terça-feira, 31 de agosto de 2010

MUNDO DAS HQS 1: OS VERDADEIROS SUPER-HERÓIS DOS COMICS NOS ESTADOS UNIDOS!

OS VERDADEIROS HERÓIS 
DOS QUADRINHOS AMERICANOS

Stan ( Liber) Lee, um dos guerreiros e heróis dos comics
O grande boom das HQs, nos Estados Unidos, aconteceu nas décadas de 30 e 40. Nesse período nasceram os super-heróis 
e surgiram, com eles, os grandes mestres do traço e do desenho seqüencial, como: Joe Kubert, Jack Kirby, Stan Lee, Will Eisner, Julles Feiffer, e muitos outros, em sua 
grande maioria eram jovens de origem judaica.


 Naquela época eram poucas as oportunidades para imigrantes
 pobres, que viviam em cortiços no Bronx, em Nova Iorque, ou 
na periferia das outras grandes cidades americanas.
 Eles não tinham acesso ao refinado mundo das galerias de 
arte ou da literatura, visto que seus pais eram humildes 
trabalhadores que sobreviviam de sub empregos nas indústrias
 de roupas ou similares. Esses imigrantes trabalhavam 
exaustivamente por longas horas, sob severas ordens 
dos chefes autoritários, e ganhavam uma ninharia.
Seus filhos, vendo a aflição dos pais, desejavam sair daquele 
mundo miserável e sem perspectivas. 
Esses jovens queriam ser donos do seu próprio destino.
 Mas, naquela época poucas eram as saídas para eles:
 ou viravam gangsters ou astros de Hollywood. 
Ser um gangster estava fora de cogitação, eram rapazes de 
boa índole e não desejavam magoar seus pais.
 Ser um astro de cinema era um sonho inatingível,
 para aquela gente de origem humilde oriunda
 de gente de outros países.


Joe Romita e Jack Kirby


Foi assim que um grupo de jovens filhos de imigrantes, 
decidiram se aventurar pelo mundo das HQs, que na 
época tinha sido recém-criado, e quase totalmente 
inexplorado. Eles viram nos comics a única saída viável
 para tentar ser alguém na vida, pois fazer uma HQ 
tinha um custo barato. Só precisavam de papel, lápis
 e muita imaginação, e isto eles tinham de sobra.
Assim, surgiu nos Estados Unidos uma gama de editores,
 desenhistas e escritores, de origem hebraica, dispostos
 a contar e publicar suas histórias e que tinham como 
meta principal: vencer na vida.
O mundo dos quadrinhos era considerado de segunda 
classe, portanto, ele estava aberto para esses jovens 
imigrantes marginalizados que vislumbraram 
obter nele prestígio, fama, e algum dinheiro, para
 tentar levar uma vida decente. Cursar uma academia de 
arte era coisa para os mais abastados.


Steve Ditko



Nenhum deles poderia imaginar as surpresas que o
 destino lhes reservava e que anos depois muitos deles 
se tornariam imortais através de suas fantásticas
 criações, como: Jules Feiffer, Joe Shuster e Jerry 
Siegel (esses últimos foram os geniais autores do 
Super Man, que acabaram vendendo os direitos do 
mais famoso personagem das HQs por 150 dólares 
para a editora Action Comics, e que acabaram 
morrendo quase na miséria). 


Joe Sinnot


Também surgiram nessa mesma época: Jack Kirby 
(Jacob Kurtzberg), já falecido, criador do Capitão 
América, Fantastic Four, Homem Aranha, e inúmeros 
outros personagens), Bob Kane (autor de Batman ), 
Alex Raymond (criador de Flash Gordon, Jim das
 Selvas e o Agente Secreto X-9), Harvey Kurtzman 
(que criou a revista Mad no final da década de 50, 
para satirizar o American Way Life e seus heróis).



Sargento Rock, de Joe Kubert
Joe Kubert (o grande mestre criador de Sargento 
Rock, e um dos desenhistas mais marcantes de 
Tarzan, de Edgar Rice Burroughs, etc), Will Eisner 
(o fantástico gênio criador do Spirit), Stan Lee 
(cujo nome verdadeiro era Stan Lieber, o maior
 criador e roteirista de todos os tempos,
 que desenvolveu e criou inúmeros personagens 
para a Marvel Comics e que até hoje fazem 
sucesso entre nós, como: 
Spider Man (Homem Aranha) , Fantastic Four 
(Quarteto Fantástico, no Brasil), X-Men, Lee Falk 
(criador do Fantasma e Mandrake), e outras feras 
do traço e da escrita.





Na realidade, foram esses jovens imigrantes, filhos 
de judeus, os verdadeiros heróis das HQs. 
Lutaram contra as adversidades, batalharam dia a dia,
 até fazerem seus sonhos se tornarem realidade.
 Essa gente de fibra, de garra, e muita determinação,
 que arregaçou a manga e dedicou milhares de horas
 de trabalho, debruçados numa prancheta, para elaborar
 seus personagens e suas fantásticas histórias desenvolvidas
 na forma de quadrinhos, hoje são reconhecidos 
mundialmente como os grandes mestres dos comics.

Muitas criações desses jovens de talento, que foram 
feitas para os gibis, acabaram chegando as telas dos 
cinemas e da TV, devido ao enorme sucesso 
alcançado por eles.

Assim a indústria do comics proliferou na América 
conquistando cada vez um maior número de leitores.
 Muitas dessas incríveis criações, desses jovens talentosos,
 acabaram atravessando fronteira, ganharam o mundo
 e também obtiveram sucesso em outras nações. 
O público europeu foi o primeiro a reconhecer nessas
 criações made in USA o talento criativo desses artistas,
 até então desconhecidos do grande público europeu.





Na América, essas HQs eram impressas em tipografia
 e em papel de péssima qualidade, mas isto pouco 
importava ao público leitor, que desejava fugir da 
realidade e embarcar nesse maravilhoso mundo de 
fantasia onde nada parecia ser impossível para 
esses seres dotados de poderes fantásticos. 
Os gibis americanos eram em cores e custavam apenas 
alguns centavos de dólares. Por isso, 
vendiam aos milhares.

Durante a Segunda Grande Guerra Mundial, os heróis 
dos gibis passaram a lutar contra os nazistas e japoneses,
 os declarados inimigos da América. 
Porém o uso deles como instrumento político fez 
as vendas desabar, repentinamente. Durante um longo 
período os comics deixaram de vender, obrigando 
muitas editoras a fecharem suas portas. 
Apenas alguns poucos editores conseguiram resistir, 
sobreviver, a essa dura crise de mercado.

Na década de 60 as Histórias em Quadrinhos foram
 retomadas, mais uma vez, por uma gama imensa
 de judeus: editores, escritores e desenhistas, dispostos
 a mudar o rumo da coisa. Esses destemidos jovens
 tinham idéias novas na cabeça. Desejavam resgatar
 os antigos leitores, conquistar novos, e fazer subir 
as vendas. Também desejavam deixar para trás
 aquele fechado mundo judaico, sem perspectivas, 
onde nasceram e foram criados. A maioria deles 
americanizou seus nomes, visando evitar preconceitos, 
e jamais deixavam aparecer em suas HQs qualquer 
referência ou personagem que pudesse
 denunciar suas origens.


Stan Lee, Jack Kirby, Joe Sinnot, Steve Ditko, 
e outros, foram os responsáveis pela grande virada 
de mercado obtida pelo grupo Marvel, que a partir de 
então passou a apresentar personagens mais 
humanos, menos super, e que de imediato 
conquistaram a simpatia do público leitor.
 Em contrapartida a DC Comics 
(abreviatura de Detective 
Comics) investia pesado na contratação de bons 
argumentistas e ilustradores que pudessem criar
 e desenvolver personagens que pudessem concorrer 
diretamente com as revistas da Marvel, que em pouco
 tempo triplicou suas edições.

Com as vendas em alta, com o mercado aquecido, 
surgiram muitos personagens maravilhosos que fez 
muita gente delirar na infância.
Heróis do passado, como Capitão América foram revividos 
e voltaram às bancas. Na década de 60, os super-heróis 
Marvel estavam em alta e ganharam até um desenho 
“desanimado” para a TV.


A série apresentava: Thor,
 Namor, o príncipe submarino, Homem de Ferro, 
Capitão América e o incrível Hulk. Este último, na
 verdade era - e ainda é - uma versão americanizada 
do clássico da literatura inglesa, O Médico e o Monstro
 (Dr. Jekil e Mister Hyde).













No Brasil, a editora carioca chamada Brasil-América, 
de Adolfo Aizen (pioneira em lançar HQs no país, nas 
décadas de 30 e 40), em parceria com os postos Shell, 
lançou a primeira edição da revista Capitão Z, que 
trazia dois super-heróis: Capitão América e Homem 
de Ferro (P e B). Esta revista era distribuída e vendida
 nos diversos pontos de venda de combustíveis,
 espalhados pelo país, com intensa veiculação na TV.

O lançamento foi um sucesso. A partir da segunda edição, 
os heróis Marvel foram para as bancas e nunca mais 
saíram de circulação. Também foram publicados 
pela Bloch Editores, Editores Associados, editora Abril e, 
finalmente, pela Panini, uma multinacional que é, 
também, representante exclusiva dos 
heróis Marvel em todo o mundo.


Ainda na década de 60, em nosso país, a editora
 Brasil-América lançou pela primeira vez uma história 
curta de um personagem até então desconhecido, 
no final da revista do Quarteto Fantástico.
 Esse novo personagem da Marvel era: 
Homem Aranha.


Tamanha foi sua aceitação que, pouco tempo depois,
 o personagem, que viria a ser a criação máxima da
 editora americana, ganhou revista própria.
Pouco tempo depois, a TV Globo lançou o Homem
 Aranha, em desenho animado, bem elaborado.
 Nas bancas, as vendas dos gibis do aracnídeo
 estavam em alta. Os heróis Marvel estavam aquecendo 
o mercado nacional, concorrendo firme com 
os famosos super-heróis da DC.


Em São Paulo, a editora GEP (Gráfica e Editora Penteado)
 teve a honra de lançar no país, o Surfista Prateado
 e os X-Men (em P&B, no formato 21 x 28 cms).
 Essas novas séries, que são do grupo Marvel, traziam na
 época desenhos do lendário Jack Kirby. 
De imediato, esses heróis, até então desconhecidos
 do público leitor, caíram nas graças dos leitores.


Na década de 70, a M e C Editores (Minami e Cunha), 
uma editora nacionalista, também decidiu investir também
 nos heróis americanos, da Marvel. Assim, pela primeira
 vez, foi lançado o gibi de Conan, o bárbaro (em formatinho, 
P e B), um clássico da literatura, quadrinizado.
 Porém, o gibi teve breve duração.
Anos depois, a editora Abril, relançou Conan, em formato 
magazine (21 x 28 cms), e explorou a série por mais
 de 10 anos, com incrível sucesso.





Na década de 90, Will Eisner (o autor do Spirit), consagrado
 e autoconfiante, decidiu escrever e desenhar HQs 
sobre o seu velho mundo conhecido: o Bronx, bairro
 americano, decadente, onde o autor viveu na década de 30. 
Assim, Will fez surgir um novo tipo de quadrinhos 
especificamente para adultos. Agora esse inigualável 
autor decidira contar através de seus personagens 
humanos, que não tinham nada de super, suas
 experiências vividas no Bronx. O argumento
 era hiper realista.
Surge: O Edifício e outras obras primas do grande 
mestre, impressas em papel de ótima qualidade,
 capa dura, num acabamento gráfico primoroso. 
Esse primeiro álbum destinado ao leitor adulto 
fez muito sucesso e acabou dando origem às famosas
 Graphic Novels. Sucesso absoluto de crítica e de público.
Finalmente acontecera na América o que já havia 
ocorrido, anos atrás, na Europa: criar HQs destinadas 
ao público adulto.
Em terras tupiniquins foi a editora Abril que lançou 
essas maravilhosas Graphics Novels nos anos 90.
 Verdadeiras pérolas das HQs, onde surgiram: 
Frank Miller com seu Cavaleiro das Trevas 
(um clássico sobre o Homem Morcego), 
Ronin, Watchman, etc.


Gene Colan

A Arte do genial Gene Colan


No Brasil, gente como Stan Lee, Jack Kiry, 
NealAdams, Steve Ditko, Gene Colan,
Lee Falk e outros verdadeiros heróis das HQs,
 através de suas criações, inspiraram gente como: 
Getúlio Delphin (Capitão 7), Gedeone Malagola 
(criador do Raio Negro, o primeiro super-herói 
tupiniquim, e o Homem Lua), Wilson Fernandes
 (Homem Sol), Eugênio Colonese e Rodolfo Zalla 
(o Escorpião, e Milar), Paulo Fukue (Pabeyma e 
Super-Heros), Tony Fernandes (Fantastic Man e 
Fantasma Negro), e outros autores, a enveredar por
 esse segmento tão apreciado pelos adolescentes.
Convém lembrar que o Brasil é o segundo país
 do mundo que mais vende HQs de super-heróis,
 depois dos Estados Unidos.

Se você não conhece as boas HQs americanas do
 passado ou os gibis que foram produzidos no Brasil
 vá até o sebo mais próximo de sua casa e descubra
 as maravilhosas histórias em quadrinhos do passado,
 nacionais e internacionais.
Conheça, também, os precursores dessa nobre arte. 
Tome conhecimento sobre esses verdadeiros heróis 
dos gibis: gente que faz.


Prestigie, também, os quadrinhos nacionais.

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