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quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
terça-feira, 15 de janeiro de 2013
CRÔNICA DE UMA MORTE ANUNCIADA - OS BASTIDORES DA REVISTA MAD!
DESABAFO
DE UM DOS NOSSOS
MAIORES EDITORES DO PAÍS: OTA!
Para
quem não sabe, o bengala brother
Otacílio D’Assunção Barros,
foi um dos editores mais importantes do Brasil. Otacílio D’Assunção Barros,
Tive o prazer
de conhecê-lo pessoalmente no Rio de Janeiro,
na década
de 80. Esse valente e ousado brasileiro foi
o responsável –
durante décadas - pela bela trajetória
da tradicional
revista Mad na Terra Brasilis - título
criado e editado na
América pela U.S.A Edition,
cujo fundador foi: William M.
Gaines e seus
editores eram: Nick Meglin e John Ficarra.
Publicação
que também conquistou o mundo.
editora Noblet, porém
o editor – sem felling -,
não acreditou no produto. Conclusão:
A extinta e saudosa editora de Lotário Vecchi,
adquiriu os direitos e acabou lançando este título,
que há muito tempo já fazia sucesso nos
Estados Unidos e em outros países.
Venda auferida: Mais de 100 mil exemplares.
não acreditou no produto. Conclusão:
A extinta e saudosa editora de Lotário Vecchi,
adquiriu os direitos e acabou lançando este título,
que há muito tempo já fazia sucesso nos
Estados Unidos e em outros países.
Venda auferida: Mais de 100 mil exemplares.
Quando
soube do sucesso, o editor paulista
Joseph Abourbih – da Noblet - queria arrancar
os poucos cabelos que tinha na cabeça.
Durante anos a revista Mad foi um fenômeno de
Joseph Abourbih – da Noblet - queria arrancar
os poucos cabelos que tinha na cabeça.
Durante anos a revista Mad foi um fenômeno de
venda, pela Vecchi, e só
parou porque a editora
faliu nos anos 80. Adivinha quem era o editor?
Nosso querido Ota, um jovem criativo e excelente
redator e cartunista, que de imediato
também inseriu na publicação alguns
cartunistas brasileiros que ficaram famosos.
faliu nos anos 80. Adivinha quem era o editor?
Nosso querido Ota, um jovem criativo e excelente
redator e cartunista, que de imediato
também inseriu na publicação alguns
cartunistas brasileiros que ficaram famosos.
Tempos
depois, a Mad foi publicada no
Brasil pela editora Record.
E advinha quem era o editor? O experiente Ota!
Ele também foi o responsável por outros produtos
editoriais importantes, como: Tex, Chet e Spectro.
Brasil pela editora Record.
E advinha quem era o editor? O experiente Ota!
Ele também foi o responsável por outros produtos
editoriais importantes, como: Tex, Chet e Spectro.
Revista Spektro numa nova versão está sendo lançada pela Ink Blood Comics |
O
mesmo editor, anos depois, foi o responsável quando
a editora paulista Mythos decidiu dar continuidade ao título.
Mas, de repente, a Mythos também cancelou o produto.
Motivo? Baixas vendas? A resposta é óbvia.
Ota e sua nova equipe, mais uma
vez ficou a ver navios.
Outra pessoa passou a ser o editor.
Mas, se nos divertimos a beça nos últimos
séculos com a edição nacional da Mad,
devemos isso ao grande guerreiro Otacílio
D’Assunção Barros, que também sempre
apoiou os autores nacionais! Atualmente, a
Mad está sendo lançada no Brasil pela Panini
Comics, mas suas vendas já não atingem
mais os grandes picos, como no passado.
Afinal, o mundo mudou e as vendas, no geral,
despencaram, após a massificação da Internet.
a editora paulista Mythos decidiu dar continuidade ao título.
Mas, de repente, a Mythos também cancelou o produto.
Motivo? Baixas vendas? A resposta é óbvia.
Ota e sua nova equipe, mais uma
vez ficou a ver navios.
Outra pessoa passou a ser o editor.
Mas, se nos divertimos a beça nos últimos
séculos com a edição nacional da Mad,
devemos isso ao grande guerreiro Otacílio
D’Assunção Barros, que também sempre
apoiou os autores nacionais! Atualmente, a
Mad está sendo lançada no Brasil pela Panini
Comics, mas suas vendas já não atingem
mais os grandes picos, como no passado.
Afinal, o mundo mudou e as vendas, no geral,
despencaram, após a massificação da Internet.
Um
novo editor assumiu o cargo.
A
última vez que falei com o Ota, no Facebook, ele
estava
revoltado e me disse que estava lançando
um livro de sua
autoria e que não ia trabalhar
para mais ninguém.
para mais ninguém.
Mas,
vamos ao que interessa...
outro dia, remexendo
naquilo que sobrou das minhas antigas
coleções
de revista em quadrinhos – atualmente
ainda compro algumas edições
de HQs - ,
encontrei a edição # 157 da revista Mad,
datada
de julho do ano 2.000, lançada pela editora Record,
aonde o editor Ota, através de um editorial irônico –
mas cheio de verdades -, mostra a realidade
dos bastidores
editoriais, que muitos desconhecem.
Nem tudo são flores,
bengalas brothers.
Afinal, uma revista é apenas mais um
produto editorial, como outro de uma indústria
qualquer, tipo:
extrato de tomate, café, carro, etc.
Exige investimento pesado
e requer lucro.
Quando
uma revista vai bem, vende bem, dá
lucro, está no azul,
o editor responsável
é ovacionado.
Sua equipe é
elogiada. Mas, quando a edição fica
no vermelho um
verdadeiro clima de guerra
assombra, ronda e passa a ameaçar
toda
equipe da redação, que periga de
ir pra rua,
repentinamente.
Quem
já foi funcionário de uma casa editorial
já viu
“esse filme” antes.
Trabalhei
numa editora – das diversas que já
passei ao longo dos
anos-, onde quando o
produto editorial não vendia o chefe
entrava
no estúdio e dizia: “Tá vendo! A merda que
vocês fazem não vende! Vou fechá-la!
Criem
outra!”
Olha
que o cidadão citado acima era bonzinho.
Empresas de maior
porte chegam a cortar
o título e a dispensar imediatamente
toda a
equipe, que com certeza é substituída
por “gente
mais competente”.
No
entanto, a venda de um produto editorial
não depende apenas de
“gente competente”, de
um bom desenho ou argumento. Ela depende
de uma série de fatores, como: Uma boa tiragem,
boa
distribuição, preço justo, boa capa,
publicidade,
estratégia de marketing e, principalmente,
da boa
vontade do jornaleiro, que precisa
levar a revista e deixá-la
bem
exposta no ponto de venda.
Portanto,
esta visão romântica que povoa a
mente de autores de HQs
– roteiristas e desenhistas -,
que vêem uma publicação
como “obra de arte” só existe
na cabeça de quem não
conhece a coisa a
fundo ou que nunca trabalhou dentro de uma editora.
Nos bastidores a coisa é diferente.
Na
verdade, artistas e editores enxergam
a coisa por prismas diferentes.
Enquanto artistas
enxergam seus trabalhos como “obras de arte”,
editores vêem a coisa como algo estritamente
comercial.
Portanto: tem que dar lucro,
caso contrário, o produto fecha.
A
coisa parece cruel, mas é a pura verdade.
Business são
business. Esta é a lei de
mercado em todo o mundo. Alguém,
em
sã consciência, tá a fim de levar prejuízo,
perder dinheiro? Lançar um produto não-comercial?
É
óbvio que não. Isto não existe.
Alguns
editores, eles mantém uma publicação
nas bancas
desde que pelo menos ela se
pague – os custos operacionais.
Mas,
quando ela não se paga a saída é
extinguí-la
e criar outra para substituir aquele
título, aquele
faturamento. Nenhuma empresa
sobrevive sem dinheiro, sem honrar seus
compromissos, ou sem pagar tributos ao
estado e ao governo. Ninguém
quer
saber de história. Todos querem e precisam receber.
Esta
é a regra fundamental do sistema capitalista.
Muitas
vezes, autores apegados as suas
criações ficam
bronqueados e desapontados
quando um editor é obrigado a
fechar
uma edição, justamente por
desconhecerem como a
coisa funciona
ou por terem uma visão errônea desse
restrito
e difícil mercado. Revistas, no geral, são
como
programas de TV, que quando não
Entretanto,
essa realidade de bastidores
dificilmente é relatada por
profissionais do ramo.
O sucesso é efêmero, relativo,
não é eterno.
Salvo alguns casos raros como o do genial
Mauricio
de Sousa, Walt Disney e outros autores
que são
verdadeiros fenômenos de venda.
É
possível sabermos como andam as vendas de
determinado produto, quando: 1 - A empresa que o
edita passa a fazer inúmeros títulos do mesmo
personagem ou edições especiais.
Essa estratégia significa:
determinado produto, quando: 1 - A empresa que o
edita passa a fazer inúmeros títulos do mesmo
personagem ou edições especiais.
Essa estratégia significa:
Estão tentando
corrigir a venda que oscila;
tiragens pequenas, má distribuição.
Ou seja, o produto atinge um
tiragens pequenas, má distribuição.
Ou seja, o produto atinge um
pequeno
nicho e para compensar esse
poucos e fiéis leitores - e para
ajudar a
pagar o custo edições paralelas -
passam a ser
lançadas.
2
– Quando a distribuição é Setorizada.
Setorizada, esta palavra significa:
tiragem baixa. A publicação será distribuída
somente em praças como Rio\São Paulo –
nas grandes cidades do país.
Setorizada, esta palavra significa:
tiragem baixa. A publicação será distribuída
somente em praças como Rio\São Paulo –
nas grandes cidades do país.
VOLTANDO
A FALAR DA MAD...
Quando
encontrei a referida edição da Mad,
aí me
lembrei porque eu a tinha
guardado essa preciosidade.
Guardei-a
devido a coragem do caro bengala
brother e editor Ota – sempre
polêmico, por
dizer na cara aquilo que pensa- , e que num
tom
de ironia deu seu recado aos leitores
da Mad, falando a pura e cruel
realidade.
A
seguir, você vai ler o texto que transcrevi,
na íntegra,
e que foi publicado na edição 157,
da Mad, editada pela
Record, no ano 2.000 –
página 4 - Editorial.
página 4 - Editorial.
Confira, pois o
nosso querido editor e sua
equipe estavam pelo visto sofrendo
pressões nos bastidores, de “forças ocultas”.
Na
seguência, confira o editorial
que foi publicado na referida
edição...
CRÔNICA
DE UMA
MORTE ANUNCIADA
MORTE ANUNCIADA
"HÁ
MAIS DE UM ANO
estamos anunciando o fim
da revista, quem leu o editorial do número
150
(edição comemorativa de 25 anos de MAD)
sabe do que estamos falando.
sabe do que estamos falando.
Bom, agora já se passou um ano,
mas a paranóia continua!
mas a paranóia continua!
Eu sei que vocês não agüentam
mais a
choradeira, mas pelo que estamos sentindo
vamos comemorar o
vigésimo sexto aniversário
da revista no olho da rua!!!
Bem, agora a situação
esta preta mesmo, quando a gente
chega na
editora metade fica olhando de cara feia para nós,
a
outra metade cochichando. É, macacada,
tem alguma coisa no ar
e já tamos preparando
nossas bundas pra levar aquele pontapé
tão esperado!!!
Mas,
não se preocupem, pessoal, eu sei me
virar, já to me
filiando ao Sindicato dos Catadores
de Latas na Praia – Ota é
do Rio de Janeiro -
e vai dar pra defender um troco.
Parece que pagam
1 real por quilo de lata recolhida.
Como em cada quilo são
umas 200 latas, basta
recolher umas cem mil latas pra ganhar os 500
reais que eu preciso pra pagar a conta da Termas 69!
Realmente não
é difícil a gente se virar num
país onde há
tantas oportunidades de trabalho.
Cem
mil latas dá só umas 3 mil e poucas latas por dia,
acordando cedo e indo até de noite
da pra fazer uma coleta boa.
acordando cedo e indo até de noite
da pra fazer uma coleta boa.
Tá
todo mundo disposto a me ajudar, até o barman
da Termas 69 já
garantiu que vai segurar tudo
que é lata pra mim, por isso
umas mil latas
por mês já descolo lá.
Agora me
ajudem a conseguir as outras 99 mil latas!!!
Por
isso, leitores, atendam aos meus apelos.
Se antes eu pedia para
comprarem a
revista para não irmos à falência,
agora peço
que consumam mais refrigerantes e cerveja
em lata e
jogem na praia, assim eu e
os outros catadores não morreremos
de fome!!!”
Na
página 5 – continuação da Seção
de Cartas da
mesma edição, encontrei um leitor que
reclamava pela falta de periocidade...
“A
Mad # 154 saiu com a data de Dezembro de 1999.
A 155 # com a data de
Fevereiro.
Voces engoliram o mês de Janeiro!
Não é
a primeira vez que voces fazem isso,
a preguiça faz muito mal
a saúde.
E não façam nada contra a Filó,
a personagem
de Gorete Milagres, do SBT (Sistema Brasileiro
de
Televisão). Ela é prima da minha avó.
Se fizerem
algo, o pau vai comer!”
O texto acima foi assinado por Claudionor Menezes de
Almeida Júnior,
de São Paulo – SP.
RESPOSTA
DO OTA – na íntegra:
“Vai
se acostumando, Claudionor. Esta espelunca
aqui não tem mais regularidade não!
A editora só imprime a revista quando da
na telha, às vezes sai Mad dois mêses seguidos, às
vezes fica três meses sem sair.
Não é preguiça nossa, mas a gente tem
que ter consciência de que a revista
está nas últimas mesmo, já que apenas
meia dúzia de babacas como você e o
Asnuzza continuam comprando.
Enfim, to me preparando pra minha nova vida
de catador de papel e lata usada na praia...
aproveitem enquanto podem!!!
E consumam mais latas!!!”
aqui não tem mais regularidade não!
A editora só imprime a revista quando da
na telha, às vezes sai Mad dois mêses seguidos, às
vezes fica três meses sem sair.
Não é preguiça nossa, mas a gente tem
que ter consciência de que a revista
está nas últimas mesmo, já que apenas
meia dúzia de babacas como você e o
Asnuzza continuam comprando.
Enfim, to me preparando pra minha nova vida
de catador de papel e lata usada na praia...
aproveitem enquanto podem!!!
E consumam mais latas!!!”
Mais
franqueza do que isto é impossível.
Parabéns, pela sua coragem, grande Ota!
Parabéns, pela sua coragem, grande Ota!
É
pena que esse intrépido editor ainda não
nos concedeu uma entrevista para botar a boca no
trambone e nos relatar suas experiências na Mythos.
Uma hora ele desabafa, eu acho.
Um grande 2013 e muito sucesso,
bravo guerreiro e bengala brother!
nos concedeu uma entrevista para botar a boca no
trambone e nos relatar suas experiências na Mythos.
Uma hora ele desabafa, eu acho.
Um grande 2013 e muito sucesso,
bravo guerreiro e bengala brother!
MAD terminando, outra vez? A revista que mais se despediu até hoje |
Por sorte, a editora PANINI ressuscitou o título |
Por:
Tony Fernandes\Redação - Estúdios Pégasus –
São Paulo - SP - Brasil
Todos os Direitos Resrvados
As imagens contidas aqui são meramente ilustrativas e
seus direitos pertencem a seus autores,
herdeiros ou representantes legais.
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sexta-feira, 11 de janeiro de 2013
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