Saibam todos que foi de suma a importância a
contribuição dada as HQs brasileiras e ao setor
editorial deste país por gente oriunda de outros
países e por seus descendentes, como:
italianos, Portugueses, judeus, argentinos,
chilenos, bolivianos etc.
contribuição dada as HQs brasileiras e ao setor
editorial deste país por gente oriunda de outros
países e por seus descendentes, como:
italianos, Portugueses, judeus, argentinos,
chilenos, bolivianos etc.
Nesta lista se destacam também os
filhos de imigrantes japoneses e seus
descendentes, como: Paulo e Roberto e
Fukue, Cláudio Seto, Paulo Hamasaki,
Minami Keizi, Kazuíco, Kimil, Lincoln
Ishida, Neide Harue, João Tanno,
Alexandre Nagado e outros.
Aliás, se não fosse os imigrantes a
própria América não seria o que
é hoje, mister Donald Trump.
filhos de imigrantes japoneses e seus
descendentes, como: Paulo e Roberto e
Fukue, Cláudio Seto, Paulo Hamasaki,
Minami Keizi, Kazuíco, Kimil, Lincoln
Ishida, Neide Harue, João Tanno,
Alexandre Nagado e outros.
Aliás, se não fosse os imigrantes a
própria América não seria o que
é hoje, mister Donald Trump.
O entrevistado, desta feita, é um fiel
representante da criatividade exuberante
dos filhos do País do Sol Nascente.
representante da criatividade exuberante
dos filhos do País do Sol Nascente.
Na sequência, vamos curtir
o depoimento de um velho amigo
de guerra...
o depoimento de um velho amigo
de guerra...
FAUSTO KATAOKA,
UM EX-BANCÁRIO QUE
UM EX-BANCÁRIO QUE
SE TORNOU UM
DOS MAIORES
DOS MAIORES
PRODUTORES DE
REVISTAS
DO BRASIL!
REVISTAS
DO BRASIL!
TONY 1: Poder entrevistar um
velho parceiro do tempo da editora
Noblet, de grandes happy hours
regatas a cervejas geladas é sempre
prazeroso, Kataoka Sam
(vulgo Faustolito, porque
fazia fotolitos).Rsss...
velho parceiro do tempo da editora
Noblet, de grandes happy hours
regatas a cervejas geladas é sempre
prazeroso, Kataoka Sam
(vulgo Faustolito, porque
fazia fotolitos).Rsss...
FAUSTO: RRSSSS...
TONY 2: Seu nome...verdadeiro é
mesmo Fausto Kataoka, meu
brother do Oriente?
mesmo Fausto Kataoka, meu
brother do Oriente?
FAUSTO: Lógico...nasci na época
de guerra... os pais não podiam
colocar nome em japonês nos
filhos que nasciam no Brasil,
que era um dos aliados.
de guerra... os pais não podiam
colocar nome em japonês nos
filhos que nasciam no Brasil,
que era um dos aliados.
TONY 3: É verdade, tinha me esquecido.
O Japão fazia parte do chamado Eixo...
perguntei porque lembrei que o nome
verdadeiro do Hamasaki era
Yohinobu, se não me engano...
mesmo tendo nascido aqui.
O saudoso Hama (vulgo Paulinho e
Grampolinha, segundo o mestre Salatiel
de Holanda, que sempre adorou colocar
apelidos no amigos,) nasceu antes
da guerra, por isso os pais del
puderam dar à ele um nome nipônico.
Ele era mais velho do que você.
Caiu a ficha... Mas o Hama
tinha uma cara de garotão,
era incrível.
Vamos nessa... Em que dia, mês,
ano e cidade você nasceu?
FAUSTO: Nasci no dia treze de maio
O Japão fazia parte do chamado Eixo...
perguntei porque lembrei que o nome
verdadeiro do Hamasaki era
Yohinobu, se não me engano...
mesmo tendo nascido aqui.
O saudoso Hama (vulgo Paulinho e
Grampolinha, segundo o mestre Salatiel
de Holanda, que sempre adorou colocar
apelidos no amigos,) nasceu antes
da guerra, por isso os pais del
puderam dar à ele um nome nipônico.
Ele era mais velho do que você.
Caiu a ficha... Mas o Hama
tinha uma cara de garotão,
era incrível.
Vamos nessa... Em que dia, mês,
ano e cidade você nasceu?
Hiroshima, Memorial da Paz |
FAUSTO: Nasci no dia treze de maio
TONY 4: Mais um caipira que deu certo em
S. Paulo. Rsss... Os seus pais vieram de que
parte do Japão e se Instalaram em
que região do Brasil ?
S. Paulo. Rsss... Os seus pais vieram de que
parte do Japão e se Instalaram em
que região do Brasil
FAUSTO: Os meus pais eram de Hiroshima e
de principio instalaram na região de Itape-
tininga, depois foram para interior outra
cidade do interior paulistano.
de principio instalaram na região de Itape-
tininga, depois foram para interior outra
cidade do interior paulistano.
Tragédia nucler em Hiroshima e Nagasaki |
Hiroshima, Memorial da Paz |
TONY 5: Caramba! Eles deram sorte, porque foi
em Hiroshima e Nagasaki, nas duas
cidades, que os bombardeiros americanos
detonaram as bombas atômicas, no
dia 6 de agosto de 1945, quando a
Segunda Grande Guerra estava
quase terminando. Aquilo foi puta
sacanagem...
Putz... se eles não embara-
cam pro Brasil você jamais teria
nascido... perderíamos um grande amigo
e um excelente profissional...
é mole?
Você, como todo bom filho de
oriental, lia muito mangás na infância
e adolescência, é óbvio...
... Pelo que sei, você trabalhava
em banco, mas em que setor específico ?
em Hiroshima e Nagasaki, nas duas
cidades, que os bombardeiros americanos
detonaram as bombas atômicas, no
dia 6 de agosto de 1945, quando a
Segunda Grande Guerra estava
quase terminando. Aquilo foi puta
sacanagem...
Putz... se eles não embara-
cam pro Brasil você jamais teria
nascido... perderíamos um grande amigo
e um excelente profissional...
é mole?
Você, como todo bom filho de
oriental, lia muito mangás na infância
e adolescência, é óbvio...
... Pelo que sei, você trabalhava
em banco, mas em que setor específico
FAUSTO: Na infância e adolescência,
eu lia muitos livros japonês
“shonenkurabu”...
(infanto-juvenil) e vários mangás.
Era fanático por quadrinhos...tinha
coleção quase inteira de
todos os gibis, inclusive os do
Tarzan....Rsss...
no banco eu cuidava de todas
agências....naquela época chama-se
secção de agências.
Tarzan era o xodó de Adolfo Aizen teve 700 edições no Brasil. Foi publicado entre 1951 e 1887 |
Fausto sempre foi alto, acima da média |
TONY 6: Naquela época bancário, apesar
se ter que trabalhar de terno e gravata,
ganhava bem. O que fez você aban-
donar uma carreira promissora e segura
para trabalhar numa firma de fotolito
(acetato - filme - onde eram registradas
as imagens, que depois seriam
gravadas nas chapas de impressoras).
Conta pra "nozes"... digo, pra nós,
como esta mutação aconteceu...
fotolitos davam mais dinheiro ou foi
doideira mesmo?
FAUSTO: É que na época conheci um
alemão chamado Klaus Rudiger que
sempre ia na agência e ele acabou
me convencendo a ir trabalhar na
firma dele,oferecendo-me o dobro
se ter que trabalhar de terno e gravata,
ganhava bem. O que fez você aban-
donar uma carreira promissora e segura
para trabalhar numa firma de fotolito
(acetato - filme - onde eram registradas
as imagens, que depois seriam
gravadas nas chapas de impressoras).
Conta pra "nozes"... digo, pra nós,
como esta mutação aconteceu...
fotolitos davam mais dinheiro ou foi
doideira mesmo?
FAUSTO: É que na época conheci um
alemão chamado Klaus Rudiger que
sempre ia na agência e ele acabou
me convencendo a ir trabalhar na
firma dele,oferecendo-me o dobro
do salário que eu ganhava.
Trabalhei com ele uns 4 anos.
A firma chamava-se Jaraguá
Artes Gráficas ...era naquela época
uma das firmas que tinham o primeiro
Leaser scanner no país, para fazer
a confecção de fotolitos a cores.
Por isso acabei conhecendo
muitas pessoas ligadas
às agência de publicidade e
também gente ligada ao
ramo editorial.
Trabalhei com ele uns 4 anos.
A firma chamava-se Jaraguá
Artes Gráficas ...era naquela época
uma das firmas que tinham o primeiro
Leaser scanner no país, para fazer
a confecção de fotolitos a cores.
Por isso acabei conhecendo
muitas pessoas ligadas
às agência de publicidade e
também gente ligada ao
ramo editorial.
TONY 7: etor editorial, um ramo tipicamente
de hebraícos... eles dominam os meio
de comunicação por todo o planeta,
para variar,,, Rssss.
Então você, bengala brother, saiu do
banco para trabalhar com o tal alemão
e depois acabou abrindo sua
própria empresa de fotolito?
Que editoras e agências
você tinha como cliente ?
de hebraícos... eles dominam os meio
de comunicação por todo o planeta,
para variar,,, Rssss.
Então você, bengala brother, saiu do
banco para trabalhar com o tal alemão
e depois acabou abrindo sua
própria empresa de fotolito?
Que editoras e agências
você tinha como cliente
FAUSTO: Depois que a firma do Klaus, a
Jaraguá, fechou ele me passou quase
todos os equipamentos, menos a
scanner que foi vendida para a
editora Abril... então eu, como não
tinha outra alternativa, mas tinha
clientes, comecei a fazer fotolitos.
TONY 8: Interreante isto... Qual era o nome
de seu primeiro cliente que produzia HQs?
Os preços compensavam?
o serviço era contínuo
FAUSTO: Ah. eu nâo me lembro....eu
só sei que todos os editores de pequeno
porte daquela época estavam comigo,
como a turma da editora SABER...
TAIKA...BENTIVEGNA...LA SELVA.
Depois veio o Minami, o Penteado,o
Noblet... e muitas editoras de livros.
O serviço era constante.
só sei que todos os editores de pequeno
porte daquela época estavam comigo,
como a turma da editora SABER...
TAIKA...BENTIVEGNA...LA SELVA.
Depois veio o Minami, o Penteado,o
Noblet... e muitas editoras de livros.
O serviço era constante.
TONY 9: Curiosamente, nós nos conhecemos
nos anos 70 na editora Saber, sediada no
Brás – tradicional bairro italiano da cidade,
reduto de editores - que na época, lançava no
formato pocket book diversos clássicos da
King Features, como: Fantasma, Mandrake,
Zero, O Soldado Raso (Recruta Zero), Brick
Bradford, Ferdinando e outros títulos.
Eu estava começando a trabalhar no
metiê. Eles encomendaram para mim
uma revista, que era, na real, um
almanaque com uma porrada de págs.
Minha filha mais velha, Cristiane, tinha
acabado de nascer, eu precisava de
dinheiro, daí pedi 50% adiantado pra
fazer o trabalho.
Eles liberaram. Durante uma
semana trabalhei sozinho, feito doido,
atravessando madrugadas,
para entregar o material,
mas quando cheguei na editora,
um dos editores me disse:
"Garoto, desculpe-nos, mas decidimos
nãopublicar mais o material que
encomendamos. Aliás, dá pra
devolver o dinheiro?
Nem fodendo, pensei.
Fiquei puto. Cancelaram a edição e
ainda por cima queriam a grana de
volta. Aí disse pra ele que aquilo era
sacanagem e que eu tinha trabalhado
pra cacete, pra entregar o material
no prazo estipulado.
O homem disse que não tinha nada com
isso, queria o dinheiro. De repente, o
ujeito levantou-e arregaçando a
manga da camisa, como se fosse
me agredir. Berrei: Se tentar me bater
vai tomar porradas, meu chapa!
Ele retrucou e disse que não
queria saber.
Eu estava tendo uma discussão
acalorada com aquele sócio da
editora. O clima esquentou quando
ele chamou pelo irmão, que
estava na outra sala.
Foi naquele momento de tensão
que entrou em cena um anjo
do Oriente para me salvar:
Kataoka Sam. Que na época
parecia o Bruce Lee. Rsss...
Os ânimos se acalmaram,
quando ele viu você, japa.
Aproveitei, peguei os meus
originais e dei o fora dali,
e disse: Agora você vai
ficar sem a grana e sem
o originai, idiota!
Brother Faustônico, devo
agradecer a você por ter salvado
a minha pele naquele dia.
Tá lembrado disso, brother?
Você, o que foi fazer lá,
também fazia fotolitos para
aquele pícaros?
Ah, agora me lembrei, me encomen-
daram o tal almanaque porque o Edú,
que desenhava o Praça Atrapalhado,
parou de trabalhar para eles.
Deve ter tido bons motivos.
E, como a serie vendia
bem queriam que eu fizesse algo
na mesma linha, ou seja, uma sátira
militar brasileira. Criei O Incrível
Campo Grude, que só foi publicado
anos depois numa das revistas da
editora Noblet.
nos anos 70 na editora Saber, sediada no
Brás – tradicional bairro italiano da cidade,
reduto de editores - que na época, lançava no
formato pocket book diversos clássicos da
King Features, como: Fantasma, Mandrake,
Zero, O Soldado Raso (Recruta Zero), Brick
Bradford, Ferdinando e outros títulos.
Eu estava começando a trabalhar no
metiê. Eles encomendaram para mim
uma revista, que era, na real, um
almanaque com uma porrada de págs.
Minha filha mais velha, Cristiane, tinha
acabado de nascer, eu precisava de
dinheiro, daí pedi 50% adiantado pra
fazer o trabalho.
Eles liberaram. Durante uma
semana trabalhei sozinho, feito doido,
atravessando madrugadas,
para entregar o material,
mas quando cheguei na editora,
um dos editores me disse:
"Garoto, desculpe-nos, mas decidimos
nãopublicar mais o material que
encomendamos. Aliás, dá pra
devolver o dinheiro?
Nem fodendo, pensei.
Fiquei puto. Cancelaram a edição e
ainda por cima queriam a grana de
volta. Aí disse pra ele que aquilo era
sacanagem e que eu tinha trabalhado
pra cacete, pra entregar o material
no prazo estipulado.
O homem disse que não tinha nada com
isso, queria o dinheiro. De repente, o
ujeito levantou-e arregaçando a
manga da camisa, como se fosse
me agredir. Berrei: Se tentar me bater
vai tomar porradas, meu chapa!
Ele retrucou e disse que não
queria saber.
Eu estava tendo uma discussão
acalorada com aquele sócio da
editora. O clima esquentou quando
ele chamou pelo irmão, que
estava na outra sala.
Foi naquele momento de tensão
que entrou em cena um anjo
do Oriente para me salvar:
Kataoka Sam. Que na época
parecia o Bruce Lee. Rsss...
Os ânimos se acalmaram,
quando ele viu você, japa.
Aproveitei, peguei os meus
originais e dei o fora dali,
e disse: Agora você vai
ficar sem a grana e sem
o originai, idiota!
Brother Faustônico, devo
agradecer a você por ter salvado
a minha pele naquele dia.
Tá lembrado disso, brother?
Você, o que foi fazer lá,
também fazia fotolitos para
aquele pícaros?
Ah, agora me lembrei, me encomen-
daram o tal almanaque porque o Edú,
que desenhava o Praça Atrapalhado,
parou de trabalhar para eles.
Deve ter tido bons motivos.
E, como a serie vendia
bem queriam que eu fizesse algo
na mesma linha, ou seja, uma sátira
militar brasileira. Criei O Incrível
Campo Grude, que só foi publicado
anos depois numa das revistas da
editora Noblet.
FAUSTO: Sim, me lembro de tudo.
Foi na década de 70. Você estava só.
Rssss. Vira e mexe eu ia na editora,
porque quase toda a produção de
fotolitos dela, os gibis, caíam
em minhas mãos.
Foi na década de 70. Você estava só.
Rssss. Vira e mexe eu ia na editora,
porque quase toda a produção de
fotolitos dela, os gibis, caíam
em minhas mãos.
TONY 10: Algum tempo depois, soube
que você tinha uma firma que produzia
fotolitos para as gráficas e editoras.
Então, decidi visitá-lo.
Acho que foi na rua Tamandaré...
que você tinha uma firma que produzia
fotolitos para as gráficas e editoras.
Então, decidi visitá-lo.
Acho que foi na rua Tamandaré...
FAUSTO: Não... eu abri a firma na rua
Espirito Santo... depois fui para a rua
Lavapés, no bairro doCambuci...
Espirito Santo... depois fui para a rua
Lavapés, no bairro doCambuci...
TONY 11: Tens razão. Naquela época,
ao entrar na sua firma dei de cara com um
japa baixinho, que usava óculos e estava
varrendo o chão. De imediato eu o
reconheci, porque já tinha visto ele na casa
do Ignácio Justo: era Paulo Hamasaki.
O Hama trabalhava para você ?
ao entrar na sua firma dei de cara com um
japa baixinho, que usava óculos e estava
varrendo o chão. De imediato eu o
reconheci, porque já tinha visto ele na casa
do Ignácio Justo: era Paulo Hamasaki.
O Hama trabalhava para você
FAUSTO: Ah, sim. Trabalhava...
Isto é, o Paulo estava meio perdido
profissionalmente naquela época.
Tinha saído do Maurício,
estava trabalhado para algumas
editoras pequenas e até tinha feito uma
HQ romântica para uma revista da Abril.
Pediu ajuda e por isso fiquei um tempo
com ele. Mas, jamais pedi pra
ele varrer o chão.
No fundão: Fausto, Gil Firmino, Toninho Duarte, W. Felipe. Na frente: Luís Sátiro, Hamasaki e Wilson Fernandes |
TONY 12: Ficamos uma data sem nos
vermos. Anos depois, ao comprar duas
revistas da Noblet, Akim e Espoleta,
esta última desenhada pelo Avalone.
Algum tempo depois a revista que
era do Avalone mudou o nome para
Miudo, sei lá. Só sei que a revista
mudou de personagem e trazia
a assinatura do Hamasaki -
um grande intelectual que
encontrei no ramo...
.
Li o expediente e fui bater na
porta da editora com meu portfólio.
Eu não tinha saída ou nada à perder.
Era músico e desenhita. Tinha duas
profissões complicadas pra ganhar
dinheiro, segundo dizia meu velho pai,
que tinha falecido a pouco tempo.
Com mulher e uma filha para criar, ou
me dava bem no ramo ou mudava de
profissão. Rsss. Eu estava numa
pindaíba, precisando trabalhar.
A Noblet ficava numa rua atrás da Praça da
República (Marquês de Itú), no centro
velho da cidade. E foi assim que acabei
fazendo meus primeiros trabalhos,
como freelancer, para enxertar as páginas
da revista Akim, graças ao Hama, que
me deu oportunidade. Ele adorava os
meus textos de HQs de humor.
Inicialmente comecei a fazer passatem-
pos e as primeiras HQs que fiz para a
Noblet foram Capitão Savana em Safari
da Pesada (que virou serie durante
5 anos, na revita Akim). Depois, fiz
duas sátiras chamadas
Seção Terrir, com O Lobilomem
(que depois virou serie na revista
Carabina Slim) e Kharis, A Múmis.
ambas saíram na revista Jogos
e Diversões - que eu e o Wanderlei
Felipe (Vanderfel) fazíamos-, no final
da década de 70, para a Noblet.
A Noblet cresceu, montou parque
gráfico e acabei sendo contratado
como assitente de arte do Hama.
Certo dia, você, de repente,
apareceu por lá... Aonde você esteve
durante anos, visto que
ninguém sabia o seu paradeiro ?
Teria surfado em Miami, durante
aquele período, ou estava treinando
artes marciais com um monge
no Tibet? Rssss...
gráfico e acabei sendo contratado
como assitente de arte do Hama.
Certo dia, você, de repente,
apareceu por lá... Aonde você esteve
durante anos, visto que
ninguém sabia o seu paradeiro
Teria surfado em Miami, durante
aquele período, ou estava treinando
artes marciais com um monge
no Tibet? Rssss...
Tcham-tcham-tcham...
FAUSTO: Fiquei um tempo no bairro
da Lapa fazendo apostilas...depois fui
para a rua Tamandaré fazer as
confecção de apostilas do curso
Anglo Latino e da Editora Nacional.
Depois, como conhecia o Sr. José,
da Noblet, ele me convidou para tomar
conta da gráfica. Achei boa a proposta,
mas decidi pensar melhor
no assunto.
FAUSTO: Fiquei um tempo no bairro
da Lapa fazendo apostilas...depois fui
para a rua Tamandaré fazer as
confecção de apostilas do curso
Anglo Latino e da Editora Nacional.
Depois, como conhecia o Sr. José,
da Noblet, ele me convidou para tomar
conta da gráfica. Achei boa a proposta,
mas decidi pensar melhor
no assunto.
TONY 13: Perfeito, grande guru do Oriente...
Você levou para a editora um pacote
imenso de trabalho de impressão, de
apostilas do Colégio Anglo Latino.
Você levou para a editora um pacote
imenso de trabalho de impressão, de
apostilas do Colégio Anglo Latino.
O editor, de imediato, adorou aquilo
e obviamente começou a sonhar
com a grana que poderia embolsar
ao rodar as tais apostilas.
O que eu e o Hama nunca entendemos,
é que, de repente, você passou a ir diaria-
mente para a editora, como se fosse funcio-
nário, e pouco tempo depois estava
consertando máquinas gráficas, montando
astralões - Grande folha de acetato onde
eram montados os fotolitos antes de
serem gravados na chapa -,
examinando fotolitos, selecionando
cromos, gravando chapas e até cuidando
do acabamento das edições... Você
também auxiliava o nosso querido
amigo Davi, que era o impressor
oficial da casa.
Dá para explicar o que aconteceu?
O seu Joseph, (vulgo Miter No) o
contratou por zilhões de dólares?
Rsss, dúvido... ele era gente boa,
mas o sangue judaíco falava mais
alto... Fora da empresa ele era um
gentleman - sempre nos
levava para bons restaurantes
e sempre pagava a conta.
Não tinha miséria. Mas...
dentro da firma fazia um
escarcéu por causa de centavos.
Rssss... Era uma choradeira
danada. Era um sarro...
Apesar disso, gostávamos do
chefe... Mas, diga aí, como e por
quanto ele comprou seu passe?
e obviamente começou a sonhar
com a grana que poderia embolsar
ao rodar as tais apostilas.
O que eu e o Hama nunca entendemos,
é que, de repente, você passou a ir diaria-
mente para a editora, como se fosse funcio-
nário, e pouco tempo depois estava
consertando máquinas gráficas, montando
astralões - Grande folha de acetato onde
eram montados os fotolitos antes de
serem gravados na chapa -,
examinando fotolitos, selecionando
cromos, gravando chapas e até cuidando
do acabamento das edições... Você
também auxiliava o nosso querido
amigo Davi, que era o impressor
oficial da casa.
Dá para explicar o que aconteceu?
O seu Joseph, (vulgo Miter No) o
contratou por zilhões de dólares?
Rsss, dúvido... ele era gente boa,
mas o sangue judaíco falava mais
alto... Fora da empresa ele era um
gentleman - sempre nos
levava para bons restaurantes
e sempre pagava a conta.
Não tinha miséria. Mas...
dentro da firma fazia um
escarcéu por causa de centavos.
Rssss... Era uma choradeira
danada. Era um sarro...
Apesar disso, gostávamos do
chefe... Mas, diga aí, como e por
quanto ele comprou seu passe?
FAUSTO: É simples... Bem antes
disso ele tinha me oferecido emprego,
comocitei anteriormente... eu não estava
querendo, mas depois de refletir
muito acabei cedendo. Afinal
a proposta financeira que recebi
não era tão ruim - apesar de
não ser zilhões de dólares,
Tony. Rss,,, E era...
disso ele tinha me oferecido emprego,
comocitei anteriormente... eu não estava
querendo, mas depois de refletir
muito acabei cedendo. Afinal
a proposta financeira que recebi
não era tão ruim - apesar de
não ser zilhões de dólares,
Tony. Rss,,, E era...
TONY 14: O legal era que recebíamos
toda sexta-feira... Em fim, eu você e o
Hama convivemos juntos
por cinco longos anos na Noblet,
dando belas gargalhadas - e às vezes até
maldizendo o chefe. Porém, éramos felizes.
Fazíamos aquilo que sempre adoramos:
trabalhávamos com revistas, veículos
de comunicação, Também
conhecemos e convivemos com
gente importante do meio, enquanto
cuidávamos de uma porrada
de publicações mensais.
A semana era pauleira...
Para relaxar, toda sexta-feira, depois
do expediente, fazíamos nosso
happy hour. Uma verdadeira via
sacra pelos botecos até o centro
da cidade - a Noblet era no
bairro do Cambuci, na divisa coom
a Aclimação. Aquilo era um puta
"sofrimento", regado por
cervejas geladas, cachaça coquinho
e petiscos variados... Rssss.
Deu até água na boca...
Aquelas baladas, muitas vezes rasgavam
a madrugada, o que provocava certa
revolta da nossas esposas, que não
aprovavam a gandaia semanal...
Bons tempos aqueles...Rsss.
Eu e o Hama cuidávamos do estúdio,
preparando, retocando, produzindo,
revisando os originais e atendendo
os freelas, enquanto você cuidava
de toda a produção gráfica.
Dá para explicar uma coisa,
desculpe-me pela insistência:
Você deixou de faturar 10% do
valor das impressões das
apostilas do Anglo, por um
salário semanal, fixo, foi isto ?
Na época pensei, o japa
é maluco...
toda sexta-feira... Em fim, eu você e o
Hama convivemos juntos
por cinco longos anos na Noblet,
dando belas gargalhadas - e às vezes até
maldizendo o chefe. Porém, éramos felizes.
Fazíamos aquilo que sempre adoramos:
trabalhávamos com revistas, veículos
de comunicação, Também
conhecemos e convivemos com
gente importante do meio, enquanto
cuidávamos de uma porrada
de publicações mensais.
A semana era pauleira...
Para relaxar, toda sexta-feira, depois
do expediente, fazíamos nosso
happy hour. Uma verdadeira via
sacra pelos botecos até o centro
da cidade - a Noblet era no
bairro do Cambuci, na divisa coom
a Aclimação. Aquilo era um puta
"sofrimento", regado por
cervejas geladas, cachaça coquinho
e petiscos variados... Rssss.
Deu até água na boca...
Aquelas baladas, muitas vezes rasgavam
a madrugada, o que provocava certa
revolta da nossas esposas, que não
aprovavam a gandaia semanal...
Bons tempos aqueles...Rsss.
Eu e o Hama cuidávamos do estúdio,
preparando, retocando, produzindo,
revisando os originais e atendendo
os freelas, enquanto você cuidava
de toda a produção gráfica.
Dá para explicar uma coisa,
desculpe-me pela insistência:
Você deixou de faturar 10% do
valor das impressões das
apostilas do Anglo, por um
salário semanal, fixo, foi isto ?
Na época pensei, o japa
é maluco...
FAUSTO: Não... Passei a receber
um fixo mais uma porcentagem dos
lucros... pelo menos esta era a
proposta dele, mas eu nunca
recebi um tostão... Rssss...
um fixo mais uma porcentagem dos
lucros... pelo menos esta era a
proposta dele, mas eu nunca
recebi um tostão... Rssss...
TONY 15: Não rescebeu nenhuma
porra nenhuma? Caramba, o Old Fox -
eu e o Hama apelidamos o chefão assim-
não era fraco, não... Rssss.
Ok, depois dessa, só nos resta
prosseguir... Cinco anos depois deixei
a Noblet para montar meu primeiro
estúdio, minha primeira empresa
(E.T.F Comunicação), que
acabou virando uma editora,
por estar cansado de levar
“canseira” para receber de certos
editores que eram mais duros do que
eu. Mais quebrados do que arroz de
terceira... Um dia pensei:
“Se esses “durangos” podem editar,
eu também posso.”
porra nenhuma? Caramba, o Old Fox -
eu e o Hama apelidamos o chefão assim-
não era fraco, não... Rssss.
Ok, depois dessa, só nos resta
prosseguir... Cinco anos depois deixei
a Noblet para montar meu primeiro
estúdio, minha primeira empresa
(E.T.F Comunicação), que
acabou virando uma editora,
por estar cansado de levar
“canseira” para receber de certos
editores que eram mais duros do que
eu. Mais quebrados do que arroz de
terceira... Um dia pensei:
“Se esses “durangos” podem editar,
eu também posso.”
Fui ao JB (Jornal do Brasil), no Rio
de Janeiro, graças ao Almir, que era
vendedor gráfico na época.
Eu o conheci aqui em São Paulo.
Em suma, fui ao Rio para rodar
meus primeiros produtos editoriais.
Meses depois, fiquei sabendo que você
e o Hama também tinham saido
da Noblet e estavam juntos.
E, que o Hama tinha aberto a editora
dele. Quantos anos você trabalhou
para a Noblet?
de Janeiro, graças ao Almir, que era
vendedor gráfico na época.
Eu o conheci aqui em São Paulo.
Em suma, fui ao Rio para rodar
meus primeiros produtos editoriais.
Meses depois, fiquei sabendo que você
e o Hama também tinham saido
da Noblet e estavam juntos.
E, que o Hama tinha aberto a editora
dele. Quantos anos você trabalhou
para a Noblet?
FAUSTO: Seis anos...
TONY 16:Você bebeu? Se eu fiquei
5 anos e saí antes de vocês, como
pode ter ficado lá cinco anos? Não
tem lógica, panacon... Pra mim, você e
o Hama ficaram lá uns
10 anos... Seguindo avante...
Nos dávamos bem com o Hamasaki,
o cara era um grande artista, mas
jamais levou jeito para o comércio -
como a grande maioria dos artitas,
infelizmente. O Hamaski era seletivo
e pouco comunicativo com estranhos.
Segundo o chefe dos meus espiões,
você era quem fazia as nego-
ciatas para a editora Hamasaki...
gráficas, segurava as "buchas" etc.
Isto é certo?
5 anos e saí antes de vocês, como
pode ter ficado lá cinco anos? Não
tem lógica, panacon... Pra mim, você e
o Hama ficaram lá uns
10 anos... Seguindo avante...
Nos dávamos bem com o Hamasaki,
o cara era um grande artista, mas
jamais levou jeito para o comércio -
como a grande maioria dos artitas,
infelizmente. O Hamaski era seletivo
e pouco comunicativo com estranhos.
Segundo o chefe dos meus espiões,
você era quem fazia as nego-
ciatas para a editora Hamasaki...
gráficas, segurava as "buchas" etc.
Isto é certo?
FAUSTO: A principio sim....mas depois
larguei mão... era estressante. Rssss...
larguei mão... era estressante. Rssss...
TONY 17: Vocês trabalharam juntos
um bom tempo. Pelo que me lembro, a
editora do Hama surgiu no final
dos anos... anos... 80? Algum tempo
depois você passou a tra-
um bom tempo. Pelo que me lembro, a
editora do Hama surgiu no final
dos anos... anos... 80? Algum tempo
depois você passou a tra-
balhar com a Nova Sampa Diretriz.
Como foi que você conheceu o
Carlos Alberto Cazzamatta
(vulgo Turquinho e Pícaro),
dono da editora? Rsss.
Toda vez que eu chamava ele de
Turquinho, ele me xingava. Rssss.
Mas, o cara é legal, é batalhador e no
ano passado, quando precisei de
algumas edições da Sampa ele me
mandou uma porrada,
gratuitamente. Naquele dia até
choveu... Rssss. Tô brincando, Cazza.
O cara é brother, apesar da opinião
não ser unânime...
Mas, ninguém é perfeito...
Como foi que você conheceu o
Carlos Alberto Cazzamatta
(vulgo Turquinho e Pícaro),
dono da editora? Rsss.
Toda vez que eu chamava ele de
Turquinho, ele me xingava. Rssss.
Mas, o cara é legal, é batalhador e no
ano passado, quando precisei de
algumas edições da Sampa ele me
mandou uma porrada,
gratuitamente. Naquele dia até
choveu... Rssss. Tô brincando, Cazza.
O cara é brother, apesar da opinião
não ser unânime...
Mas, ninguém é perfeito...
FAUSTO: Conheci o Carlos quando eu
estava na Noblet... eu que ensinei pra ele
os formatos dos papéis e também
como calcular os pesos deles e os
formatos das revistas.
estava na Noblet... eu que ensinei pra ele
os formatos dos papéis e também
como calcular os pesos deles e os
formatos das revistas.
TONY 19: O cara era leigo em matéria
de editora e de produção gráfica.
Um zero à esquerda.
Para quem não entendia
bulhufas, até que ele se deu bem.
Bem de mais... soube como
faturar e soube aplicar os
trocos... O Turquinho não
"bobeia", Fausto Sam...
Lembro-me que na época o Franco
de Rosa comandava o pessoal
da produção das edilções,
para a Sampa e você, acho
que cuidava dos fotolitos e da
produção gráfica, se não me
engano... Era isto mesmo?
de editora e de produção gráfica.
Um zero à esquerda.
Para quem não entendia
bulhufas, até que ele se deu bem.
Bem de mais... soube como
faturar e soube aplicar os
trocos... O Turquinho não
"bobeia", Fausto Sam...
Lembro-me que na época o Franco
de Rosa comandava o pessoal
da produção das edilções,
para a Sampa e você, acho
que cuidava dos fotolitos e da
produção gráfica, se não me
engano... Era isto mesmo?
FAUSTO: Sim, eu e o Franco estávamos
juntos ... naquela época o Cazza
alugou uma casa para gente
produzir. Apesar de repartirmos o
mesmo ambiente, cada um
de nós era independente.
O Franco e eu produzíamos
diversas edições para a Sampa.
Eu com os meus colaboradores e
o Franco com os dele...
TONY 20: Entendido, câmbio...
Rsss. Na década de 90, depois
que a Phenix Editorial - mi nha
editora - foi pro brejo, fiquei vários
anos fazendo freelas, em casa, onde
montei um estúdio. Um dos meus
principais clientes - fazia uma
pancada de revistas. Eu fornecia
mensalmente diveras edições para
a ERT, editora do saudoso Ruy
Takahashi, que era irmão de um
grande amigo nosso, Jorge, também
falecido.
Na época o mercado estava ruim
pra HQs... mas, de repente, o Hercílio,
ex-gerente da gráfica Brasiliana, que
atendia a Sampa, a Phenix. a Vidente
juntos ... naquela época o Cazza
alugou uma casa para gente
produzir. Apesar de repartirmos o
mesmo ambiente, cada um
de nós era independente.
O Franco e eu produzíamos
diversas edições para a Sampa.
Eu com os meus colaboradores e
o Franco com os dele...
Cazzamatta (vulgo Turquinho) |
Rsss. Na década de 90, depois
que a Phenix Editorial - mi nha
editora - foi pro brejo, fiquei vários
anos fazendo freelas, em casa, onde
montei um estúdio. Um dos meus
principais clientes - fazia uma
pancada de revistas. Eu fornecia
mensalmente diveras edições para
a ERT, editora do saudoso Ruy
Takahashi, que era irmão de um
grande amigo nosso, Jorge, também
falecido.
Na época o mercado estava ruim
pra HQs... mas, de repente, o Hercílio,
ex-gerente da gráfica Brasiliana, que
atendia a Sampa, a Phenix. a Vidente
e outras editoras, surgiu com a Escala.
E, você e seus filhos comandavam
o lendário estúdio Mid West, que
trabalhava com exclusividade
para a Escala. Em que ano vocês
abriram a Mid?
E, você e seus filhos comandavam
o lendário estúdio Mid West, que
trabalhava com exclusividade
para a Escala. Em que ano vocês
abriram a Mid?
FAUSTO: Foi nos anos 90. mas não me lembro
exatamente o ano... acho que 95, 96...
sei lá...
TONY 21: De súbito, aquele ex-bancário,
brincalhão e bonachão, adorador de cervejas
e de bons bate papos, que tinha trocado
a estabilidade de uma sóloda instituição
financeira para se aventurar no mundo
gráfico, para fazer fotolitos, ao lado de
seus filhos, tinha se transformado no
maior produtor de revistas, de diversos
gêneros, do país. Vocês fizeram inúmeros
produtos editoriasi, exceto HQs.
brincalhão e bonachão, adorador de cervejas
e de bons bate papos, que tinha trocado
a estabilidade de uma sóloda instituição
financeira para se aventurar no mundo
gráfico, para fazer fotolitos, ao lado de
seus filhos, tinha se transformado no
maior produtor de revistas, de diversos
gêneros, do país. Vocês fizeram inúmeros
produtos editoriasi, exceto HQs.
Nas instalações do estúdio da família
Kataoka havia um monte de jovens que
produziam com seus computadores
uma porrada de revistas, como se
fossem pastéis. De quem foi a ideia
de indusrializar e modernizar
a produção, Faustão?
Eu só tinha visto algo como aquilo -
uma infraestrutura grande e arrojada
com tecnologia de ponta-, na
editora Abril.
Kataoka havia um monte de jovens que
produziam com seus computadores
uma porrada de revistas, como se
fossem pastéis. De quem foi a ideia
de indusrializar e modernizar
a produção, Faustão?
Eu só tinha visto algo como aquilo -
uma infraestrutura grande e arrojada
com tecnologia de ponta-, na
editora Abril.
FAUSTO: Ahhh... Lembrei, a Midi
West foi aberta em 2001. À princípio
estávamos produzindo em pequena
escala numa modesta instalação,
você sabe... depois graças a editora Escala
fomos obrigados a mudar para um lugar mais
amplo e produzir em massa. O estúdio
ficou sob o comando do meu filho
Fabio Kataoka... que entendia bem
de computador.
Dai deslanchamos...
Fábio Kataoka, PP e Nilson Fiesta (editora\DicoveryMinuano) |
Títulos como Ultra Jovem fizeram muito
sucesso e marcaram uma geração,
na virada do século...
Quem foi o criador da Ultra Jovem?
na virada do século...
Quem foi o criador da Ultra Jovem?
FAUSTO: Acho que foi Fabio que teve
a ideia de começar a produzir uma
revista que falava de mangás, games.
Daí ele contratou o Balbino, que era
fanático por games e mangás.
a ideia de começar a produzir uma
revista que falava de mangás, games.
Daí ele contratou o Balbino, que era
fanático por games e mangás.
TONY: Grande, Balbino. Foi o homem
certo, no lugar e na hora certa...
Do dia para a noite a Escala, que montou
parque gráfico, começou a ocupar quase
todos os espaços nas bancas, oferecendo
inúmeros títulos a preços módicosç
Aquilo começou a preocupar os
pequenos e até os grandes
concorrentes.
Na sede da Kataoka Corporation
(esta foi boa! Rss...) as churrascadas
eram constantes nos finais de semana,
regadas a muitas cervejas, churrascos e até
música ao vivo. Você tem ideia de quan-
tas pessoas trabalhavam ou colabo-
ravam com vocês naquela época
de “vacas gordas”?
certo, no lugar e na hora certa...
Do dia para a noite a Escala, que montou
parque gráfico, começou a ocupar quase
todos os espaços nas bancas, oferecendo
inúmeros títulos a preços módicosç
Aquilo começou a preocupar os
pequenos e até os grandes
concorrentes.
Na sede da Kataoka Corporation
(esta foi boa! Rss...) as churrascadas
eram constantes nos finais de semana,
regadas a muitas cervejas, churrascos e até
música ao vivo. Você tem ideia de quan-
tas pessoas trabalhavam ou colabo-
ravam com vocês naquela época
de “vacas gordas”?
FAUSTO: Sei lá quantos trabalhavam
com a gente... Mas, eram todos
Freelancers, meu amigo...
cada um produzia um titulo.
Pensando bem...acho que tinha
umas 16 pessoas ao todo.
Todos eram produtores
independentes.
com a gente... Mas, eram todos
Freelancers, meu amigo...
cada um produzia um titulo.
Pensando bem...acho que tinha
umas 16 pessoas ao todo.
Todos eram produtores
independentes.
TONY 24: Para administrar o gordo
faturamento do estúdio foi contratado
um financeiro, chamado Agnaldo.
Você, na época, tinha noção do quanto
estavam faturando mensalmente,
apesar da imensa folha de pagamento
e das despesas fixas mensais?
Você estavam bem
instalados e bem equipados.
faturamento do estúdio foi contratado
um financeiro, chamado Agnaldo.
Você, na época, tinha noção do quanto
estavam faturando mensalmente,
apesar da imensa folha de pagamento
e das despesas fixas mensais?
Você estavam bem
instalados e bem equipados.
FAUSTO: Ah... não sei ao certo.
O pagamento era semanal... nós,
nós girávamos muita grana, mas
a despesa era grande, como
mencionou. Outro problema é que
nem sempre nossos freelas faziam
uma edição sozinho e assim tinha
que dividir o lucros. Muitas vezes
eles não faturavam tão bem,
por causa disso.
Por exemplo: Os meus projetos,
por eu não entender muito de
informática, eu preciava de
diversos colaboradores: digitador,
articulista, revisor etc. Aconteceu
de eu receber o dinheiro, pagar o
pessoal e ficar com pouca grana.
Por isso, alguns produtores não
recebiam quase nada...
outros ganhavam bem, porque
desenvolviam o projeto sózinhos.
Eu e meus filhos, após pagar as
despesas, muitas vezes ficávamos
quase sem nada, também.
Você sabe, o ramo tem altos
e baixos... Masn nada tenho
a reclamar. Foi uma boa época.
As festas, as farras eram
para motivar a equipe...
TONY 25: Motivar ou turbinar?
Esqueça, pensei alto. Rsss.
Mesmo faturando alto, você sempre
foi aquele sujeito simples e
brincalhão, que andava de ônibus,
metro e não tá nem aí com carros
importados. Você é o oposto
dos seus filhos...
Quem dirigia o mega estúdio, como já
foi dito, era um de seus filhos, Fábio
Kataoka (vulgo Nezinho). Porém,
além da sua prole, há um, cara gente
fina, um fiel escudeiro que
acompanha a família Kataoka até
hoje: Mister Gola.
Faustônico, o Gola faz parte da
família? Como você o conheceu?
Esqueça, pensei alto. Rsss.
Mesmo faturando alto, você sempre
foi aquele sujeito simples e
brincalhão, que andava de ônibus,
metro e não tá nem aí com carros
importados. Você é o oposto
dos seus filhos...
Quem dirigia o mega estúdio, como já
foi dito, era um de seus filhos, Fábio
Kataoka (vulgo Nezinho). Porém,
além da sua prole, há um, cara gente
fina, um fiel escudeiro que
acompanha a família Kataoka até
hoje: Mister Gola.
Faustônico, o Gola faz parte da
família? Como você o conheceu?
FAUSTO: Gola, desde quando ele nasceu
sempre esteve em nossa casa.
Éramos vizinhos na zona norte.
Ele é como se fosse da família.
sempre esteve em nossa casa.
Éramos vizinhos na zona norte.
Ele é como se fosse da família.
TONY 26: Beleza, entendido...
Você sempre foi um cara muito
bem relacionado e respeitado com
os editores, artistas e gráficos...
a que você deve esta singular
popularidade.?
Você sempre foi um cara muito
bem relacionado e respeitado com
os editores, artistas e gráficos...
a que você deve esta singular
popularidade.?
FAUSTO: Ah... eu sempre fui simples...
sempre gostei de arte e sempre apoiei
os desenhista, donos de gráficas
e editores.
sempre gostei de arte e sempre apoiei
os desenhista, donos de gráficas
e editores.
TONY 27: Qual a publicação que vocês
fizeram para a Escala que mais
vendeu, sabe dizer?
fizeram para a Escala que mais
vendeu, sabe dizer?
TONY 28: Faustônico, vocês, apesar de
terem produzido os mais variados
gêneros para a Escala, jamais produ-
ziram HQs, por quê não acreditavam
neste tipo de publicação ?
terem produzido os mais variados
gêneros para a Escala, jamais produ-
ziram HQs, por quê não acreditavam
neste tipo de publicação
FAUSTO: Os quadrinhos brasileiros, como
dizia o HAMA... não tem consumidores...
mal pagam o papel, a impresão
e o artista...
TONY 29: O Hama disse isso?
Com todo respeito ao falecido, mas
ele devia estar bêbado... Não posso
acreditar. Taí Mauricio para desmentí-lo.
E ele começou com o homem.
Acho que ele falou sem pensar,
porque HQs de qualidade são viáveis
comercialmente, desde que tenham
bons desenhos e argumentos, preços
acessíveis, boa tiragens, distribuição
bem feita e divulgação.
Mas, deixa pra lá... Diz o ditado que
tudo que sobe um dia tem que descer...
Os anos de ouro da Escala findaram e
atualmente ela já não detém boa fatia
do mercado como outrora.
Depois que o sonho com a Escala
acabou, você e seus filhos: Fábio
(vulgo Nezinho), Flávio (vulgo Nezão),
Hugo (vulgo Bó) e Carlos
(vulgo Gordo) abriram diversas
casas editoriais, eu acho, que
não obtiveram o mesmo êxito que
tiveram com a Ecala. Isto é normal
num mercado instável como o
nosso, ainda mais com a tal crise
política e monetária pelas quais
passa o país, repleto de políticos
que só sabem roubar o dinheiro
público. Espero que a Lava Jato
de um fim nessa corja...
De volta ao asunto... Além da Geek, que outras razões
sociais vocês criaram?
TONY 30: Algum tempo depois,
a família descendente de japoneses
voltou a atacar produzindo para
a editora Minuano, mas não tinha
o mesmo ímpeto de criatividade
dos tempos da Escala.
Nesta fase a maioria das edições
eram produzidas pela própria família.
Poucos colaboradores,
como Freddy Galan, Rivaldo
Chinem e outros trabalhavam com
vocês. Daí deduzi que, talvez,
a verba que vocês ontinham para
cada edição era menor
do que a do tempo da Escala,
resultando num "enxugamento"
de colaboradores.
Pergunto: Os preços pagos pela
Minuano eram tão bons quanto
os que a Escala?
a família descendente de japoneses
voltou a atacar produzindo para
a editora Minuano, mas não tinha
o mesmo ímpeto de criatividade
dos tempos da Escala.
Nesta fase a maioria das edições
eram produzidas pela própria família.
Poucos colaboradores,
como Freddy Galan, Rivaldo
Chinem e outros trabalhavam com
vocês. Daí deduzi que, talvez,
a verba que vocês ontinham para
cada edição era menor
do que a do tempo da Escala,
resultando num "enxugamento"
de colaboradores.
Pergunto: Os preços pagos pela
Minuano eram tão bons quanto
os que a Escala?
FAUSTO: A Minuano pagava de acordo
com o mercado, você sabe como
a coisa funciona, Tony.
com o mercado, você sabe como
a coisa funciona, Tony.
TONY 31: Há alguns anos atrás era Fábio
Kataoka quem comandava a Escala
Educacional. Depois disso, ele
associou-se a Nilson Fiesta -
dono da Minuano e ex-funcionário
da Escala. Juntos fundaram a editora
Discovery, especializada em livros
culturais. Parece que seu filho,
decidiu “voar sozinho”, porque
vendeu as ações dele para o
Nilson e decidiu lançar
as edições pela Geek, correto
FAUSTO: Realmente, ele vendeu a parte
dele da Dicovery para não ter discórdia.
TONY 32: Apesar de tudo, a família
Kataoka pode se vangloriar por ter
conseguido montar a maior infra-
estrutura para atender um editor de
porte médio, para produzir revistas
neste país... Parabéns.
Quero saber: alguma frustração
profissional?
FAUSTO: Não ter conseguido lançar
um livro de peso pelo selo Dicovery...
TONY 33: Um sonho...
FAUSTO: Um dia fazer um local só para
juntar os bebuns que fazem quadrinhos.
Rssss... adoro a turma.
juntar os bebuns que fazem quadrinhos.
Rssss... adoro a turma.
Fausto, Nilson Fiesta (Minuano) e Carlos Mann |
TONY 34: Time do coração...
FAUSTO: verdão!
TONY 35: Argh! Só da porco no pedaço...
Ah, ia me esquecendo, como,
quando e por quê conheceu
Paulo Paiva?
Ah, ia me esquecendo, como,
quando e por quê conheceu
Paulo Paiva?
FAUSTO: Conheci o PP quando ele abriu
a editora dele, Maciota... até hoje somos
inseparáveis. Grande PP...
a editora dele, Maciota... até hoje somos
inseparáveis. Grande PP...
Com Waldir Amaral e Paiva - Memorial da América Latina |
TONY 36: Também adoro o cara...
E o nosso saudoso Toninho Duarte,
como conheceu o Rei das Revistas
de Atividades Infantis? – criador
também das revistas masculinas
Hot Girls e Contos Excitantes,
lançadas durante anos pela Noblet
e que acabei assumindo por
ser funcionário da casa...
E o nosso saudoso Toninho Duarte,
como conheceu o Rei das Revistas
de Atividades Infantis? – criador
também das revistas masculinas
Hot Girls e Contos Excitantes,
lançadas durante anos pela Noblet
e que acabei assumindo por
ser funcionário da casa...
FAUSTO: Conheci o saudoso Toninho na
editora do Salvador Bentivengna, onde
ele desenhava várias revistas infantis
e também fazia figurinhas e embala-
gens etc... ele era pau para toda obra...
convivi com ele até a sua partida.
editora do Salvador Bentivengna, onde
ele desenhava várias revistas infantis
e também fazia figurinhas e embala-
gens etc... ele era pau para toda obra...
convivi com ele até a sua partida.
TONY 37: O mestre Antonio
(Toninho) Duarte faleceu quando
foi vítima de um assalto,
que sofreu nas imediações de
sua residência. Ao reagir, caiu e
bateu com cabeça na guia,
pelo que ouvi.
infelizmente perdemos um
grande amigo e um profissional
de primeira. Vamos em frente,
grande guru do Oriente...
DeFarias, um dos grandes desenhistas
e artefinalistas da Disney, no Brasil,
como e quando conheceu
o personagem?
O cara é divertido a beça...
(Toninho) Duarte faleceu quando
foi vítima de um assalto,
que sofreu nas imediações de
sua residência. Ao reagir, caiu e
bateu com cabeça na guia,
pelo que ouvi.
infelizmente perdemos um
grande amigo e um profissional
de primeira. Vamos em frente,
grande guru do Oriente...
DeFarias, um dos grandes desenhistas
e artefinalistas da Disney, no Brasil,
como e quando conheceu
o personagem?
O cara é divertido a beça...
FAUSTO: Um dia fui visitar o PP e o Farias
estava hospedado na casa dele. Foi lá que
fui apresentado ao grande mestre. Rsss.
estava hospedado na casa dele. Foi lá que
fui apresentado ao grande mestre. Rsss.
TONY 38: O cara desenha muito...
Você e seus filhos são exemplos vivo
de que é possível viver produzindo
revistas no Brasil... viveram bons e
inesquecíveis momentos
no mercado editorial desse país.
Fizeram história.
É interessante frisar que a Escala
surgiu e cresceu num período de crise
da econômia brasileira - pra variar -,
nos anos 90. Isto prova que é nos
momentos de crise é que precisamos
usar toda a nossa imaginação,
não ter medo e ser criativo.
Atualmente, esse mercado que
sempre foi instável anda capengando
ainda mais, salvo raras excessões (títulos).
Vocês foram e são vencedores,
provaram que criatividade
em tempo de crise é a solução.
Parabéns pra você e toda a sua
família. Sou fã dessa garotada...
Grande guru do Oriente, existe
alguma fórmula para alcançar o
sucesso fazendo revistas no mundo
atual, onde a alta tecnologia de ponta
parece ameaçar a cada dia
as publicações físicas?
Fausto, Paiva (PP) e DeFarias |
bem o mercado editorial e atirar somente
no que está dando resultado.
TONY 39: Como se diz por aí:
Dinheiro é bom, mas
“Caixão não tem gaveta” e por isso
não levamos nada desse mundo.
O que importa é viver dignamente
e saber curtir o bons momentos
da vida. Portanto, a briga continua.
Eu e você, nós estamos em final
de carreira. Já demos nossa
reles contribuição pro setor
editorial tupiniquim.
O resto, agora, é com a nova
geração. Esperamos
que eles façam a parte deles e
não deixem a peteca cair.
As HQs jamais devem parar.
A satisfação que tivemos por trabalhar
com aquilo que adoramos e o prazer
de estar ao lado dos amigos e outros
entes queridos, não tem preço.
Se você tivesse que recomeçar
a vida, hoje, faria tudo outra vez?
Dinheiro é bom, mas
“Caixão não tem gaveta” e por isso
não levamos nada desse mundo.
O que importa é viver dignamente
e saber curtir o bons momentos
da vida. Portanto, a briga continua.
Eu e você, nós estamos em final
de carreira. Já demos nossa
reles contribuição pro setor
editorial tupiniquim.
O resto, agora, é com a nova
geração. Esperamos
que eles façam a parte deles e
não deixem a peteca cair.
As HQs jamais devem parar.
A satisfação que tivemos por trabalhar
com aquilo que adoramos e o prazer
de estar ao lado dos amigos e outros
entes queridos, não tem preço.
Se você tivesse que recomeçar
a vida, hoje, faria tudo outra vez?
FAUSTO: Ah, logicamente...
não há preço que pague a vida
que tive ou que tivemos.
Realizamos tanta coisa...
Encontrei amigos espetaculares.
a melhor coisa na vida são as
amizades... no final da carreira,
o que seria de você ou
de mim se não tivéssemos
boas e duradouras amizades?
não há preço que pague a vida
que tive ou que tivemos.
Realizamos tanta coisa...
Encontrei amigos espetaculares.
a melhor coisa na vida são as
amizades... no final da carreira,
o que seria de você ou
de mim se não tivéssemos
boas e duradouras amizades?
TONY 40: Não há dívidas. Bons tempos
aqueles da Noblet, que não voltam
mais. Tivemos o prazer de conviver com:
Militelo, Cortez, Ramirez, Reinaldo de
Oliveira, Salvador Bentivegna, Wilson
Hisamoto, Wanderley Felipe,
Pereira, Gilberto Firmino, Béri,
Josete, Dona Janinie,
Toni Duarte, Hamasaki, Davi,
Jonas, Fukue, Eugênia
Cecília Brasiliense, Dafne, Paula,
Jorge e Ruy Takahashi, Ramirez,
Shima, Robertinho, Frida,
Hélio Porto, Aroldão (Dr. Morasa),
Roberto Kussumoto, Ataíde Braz.
Marcos Maldonado, Adelaide
Carraro, Primaggio, Alvaro
Niltin, Isaac Hunt, e um monte
de gente bacana e importante
que aparecia por lá.
Nossa recepcionista predileta
era a Mary Help
(Maria do Socorro).
Dr. Morasa (vulgo Dugui-Dugui), o japa, Farias e um amigo e eu |
TONY 41: Falou e disse tudo,
my brother Fausto Sam. Obrigado, por
seu depoimento, japa. Acabamos de
registrar aqui mais um importante
momento sobre a história das
publicações no país
e a incrível atuação que a
família Kataoka teve
ao longo dos anos.
Que "O CHEFE", lá em cima,
ilumine sempre seus caminhos,
nobre amigo. E que Ele mantenha
sempre este seu espírito brincalhão,
apesar das agruras da vida
. Até a próxima.
A Batalha continua, Fausto Sam!
FUIIIII!!!!
FUIIIII!!!!
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Pégasus Publicações Ltda -
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