Certa feita, alguem disse: "O mundo é
dos loucos".
dos loucos".
Sim, estas sábias palavas, com certeza,
foram proferidas por algum "louco".
Porém, "louco", no bom sentido.
foram proferidas por algum "louco".
Porém, "louco", no bom sentido.
Aqui, "louco" se refere a gente ousada e criativa, que
parece ter vindo a este mundo predestinada a mudar as
coisas, a reunir gente, e fazer acontecer. Adoro este tipo
de gente que o velho e bom Raul Seixas chamava de
"maluco beleza". Se não fosse os "loucos" ou os
"malucos belezas", na certa, a humanidade ainda
estaria nas cavernas. Algum doido, nosso longínquo
ancestral "louco", um dia resolveu ficar em pé e com isto
fez mudar todo o curso da história.
O mundo, principalmente, das HQs no Brasil, precisa
muito deste tipo de gente que nasce com garra e que
briga loucamente para atingir seus objetivos,
suplantando obstáculos que aos olhos de muitos
parecem intransponíveis. Precisamos de gente
empreendedora, corajosa, intrépida e ousada, que
agita e faz acontecer. Sempre fui assim meio "louco",
talvez por isso me identifico muito com eles.
Sempre acreditei que quando se deseja algo
ardentemente não há nada que possa impedí-lo
de conquistar seus objetivos, mesmo que você esteja
sem grana ou com pouco dinheiro. Talvez por isso eu
esteja no mercado há tanto tempo. Sou do tipo que toma
porrada, mas não sai do rinque.
Acredito que a vida é um eterno recomeço.
Ao longo dos anos conheci milhares de desenhistas,
roteiristas e outros istas.
Mas, poucos destes tiveram a ousadia de abrir sua
própria editora, ter seus próprios produtos em bancas.
Muito autor que se acha gênio vai morrer sem nunca
ter tido na vida uma experiência empreendedora.
Há riscos? Há problemas? Obviamente, que sim.
Mas, nada se conquista neste mundo sem
riscos ou problemas.
Posso garantir, de catedra, que ser editor neste
país não é fácil. É uma experiência traumatizante,
mas, também extremamente gratificante.
A gente acaba tendo uma visão real da coisa, de
mercado e adquiri um know-how fantástico.
O entrevistado desta vez é um desses "malucos belezas"
que chegou para agitar o ambiente, que não está aqui para
explicar nada e, sim, para realizar coisas, para reunir
autores e para lançar produtos editoriais, mesmo ciente
da barra que iria enfrentar.
Hoje, este homem de fibra, que foi o primeiro a resgatar
os gibis de Oeste neste país, pode ser considerado um
herói, pois conseguiu um grande feito: editar 14 edições
de uma revista que tem como tema principal o velho Oeste,
feita exclusivamente por autores brasileiros.
E a edição 15 já está no "forno". Prepare-se para saber -
através da entrevista a seguir - o que pensa e o
que já realizou este intrépido batalhador das HQs
tupiniquins. Saiba um pouco mais sobre...
ARTHUR FILHO,
O EDITOR INDEPENDENTE
O EDITOR INDEPENDENTE
MAIS OUSADO DO BRASIL!
Tony: Há mais de 50 anos só dava Tex reinando e
cavalgando solitariamente, pelas bancas do país.
Depois, a Mythos lançou Mágico Vento, um
western diferente, que aprecio. P
cavalgando solitariamente, pelas bancas do país.
Depois, a Mythos lançou Mágico Vento, um
western diferente, que aprecio. P
orém, de repente, surgiu você.
Um editor independente,
Um editor independente,
lançando via WEB, Billy The Kid.
Um gibi feito exclusivamente
Um gibi feito exclusivamente
por brasileiros, numa época em que nossas bancas
vivem empesteadas de mangás e super-heróis.
De onde você tirou esta ousada idéia?
O que o motivou a embarcar nesta verdadeira
aventura editorial?
Arthur: Sempre fui fã de revistas
de faroeste, quando criança e de
de faroeste, quando criança e de
filmes também. Gostava de desenhar mocinhos e bandidos,
fazia meus próprios gibis tudo a mão, claro. Depois de muitas
andanças, mais uma vez, queria desenhar faroeste, mas onde?
Ora, lançar uma revista independente de pequena tiragem,
investir um pouco. Aí surgiu a ideia:
Billy The Kid e Outras Histórias.
Billy The Kid e Outras Histórias.
Mas pensei em ter outros desenhistas junto e o mestre
Shimamoto aceitou colaborar para impulsionar o
projeto, assim como alguns outros nomes.
Tony: Em que dia, mês, ano e estado, você
nasceu, grande Arthur?
Arthur: Nasci em junho, pouco mais de 50 anos,
nasci em Porto Alegre (RS).
Tony: Ultimamente vejo muito gaúcho
envolvido nessa
envolvido nessa
coisa de HQs e publicidade... legal. Sempre foi
apaixonado por gibis, só de westerns?
Arthur: Sempre fui fã de gibis em geral. Aquele cheiro de
impressão, a magia das HQs, desde criança lia e rabiscava.
impressão, a magia das HQs, desde criança lia e rabiscava.
Principalmente westerns.
Tony: Qual é a sua formação?
Arthur: Sou formado em Letras, licenciatura plena
em língua portuguesa e literaturas da língua portuguesa.
em língua portuguesa e literaturas da língua portuguesa.
Tony: Beleza, pois é isto que falta para
a maioria da galera que faz quadrinhos
no Brasil: cultura geral
a maioria da galera que faz quadrinhos
no Brasil: cultura geral
e saber ortografia, principalmente.
Graças a Deus entrou muita gente "cabeça"
no mercado... mas os "abobrinhas selvagens"
sempre irão existir... (Rsss...).
Graças a Deus entrou muita gente "cabeça"
no mercado... mas os "abobrinhas selvagens"
sempre irão existir... (Rsss...).
Fazer o quê? Responda:
Qual é a sua real profissão?
Qual é a sua real profissão?
Arthur: Há poucos anos ensinava em escola particular.
Hoje, sou instrutor de Karate da ACM/RS, há 34 anos,
profissional da área de Educação Física (CREF) e editor
independente, como um "extra" profissional.
Tony: Associação Cristã de Moços? Já fui sócio deles
aqui em S. Paulo. Que gibis, autores e desenhista lhe
deram inspiração?
Arthur: Tantos... Vários de faroeste: Ringo Ley, O Chacal
(Tony Carson), Ken Parker; Raio Negro; Corto Maltese; Fikom,
Pabeyma; Aba Larga; Fradim... desenhistas que me inspiram:
Hugo Pratt, Ivo Milazzo, Jordi, Shimamoto, principalmente.
O SAMURAI - de Shimamoto |
Shimamoto - Caricatura de Bira Dantas |
nunca ouvi falar...
Tony Carson? Um grande amigo
que há tempos não
que há tempos não
nos vemos. Mora lá pras bandas do
Rio e sabe escrever a beça.
O Carson, o Wilde Potella, o Júlio
Rio e sabe escrever a beça.
O Carson, o Wilde Potella, o Júlio
Emílo Brás e o Ataíde, na minha opinião, são os
melhores escribas que conheci. Aliás, o Emílio e
o Carson escreveram milhares de pockets
books pra ed. Monterrey, usando pseudônimos
gringos. Pouca gente sabe disso.
Você também é
Você também é
um colecionador?
Tony: Pabeyma, do Paulo Fukue... Fikom, do grande
Fernando Ikoma... Raio Negro, do nosso querido e
saudoso professor... curti muito o trabalho
desses caras...
Arthur: Fui fã de algumas revistas como Ringo Ley,
Arthur: Fui fã de algumas revistas como Ringo Ley,
Pabeyma, Fikom, Raio Negro.
pela volta dos velhos bang-bangs ao cenário nacional,
mestre. Merece uma medalha. Depois do seu Billy
The Kid, eu e a editora As Américas entramos
no mercado com Apache - graças ao esforço
do editor Marco Antonio Faceto, que acreditou
na idéia -, e a editora do Fábio, a Ink Blood
Comics veio com o Chet, do nosso querido
Wilde Portella. E o mais interessante é que até
a poderosa Panini lançou recentemente
Jonah Hex e outro título do gênero.
O que você me diz a esse respeito?
Arthur: Eu sentia a falta de produções nacionais de faroeste
e até de estrangeiras, mesmo tendo os Bonelli. Imaginei
aventuras desenhadas por mim e por outros, o que virou
realidade com Shimamoto, principalmente.
Se eu dei esse empurrão, essa revitalizada nas produções
de faroeste no Brasil, sinto-me honrado, acho que
só com isso já alcancei alguma coisa importante.
Tony: Sem dúvida. Congratulations!
Fiquei impressionado ao saber que você colocou
nas primeiras edições de BTK gente de peso,
como meu velho amigo Shima, Saidenberg e
o mestre Adauto Silva. Como conseguiu
fazer essas feras da publicidade,
voltarem a fazer quadrinhos?
Arthur: Acho que a minha idéia de faroeste atraiu primeiro
o mestre Shima - que atraiu outros como Saidenberg, Elmano
Silva e Adauto Silva, grandes profissionais que
juntaram-se a mim, um simples mortal.
Tony: Simples mortal? Uma ova! Você veio predestinado
a reunir gente e a correr atrás de um ideal.
O pessoal faz HQs, mas se não tiver um “doido”
com coragem e com espírito empreendedor, meu amigo,
nada acontece. No Brasil e no mundo das HQs
precisamos de mais guerreiros como você.
Vivo dizendo: “Desenhista sem editor não é
porra nenhuma”. Tem uma galera que ainda
é contra os editores. Editores são caras que se
arriscam pra tornar o sonho deles e dos outros
uma realidade. Daí me pergunto: por quê
esses “gênios da criação – os rabiscadores -,
não abrem suas próprias editoras?
A resposta é simples: não têm espírito
empreendedor, ou então não botam fé no
próprio “taco”. Na vida, ninguém faz nada
sózinho. O pessoal deveria ser mais unido.
Não estamos todos no mesmo barco?
Digo sempre: "A gente só é aquilo que
alguém deixa a gente ser". Veja, de que
adianta vc ter talento, se ninguém te der
oportunidade de mostrar este talento?
Outra coisa, também, que me impressionou
muito, foi saber que BTK está na 13ª edição.
Meu amigo, isto é um verdadeiro ato
de heroísmo. Parabéns! Qual é a tiragem da
revista, qual é o preço de capa, quantas págs
tem cada edição, qual é o formato e, por fim,
como o pessoal pode adquirir a Billy The Kid?
Arthur: A BTK ainda tem pequena tiragem,
distribuição limitada,
distribuição limitada,
como muitas hoje, ao preço de capa de R$7,00,
pois não disponho
pois não disponho
de verba para investir mais. Mas tem qualidade
de impressão e bons trabalhos de brasileiros.
Tony: Na questão acima você me enrolou
e deu uma resposta meia-boca... bem,
mas vamos nessa...
e deu uma resposta meia-boca... bem,
mas vamos nessa...
Ainda é possível adquirir os
números anteriores?
números anteriores?
Você ainda os tem, em estoque?
arthur.goju@bol.com.br
ou no site Bodegadoleo
Tony: Esse site do Bodegadoleo
também dá uma
também dá uma
tremenda força para os independentes,
pelo que sei.
pelo que sei.
O pessoal é 10! Você sabe que fui
e sou editor e produtor gráfico, portanto,
conheço custo gráfico e
e sou editor e produtor gráfico, portanto,
conheço custo gráfico e
todo o processo de produção... andei
fazendo uns cálculos sobre edições
independentes, analisando
fazendo uns cálculos sobre edições
independentes, analisando
tiragens e preços de capa e cheguei
a conclusão de que vendê-las pela WEB
não é um bom negócio.
a conclusão de que vendê-las pela WEB
não é um bom negócio.
Demora de mais. Ou seja, a grana
entra lentamente.
entra lentamente.
Conclusão: voces, os independentes,
têm qu ter cacife pra bancar a gráfica, certo?
têm qu ter cacife pra bancar a gráfica, certo?
Na verdade, voces fazem isto
por pura paixão, exato?
por pura paixão, exato?
Os Irmãos Sanders - Presença constante nas páginas da revista Billy The KId |
Arthur: Sim. Independente, se não aumentar
o preço de capa,
o preço de capa,
morre, mesmo atingindo certo sucesso.
Tony: Você escreve e desenha?
Há quanto tempo, Arthur?
Arthur: Desde criança, escrevo, desenho e
montava as minhas revistas, fanzines, etc.
Mas sou um "artista" livre de
montava as minhas revistas, fanzines, etc.
Mas sou um "artista" livre de
regras, desenho como posso e como
quero, julgo-me criativo demais.
quero, julgo-me criativo demais.
Tony: Já trabalhou em alguma
editora antes? Ou teve alguma experiência
anterior como editor?
editora antes? Ou teve alguma experiência
anterior como editor?
Arthur: Fui revisor do Correio do Povo,
fiz cartuns pagos, publiquei alguns quadrinhos
em editoras, exposições,
fiz cartuns pagos, publiquei alguns quadrinhos
em editoras, exposições,
ilustrei alguns livros, editei e coloquei
revistas minhas em
revistas minhas em
bancas, mas com a criação da
Editora OPÇÃO2,
Editora OPÇÃO2,
trabalho profissionalmente quando
edito, confecciono,
edito, confecciono,
digito livros para escritores, poetas
e artistas do Brasil.
e artistas do Brasil.
Tornou-se um segundo trabalho.
Simples, a baixos custos,,,
Simples, a baixos custos,,,
Tony: Eu sabia, tem bagagem profissional.
Antonio Carlos Moreira
(vulgo Duke\Jãoeine)
(vulgo Duke\Jãoeine)
e Airton Marcelino
(meu bengala-friend mineiro)
(meu bengala-friend mineiro)
são seus dois fiéis colaboradores
atualmente, OK?
atualmente, OK?
Quem mais participa deste
time de feras da BTK?
time de feras da BTK?
Arthur: Depois do mestre Shima
dar a arrancada inicial,
dar a arrancada inicial,
passaram muitos, e junto
estava Sandro Marcelo,
estava Sandro Marcelo,
fiel colaborador até hoje.
Depois Airton Marcelino
Depois Airton Marcelino
assumiu seu posto. Antonio Carlos
Moreira parece
Moreira parece
que vai tornar-se peça fundamental da BTK,
talento e parceria. Hoje, chegou mais gente,
como: Fabio Chibilski e Wilde Portella numa
participação especial de Chet em nossa BTK;
Worney de Souza participa com textos e
apresenta HQs antigas, também.
Tony: Só gente boa, parabéns.
Conheço alguns trabalhos –
Conheço alguns trabalhos –
projetos - do estúdio do Fábio
que são maravilhosos.
que são maravilhosos.
Taí um cara que tem futuro e promete
arrebentar no mercado editorial.
É muito criativo.
É muito criativo.
Até meu sobrinho postiço
Worney tá na parada?
Worney tá na parada?
Esse cara ama HQs de paixão. Sou fã dele.
No gibi, que eu não conheço, só há histórias
do Billy The Kid ou tem outros personagens?
Há na praça muitos livros e pockets books sobre o lendário personagem |
Arthur: Qualquer colaborador pode dar sua versão para
o personagem Billy The Kid ou desenhar os seus
próprios, o que tem acontecido bastante.
Tony: Bacana. Você dá aos autores
liberdade plena de criação. Gosto disso.
liberdade plena de criação. Gosto disso.
Só tomei conhecimento
da sua publicação quando você me
enviou um e-mail
enviou um e-mail
comentando Apache.
Na verdade, eu nem sabia
Na verdade, eu nem sabia
que o gibi Billy The Kid
existia e ainda estou
existia e ainda estou
curioso para lê-lo e aguardando
ansiosamente
ansiosamente
por algumas edições (Rsss...).
Não acha que sua
Não acha que sua
revista deveria ser melhor divulgada?
Melhor distribuída, principalmente?
Registro fotográfico de Billy The Kid |
Arthur: Pergunto-me isso, mas como?
Não existe investimento
suficiente para dar o passo maior que as pernas.
O Shima dizia que me ajudaria no
início para a revista
início para a revista
crescer e atrair bons autores. Isso foi fato,
só não cresceu
só não cresceu
tanto em vendas, ainda. Eu pensava
em vender esse projeto
em vender esse projeto
para uma grande editora talvez...
Distribuir é um problema, um
pesadelo, uma coisa
pesadelo, uma coisa
que não tenho a resposta.
Mas vejo hoje as pessoas
Mas vejo hoje as pessoas
comentando, enviando emails
para saber da BTK...
para saber da BTK...
Gente como você tem dado boa
divulgação para nosso projeto.
divulgação para nosso projeto.
Tony: E-mails? Bom sinal.
Seu produto conseguiu
Seu produto conseguiu
conquistar um público fiel.
Quanto a ajudar
Quanto a ajudar
a divulgar... não faço mais do
que a minha obrigação.
que a minha obrigação.
Você sabe, há anos brigo,
não só para publicar
não só para publicar
meus personagens, mas,
também, para abrir
também, para abrir
espaço para a galera e
incentivar os
incentivar os
novos autores.
Coloquei muita gente boa no
Coloquei muita gente boa no
mercado – quando tive minhas
editoras - e fico
editoras - e fico
feliz em vê-los na ativa ainda.
Como a barra é pesada tem muito nego
que acaba desistindo,
Como a barra é pesada tem muito nego
que acaba desistindo,
partindo para outra.
Mas, os verdadeiros feras,
Mas, os verdadeiros feras,
lutam, brigam e acabam
conquistando seu espaço.
conquistando seu espaço.
Fora isto, admiro gente, como você,
que batalha usando as poucas armas
que tem. Arthur, sou seu fã,
que batalha usando as poucas armas
que tem. Arthur, sou seu fã,
pode acreditar.
Aliás, todos aqueles que fazem
Aliás, todos aqueles que fazem
algo em prol das HQs nacionais
podem contar
podem contar
comigo, na medida do possível.
Digo sempre:
Digo sempre:
“Nós somos o quadrinho nacional.
Se a gente parar, ele morre”.
Mas, voltando ao assunto...
sinceramente, eu
sinceramente, eu
admiro o esforço dos editores
independentes, mas
independentes, mas
também acho que é muita briga
para pouco retorno.
para pouco retorno.
Em síntese, a batalha de voces
é dígna de louvor,
é dígna de louvor,
coisa de "maluco", no bom
sentido, entretanto
sentido, entretanto
acho que não dá futuro.
Acho que a grande jogada, para voces,
é tentar
é tentar
lançar esses belos produtos em bancas.
A banca ainda é o nosso
real ponto de venda.
real ponto de venda.
O que me diz a respeito?
não foi fácil receber depois as vendas...
Distribuir nacionalmente, certamente
venderia muito, mas como se faz isso????
Tony: Veja, distribuir de banca em banca é fria.
Dá um puta trabalhão e ainda periga
de tomar calotes. Cada cidade
tem um distribuidor
tem um distribuidor
oficial regional. É eles que você
tem que procurar.
tem que procurar.
Chamamos isto de “Distribuição
alternativa” e
alternativa” e
isto existe de verdade.
Trata-se de um mercado paralelo,
que poucos conhecem.
Trata-se de um mercado paralelo,
que poucos conhecem.
Outra opção para se trabalhar de forma mais
profissional é marcando uma reunião
na Trilog (novo nome da
fusão DINAP\Chinaglia.
fusão DINAP\Chinaglia.
A Abril comprou tudo e agora monopolizou
o mercado). Você senta com eles, expõe o
produto e eles vão te orientar – o depto. de
marketing-, sobre tiragem,
formato e preço de capa.
formato e preço de capa.
Mas, antes dessa etapa você precisa abrir
uma razão social de editora, é claro. Qualquer
contador faz isto. Sem ter um CNPJ e Inscrição
Estadual não dá pra fechar um contrato de
distribuição nacional ou obter um bom crédito
nas grandes gráficas. Com uma razão social
de editora e a ficha limpa se consegue crédito
fácil e bons prazos de pagamentos nas gráficas,
tipo: 45/60/90 d/data para pagar.
Tudo é questão de conversar. Uma tiragem maior,
consequentemente, tornaria o preço de capa
mais acessível, não acha? Também acho que
o seu grande trunfo é ter conseguido
lançar 14 edições.
Coisa de herói, mesmo. Há um público que
já conhece o seu produto e isto é bom.
Assim como atrairia uma maior visibilidade
do "produto" Ou você é daqueles que pensa
"Em time que está ganhando não se mexe"
Arthur: Penso numa tiragem maior, penso, penso e desisto...
Tony: Acho que tá faltando à você conhecimento
da parte comercial... só isto. Garra você tem de sobra.
Uma outra dica: Apache é rodada de duas
em duas, para baratear custo. Consulte
sua gráfica... Comprando papel e fornecendo-o
às gráficas você também obterá um
custo melhor... Pergunta: Uma paixão?
Arthur: Uma? Tenho várias... Música, Quadrinhos, Karate, Fé...
Tony: Um sonho?
Arthur: Como artista, criar, enfim, a minha "obra-prima",
talvez uma revista e fazê-la chegar ao real sucesso.
Tony: O melhor gibi de todos os tempos?
Arthur: Difícil dizer. Um Corto Maltese, um Ken Parker
como em A Terra dos Heróis, sensacional!...
Também apreciei muito Fradim do Henfil, Geraldão,
Robert Crumb, Snoopy, Mafalda, Rango...
Tony: Filmes prediletos?
Arthur: Coração Valente, Amor Além da Vida,
Watchmen, O Último Samurai, Os Sete Samurais,
O Auto da Compadecida, Forest Gump, Náufrago,
Ben-Hur, Spartacus, alguns filmes de Jesus, O Homem
Bicentenário, Dólar Furado, Help,
alguns que lembrei agora.
Tony: Alguns desses filmes que você citou
também são meus favortitos... Help, dos Beatles?
Pra mim este foi o primeiro vídeo-clipe
criado no mundo. Livros?
Arthur: Li vários na época de faculdade, principalmente.
Talvez obras como O Inferno de Dante, Gibran Khaliu
Gibran, Violetas na Janela... Não escolho pela qualidade apenas,
mas pelo significado para a época em que eu os li e o que eu vivia.
Tony: Arthur Filho por Arthur Filho?
Arthur: Sou um batalhador, um sonhador,
persistente, mas apressado.
Criativo mas inquieto,
Criativo mas inquieto,
forte mas sensível, preocupado
mas sigo em frente.
mas sigo em frente.
Tony: Grande guerreiro, Arthur, grato por sua
atenção, por esta entrevista, e por ter resgatado
um tema que sempre foi mal-visto e desprezado
pelos grandes editores. See you later, cowboy!
A briga tem que continuar! Go ahead, warrior!
Até a nossa próxima entrevistas, cowboys!
Copyright 2010\Tony Fernandes\
Estúdios Pégasus - Uma Divisão de Arte e
Criação da Pégasus Publicações Ltda
Todos os Direitos Reservados
Grande Arthur.
ResponderExcluirEstou por aqui só lendo sua entrevista he, he, he.
Conforme prometido, preparei uma pequena matéria sobre você e Billy The Kid, e que será publicada no Blog Português de Tex.
Embora o Blog seja exclusivamente sobre o Tex, o grande Zeca vai abrir uma exceção para mais esse empreendimento brasileiro.
O Tony esqueceu de perguntar porque você não tem um Blog ou um site.
Creio que isso ajudaria em muito a divulgação de Billy the Kid.
Um recado para o Tony...o meu personagem em BTK chama-se NoOne, e vou lhe mandar a edição 13 quando ela sair.
Abraços Arthur e Tony.
Tens razão, Duke! De fato, esqueci de fazer esta pergunta. Arthur, taí uma boa sugestão p\vc... o que tá esperando pra criar um Blog do Billy The Kid? Tá moscando, bengala-friend! Demorou! A propaganda é a alma do negócio! Qto a edição 13 com seu personagem "Ninguém", vou aguardar ansiosamente e quero autografada! Right?
ResponderExcluirGostei do nome do personagem... isto me fez lembrar Terence Hill "My name is Nothing", era isto?
Mano-amplexos p\vcs!
He, he, he.
ResponderExcluirAté que enfim, alguém matou a charada, é que
sempre no último quadrinho alquém faz a pergunta ao "velho" pistoleiro (na 1ª HQ em espanhol, e na 2ª em Portugues)mas quem diabo é você?
E o personagem responde: " Pra você eu sou NoOne!"
Mas o filme do Terence Hil era "My name is Nobody", acho que o Bengala Friends se confundiu, coisas da idade he, he ,he, mas a verdade é que Nobody e No One querem dizer quase a mesma coisa, ou seja ninguém com significados quase iguais.
Abraços.
Tens razão... "Meu nome é Nada", não faz sentido... ando meio esclerosado de inglês... é a idade, my bengala friend (Rsss...)
ResponderExcluirBELA ENTREVISTA , TONY1
ResponderExcluirO ARTHUR é um doas meus maiores gurus na Literatura. Sou muito grato a ele. Publiquei um livro de poesias na OPÇÃO 2. Assinei durante cinco anos uma Coluna literária no MENSAGEIRO, do grande Arthur Filho.
PARABÉNS a AMBOS.
Almir de Carvalho Filho - poeta.