa com este gostinho 
de “quero mais!”!
 Isso é ótimo! Mas o pouco número de páginas se 
dá, única e exclusivamente, por dois fatores: 
o primeiro é pra baratear os custos e o segundo,
 porque os artistas não querem 
desenhar HQs muito longas mesmo... 
Tento ser realista e oferecer o melhor
que podemos para os nossos leitores,
 mas jogando com o que temos!

Tony 18 – Perfeito... trata-se de um 
trabalho consciente.
Seu preço de capa está campeão: R$ 4,00. 
Como conseguiu chegar
 a um preço tão bom? Tá melhor do que o preço 
da minha Apache.

LOBO: Por causa da tiragem 
alta de mil exemplares!
Isso acaba fazendo com que o preço 
por unidade caia e
 eu possa repassar pro leitor um
 precinho bem camarada!
Acaba fazendo com que sobre mais 
exemplares em casa,
mas aos poucos eles vão saindo...





Tony 19 – Tony: Tiragem grande? Isto é piada? 
Fico imaginando qual é a tiragem dos demais 
editores independentes... fica
difícil ganhar dinheiro com essas tiragens
 pequenas, o custo sempre sai lá em cima... 
Você espera, um dia, distribuir
sua revista em bancas de jornais? 
Detalhe: este tipo de distribuição
e as vendas andam capengando a cada dia. 
Encontrar Apache e
Tex, nas bancas, virou trabalho de garimpeiro! 
Um absurdo!
O velho ranger, apesar de
estar mais de 50 anos 
nas bancas, anda sumido de várias praças -, 
nos pontos de vendas é uma
tarefa tipicamente de garimpeiro... (Rsss...). 
Não sei aonde isto
vai parar... ou melhor, eu sei: 
vamos acabar tirando
esses títulos das bancas, 
infelizmente, se
 a coisa continuar nesse pé. 
Para ser sincero estamos 
pensando seriamente em
parar de produzir Apache, que 
milagrosamente chegou à edição 6.
As edições 7 e a 8 estão prontas, 
mas há dúvidas no ar.
Principalmente, se a distribuidora 
pedir pra abaixar a tiragem.
Você acredita que isto é um sintoma 
dos novos tempos e que a culpa – 
das baixas vendas e
 má distribuição -, é da Internet? 
Detalhe: este fenômeno é mundial, 
atualmente.

LOBO: Pois é, Tony, um novo 
cenário está aparecendo diante dos 
nossos olhos e teremos que aprender a lidar
com ele! É tudo muito novo ainda!
 Eu já conto com uma distribuidora, a
Tudo em Quadrinhos (que pertence
a um amigo meu) e que distribui as
 revistas do Zumbizão em 4 cidades... 
mas a coisa não é fácil, não! Ainda vendo
mais pelas distribuidoras virtuais 
(como a já citada Bodega do Leo).
Dizem que tudo vai migrar para 
a Internet... ainda teimo em
seguir nessa linha, mas talvez 
não tenha como evitar!
Pode ser que as edições impressas fiquem 
mais no esquema de especiais mesmo... 
Temos muito que aprender a partir
 de agora... e nos adaptarmos!

Tony 20 –  O mundo mudou. 
Ou a gente também muda ou já era, esta é a 
verdade. Apesar do imenso número de
publicações independentes no país, as 
vendas definham, dia a dia. 
Na sua opinião pessoal, por que os leitores não
estão mais consumindo HQs, como antes?


Você ainda pode adquirir as 3 edições,
em cores, de Penitente.
Não perca! Vale a pena!
LOBO: São muitos os motivos! 
No caso das revistas das grandes editoras, 
creio que o maior inimigos delas são os
escaneamentos de edições! 
Hoje em dia dá pra se achar
qualquer edição na Internet!
 Muito material que nem
chegou ao Brasil já está traduzido 
na rede de computadores!
Já no nosso caso, sempre enfrentamos o 
problema de ter
que lutar contra as gigantes edit... ou melhor,
REPUBLICADORAS (!!!) 
de quadrinhos importados!
A Internet só veio a nos ajudar!

Tony 21 –  Webcomics? Acha que esta é a saída?

LOBO: Parece que sim... Caras teimosos 
como eu é que ainda não 
migraram, mas talvez 
não tenha outra saída mesmo...

Tony 22 –  Teimosos, como nós... na real a
 gente adora o cheiro de papel impresso...
 Ao seu ver, quais são os
 melhores argumentistas e desenhistas
 do seu personagem?
Qual foi a melhor história
 publicada até agora?
 Quero ver você sair dessa... (Rsss...).

LOBO: Bah, que sacanagem, Tony! 
Hehehehehehe! Bem, talvez o pessoal não
 tenha notado isso, mas as
HQs do Penitente seguem uma
 sequência cronológica!
Parecem ser aventuras fechadas, 
mas elas se encaixaram um dia!


Tony 23 - A La Marvel... também trabalho 
minha personagem assim...
Mas, não enrola. Prossiga...

LOBO: Sendo assim, não posso eleger a 
que mais gostei! 
Todas HQs me são importantes!


Tony 24 – Eu sabia que você ia tirar o 
"frozó" da reta... (Rssss...).
Foi um bom político... (Rsss...).

LOBO: Quanto aos colaboradores, 
bem, gosto de todos!
É verdade! Se eu não curtir este ou aquele 
cara, ele simplesmente
não vai fazer parte do time de colaboradores! 
E não estou falando apenas de gosto pessoal! 
Eu vejo o que se encaixa
às necessidades do personagem! 
Basta lembrar que eu mesmo
 fui reprovado como desenhista! Sendo assim, 
se está participando
 das edições é porque admiro o trabalho!
Mas em se tratando de reconhecimento,
 bem, aí eu tenho que citar o Nel Angeiras 
(como primeiro desenhista) e...


Neal Angerias




Edvanio Pontes
...o Edvanio Pontes (como primeiro roteirista) 
acreditarem no Penitente! 
Depois vieram Israel Gusmão, Rafael Tavares,
 Jader Corrêa, Matias Streb!


Israel Gusmão

Rafael Tavares


Jader Corrêa
Matias Streb
E tem muito mais vindo por aí!
Mas repito, todos os meus colaboradores 
são grandes artistas!
Caras que admiro, respeito
 e desejo muito sucesso!

Tony 25 – Gostei da politicagem... (Rsss...).
 Tá valendo. Quais eram os títulos de HQs que 
você costuma ler, ou costumava?
De que gênero?



LOBO: Comecei lendo A Turma da Mônica, 
depois Recruta Zero e finalmente
 cheguei aos super-heróis, 
que se tornaram meus prediletos!






Tony 26 –  Qual é seu autor – ou autores -, 
nacionais 
ou estrangeiros, predileto(s)?

LOBO: Meu ídolo maior, no Brasil, é mesmo o
 Mauricio de Sousa, pelo que ele conseguiu fazer
 com seus personagens! Lá fora,
gosto demais do Mignola!



Hellboy
Tony 27 –  Também adoro o estilo Kirbyano 
desse cara. O trabalho é sintético, objetivo,
 sem aquela "rabiscaiada"
Que polui, em geral, os super-heróis.
 Diga-me, sinceramente,
uma publicação independente, ela se 
paga rapidamente?
Ou vocês – editores -, andam operando
 no vermelho, na esperança de implantar
 os personagens e conquistar leitores?


LOBO: Bem, eu tenho duas experiências
 bem diferentes: Com o prozine Areia Hostil
 eu nunca precisei colocar um
centavo sequer do meu bolso para
 imprimir os exemplares,
pois os patrocinadores e a própria
 revista garantia o número seguinte. 
Já com o Penitente, a coisa 
tem sido diferente, pois tenho colocado 
muita grana minha
 na revista, pois mesmo com os patrocinadores, 
os custos de impressão
 precisam ser completados... 
prefiro acreditar que 
estou investindo no personagem!

Tony 28 –  Isto faz parte do jogo: ser um 
investidor e empreendedor...
 sempre há um risco... Um bom livro?

LOBO: Gosto de leituras que me coloquem 
pra cima: “A cabana”.

Tony 29 –  Legal, já li este livro e também gostei.
O maior autor de HQs de todos os tempos?

LOBO: Mauricio de Sousa.

Tony 30 –  Este é o cara, pelo menos no país. 
Vamos falar sobre o Agorinha, encarte infantil do
 jornal Agora, aí do sul do país.
Você criou essa idéia e hoje é o responsável pela
 produção dele?
Como surgiu esta oportunidade?
 Enfim, qual é especificamente
sua função nele?

LOBO: O jornal Agora já teve um caderno infantil, 
mas estava há anos parado. Quando voltei a trabalhar 
no Agora, o Sr. Germano me
pediu para criar um novo caderno e eu topei. 
No Agorinha eu sou o editor e o ilustrador. 
Na última página, sairia uma HQ do meu
personagem infantil, o Lipe (que também é o
 mascote da publicação)
 mas, ao invés disso, abri espaço para outros 
artistas mostrarem
seus trabalhos e a página foi preenchida por
 tiras de humor voltadas
 às crianças.

Tony 31 – Bacana... dar oportunidade aos 
novos talentos é fundamental. 
Parabéns.  Planos para o futuro?

LOBO: Continuar trabalhando com HQs! 
Isso, sem dúvida alguma!
Mas sonho em ver um cenário de
 HQs verdadeiramente 
nacionais nas bancas de nosso país! 
Tenho mantido diálogo com alguns
políticos sobre isso... mas
 isso é outra história!

Tony 33 – Utopia? Quanto aos políticos,
 não sei não, essa gente só tá preocupada 
com o próprio bolso.
 Estão se lixando pro povo, esta é que 
é a verdade... mas, deixa esses doidos
pra lá, afinal, a culpa é nossa. 
Nós os elegemos...
Prosseguindo... Lorde Lobo por Lorde Lobo?
 Dá pra se autodefinir?

LOBO: Um teimoso! Mas também sei 
reconhecer  quando erro e me desculpar.
 Mas luto até o
 fim pelo que acredito! E eu
acredito nos quadrinhos brasileiros!




Tony 34 –  Eu também, algo me diz que um dia 
essa situação será revertida. Só não 
sei quando... não vou estar aqui pra
Presenciar isto. Mas, creio que
 lutamos em prol das futuras gerações. 
Coisa de maluco... (Rsss...).
 O nosso bate papo foi elucidativo e foi
 um prazer poder trocar idéias
com alguém tão criativo e
 dinâmico quanto você.
Para mim – como já disse - , você e 
outros novos talentos atuais, representam 
muito bem os profissionais da área.
São inovadores, criativos e, principalmente, 
corajosos.
Seguem os passos do já veterano Roberto Guedes, 
autor de Meteoro, um grande bengala friend e 
ex-fanzineiro. Pois editar nesse
país requer coragem, ousadia e determinação.
 Parabéns, por Penitente e espero que sua edição 
cresça vertiginosamente.
Quem quiser adquirir Penitente, como deve fazer?
Deixe aí seu blog, site, e-mail, etc.

LOBO: Eu é que agradeço a oportunidade de 
estar falando aos teus leitores, Tony!
Bem, quem quiser saber mais sobre o
 Penitente, convido a
 darem uma chegadinha no site dele:


...pois lá tem todas as informações!

Tony 35 – Valeu, Lobo! Muito sucesso e que os 
n5ossos sonhos se tornem realidade!
See you later, webleitores,
 e até nossa próxima entrevista.

Copyright 2011\Tony Fernandes\Estúdios Pégasus –
Uma Divisão da Pégasus Publicações Ltda – 
São Paulo – Brasil.
Todos os Direitos Reservados.

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