quinta-feira, 21 de outubro de 2010

ARTHUR FILHO - ENTREVISTA COM O HOMEM QUE OUSOU RESGATAR OS BANG-BANGS!

  Certa feita, alguem disse: "O mundo é 
dos loucos". 
Sim, estas sábias palavas, com certeza, 
foram proferidas por algum "louco". 
Porém, "louco", no bom sentido. 
Aqui, "louco" se refere a gente ousada e criativa, que 
parece ter vindo a este mundo predestinada a mudar as 
coisas, a reunir gente, e fazer acontecer. Adoro este tipo
 de gente que o velho e bom Raul Seixas chamava de 
"maluco beleza". Se não fosse os "loucos" ou os 
"malucos belezas", na certa, a humanidade ainda 
estaria nas cavernas. Algum doido, nosso longínquo 
ancestral "louco", um dia resolveu ficar em pé e com isto 
fez mudar todo o curso da história. 





O mundo, principalmente, das HQs no Brasil, precisa 
muito deste tipo de gente que nasce com garra e que
 briga loucamente para atingir seus objetivos, 
suplantando obstáculos que aos olhos de muitos
 parecem intransponíveis. Precisamos de gente 
empreendedora, corajosa, intrépida e ousada, que 
agita e faz acontecer. Sempre fui assim meio "louco",
 talvez por isso me identifico muito com eles. 
Sempre acreditei que quando se deseja algo 
ardentemente não há nada que possa impedí-lo 
de conquistar seus objetivos, mesmo que você esteja 
sem grana ou com pouco dinheiro. Talvez por isso eu
 esteja no mercado há tanto tempo. Sou do tipo que toma 
porrada, mas não sai do rinque. 

Acredito que a vida é um eterno recomeço. 
Ao longo dos anos conheci milhares de desenhistas, 
roteiristas e outros istas. 
Mas, poucos destes tiveram a ousadia de abrir sua 
própria editora, ter seus próprios produtos em bancas.
 Muito autor que se acha gênio vai morrer sem nunca 
ter tido na vida uma experiência empreendedora. 
Há riscos? Há problemas? Obviamente, que sim. 
Mas, nada se conquista neste mundo sem 
riscos ou problemas.
Posso garantir, de catedra, que ser editor neste 
país não é fácil. É uma experiência traumatizante, 
mas, também extremamente gratificante. 
A gente acaba tendo uma visão real da coisa, de
 mercado e adquiri um know-how fantástico.

O entrevistado desta vez é um desses "malucos belezas" 
que chegou para agitar o ambiente, que não está aqui para
 explicar nada e, sim, para realizar coisas, para reunir
 autores e para lançar produtos editoriais, mesmo ciente 
da barra que iria enfrentar. 
Hoje, este homem de fibra, que foi o primeiro a resgatar 
os gibis de Oeste neste país, pode ser considerado um
 herói, pois conseguiu um grande feito: editar 14 edições
 de uma revista que tem como tema principal o velho Oeste,
 feita exclusivamente por autores brasileiros. 
E a edição 15 já está no "forno".  Prepare-se para saber -
 através da entrevista a seguir - o que pensa e o 
que já realizou este intrépido batalhador das HQs 
tupiniquins. Saiba um pouco mais sobre...





 ARTHUR FILHO
O EDITOR INDEPENDENTE 
MAIS OUSADO DO BRASIL!


Tony: Há mais de 50 anos só dava Tex reinando e 
cavalgando solitariamente, pelas bancas do país. 
Depois, a Mythos lançou Mágico Vento, um 
western diferente, que aprecio. P
orém, de repente, surgiu você. 
Um editor independente,
 lançando via WEB, Billy The Kid.
 Um gibi feito exclusivamente
 por brasileiros, numa época em que nossas bancas 
vivem empesteadas de mangás e super-heróis. 
De onde você tirou esta ousada idéia? 
O que o motivou a embarcar nesta verdadeira 
aventura editorial?


Arthur: Sempre fui fã de revistas 
de faroeste, quando criança e de
 filmes também. Gostava de desenhar mocinhos e bandidos, 
fazia meus próprios gibis tudo a mão, claro. Depois de muitas 
andanças, mais uma vez, queria desenhar faroeste, mas onde? 
Ora, lançar uma revista independente de pequena tiragem, 
investir um pouco. Aí surgiu a ideia:
 Billy The Kid e Outras Histórias. 
Mas pensei em ter outros desenhistas junto e o mestre
 Shimamoto aceitou colaborar para impulsionar o
 projeto, assim como alguns outros nomes.


Tony: Em que dia, mês, ano e estado, você
nasceu, grande Arthur?


Arthur: Nasci em junho, pouco mais de 50 anos, 
nasci em Porto Alegre (RS).


Tony: Ultimamente vejo muito gaúcho 
envolvido nessa 
coisa de HQs e publicidade... legal. Sempre foi 
apaixonado por gibis, só de westerns?


Arthur: Sempre fui fã de gibis em geral. Aquele cheiro de
 impressão, a magia das HQs, desde criança lia e rabiscava. 
Principalmente westerns.


Tony: Qual é a sua formação?

Arthur: Sou formado em Letras, licenciatura plena
 em língua portuguesa e literaturas da língua portuguesa.


Tony: Beleza, pois é isto que falta para 
a maioria da galera que faz quadrinhos 
no Brasil: cultura geral 
e saber ortografia, principalmente. 
Graças a Deus entrou muita gente "cabeça" 
no mercado... mas os "abobrinhas selvagens"
 sempre irão existir... (Rsss...). 
Fazer o quê? Responda: 
Qual é a sua real profissão?

Arthur: Há poucos anos ensinava em escola particular.
Hoje, sou instrutor de Karate da ACM/RS, há 34 anos, 
profissional da área de Educação Física (CREF) e editor
 independente, como um "extra" profissional.

Tony: Associação Cristã de Moços? Já fui sócio deles 
aqui em S. Paulo. Que gibis, autores e desenhista lhe
 deram inspiração?


Arthur: Tantos... Vários de faroeste: Ringo Ley, O Chacal 
(Tony Carson), Ken Parker; Raio Negro; Corto Maltese; Fikom, 
Pabeyma; Aba Larga; Fradim... desenhistas que me inspiram:
 Hugo Pratt, Ivo Milazzo, Jordi, Shimamoto, principalmente.


O SAMURAI - de Shimamoto
Shimamoto - Caricatura de Bira Dantas
Tony: Bom gosto... mas, Ringo Ley, este 
nunca ouvi falar...
 Tony Carson? Um grande amigo
 que há tempos não 
nos vemos. Mora lá pras bandas do 
Rio e sabe escrever a beça.
 O Carson, o Wilde Potella, o Júlio 
Emílo Brás e o Ataíde, na minha opinião, são os
 melhores escribas que conheci. Aliás, o Emílio e
 o Carson escreveram milhares de pockets 
books pra ed. Monterrey, usando pseudônimos 
gringos. Pouca gente sabe disso. 
Você também é 
um colecionador?

Tony: Pabeyma, do Paulo Fukue... Fikom, do grande 
Fernando Ikoma... Raio Negro, do nosso querido e 
saudoso professor... curti muito o trabalho 
desses caras... 


Arthur: Fui fã de algumas revistas como Ringo Ley, 
Pabeyma, Fikom, Raio Negro.






Fikom - do mestre Fernando Ikoma

Ikoma criou vários personagens marcantas
e influenciou muitos artistas
Agente Secreto X-9 - Outra criação espetacular
de Alex Raymond, autor de Flash Gordon e
Jim das Selvas





Para mim, você é o grande responsável 
pela volta dos velhos bang-bangs ao cenário nacional, 
mestre. Merece uma medalha. Depois do seu Billy 
The Kid, eu e a editora As Américas entramos
 no mercado com Apache - graças ao esforço 
do editor Marco Antonio Faceto, que acreditou 
na idéia -, e a editora do Fábio, a Ink  Blood 
Comics veio com o Chet, do nosso querido 
Wilde Portella. E o mais interessante é que até 
a poderosa Panini lançou recentemente
 Jonah Hex e outro título do gênero.
 O que você me diz a esse respeito?

Arthur: Eu sentia a falta de produções nacionais de faroeste 
e até de estrangeiras, mesmo tendo os Bonelli. Imaginei 
aventuras desenhadas por mim e por outros, o que virou
realidade com Shimamoto, principalmente. 
Se eu dei esse empurrão, essa revitalizada nas produções 
de faroeste no Brasil, sinto-me honrado, acho que 
só com isso já alcancei alguma coisa importante.


Tony:  Sem dúvida. Congratulations! 
Fiquei impressionado ao saber que você colocou 
nas primeiras edições de BTK gente de peso, 
como meu velho amigo Shima, Saidenberg e
 o mestre Adauto Silva. Como conseguiu 
fazer essas feras da publicidade, 
voltarem a fazer quadrinhos?

Arthur: Acho que a minha idéia de faroeste atraiu primeiro 
o mestre Shima - que atraiu outros como Saidenberg, Elmano
 Silva e Adauto Silva, grandes profissionais que
 juntaram-se a mim, um simples mortal.


Tony: Simples mortal? Uma ova! Você veio predestinado
 a reunir gente e a correr atrás de um ideal. 
O pessoal faz HQs, mas se não tiver um “doido” 
com coragem e com espírito empreendedor, meu amigo, 
nada acontece. No Brasil e no mundo das HQs 
precisamos de mais guerreiros como você. 
Vivo dizendo: “Desenhista sem editor não é
 porra nenhuma”. Tem uma galera que ainda 
é contra os editores. Editores são caras que se
 arriscam pra tornar o sonho deles e dos outros 
uma realidade. Daí me pergunto: por quê 
esses “gênios da criação – os rabiscadores -,
 não abrem suas próprias editoras? 
A resposta é simples: não têm espírito 
empreendedor, ou então não botam fé no
 próprio “taco”. Na vida, ninguém faz nada 
sózinho. O pessoal deveria ser mais unido.
 Não estamos todos no mesmo barco? 
Digo sempre: "A gente só é aquilo que 
alguém deixa a gente ser". Veja, de que 
adianta vc ter talento, se ninguém te der 
oportunidade de mostrar este talento? 
Outra coisa, também, que me impressionou
 muito, foi saber que BTK está na 13ª edição. 
Meu amigo, isto é um verdadeiro ato 
de heroísmo. Parabéns! Qual é a tiragem da
 revista, qual é o preço de capa, quantas págs
 tem cada edição, qual é o formato e, por fim, 
como o pessoal pode adquirir a Billy The Kid?




Arthur: A BTK ainda tem pequena tiragem, 
distribuição limitada,
como muitas hoje, ao preço de capa de R$7,00, 
pois não disponho
 de verba para investir mais. Mas tem qualidade 
de impressão e bons trabalhos de brasileiros.


Tony: Na questão acima você me enrolou 
e deu uma resposta meia-boca... bem,
 mas vamos nessa... 
Ainda é possível adquirir os 
números anteriores?
 Você ainda os tem, em estoque?


Hollywood produziu muitos filmes
sobre o lendário Billy The Kid
Arthur: Pode-se adquirir comigo: 
arthur.goju@bol.com.br 
ou no site Bodegadoleo


Tony: Esse site do Bodegadoleo 
também dá uma 
tremenda força para os independentes, 
pelo que sei.
 O pessoal é 10! Você sabe que fui 
e sou editor e produtor gráfico, portanto, 
conheço custo gráfico e
 todo o processo de produção... andei 
fazendo uns cálculos sobre edições
 independentes, analisando
 tiragens e preços de capa e cheguei 
a conclusão de que vendê-las pela WEB 
não é um bom negócio. 
Demora de mais. Ou seja, a grana
 entra lentamente. 
Conclusão: voces, os independentes, 
têm qu ter cacife pra bancar a gráfica, certo?
 Na verdade, voces fazem isto
 por pura paixão, exato?

Os Irmãos Sanders - Presença constante nas
páginas da revista Billy The KId
Arthur: Sim. Independente, se não aumentar 
o preço de capa,
 morre, mesmo atingindo certo sucesso.


Tony: Você escreve e desenha? 
Há quanto tempo, Arthur?

Arthur: Desde criança, escrevo, desenho e 
montava as minhas revistas, fanzines, etc.
 Mas sou um "artista" livre de 
regras, desenho como posso e como 
quero, julgo-me criativo demais.


Tony: Já trabalhou em alguma 
editora antes? Ou teve alguma experiência 
anterior como editor?



Arthur: Fui revisor do Correio do Povo, 
fiz cartuns pagos, publiquei alguns quadrinhos 
em editoras, exposições,
 ilustrei alguns livros, editei e coloquei 
revistas minhas em
 bancas, mas com a criação da
Editora OPÇÃO2,
 trabalho profissionalmente quando 
edito, confecciono,
 digito livros para escritores, poetas
 e artistas do Brasil.
Tornou-se um segundo trabalho. 
Simples, a baixos custos,,,


Tony: Eu sabia, tem bagagem profissional. 
Antonio Carlos Moreira 
(vulgo Duke\Jãoeine) 
 e Airton Marcelino
 (meu bengala-friend mineiro)
 são seus dois fiéis colaboradores 
atualmente, OK? 
Quem mais participa deste
 time de feras da BTK?

Arthur: Depois do mestre Shima
 dar a arrancada inicial,
 passaram muitos, e junto
 estava Sandro Marcelo,
 fiel colaborador até hoje. 
Depois Airton Marcelino
 assumiu seu posto. Antonio Carlos 
Moreira parece 
que vai tornar-se peça fundamental da BTK, 
talento e parceria. Hoje, chegou mais gente, 
como: Fabio Chibilski e Wilde Portella numa 
participação especial de Chet em nossa BTK;
 Worney de Souza participa com textos e
 apresenta HQs antigas, também.

Tony: Só gente boa, parabéns. 
Conheço alguns trabalhos – 
projetos - do estúdio do Fábio 
que são maravilhosos. 
Taí um cara que tem futuro e promete 
arrebentar no mercado editorial.
 É muito criativo.
 Até meu sobrinho postiço 
Worney tá na parada? 
Esse cara ama HQs de paixão. Sou fã dele.
 No gibi, que eu não conheço, só há histórias 
do Billy The Kid ou tem outros personagens?


Há na praça muitos livros e
pockets books sobre o lendário
personagem


Arthur: Qualquer colaborador pode dar sua versão para 
o personagem Billy The Kid ou desenhar os seus
 próprios, o que tem acontecido bastante.


Tony: Bacana. Você dá aos autores 
liberdade plena de criação. Gosto disso. 
Só tomei conhecimento 
da sua publicação quando você me
 enviou um e-mail 
comentando Apache. 
Na verdade, eu nem sabia 
que o gibi Billy The Kid
 existia e ainda estou
 curioso para lê-lo e aguardando 
ansiosamente 
por algumas edições (Rsss...). 
Não acha que sua
 revista deveria ser melhor divulgada? 
Melhor distribuída, principalmente?

Registro fotográfico de Billy The Kid

Arthur: Pergunto-me isso, mas como?

 Não existe investimento
suficiente para dar o passo maior que as pernas.
 O Shima dizia que me ajudaria no
 início para a revista 
crescer e atrair bons autores. Isso foi fato, 
só não cresceu 
tanto em vendas, ainda. Eu pensava
 em vender esse projeto
 para uma grande editora talvez... 
Distribuir é um problema, um 
pesadelo, uma coisa
 que não tenho a resposta. 
Mas vejo hoje as pessoas 
comentando, enviando emails 
para saber da BTK... 
Gente como você tem dado boa 
divulgação para nosso projeto.


Tony: E-mails? Bom sinal. 
Seu produto conseguiu 
conquistar um público fiel. 
Quanto a ajudar 
a divulgar... não faço mais do
 que a minha obrigação. 
Você sabe, há anos brigo, 
não só para publicar
 meus personagens, mas, 
também, para abrir
 espaço para a galera e
 incentivar os 
novos autores. 
Coloquei muita gente boa no 
mercado – quando tive minhas 
editoras - e fico 
feliz em vê-los na ativa ainda.
 Como a barra é pesada tem muito nego 
que acaba desistindo,
 partindo para outra. 
Mas, os verdadeiros feras,
 lutam, brigam e acabam
 conquistando seu espaço. 
Fora isto, admiro gente, como você, 
que batalha usando as poucas armas 
que tem. Arthur, sou seu fã,
 pode acreditar.
 Aliás, todos aqueles que fazem
 algo em prol das HQs nacionais
 podem contar 
comigo, na medida do possível. 
Digo sempre: 
“Nós somos o quadrinho nacional.
 Se a gente parar, ele morre”. 
Mas, voltando ao assunto... 
sinceramente, eu
 admiro o esforço dos editores 
independentes, mas 
também acho que é muita briga
 para pouco retorno.
 Em síntese, a batalha de voces
 é dígna de louvor, 
coisa de "maluco", no bom 
sentido, entretanto 
acho que não dá futuro. 
Acho que a grande jogada, para voces,
é tentar
lançar esses belos produtos em bancas. 
A banca ainda é o nosso 
real ponto de venda. 
O que me diz a respeito?


Cartaz original que oferece recompensa
pelo bandido
Arthur: Um sonho antigo. Já o fiz aqui 
na capital Porto alegre, 
não foi fácil receber depois as vendas... 
Distribuir nacionalmente, certamente 
venderia muito, mas como se faz isso????


Tony: Veja, distribuir de banca em banca é fria. 
Dá um puta trabalhão e ainda periga 
de tomar calotes. Cada cidade 
tem um distribuidor
 oficial regional. É eles que você
 tem que procurar. 
Chamamos isto de “Distribuição
 alternativa” e
 isto existe de verdade. 
Trata-se de um mercado paralelo, 
que poucos conhecem. 
Outra opção para se trabalhar de forma mais
 profissional é marcando uma reunião
 na Trilog (novo nome da 
fusão DINAP\Chinaglia. 
A Abril comprou tudo e agora monopolizou
 o mercado). Você senta com eles, expõe o
 produto e eles vão te orientar – o depto. de 
marketing-, sobre tiragem, 
formato e preço de capa.
Mas, antes dessa etapa você precisa abrir 
uma razão social de editora, é claro. Qualquer 
contador faz isto. Sem ter um CNPJ e Inscrição
 Estadual não dá pra fechar um contrato de
 distribuição nacional ou obter um bom crédito
nas grandes gráficas. Com uma razão social
 de editora e a ficha limpa se consegue crédito
fácil e bons prazos de pagamentos nas gráficas,
 tipo: 45/60/90 d/data para pagar. 
Tudo é questão de conversar. Uma tiragem maior, 
consequentemente, tornaria o preço de capa 
mais acessível, não acha? Também acho que 
o seu grande trunfo é ter conseguido 
lançar 14 edições
Coisa de herói, mesmo. Há um público que 
já conhece o seu produto e isto é bom. 
Assim como atrairia uma maior visibilidade 
do "produto" Ou você é daqueles que pensa 
"Em time que está ganhando não se mexe"



Arthur: Penso numa tiragem maior, penso, penso e desisto...


Tony: Acho que tá faltando à você conhecimento 
da parte comercial... só isto. Garra você tem de sobra.
 Uma outra dica: Apache é rodada de duas 
em duas, para baratear custo. Consulte
 sua gráfica... Comprando papel e fornecendo-o
 às gráficas você também obterá um 
custo melhor... Pergunta: Uma paixão?


Arthur: Uma? Tenho várias... Música, Quadrinhos, Karate, Fé...


Tony: Um sonho?


Arthur: Como artista, criar, enfim, a minha "obra-prima",
 talvez uma revista e fazê-la chegar ao real sucesso. 


Tony: O melhor gibi de todos os tempos?


Arthur: Difícil dizer. Um Corto Maltese, um Ken Parker
 como em A Terra dos Heróis, sensacional!... 
Também apreciei muito Fradim do Henfil, Geraldão,
 Robert Crumb, Snoopy, Mafalda, Rango...


Tony: Filmes prediletos?


Arthur: Coração Valente, Amor Além da Vida, 
Watchmen, O Último Samurai, Os Sete Samurais, 
O Auto da Compadecida, Forest Gump, Náufrago, 
Ben-Hur, Spartacus, alguns filmes de Jesus, O Homem 
Bicentenário, Dólar Furado, Help,
 alguns que lembrei agora.


Tony: Alguns desses filmes que você citou
 também são meus favortitos... Help, dos Beatles? 
Pra mim este foi o primeiro vídeo-clipe 
criado no mundo. Livros?



Arthur: Li vários na época de faculdade, principalmente. 
Talvez obras como  O Inferno de Dante, Gibran Khaliu 
Gibran, Violetas na Janela... Não escolho pela qualidade apenas,
 mas pelo significado para a época em que eu os li e o que eu vivia.


Tony: Arthur Filho por Arthur Filho?

Arthur: Sou um batalhador, um sonhador, 
persistente, mas apressado. 
Criativo mas inquieto, 
forte mas sensível, preocupado 
mas sigo em frente.

Tony: Grande guerreiro, Arthur, grato por sua
 atenção, por esta entrevista, e por ter resgatado
 um tema que sempre foi mal-visto e desprezado
 pelos grandes editores. See you later, cowboy! 
A briga tem que continuar! Go ahead, warrior!
Até a nossa próxima entrevistas, cowboys!

Copyright 2010\Tony Fernandes\
Estúdios Pégasus - Uma Divisão de Arte e
Criação da Pégasus Publicações Ltda
Todos os Direitos Reservados