sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

TROFÉU ANGELO AGOSTINI 2014! SAIBA QUEM FORAM OS CONTEMPLADOS!



PREMIADOS DO ANO
Melhor Desenhista - Shiko
Melhor Roteirista - Gustavo Duarte
Melhor Cartunista - Angeli
Melhor Lançamento - Meninos e Dragões
Melhor Lançamento independente - Plataforma HQ
Melhor Fanzine - Quadrinhos Ácidos
Prêmio JAYME CORTEZ - Sidney Gusman
MESTRES DO QUADRINHO NACIONAL - Byrata, Lourenço Mutarelli, Paulo Paiva Lima
PROGRAMAÇÃO DA EVENTO

13:00h Abertura da exposição MESTRES DO QUADRINHO NACIONAL
13:30h Lançamento da revista Picles “SÓ MULHERADA” e “Flaviolândia”, de Flavio Almeida, com a presença dos autores(as)

14:00h Homenagem a RENATO CANINI - Exibição do curta Kactus Canini Kid, de Lancast Mota. Bate papo sobre a vida e obra do artista com Fernando Ventura, Lancast Mota, Primaggio Mantovi e Izomar Camargo

15:00h Debate: 30 ANOS DO TROFÉU ANGELO AGOSTINI. Com Worney A. Souza, Franco de Rosa, Jal e Eduardo Vetillo.
16:00h Exibição do documentário inédito “DESVENDANDO ANGELO AGOSTINI - 30 ANOS DA AQC”

16:30h In Memoriam - Homenagem aos artistas falecidos em 2013.

17:00h Entrega dos Prêmios Angelo Agostini aos melhores do quadrinho nacional






ESTÚDIOS PÉGASUS\DIVULGAÇÃO
FONTE DE INFORMAÇÃO: AQC

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

HEAVY METAL (METAL HURLANT), A REVISTA QUE REVOLUCIONOU OS QUADRINHOS!

Os quadrinhos criados nos Estados Unidos 
inicialmente tinham
 uma linguagem mais agressiva, abordavam 
temas mais adultos. Porém, graças ao famoso 
Código de Ética, criada pelos próprios editores 
para censurar revistas 
destinadas aos jovens e que supostamente pudessem 
exercer “má influência” na formação dos jovens leitores
 da América, após a publicação do livro A Sedução dos 
Inocentes, obra que taxava as histórias em quadrinhos 
como nocivas,  os roteiros das HQs americanas
 foram infantilizados.
Coube aos europeus, mais precisamente, aos 
franceses, o privilégio de revolucionar o setor
 editorial universal. Graças a dois jovens super 
talentosos e seus amigos surgiu a revista...

MÉTAL HURLANT (HEAVY  METAL)!
QUADRINHOS DE ALTO NÍVEL
 PARA ADULTOS



               A revista que ficou super conhecida como Heavy Metal,
 pelo mundo afora, foi batizada originalmente 
de Métal Hurlant. Essa publicação revolucionária surgiu 
na França no ano de 1974 e foi criada por um 
grupo de jovens artistas geniais: Jean Giraud 
(Moebius)Bernard Farkas, Jean-Pierre Dionet e
 Philippe Druillet. A ideia de lançar um produto 
editorial diferente surgiu na mesa de um dos bares 
de Paris. Pouco tempo depois, eles, com uma 
grande ideia na cabeça e pouco dinheiro
 no bolso, constituíram uma empresa, alugaram 
uma pequena sala no centro da capital francesa 
e foram a luta. Bateram de gráfica em gráfica
 em busca de crédito até conseguir tornar aquele
 projeto, que era um sonho, virar realidade.




Essa revista, que causou muita polêmica e marcou 
época trazia em suas páginas histórias de ficção 
científica e fantasia produzidas por Giraud e Druillet
 e por um grupo de colaboradores que se tornou em
 pouco tempo a nata dos quadrinhos 
produzidos na Europa. Nomes de autores como: 
Milo Manara, Guido Crepax, Alejandro Jodorowsky, 
Richard Corben, Enki Bilal, Caza, Berni Wrightson
 e muitos outros grandes artistas que passaram 
a colaborar com essa publicação ao longo dos 
anos se tornaram sinônimo de qualidade 
de uma boa HQ fantasiosa destinada ao público adulto.
Giraud e Druillet foram os mentores intelectuais 
desse novo conceito de HQs. 


MOEBIUS

O entusiasmo desses dois contagiou os amigos,
 que também viam a necessidade de criar um 
novo conceito de HQs para um mercado repleto
 de mesmices e dominado pelas HQs Made in USA.
 Assim surgiu a empresa editorial que ganharia
 fama internacionalmente, Les Humanòides Associateds.
 Numa  época em que os computadores e 
softwares de arte não faziam parte da ferramenta 
essencial de um artista gráfico os desenhos e 
as pinturas das HQs da Métal Hurllant eram 
simplesmente deslumbrantes, 
com personalidades distintas.

O público e a crítica receberam a nova publicação
 de braços abertos e a cada nova edição a
 pequena editora criada por aqueles idealistas 
ia aumentando gradativamente a tiragem. 
Este fato não passou despercebido por editores
 que viviam do outro lado do oceano, que estavam 
ávidos para publicar um novo produto editorial
 de alta qualidade para leitores que estavam 
entediados de ler uma enxurrada 
de aventuras de super-heróis.



MÉTAL HURLANT NA AMÉRICA
No meio da década de 70, o editor americano
 Leonard Mogel estava em Paris para o lançamento 
da edição francesa  da revista National Lampoon – 
um fenômeno editorial -, quando ele descobriu
 a nova revista de ciência-fantasia chamada
Métal Hurlant que tinha sido lançada em dezembro
 de 1974, por um grupo jovem de artistas
 franceses. A tradução do título literalmente 
é "Metal Rangente".



Mogel, após folhear a publicação francesa, 
ficou encantado com o que viu e decidiu lançar
 uma versão americana. Alterou o nome para
 Heavy Metal. Essa nova e revolucionária publicação
 foi lançada  nos Estados Unidos em Abril de1977,
 impressa em papel especial (glossy) e totalmente 
em cores com boa tiragem mensal. Inicialmente,
 ela mostrava traduções das histórias 
originalmente publicadas na Métal Hurlan, includindo 
os trabalhos de Enki Bilal , Jean Giraud
 (mais conhecido como Moebius), Phillippe Druillet e 
Phillippe Caza.
Algum tempo depois, a revista apresentou trabalhos
 de Stefano Tamburini e o ultraviolento RanXerox,
 personagem criado por Tanino Liberatore.
Os fundadores da edição americana foram
 Sean Kelly e Valerie Marchant.





 O diretor de arte foi John Workman, experiente profissional 
da área editorial que tinha adquirido boa bagagem 
editorial na DC Comics e em outras editoras menores.
O sucesso foi imediato. 
Os leitores americanos aprovaram o novo produto
 editorial e a crítica especializada teceu elogios
 àquele novo lançamento.
A revista, inicialmente, como a versão original francesa,
 era publicada a cada dois meses. Os leitores
 americanos, fascinados por esse novo conceito
 em quadrinhos, exigiam que o produto editorial 
circulasse mensalmente, enviando cartas
 para a redação. Mas, o material era escasso.
Dois anos depois, Mogel sentiu que faltava 
material de boa qualidade para manter o
 padrão de qualidade e a periodicidade 
exigida pelos leitores constantemente.
 As vendas começaram a oscilar.




TEMPO DE RENOVAÇÃO
Em 1979 , Workman foi substituído por Kelly e
 Marchant, autores de Ted White. Estes, de imediato, 
decidiram revitalizar a revista, ampliando os temas
 da ficção cientifica baseando-se nas histórias das 
revistas Amazing Stories e Fantastic, titulos que
 fizeram muito sucesso entre 1968 e 1978.
White e Workman imediatamente alteraram a 
aparência e o conteúdo da Heavy Metal.
 Passaram a incorporar mais histórias e textos de 
artistas americanos.
A principal solução de White para manter o nível daquela 
publicação e renová-la era adicionar, além de novas 
HQs, textos expressivos em colunas redigidas por
 quatro entendidos em cultura pop




Assim, Lou Stathis foi escalado para escrever sobre
rock and roll, Jay Kinney falava sobre quadrinhos 
undergrounds, enquanto Steve Brown comentava
 os livros de ficção cientifica e Bhob Stewart 
comentava a mídia visual dos filmes de 
fantasia, animações e até escrevia sobre
shows com raios laser, que era novidade na época.
 Por um tempo, essa fórmula deu certo, mas
 as poucos as vendas começaram a 
despencar vertiginosamente.



DÉCADA DE 80
Em 1980, Julie Simmons-Lynch assumiu a redação. 
Percebeu que aquele tipo de quadrinhos já 
não atraiam tanto quanto antes os leitores.
 Assim, decidiu investir pesado num bom material 
de texto fazendo assim a revista virar uma vitrine 
para os mais conhecidos autores de ficção 
contemporânea, como: Robert Silverberge 
Harlan Ellison. Mais tarde, uma coluna intitulada
 "Dossier", estreou. Nela foram apresentados pequenos 
trechos de obras de uma grande variedades
 de autores. Entrevistas com importantes figuras
 da mídia como: Roger Corman, Frederico Fellini, 
John Sayles e John Waters (famoso montador de
 filmes)passaram a ser publicadas mensalmente.




TEMPO DE CRISE
Em 1986, os antigos leitores da revista que mudou o 
conceito das HQs pelo mundo afora pareciam estar
 cada vez mais desinteressados na  Heavy Metal.
A tiragem caiu drasticamente, a revista tornou-se 
quadrimestral. Era preciso reconquistar os antigos
 leitores e atrair novos, caso contrário, o fim seria inevitável.

SOB NOVA DIREÇÃO
A revista voltou a ser bi-mensal em 1989.
 Simmons-Lynch permaneceu como redatora até 1991,
 quando Kevin Eastman decidiu comprar a revista.
Assim, ambos se tornaram redator e editor.

O DESENHO ANIMADO
Em 1981, um filme de animação foi adaptado das
 séries de HQs apresentadas na revista.
 Mas, o tiro saiu pela culatra, pois a referida película
 acabou criando um rombo financeiro monstruoso 
entre as diversas empresas de animação, que 
decidiram investir no ousado projeto onde c
ada uma delas fazia
uma parte da animação.
Assim como a revista, o filme apresentou um grande 
número de cenas de nudismo e muita violência. 
Por isso acabou sendo taxado pela crítica como
 pornográfico causando muita polêmica.


UMA NOVA TENTATIVA
Um filme com artistas pouco conhecidos também foi lançado 
na sequência visando sanar o rombo provocado pela animação 
anterior, visto que a empresa estava embuchada com os bancos 
e credores. Segundo os críticos, o filme também exagerou 
nas doses de sexo e violência, para variar.
Apesar de tudo, o filme revelou novos talentos como:
 John CandyEugene LevyHarold Ramis e Ivan Reitman
Ele teve um razoável retorno no lançamento nos cinemas 
locais e tempos depois adquiriu o status de cult
Por causa de um problema com os direitos autorais 
de uma música, que gerou processo judicial, esse filme 
demorou muitos anos para se tornar 
disponível nas vídeolocadoras.



ANIMAÇÕES ARROJADAS
Criar filmes de animação inovadores tinha virado
 uma obcessão. Assim surgiuHeavy Metal 2.000 e
 Heavy Metal: F.A.K.K.². Essa animação inovadora, 
no estilo sci-fi, teve um orçamento estimado em 
15 milhões de dólares – uma fortuna para uma
 época em que as animações, em geral, eram
 produzidas com baixos orçamentos. 
Ao ser lançado fez um sucesso relativo.
 Mesmo assim, esse novo lançamento quase 
levou a empresa pro buraco.  Como solução para pagar
 as dívidas ele foi liberado no ano 2.000 diretamente
 para as vídeolocadoras. 
Este filme não era baseado nas histórias em 
quadrinhos da revista. Foi baseado em 
The Melting Pot, uma graphic novel escrita
 por Kevin Eastman e desenhada por Simon Bisley,
 que se baseou a aparência da protagonista na modelo
pornográfica e atriz de filmes B, Julie Strain, 
que era esposa de Kevin Eastman. 




Strain mais tarde usou seus talentos vocais no
 filme, dublando o personagem que lhe era 
similar. Persistente, Kevin decidiu lançar também 
um video game, Heavy Metal: F.A.K.K. 2.
Camisetas, posters, calendários e uma série de 
outros subprodutos baseados na marca Heavy Metal 
também foram criados e lançados no mercado.




ANALISANDO O CONJUNTO DA OBRA
Apesar dos fiascos financeiros, os desenhos 
animados da Heavy Metal possuem uma notável
 qualidade, afirmam os críticos.
 Trabalhos de grandes artistas como H.R.Giger,
 que fez diversas capas, Terrance Lindall, que ilustrou
 a versão do poema épico de Milton Paradise, Lost, 
editado pela revista em 1980 e que foi considerado 
como a melhor adaptação daquele poema
 feita no século XX, são pontos altos inegáveis
 desse título notável.
No que diz respeito aos quadrinhos, produzidos 
por artistas americanos, muitas boas histórias
 foram apresentadas em série, como as histórias
 de Richard Corben e Matt Howarth.

Enquanto algumas pessoas reverenciam os
 produtos com a marca Heavy Metal, alguns criticos 
afirmam que os roteiros das HQs da Heavy Metal 
têm excesso de violência e muita pornografia gratuita.
 Estes argumentavam por banir a publicação, proibir
 a  venda dela, para proteger os leitores
menores de idade. 
Tais objeções fazem sentido, pois a venda de 
Heavy Metal, estranhamente, nunca foi restrita 
aos adultos nos Estados Unidos.

SALVA PELO GONGO
Desde a década de 90, a Heavy Metal é propriedade 
de Kevin Eastman, um dos criadores de
Teenage Mutant Ninja Turtles (As Tartarugas 
Ninjas, no Brasil), personagens que fizeram um 
tremendo sucesso nos quadrinhos e nas telonas
  na década de 90. Três longas dessa série foram
 campeões de bilheterias, inclusive, no Brasil.
 Esta sértie ganhou até uma série animada para
 TV. Este sucesso retumbante das Tartarugas 
Ninjas permitiu a Eastman, o sonho de salvar a
 revista Heavy Metal da falência.


O SONHO ACABOU?
Infelizmente, as fantásticas  edições da revista 
francesa terminaram em 1987. Porém, ressurgiram na 
América em Julho de 2002 com o nome francês 
de Métal´Hurlant, editada por Les Humanoídes Associés.
No artigo o "Novo Movimento Surrealista International" 
lançado em março de 2006 na seção "Art  and Antiques"
 da revista, todos os artistas que participaram
 da Heavy Metal são mencionados como
 “A maior expressão do movimento 
do quadrinho fantástico”.



A PRIMEIRA EDIÇÃO AMERICANA

Na terra do Tio Sam, a revista que passou a ser 
publicada em 1974, com o título Heavy Metal
 The Illustrated Fantasy Magazine teve em sua
 primeira capa a arte de Jean-Michel Nicoletti. 
Essa nova publicação foi imediatamente reverenciada 
pelos apreciadores da boa HQ, que clamavam 
por novidade. Alguns autores americanos
 foram convocados para colaborar com a
 versão americanizada da Métal Hurlant. Isso provocou, 
inicialmente, o descontentamento de alguns leitores
 tradicionais que estavam acostumados a 
ver apenas as deslumbrantes HQs feitas
 pelos europeus.  Apesar de  alguns veementes
 protestos, alguns desses autores americanos
 acabaram ganhando notoriedade, gradativamente,
 como Richard Vance Corben, um 
dos mais reverenciados.




PRINCIPAIS PERSONAGENS
 DA HEAVY METAL






Em geral, as HQs publicadas por essa inovadora
 publicação desde a sua criação na França 
eram avulsas, criadas por diversos colaboradores,
 que buscavam criar textos originais e não se
 limitavam a produzir HQs em série 
com personagens fixos.
Mesmo assim, com o tempo, alguns personagens
 fixos foram surgindo, agradando os leitores e
 ganhando séries.
Personagens que ganharam notoriedade 
nessa publicação, foram:
Ranxerox, Den, Drunna, Black Decker e Lorna.



A VERSÃO BRASILEIRA

No Brasil, Heavy Metal – marca registrada da Metal 
Mammoth INC, de Nova Iorque, empresa que acabou 
registrando esse título-, foi lançada pela editora do 
mesmo nome sediada em São Paulo, pelos editores
 associados: Eliezer Weintraub, Johnny Thomas e 
Leão Azulay. O consultor editorial ficou a cargo do 
professor de comunicação e ex-desenhista de 
HQs Álvaro de Moya. Teve uma vida breve, nos
 anos 90 e uma qualidade gráfica a desejar, 
segundo alguns fãs da série.






Essa versão nacional foi muito criticada por 
que conheciam as versões americana e européia. 
Um dos maiores pecados desses nossos editores
 foram as traduções, que eram muito mal-feitas.
Porém, os editores tupiniquins também 
tiveram alguns méritos:
Pela primeira vez, os leitores brasileiros puderam
 apreciar séries como a da sensual Lorna: Leviatan, 
HQ feita pelo genial Azpiri, Storm, Ranxerox, etc.
 Autores até então desconhecidos no Brasil, como: 
Simon Bisley, Caza, Don Lawrence, Martin 
Lodewijk, Bernet (Torpedo), Bochet, Morvan, Pahek,
 O’Groj, Fernando Rubio, Luis Royo, Pahek, 
Jose Ortiz, Segura, Sorel, E Mosdi, Martin, 
, Manara, Tayyar Ozkan (Caveman), Gaetano
Libratore (Ranx 3), Tamburini, Chabat, Molina, 
Gonzales, Bilal, Olivia,  Oger, Migeat, Corben
 e outras feras se tornaram conhecidos.  
Heavy Metal fez um relativo sucesso no Brasil,
 se tornou uma publicação Cult. Tanto que 
ganhou uma concorrente, a revista Metal Pesado, 
que muitas vezes causava confusão na cabeça
 dos leitores. O editor Dario Chaves, da Heavy
 Metal, também foi um dos responsáveis 
por uma edição especial de Gullivera, um 
clássico de Milo Manara, o rei do erotismo 
em quadrinhos.

 Essa espetacular HQ 
saiu na edição # 11 da Heavy Metal nacional
 e ela não pode faltar no acervo de um bom
 colecionador. Esse  valentes e muitas vezes
 mal-compreendidos editores da editora 
Heavy Metal também abriram espaço para 
os autores nacionais, para a felicidade de alguns
 e o desespero de outros, que criticaram tal 
atitude que consideraram insana. 
Houve até uma edição especialmente 
realizada por autores brasileiros. 
Por mais de dois anos a Heavy Metal foi 
publicada no país. A produção externa 
por conta do estúdio Opera Graphica, 
do Carlos Mann.

DESENHOS ANIMADOS

Em 1981 e no ano 2.000 foram feitos animações
 baseadas nas histórias da Heavy Metal, mas 
estilo live-action este material ainda continua intocável,
 afirmam estudiosos.

O desenhista e produtor Robert Rodriguez
 anunciou há algum tempo atrás que ia produzindo 
um filme baseado nas histórias da revista. 
O longa, segundo ele, teria três episódios e 
um deles seria feito a partir de uma ideia proposta
 enviada por um fã, que  se tivesse sua ideia 
aprovada faria parte da equipe de criação.

Segundo especialistas, Robert Rodriguez 
sempre teve potencial e capacidade para fazer 
um bom trabalho com as histórias da Heavy Metal,
 apesar de ser americano demais pra tocar
 nesse material que originalmente foi criado 
e desenvolvido por europeus.



SERIADO NA TV

A WE Productions, a Les Humanoïdes Associés
 e a Panini U.K. Media (do Reino Unido\Inglaterra) 
também produziram um seriado de TV baseado 
na Metal Hurlant composto de 24 episódios de 
30 minutos de duração. No elenco estão:  
Rutger Hauer, Scott Adkins, Michael Jai White, 
Joe Flanigan e James Marsters. 
O lançamento  aconteceu nas TVs da Europa.

A ideia de se adaptar as histórias 
curtas da revista  para a série da TV foi considerada
 boa pelos antigos e fiéis leitores da revista.
Na edição nacional da Heavy Metal # 23 era 
a estreia brevemente de F.A.A.K.2, nas telonas.
 Um desenho animado de vanguarda. 
Um longametragem de animação de aventura 
e ficção baseado numa HQ publicada pela Heavy Metal.

ALGUNS S AUTORES NOTÁVEIS
 DA HEAVY METAL





RICHARD CORBEN




Richard Vance Corben, era o nome de um típico 
cidadão americano totalmente desconhecido. 
Ele nasceu no Missouri em 1940, se profissionalizou
 no Kansas. Trabalhou como animador dos estúdios
 Disney entre 1963 e 1972. Suas primeiras HQs 
surgiram em fanzines em sua terra natal. 
Estreou numa publicação underground nos anos 70. 
Em 1970 passou a colaborar com a saudosa e 
extinta Warren, na revista Creepy. Dono de um
 estilo inconfundível a arte de Corben sempre 
se destacou de seus contemporâneos e o sucesso
 veio ao criar e lançar o supermusculosos Den, 
na série chamada Newhere. Den era uma
 espécie de Arnold Schwarzenegger, um patoludo
 saradão dos quadrinhos. A série Newwhere 
virou um ousado projeto de animação.



Corben passou a desenvolver o filme animado 
em suas horas vagas de seu emprego como 
animador da Calvin Productions, 
um pequeno estúdio do Kansas. 
Após mostrar a ideia do projeto aos
 seus superiores teve total apoio para realizar 
um curta metragem de 30 segundos. 
O projeto levou cerca de um ano para ser concretizado.
 A verba era curta, por isso Corben usou papel 
para executar as artes para economizar celulóide.
 Entre 1973 e 1978 realizou uma versão dessa
 animação em quadrinhos que fez muito sucesso.
O estilo de Corben sempre foi estiloso, cheio de
 personalidade. Suas figuras sempre foram vistosas. 
Suas pinturas eram tridimensionais e sua arte, em
 geral, apresentava figuras masculinas poderosas
 e figuras femininas deliciosas que contracenavam 
com paisagens desérticas. Enfim, o trabalho minúscioso 
de Corben nada ficava devendo aos excelentes
 ilustradores europeus.
Este grande ilustrador americano foi um dos 
privilegiados que foram convidados a participar 
da versão americana da Metal Hurlant. 
Seu primeiro trabalho a ser publicado pela
 Heavy Metal saiu em capítulos e fez um
 sucesso retumbante. Tanto que essa primeira 
HQ depois foi publicada em forma de álbum de luxo.
 Essa obra, atualmente é disputada a tapas 
pelos colecionadores de quadrinhos 
todo o mundo.
Esse artista cujo estilo pessoal é inconfundível 
também participou do primeiro filme de animação
 da Heavy Metal, que anos depois foi relançado
 nos cinemas e em VHS (sistema criado em fitas
 magnéticas para filmes de vídeocassetes, 
aparelhos que antecederam os DVDs, num 
passado não muito distante – anos 90).



Segundo declarou certa feita, Richard Corben, o 
desenhista americano que mais se destacou na 
revista Heavy Metal: “Quando eu era garoto, 
na maioria do meu tempo eu passava desenhando. 
Todas as crianças adoram desenhar, mas algumas 
desenham mais do que as outras. 
Eu desenhava diariamente, por horas a fio, 
loucamente, até ficar sem papel ou lápis.”



MILO MANARA



Maurilio (Milo) Manara nasceu em Lusone 
(Bolzano, Itália) em 1945. Após tentar enveredar 
pelo mundo da pintura e da escultura, fez sua
 estreia no mundo dos quadrinhos em 1969 em
 Genius, uma coleção de histórias eróticas-policiais
 publicadas por Furio Viano, que fez muito sucesso na Itália.




Dono de um traço simples e marcante em pouco 
tempo esse artista, que se tornou o rei das 
HQs eróticas, ganhou notoridade internacionalmente
 e suas mulheres super sensuais passaram a 
povoar a mente de milhares de leitores pelo mundo.



Foi autor de inúmeros clássicos, como: Il Scimiotto,
 Il Clic, Viaggio a Tulum, Il Viaggio di Geovanni
 Mastorna, Gullivera, O Perfume Invisível, etc.
No decorrer de sua frutífera carreira, Milo Manara
 recebeu inúmeros prêmios tanto na Itália quanto 
no resto do mundo. O clássico Clic teve 
adaptações para o cinema e o teatro.
Seus álbuns destinados ao público adulto caíram 
nas graças dos editores e públicos da América. 




Tanto que, o consagrado artista italiano foi contratado 
para desenvolver HQs com os personagens 
da Marvel Comics. Recentemente, ele veio ao 
Brasil participar da Comicon da cidade
 do Rio de Janeiro.






                           Alain Voss (1946\ 2011)






Ele foi um artista franco-brasileiro de quadrinhos 
que também ficou conhecido como Al Voss. 
Seu local de nascimento é incerto. Pesquisadores 
brasileiros afirmam que ele nasceu na França, mas 
os franceses afirmam que ele nasceu no Brasil. 
O fato é que ele é filho de pais franceses, passou
 seus primeiros anos na França e veio para
 o Brasil ainda pequeno.
Alain Voss começou a trabalhar com quadrinhos
 e ilustrações na década de 1960. Ilustrou, entre 
outras coisas, as capas dos LPs da lendária banda 
chamada Os Mutantes, da qual participava a rainha 
do rock nacional, a cantora e compositora Rita Lee.
 Seus principais trabalhos na época foram 
O Careca e O Loco.



Em 1972, Alain Voss voltou para a França,
 fugindo da ditadura militar brasileira. Lá, trabalhou 
para a revista Métal Hurlant, a mais importante 
publicação de quadrinhos francesa da época,
 ao lado de nomes como Moebius, Enki Bilal, entre outros.
Na Métal Hurlant, criou a série Heilman em 1978, que 
chegou a ser proibida na Alemanha por fazer 
referências ao nazismo. Também fez uma série de 
paródias de personagens famosos, como 
Asterix, Smurfs e Superman.
Em 1981, Alain Voss retornou ao Brasil. 
Retornou para a Europa apenas no final da década. 
Teve trabalhos publicados em revistas brasileiras 
como Inter  Quadrinhos e Monga - A Mulher-Gorila.
 Em 1989, ganhou o prêmio de melhor desenhista 
nacional da primeira edição do Troféu HQMix
No ano seguinte, uma exposição sobre seu trabalho 
foi apresentada no Museu da Imagem e do Som,
em São Paulo, ganhou o Troféu HQ Mix 
de melhor exposição.
Voltou ao Brasil em 2009. No ano seguinte decidiu 
ir para Portugal, onde fixou residência.
Naquele país  fez ilustrações para publicidade. 
Alain Voss faleceu em Lisboa vítima de um AVC.

ALEXANDRO JODOROWSKY
Alexandro Jodorowsky, este genial artista multimídia 
nasceu no Chile, em 7 de fevereiro de 1929. Seu avô
 era um judeu russo que havia fugido da Ucrânia 
por causa de perseguições políticas. 
Mas em vez de emigrar para os Estados Unidos,
 como a maioria dos seus irmãos, ele escolheu se 
mudar para a ponta mais meridional da América do Sul:
 o Chile. Corajosamente, atravessou os Andes 
no dorso de uma mula, carregando consigo a primeira 
Torá (Bíblia judaica) a entrar naquele país. Lá, ele 
montou uma pequena fábrica de sapatos 
e mandou buscar o resto da sua família 
na Rússia. Assim, o pai de Jodorowsky 
chegou ao Chile.

NASCE UM GÊNIO

Durante uma espécie de “corrida do ouro” no norte 
do Chile, o pai de Jodorowsky se mudou para o 
norte e se estabeleceu em Iquique, pequena 
cidade portuária não muito distante do Peru e da
 Bolívia. Lá, ele encontrou uma jovem cantora de
 ópera, filha de um bailarino russo. Com aquela
 mulher ele decidiu se casar. Algum tempo depois,
 Alexandro Jodorowsky veio ao mundo.
O pequeno Alexandro foi uma criança precoce:
 aos quatro anos, já sabia ler. Logo foi seduzido
 pelo mundo da literatura francesa de capa e 
espada e começou a devorar romances de
 Alexandre Dumas (Os Três Mosqueteiros) e
 Paul Feval (O Corcunda). 






Em 1942, sua família 
se mudou para a cidade de Santiago, onde o 
jovem Alexandro passou a  frequentar uma escola. 
Mais tarde, ele passou dois anos na Universidade 
de Santiago, especializando-se em Filosofia e 
Psicologia, mas acabou abandonando os estudos
 para seguir carreira no difícil mundo do teatro. 
Enquanto estava na Universidade, ele havia 
trabalhado como palhaço de circo e usou sua
 experiência para, primeiro, tornar-se um ator 
de teatro e depois criar seu próprio teatro de 
bonecos. Profundamente inspirado com o trabalho
 de mímica do ator francês Jean-Louis Barrault no
 filme Boulevard do Crime, de Marcel Carné, 
ele também lançou sua própria 
companhia de mímica.

ESTUDANTE DE MÍMICA




Em 1955, Jodorowsky mudou-se para Paris, onde 
estudou mímica com o professor de Barrault, Etienne 
Ducroux. Em seguida, estudou durante seis anos com
 o mestre da mímica Marcel Marceau. Para Marceau, 
Jodorowsky criou e escreveu peças de mímica 
como The Mask Maker, The Cage, The Eater of 
Hearts e The Sword of the Samurai. Ao longo 
deste período, Jodorowsky também dirigiu o 
lendário Maurice Chevalier em um espetáculo 
solo no Teatro Alhambra. Ele apresentou Michel 
Legrand para as platéias parisienses e trabalhou 
atuando como diretor
para o Teatro Trois-Baudets.

Enquanto estava trabalhando com Marceau, Jodorowsky
 conheceu um grupo de artistas parisienses que 
partilhavam um mesmo interesse por questões 
espirituais, surrealismo, filosofias da nova era e arte.
 Entre esses amigos recém-encontrados estava o 
cineasta de vanguarda espanhol Fernando 
Arrabal e o artista cartunista Roland Topor, cuja
 visão inspirou o longa de animação Planeta
 Fantástico (La Planète Sauvage, produção
 tcheco-francesa, 1973), de René Laloux.

PANIC

Em 1962, os três criaram um movimento cultural que 
batizaram de Panic, em homenagem ao deus grego Pan. 
A proposta do movimento era incluir tudo o que os 
surrealistas abraçavam, além de muitas coisas que
 eles rejeitavam, como arte pop, ficção-científica,
 quadrinhos, rock, etc. Jodorowsky também escreveu
 uma série de livros e peças, como: El Juego 
Que Todos Jugamos, Zarathustra, Teatro 
Pânico e Método de Filosofia Pânica.

Em 1960, ao acompanhar Marceau numa turnê 
mundial, Jodorowsky descobriu o México. Ele, finalmente, 
voltou para lá em 1965 para uma longa estada, depois
 de ajudar a levar ao palco, junto com Arrabal e Topor, 
um agora famoso “espetáculo” de quatro horas no 
Centro Cultural Americano de Paris, durante o qual 
Arrabal dançava ao som de O Lago dos Cisnes,
 enquanto jogava no chão carne sobre cacos de vidro.

NO MÉXICO

Jodorowsky viveu vários anos frutíferos no México, 
dirigindo peças teatrais de Ionesco, Strindberg, 
Arrabal, Shakespeare, Beckett e Nietzsche. 
Ele também escreveu e desenhou uma tira de 
quadrinhos semanal chamada Fábulas Pânicas,
 para um dos principais jornais mexicano.
 Em 1967, criou sua própria produtora de filmes,
 Producciones Panicas, e fez seu primeiro filme, 
Fandos Y Lis, uma história de amor surreal baseada 
numa obra de Arrabal. O filme foi selecionado para 
o Festival de Cinema de Acapulco em1968, 
mas causou um grande escândalo. Seus ataques 
contra os valores tradicionais mexicanos quase provocaram
 o linchamento e a expulsão de Jodorowsky daquele país.

Em 1970, Jodorowsky escreveu, dirigiu e estrelou
 seu segundo filme, El Topo. Esta estranha combinação 
de um faroeste tradicional com adornos de misticismo
 estreou, um ano depois, no Cine Elgin em Nova York e se 
tornou um dos principais cult-movies dos anos 70. 
El Topo foi elogiado por Mick Jagger, Andy Warhol, 
Dennis Hopper e Sam Fuller.

A MONTANHA SAGRADA

Na esteira do sucesso de El Topo, Jodorowsky se 
mudou para Nova York e apareceu no 
Dick Cavett Show e no Johnny Carson's Tonight Show. 
Estes fatos o motivaram a seguir em frente com seus projetos. 
Assim, decidiu fazer  e estrelar novamente seu
 próximo filme A Montanha Sagrada (1973), que
 mostrava a história de uma busca alquímica pela 
verdade e imortalidade. Este filme teve boa 
receptividade na Europa, particularmente na 
França, onde foi recebido entusiasticamente
 pela crítica especializada.

JODOROWSKY E MOEBIUS






1975 - Jodorowsky decidiu regressar para a França 
para começar a trabalhar no que pretendia 
ser sua obra-prima: uma adaptação colossal do
 premiado romance de ficção-científica Duna, 
escrito por Frank Herbert. Para a produção desse 
filme, Jodorowsky reuniu uma equipe inédita de 
talentosos artistas gráficos: Jean “Moebius” Giraud 
(que havia recém-criado a revista Métal Hurlant), 
o ilustrador britânico Christopher Foss e o mestre 
do horror suíço H.R. Giger. Para cuidar dos efeitos
 especiais, Jodorowsky tinha contratado o jovem
 cineasta americano Dan O'Bannon, cujo 
trabalho em Dark Star o impressionara bastante.
Infelizmente, após dois anos de trabalho árduo, 
após obter o apoio financeiro exigido para a realização
 de um projeto de tal magnitude, veio a decepção. 
O projeto nunca se tornou palpável inteiramente. 
O filme foi arquivado. Dan O’Bannon foi 
cuidar de outro projeto cinematográfico, para 
o qual havia escrito o roteiro, um suspense de
 ficção-científica chamado Alien, o Oitavo 
Passageiro, e conseguiu convencer o seu diretor,
 Ridley Scott, a contratar Giger e Moebius para 
a criação dos designs do filme. Em 1979, 
Jodorowsky voltou ao cinema para dirigir Tusk.

OLHOS DE GATO

Durante esse período, Jodorowsky manteve sua
 ligação com Moebius e, em 1978, os dois trabalharam 
juntos numa história curta de horror chamada 
Os Olhos do Gato. Dois anos depois, começaram 
a trabalhar na série O Incal, apresentando aos
 leitores as aventuras de John Difool.
Desde então, Jodorowsky deu andamento à sua
 carreira como escritor, trabalhando em vários 
romances e coletâneas de histórias curtas, 
incluindo Spiders Without Memories e The Parrots´ 
Paradise, que recebeu um importante
 prêmio de humor na França em 1985.

QUADRINHOS

Na área dos quadrinhos, além de O Incal, Jodorowsky
 escreveu as aventuras de Alef-Thau, com o 
artista francês Arno; a série The White Lama, 
com o artista americano ex-patriado George Bess 
(que desenhou as tiras estrangeiras do Fantasma, 
personagem clássico criado por Lee Falk); 
e The Jealous God, com
 o artista italiano Silvio Cadelo.
Outros projetos realizados por Jodorowsky incluem 
duas aventuras solos do jovem John Difool, 
desenhadas pelo artista iugoslavo Zoran Janjetov; 
Os Meta-Barões, estrelando o personagem Meta-Barão,
de O Incal, e os filmes Santa Sangre (1989), 
The Rainbow Thief (1990) e Los Hijos del Topo (2004).




Moebius



Jean Henri Gaston Giraud (Moebius), ele nasceu 
em Paris no dia 8 de maio de 1938. Seus pais 
se divorciaram três anos depois e ele, que 
mais tarde também ficou conhecido como Gir,
 foi morar com os avós maternos, onde teve 
contato com os grandes ilustradores da virada 
do século, como Gustave Dore e, também, com as 
histórias em quadrinhos publicadas nos jornais. 
Durante sua infância já demonstrava uma paixão 
pelos quadrinhos, copiando personagens das Hqs 
e criando seus próprios personagens.
Aos 16 anos, iniciou seu único curso técnico na 
Escola de Artes Aplicadas de Paris. Ainda neste 
mesmo ano produziu sua primeira tira de 
quadrinhos: um faroeste chamado Les Aventures de 
Franck et Jéremie para a revista Far West, uma das
 muitas revistas editadas pela Marijac e conheceu
 Jean-Claude Mézières, outro fanático por histórias
 em quadrinhos, que lhe abriu as portas para a
 publicação católica chamada Coeurs Vaillants,
 onde ele ilustrou várias histórias didáticas e r
ealistas. Dois anos depois foi convocado pelo
 exército, mas continuou a desenhar para a 
revista militar chamada 5/5.

GIRAUD E JIJÉ

Dispensado do serviço militar em 1960, Giraud 
tornou-se assistente de Joseph Gillain (o famoso 
Jijé) na série de faroeste Jerry Spring. 



Como ele mesmo admitiu, trabalhar com aquele
 grande mestre foi a melhor escola de arte que 
ele poderia ter frequentado na vida. 
Em 1961, ele parou de trabalhar com Jijé e 
começou a ilustrar a História das Civilizações,
 uma publicação do estúdio Hachette, onde f
icou até 1963, quando criou (com o roteirista 
Jean-Michel Charlier) uma série de faroeste 
chamada Fort Navajo, que passou a ser 
publicada na revista Pilote. Porém, os editores 
decidiram, na sequência, mudar o título da série
 para Lieutenant Blueberry ( Tenente Blueberry, 
também lançado no Brasil). Em 1963, esse artista
 estiloso e eclético também colaborava na revista
 de sátiras chamada Hara-Kiri. Na Hara-Kiri ele
 publicou suas primeiras histórias com o 
pseudônimo de Moebius. Nesta mesma 
época, usando seu outro pseudônimo ("Gir"), 
ele criou outras histórias em quadrinhos
 num estilo experimental.
Em janeiro de 1973, os alter-egos de Giraud 
se cruzaram quando a revista Pilote publicou 
"La Deviation", uma história surreal em preto 
e branco assinada por Gir, retratando as
 férias de Jean Giraud!




LES HUMANÒIDES ASSOCIÉS

Em 1975, juntamente com Jean-Pierre Dionet, 
Philippe Druilet e Bernard Farkas, fundou a 
Humanòides Associés e criou a revista Métal Hurlant, 
onde publicou suas inovadoras histórias de fantasia 
e ficção-científica, entre elas Arzach e A Garagem
 Hermética. Neste mesmo ano, Giraud foi 
contratado por Alexandro Jodorowsky para faze
r o desenho de produção da adaptação
 cinematográfica do romance de Frank Herbert: 
Duna. Porém, o projeto foi engavetado.
 Então o artista foi trabalhar na produção do filme Alien,
 O Oitavo Passageiro (um clássico do cinema sci-fi).
 Em 1980, desenhou o story-board de Tron, 
filme produzido pelos estúdios Disney.

NA AMÉRICA

Em 1981, junto com Alexandro Jodorowsky, iniciou a 
saga de O Incal. Ainda nos anos 80, se mudou para 
Los Angeles e neste período  publicou seus trabalhos
 antigos numa série 
de álbuns editados pela Epic Comics.



NO JAPÃO

Em 1985, decidiu rumar para Tóquio e fez o roteiro,
 os cenários e os figurinos do longa-metragem de 
animação Little Nemo, adaptação da obra clássica 
de Winsor McCay. Em 1989, ilustrou uma história do 
Surfista Prateado escrita por Stan Lee para a poderosa
 Marvel e também produziu uma popular série de 
pôsteres de super-heróis para esta tradicional casa 
editorial americana. Em 1990, colaborou na edição 
especial da Dark Horse Concrete Celebrates Earth Day.
 Em 1997, junto com Jean-Claude Mézières, foi
 responsável pela concepção visual do filme 
"O Quinto Elemento", de Luc Besson, cujo roteiro 
é visivelmente inspirado na série O Incal.

GIRAUD E PAULO COELHO

Jean Giraud também já realizou vários trabalhos
 de ilustrações para romances e histórias de 
ficção-científica e foi o responsável pela edição
 ilustrada do livro O Alquimista, do escritor Paulo 
Coelho, ex-letrista do cantor Raul Seixas e 
famoso autor brasileiro de diversos best
 sellers mundiais.
Esse francês genial foi reconhecido  como um dos 
melhores e mais criativos artistas de histórias em 
quadrinhos da Europa e do mundo. 
Recebeu inúmeros prêmios durante sua longa 
e produtiva carreira. Jean Henri 
Gaston Giraud (Moebius)
 faleceu em 2012. Sua obra é relevante 
para o mundo da comunicação de massas
 e as história em quadrinhos.
 Foi um dos mentores da Métal Hurlant uma 
publicação que imortalizou sua obra e de 
seus companheiros, dignificando ainda mais
 esse que foi um dos maiores veículos 
de comunicação do século XX.




Por: Tony Fernandes\Estúdios Pégasus –
Uma Divisão da Pégasus Publicações Ltda –
São Paulo – Brasil
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