O entrevistado de hoje é desenhista,
roteirista, jornalista, pesquisador
de Histórias em Quadrinhos e
outros bichos... que nas últimas
roteirista, jornalista, pesquisador
de Histórias em Quadrinhos e
outros bichos... que nas últimas
décadas se destacou como um dos
maiores editores-executivos
deste país.
É comum vermos seu nome
maiores editores-executivos
deste país.
É comum vermos seu nome
estampado nos mais variados títulos
de edições lançadas por diversas
casas editoriais nacionais.
de edições lançadas por diversas
casas editoriais nacionais.
A partir desta entrevista eu e você,
amigo webleitor, vamos saber
um pouco mais sobre...
amigo webleitor, vamos saber
um pouco mais sobre...
O MEU CHAPA
FRANCO DE ROSA!
TONY1: Rsss. "O meu chapa...",
este é um termo jurássico, que
a nova geração não vai entender,
eu acho... Rssss.
este é um termo jurássico, que
a nova geração não vai entender,
eu acho... Rssss.
"Meu chapa" quer dizer:
meu grande amigo,
meu grande amigo,
grande camarada etc e tal.
Mas, vamos nessa
bengala brother...
Mas, vamos nessa
bengala brother...
Há muito tempo eu queria
entrevistar você, meu velho
amigo, mas como
vivemos numa correria
entrevistar você, meu velho
amigo, mas como
vivemos numa correria
danada só agora surgiu a
oportunidade.
É uma honra trazer a baila o
depoimento de mais um veterano
do mundo das HQs. Mas, chega
de milongas... Vamos aos
oportunidade.
É uma honra trazer a baila o
depoimento de mais um veterano
do mundo das HQs. Mas, chega
de milongas... Vamos aos
"finalmentes",como diria
Odorico Paraguassu,
personagem de um clássico
da TV brasileira, de Dias
Gomes, O Bem Amado:
Em que dia, mês, ano, cidade,
Odorico Paraguassu,
personagem de um clássico
da TV brasileira, de Dias
Gomes, O Bem Amado:
Em que dia, mês, ano, cidade,
estado, você nasceu ?
FRANCO:
Nasci no dia 2 janeiro 1956,
São Paulo, SP –, no
Nasci no dia 2 janeiro 1956,
São Paulo, SP –, no
bairro de Água Rasa.
TONY 2: Temos a mesma idade...
Franco de Rosa é seu nome
de batismo ou apenas um
“nome de guerra” ?
Franco de Rosa é seu nome
de batismo ou apenas um
“nome de guerra”
FRANCO: Um apelido família
que virou nome de guerra.
Meu nome de batismo é
Francisco Paulo Amaral
de Rosa.
que virou nome de guerra.
Meu nome de batismo é
Francisco Paulo Amaral
de Rosa.
TONY 3: A primeira vez que
curti uma HQ feita por você
foi nas páginas do extinto
jornal Notícias Populares,
que pertencia ao
curti uma HQ feita por você
foi nas páginas do extinto
jornal Notícias Populares,
que pertencia ao
Grupo Folha da Manhã –
o mesmo que edita a
Folha de S. Paulo -,
o mesmo que edita a
Folha de S. Paulo -,
cujo editor era o meu
amigo Ebrahim Ramadam,
que acabei levando para
a editora Noblet, quando
eu dirigia o jornal
Polícia Magazine.
amigo Ebrahim Ramadam,
que acabei levando para
a editora Noblet, quando
eu dirigia o jornal
Polícia Magazine.
O personagem que feito por
você e o nosso amigo Seabra
(Vulgo Sebastião Zéfiro)
chamava Capitão Caatinga.
você e o nosso amigo Seabra
(Vulgo Sebastião Zéfiro)
chamava Capitão Caatinga.
As aventuras daquele
personagem bem brasileiro
saia em tiras de jornais.
Como surgiu a ideia de
personagem bem brasileiro
saia em tiras de jornais.
Como surgiu a ideia de
criá-lo e como surgiu a
oportunidade de
oportunidade de
publicá-lo naquele
jornal?
jornal?
FRANCO:
Depois de frequentarmos
por uns três anos o Clube do Gibi,
no Centro Antigo de SP,
com muitos amigos insistindo
pra gente fazer HQ, para jornal
ou revista, tentar a área profis-
sional, pois fazíamos fanzines
desde 1972, resolvi bolar essa
HQ com cangaceiros, pois eu
Depois de frequentarmos
por uns três anos o Clube do Gibi,
no Centro Antigo de SP,
com muitos amigos insistindo
pra gente fazer HQ, para jornal
ou revista, tentar a área profis-
sional, pois fazíamos fanzines
desde 1972, resolvi bolar essa
HQ com cangaceiros, pois eu
morava no bairro do
Jaçanã e sentia que o tema
tinha um apelo além do
costumeiro fã de gibis.
Também, ao assistir
tinha um apelo além do
costumeiro fã de gibis.
Também, ao assistir
o filme O Cangaceiro, de Lima
Barreto, e Os Cangaceiros,
insisti no tema:
Barreto, e Os Cangaceiros,
insisti no tema:
Um western nacional.
Passei então a comprar
cordel e ler um livro
sobre Lampião, escrito
pelo dentista Antonio
cordel e ler um livro
sobre Lampião, escrito
pelo dentista Antonio
Araujo Amaury Correa.
Que eu viria a conhecer
Que eu viria a conhecer
depois. Mas me incomodava
a falta de documentação
e a respeito do tema.
Principalmente de
ambientações.
Mas com a cara e a
coragem, fizemos as tiras.
Escrevi a história toda e o
Seabra desenhou
metade dela...
a falta de documentação
e a respeito do tema.
Principalmente de
ambientações.
Mas com a cara e a
coragem, fizemos as tiras.
Escrevi a história toda e o
Seabra desenhou
metade dela...
Depois, ele desenharia
histórias inteiras e
escreveria também.
escreveria também.
Ele escreveu e desenhou
mais aventuras do que eu.
Eu fazia de vez em quando,
escrevendo e desenhando.
Quase sempre escrevia um
mais aventuras do que eu.
Eu fazia de vez em quando,
escrevendo e desenhando.
Quase sempre escrevia um
longa sinópse que o Seabra
adaptava. Ele crirava os
diálogos. Sempre foi bom
com eles...
Também ele realizou
sozinho a história do
Capitão Caatinga
adaptava. Ele crirava os
diálogos. Sempre foi bom
com eles...
Também ele realizou
sozinho a história do
Capitão Caatinga
que eu mais gosto,
Essa Guerra É Minha,
que tinha nazistas no Sertão.
Essa Guerra É Minha,
que tinha nazistas no Sertão.
Vale lembrar aqui que as
aventuras das tiras transcor-
riam entre 1932 e 1942.
aventuras das tiras transcor-
riam entre 1932 e 1942.
Lembro que eu estudava
muito a narrativa em
tiras, para criar suspense
muito a narrativa em
tiras, para criar suspense
nos últimos quadrinhos.
Eu tinha as series Agente
Eu tinha as series Agente
Secreto Phil Corrigan e
Steve Rooper como
Steve Rooper como
base de estudos.
TONY 4: Você está lembrado
quando foi publicada a
primeira tira do Capitão
quando foi publicada a
primeira tira do Capitão
Caatinga e quanto tempo
a serie durou ?
FRANCO:
Foi em junho de 1974 que
ela estreou. A primeira
tira saiu na primeira página
do jornal, emoldurada
Foi em junho de 1974 que
ela estreou. A primeira
tira saiu na primeira página
do jornal, emoldurada
por dezenas de
retratos, das caras de
procurados pela polícia.
retratos, das caras de
procurados pela polícia.
A maioria, infelizes guer-
rilheiros foragidos.
Comprei uns dez
rilheiros foragidos.
Comprei uns dez
exemplares do jornal
naquele dia.
naquele dia.
Ainda tenho um deles.
A tira durou até 1979.
Mais de 1.200 tiras foram
desenhadas. O final,
que contava a morte
do Capitão
desenhadas. O final,
que contava a morte
do Capitão
não foi concluído.
A serie foi interrompida.
Fazíamos uma novela
erótica, naquele
Fazíamos uma novela
erótica, naquele
período, no mesmo jornal,
que tinha mais sucesso.
Eu realizava também no
NP as tiras de humor
que tinha mais sucesso.
Eu realizava também no
NP as tiras de humor
Chucrutz. Que também teve
mais de 1.200 tiras desenhadas.
Elas também foram publicas
em outros cinco jornais, por
algum tempo.
em outros cinco jornais, por
algum tempo.
Saindo alguns anos depois
no jornal Gazeta do Povo,
no jornal Gazeta do Povo,
de Curitiba.
TONY 5: Hmmm... Chucrutz...
Este material eu não conhecia.
O tal jornal de Curitiba, se
não me engano, era dos
donos da Grafipar...
Naquele tempo, muitos
personagens como
Fantasma, Mandrake, Flash
Gordon e outros saiam no
formato tiras em diversos
periódicos pelo mundo,
com muito sucesso.
Este material eu não conhecia.
O tal jornal de Curitiba, se
não me engano, era dos
donos da Grafipar...
Naquele tempo, muitos
personagens como
Fantasma, Mandrake, Flash
Gordon e outros saiam no
formato tiras em diversos
periódicos pelo mundo,
com muito sucesso.
No Brasil, diversos autores,
assim como você, também
tiveram espaço para publicar
suas series destinadas
assim como você, também
tiveram espaço para publicar
suas series destinadas
ao público adulto ou juvenil,
nos jornais.
nos jornais.
Mas, de repente, estas series
desapareceram e o espaço passou
a ser preenchido apenas com
series cômicas ou infantis.
series cômicas ou infantis.
Dá para explicar, por quê
isto aconteceu ?
FRANCO: Primeiro teve a
crise do petróleo, que afetou
a produção de papel (anos 70).
Depois, surgiu a economia de
espaço, nos jornais. A diminuição
crise do petróleo, que afetou
a produção de papel (anos 70).
Depois, surgiu a economia de
espaço, nos jornais. A diminuição
da “bitola"... Os jornais
passaram a ser impressos
em tamanho menor. Ficaram
passaram a ser impressos
em tamanho menor. Ficaram
mais estreitos. As tiras que,
se não me engano, quando
foram lançadas em 1910
ocupavam cinco colunas de
se não me engano, quando
foram lançadas em 1910
ocupavam cinco colunas de
largura... Onde cada
quadrinho praticamente
correspondia a uma coluna
com cerca de
correspondia a uma coluna
com cerca de
seis centímetros.
Depois. Caiu para cinco colunas.
Para se estabilizar por décadas com
quatro colunas. No auge das tiras de
aventuras, com Tarzan, (o primeiro)
Capítão Cezar, Terry e os Piratas,
X-9, Fantasma e muitas outras.
Com a TV, popularizada, na década
de 60, as tiras foram perdendo leitores.
Nos anos 80 passaram a ser impressas
com apenas duas colunas.
Hoje só Fantasma é produzido,
como uma serie de aventura, acho.
Mesmo assim, trata mais de
discussões familiares e sociais
do que de piratas. Mas quando
começamos ouvíamos falar de tiras
brasileiras de aventuras como Vizunga
de Flávio Colin, de Gatinha Paulista
de José Delbó, Jacaré Mendonça do
Zalla e Tubarões Voadores de Zézo.
Para se estabilizar por décadas com
quatro colunas. No auge das tiras de
aventuras, com Tarzan, (o primeiro)
Capítão Cezar, Terry e os Piratas,
X-9, Fantasma e muitas outras.
Com a TV, popularizada, na década
de 60, as tiras foram perdendo leitores.
Nos anos 80 passaram a ser impressas
com apenas duas colunas.
Hoje só Fantasma é produzido,
como uma serie de aventura, acho.
Mesmo assim, trata mais de
discussões familiares e sociais
do que de piratas. Mas quando
começamos ouvíamos falar de tiras
brasileiras de aventuras como Vizunga
de Flávio Colin, de Gatinha Paulista
de José Delbó, Jacaré Mendonça do
Zalla e Tubarões Voadores de Zézo.
TONY 8: Quando surgiu
a primeira oportunidade de
publicar uma HQ?
a primeira oportunidade de
publicar uma HQ?
Foi fácil ou você teve que
peregrinar batendo de
porta em porta
nas editoras paulistas?
peregrinar batendo de
porta em porta
nas editoras paulistas?
FRANCO:
Antes de ir ao Noticias,
eu desenhei uma HQ de
terror para a Taika.
Antes de ir ao Noticias,
eu desenhei uma HQ de
terror para a Taika.
Não foi publicada.
Tenho um rascunho
de uma página que refiz,
desta história.
Tenho um rascunho
de uma página que refiz,
desta história.
Ainda bem que ficou inédita.
Antes, fui na Edrel, levado por
meu pai. Desenhei uma HQ
imensa do Tarum.
Fui atendido pelo
Antes, fui na Edrel, levado por
meu pai. Desenhei uma HQ
imensa do Tarum.
Fui atendido pelo
Paulo Fukue... Ele me deu
algumas dicas e vendeu o livro
Participei do Salão de
Humor de Piracicaba, com
dois desenhos selecionados.
Humor de Piracicaba, com
dois desenhos selecionados.
Levei trabalhos para O Bicho,
em minha primeira viagem ao Rio,
junto do cartunista Fausto Ber-
gocce. Bati na porta de muitas
em minha primeira viagem ao Rio,
junto do cartunista Fausto Ber-
gocce. Bati na porta de muitas
agências de propaganda
e editoras.
e editoras.
Em 1975 desenhei o Praça
Atrapalhado ao lado do Fabiano
Dias, por uns quatro meses.
Mas saí para trabalhar
Atrapalhado ao lado do Fabiano
Dias, por uns quatro meses.
Mas saí para trabalhar
como ilustrador na TV Tupi,
no primeiro programa da Ana
no primeiro programa da Ana
Maria Braga, o Mural.
Por recomendação do Jal,
que trabalhou na pré-
produção do programa,
antes dele estrear.
Por recomendação do Jal,
que trabalhou na pré-
produção do programa,
antes dele estrear.
Com Jal nos roteiros, cheguei
a desenhar várias historietas
para uma revista de
motociclismo, a Motocross.
a desenhar várias historietas
para uma revista de
motociclismo, a Motocross.
TONY 9: Grande, Jal...
Preciso entrevistar esse cara.
Cacilda vocês trabalharam
com a Ana Maria Braga
na Tupi... isto eu jamais
poderia imaginar...
Quem trabalha com
arte sabe que as agências
de publicidade pagam mais.
Trabalhar com elas é
Preciso entrevistar esse cara.
Cacilda vocês trabalharam
com a Ana Maria Braga
na Tupi... isto eu jamais
poderia imaginar...
Quem trabalha com
arte sabe que as agências
de publicidade pagam mais.
Trabalhar com elas é
bem mais lucrativo do que
com as editoras. Além disso
o mercado publicitário sempre
foi mais estável - ou melhor, era.
Atualmente tem agências e
produtoras dando canceira para
pagar. Você decidiu entrar para o
com as editoras. Além disso
o mercado publicitário sempre
foi mais estável - ou melhor, era.
Atualmente tem agências e
produtoras dando canceira para
pagar. Você decidiu entrar para o
mercado editorial por
opção ou também
tentou as agências?
opção ou também
tentou as agências?
FRANCO:
Trabalhei em algumas agências.
Trabalhei em algumas agências.
Inclusive tive uma boa formação na
agência dos jornais Shopping
News e DCI. Mas os quadrinhos
falaram mais alto.
Até dirigi por um mês uma
agência estabelecida, voltada
para o setor de turismo.
agência dos jornais Shopping
News e DCI. Mas os quadrinhos
falaram mais alto.
Até dirigi por um mês uma
agência estabelecida, voltada
para o setor de turismo.
Mas eu tinha apenas 20 anos.
Fazia tudo sozinho, com um
Fazia tudo sozinho, com um
auxiliar e um mídia.
Não quis saber.
Não quis saber.
Era muita pressão.
Fazer quadrinhos tem a
Fazer quadrinhos tem a
questão da narrativa.
Sempre gostei
Sempre gostei
de contar histórias.
De escrever
com humor.
Desenhar cartum.
De escrever
com humor.
Desenhar cartum.
Trabalhar em casa.
TONY 10: Nos anos 80, o
meu estúdio se transformou
na editora E.T.F. E foi lá que
meu estúdio se transformou
na editora E.T.F. E foi lá que
pela primeira vez fizemos
contato, quando você me
apresentou as tiras do
contato, quando você me
apresentou as tiras do
Capitão Caatinga.
Mas, como estávamos
à procura de material
inédito, não
fizemos negócio.
Mas, como estávamos
à procura de material
inédito, não
fizemos negócio.
Republicar tiras de jornais
montadas não fazia parte dos
meu planos, apesar do material
apresentado ser
montadas não fazia parte dos
meu planos, apesar do material
apresentado ser
de boa qualidade. Pergunto:
Você chegou a publicar aquele
material em forma de revista
por outra editora?
material em forma de revista
por outra editora?
FRANCO: Muitas aventuras
do Capitão saíram na Grafipar
remontadas e com
do Capitão saíram na Grafipar
remontadas e com
sequências adicionais.
O Seabra chegou
O Seabra chegou
depois a fazer uma ou
duas aventuras
duas aventuras
exclusivas para as revistas.
Este ano, se der certo, teremos
um livro pelo Catarse,
Este ano, se der certo, teremos
um livro pelo Catarse,
reunindo quase todas as tiras.
TONY 11: Legal, eu não
sabia, meu chapa... Vamos nessa:
Paulo Paiva, nosso querido P.P.,
sabia, meu chapa... Vamos nessa:
Paulo Paiva, nosso querido P.P.,
roteirista e cartunista dos bons...
como e quando vocês
se conheceram ?
se conheceram
FRANCO:
Foi no Gibi, Tony... O Paiva
morava no mesmo bairro
Foi no Gibi, Tony... O Paiva
morava no mesmo bairro
que o Seabra. Creio que um
primo dele o apresentou
ao Seabra...
primo dele o apresentou
ao Seabra...
E depois ele passou a ir aos
sábados no Gibi. O Paiva é mais
novo que eu e Seabra, dois anos.
sábados no Gibi. O Paiva é mais
novo que eu e Seabra, dois anos.
E, para adolescentes,
a idade era muito distante.
Ele era um menino
de 13 anos.
a idade era muito distante.
Ele era um menino
de 13 anos.
Mas já era muito bom
de humor.
de humor.
Gostava de desenhar.
Tinha uma coleção secreta
de gibis fabulosa.
Tinha uma coleção secreta
de gibis fabulosa.
E nas primeiras idas ao Gibi,
o Ademário de Matos, dono
da Livraria, o apresentou ao
o Ademário de Matos, dono
da Livraria, o apresentou ao
Mauricio de Sousa, que frequen-
tava a loja, assim como Álvaro
de Moya, Jayme Cortez e
Gedeone Malagola.
tava a loja, assim como Álvaro
de Moya, Jayme Cortez e
Gedeone Malagola.
Este último, foi o primeiro
profissional de HQs que eu
conheci pessoalmente.
profissional de HQs que eu
conheci pessoalmente.
Mas,o incrível é que o Paiva
foi contratado imediatamente
pelo Mauricio.
foi contratado imediatamente
pelo Mauricio.
TONY 12: O P.P. sempre foi danado...
digo, genial. Rsss. Conheci o
Ademário na avenida
Brigadeiro Luís Antonio, o
cara vendia gibis raros a peso
de ouro. Porém, não sabia
que o lugar era frequentado
pelos bambas das HQs....
Ainda na década de 80, você e
o Paiva fundaram
uma editora chamada Press,
que mais tarde passou
a se chamar Maciota.
Por que vocês
digo, genial. Rsss. Conheci o
Ademário na avenida
Brigadeiro Luís Antonio, o
cara vendia gibis raros a peso
de ouro. Porém, não sabia
que o lugar era frequentado
pelos bambas das HQs....
Ainda na década de 80, você e
o Paiva fundaram
uma editora chamada Press,
que mais tarde passou
a se chamar Maciota.
Por que vocês
decidiram mudar
o nome da empresa?
FRANCO:
Apesar da editora
ter nascido do estúdio que eu
dividia com o Seabra
Apesar da editora
ter nascido do estúdio que eu
dividia com o Seabra
na Rua Xavier de Toledo, em 1984,
quem criou a Editora Maciota foi o
Paiva e o Rivaldo Chinem.
O nome se referia
Paiva e o Rivaldo Chinem.
O nome se referia
ao personagem do Paulo Paiva,
que era publicado com sucesso
que era publicado com sucesso
Depois, quando Chinem
saiu da sociedade, para
entrar José Guimarães é
que mudou de nome
para Press, porque a editora
começou a lançar obras de
começou a lançar obras de
grande tiragens que
não eram de quadrinhos,
como a revista do
Afanásio Jasade, livros
não eram de quadrinhos,
como a revista do
Afanásio Jasade, livros
de Profecias e revistas
de Horóscopo.
de Horóscopo.
O selo maciota permaneceu
só nas revistas de humor
e quadrinhos,
às quais eu era o editor.
só nas revistas de humor
e quadrinhos,
às quais eu era o editor.
Estava engatinhando na função.
Só viria a ser sócio do Paiva,
no ano seguinte.
TONY 13: Entendido. A editora
de vocês também fez história,
vocês deram oportunidade
para muitos autores, como:
Bene Nascimento
de vocês também fez história,
vocês deram oportunidade
para muitos autores, como:
Bene Nascimento
(Joe Bennet), que atualmente
arrebenta na Marvel, Emir
Ribeiro (autor da famosa Velta e
que também fez HQs para
editoras americanas),
arrebenta na Marvel, Emir
Ribeiro (autor da famosa Velta e
que também fez HQs para
editoras americanas),
Mike Deodato Jr (um dos dese-
nhistas nacionais mais bem
sucedidos nos States) e outros
bambas da escrita e do traço.
Quantos títulos vocês
nhistas nacionais mais bem
sucedidos nos States) e outros
bambas da escrita e do traço.
Quantos títulos vocês
lançavam por mês de
material nacional?
material nacional?
FRANCO:
Não sei precisar, Tony.
Quem tem um verdadeiro
registro completo sobre
Quem tem um verdadeiro
registro completo sobre
a Maciota Press (como
prefiro chamar a editora hoje)
é nosso amigo Worney.
prefiro chamar a editora hoje)
é nosso amigo Worney.
Lembro que publicávamos
mensalmente, mas com
atrasos, as revistas Close-
mensalmente, mas com
atrasos, as revistas Close-
Quadrinhos Eróticos,
Sexo em Quadrinhos,
Sexo em Quadrinhos,
Coisas Eróticas e
Carlos Zéfiro.
Carlos Zéfiro.
Mais um punhadão de edições
especiais. Também a Mundo do
Terror era mensal. Tivemos três
Spektros (no plural), que
especiais. Também a Mundo do
Terror era mensal. Tivemos três
Spektros (no plural), que
publicou, somando as edições,
perto de 200 páginas da
melhor qualidade.
A que mais gosto é uma paródia heavy
metal escrita e desenhada pelo Mozart
Couto, que mostra uma família sofrendo
com o rapaz satanista que fica em cima
o guarda roupa e vomitava em
quem estava embaixo.
Tinha uma avó que fica zanzando e
vibrando com aquilo, numa cadeira
de rodas. Nossa sorte, naquele
período, é que tanto eu quanto
Mozart, Watson e Seabra, os
mais frequentes nas revistas
da Maciota, tínhamos muito
período, é que tanto eu quanto
Mozart, Watson e Seabra, os
mais frequentes nas revistas
da Maciota, tínhamos muito
contato com os fanzines.
Graças aos zines conhecemos
Bennett, Emir, Deodato e outros.
Mas com Emir e Deodato eu já
me correspondia antes mesmo
da Grafipar existir.
Bennett, Emir, Deodato e outros.
Mas com Emir e Deodato eu já
me correspondia antes mesmo
da Grafipar existir.
E, com o encerramento da Grafipar,
nós tínhamos a disposição um grande
elenco de autores que estavam
maduros e um nova geração dis-
posta a criar e publicar.
maduros e um nova geração dis-
posta a criar e publicar.
Também tínhamos os órfãos da
Vecchi, como Ofeliano, Zenival,
Olendino, Valfes, Julio Emilio Brás,
Bonini e outros caras bons.
E pudemos dar espaço a
E.C. Nickel, que foi um grande
Olendino, Valfes, Julio Emilio Brás,
Bonini e outros caras bons.
E pudemos dar espaço a
E.C. Nickel, que foi um grande
artista revelado por nós.
TONY 14: Aliás, os melhores
da época estavam com vocês...
Os anos 80 foram uma
época boa para as HQs nacionais.
Tínhamos diversos títulos nas
bancas, que aos
da época estavam com vocês...
Os anos 80 foram uma
época boa para as HQs nacionais.
Tínhamos diversos títulos nas
bancas, que aos
poucos foram desaparecendo.
Na sua opinião, por quê aqueles
títulos foram fechando?
Baixa tiragem?
Má qualidade dos roteiros e
desenhos? Péssima distribuição
ou falta de propaganda?
ou falta de propaganda?
FRANCO:
No nosso caso foi por briga
na sociedade mesmo. Paiva e
eu saímos pra outras
empreitadas. E fomos avançando.
Houve uma grande divisão no
mercado, entre as editoras
pequenas, porque começaram
Houve uma grande divisão no
mercado, entre as editoras
pequenas, porque começaram
a surgir várias novas marcas.
Também ocorreu o crescimento do
interesse dos leitores por super-heróis
via Abril, Bloch e Globo. Que passaram
a buscar um novo filão, o adolescente,
não mais se fixando apenas no infantil.
Também Mauricio de Sousa entrou na
Globo, e lá conseguiu estabelecer
tiragem e público 10 vezes maior
que na editora Abril.
Foi quando surgiu a valorosa Circo
Editorial, com Chiclete com Banana,
Geraldão e Piratas do Tietê,
e a própria revista Circo.
Produtos de grande
e a própria revista Circo.
Produtos de grande
qualidade, com grandes tiragens.
E, foi a década em que nasceu o
vídeo cassete. Na verdade, foi um
período rico e muito disputado.
TONY 15: Quando a editora de vocês,
lamentavelmente, fechou muitos
artistas ficaram à deriva, pra variar.
Porém, você continuou na ativa
colaborando com a Nova Sampa
artistas ficaram à deriva, pra variar.
Porém, você continuou na ativa
colaborando com a Nova Sampa
Diretriz, por diversos anos.
Como surgiu a oportunidade
de trabalhar com a Sampa e
Como surgiu a oportunidade
de trabalhar com a Sampa e
como conheceu o amigo e editor
Carlos Alberto Cazzamatta
(vulgoTurquinho), que chegou a
publicar algumas edições criadas
pela minha equipe, como: Humor
Sex, Luana - criada pelo médico,
escritor, desenhista e editor
João Tanno -, O Caracol
Apaixonado etc?
(vulgoTurquinho), que chegou a
publicar algumas edições criadas
pela minha equipe, como: Humor
Sex, Luana - criada pelo médico,
escritor, desenhista e editor
João Tanno -, O Caracol
Apaixonado etc?
FRANCO:
Conheci o Cazzamatta em uma
festa na casa de Gilberto Firmino,
a qual fui a convite do Fausto
Kataoka. Creio que você estava lá.
Depois teve um evento na
festa na casa de Gilberto Firmino,
a qual fui a convite do Fausto
Kataoka. Creio que você estava lá.
Depois teve um evento na
escola Panamericana, em home-
nagem ao Cortez. Existe uma foto
desse lance na Panamericana
que sempre aparece na
nagem ao Cortez. Existe uma foto
desse lance na Panamericana
que sempre aparece na
internet, mas o Cazzamatta,
que está no extremo direito da
imagem, está identificado como
outra pessoa.
que está no extremo direito da
imagem, está identificado como
outra pessoa.
Sempre que vejo a foto, mando
mensagem corrigindo.
Fui até o Cazzamatta, para oferecer
quadrinhos, recomendado pelo
Minami e Toni Duarte. Dois amigos
que já se foram, lamentavelmente.
Entrei em uma brecha
Minami e Toni Duarte. Dois amigos
que já se foram, lamentavelmente.
Entrei em uma brecha
deixada por Ataíde Brás, amigo
desde antes da Grafipar, que
conhecia em um curso de quadri-
nhos do Sesc Tiradentes,
desde antes da Grafipar, que
conhecia em um curso de quadri-
nhos do Sesc Tiradentes,
em SP. Foi ele, que apresentou à
mim e todos os que moravam
em São Paulo, ao Cláudio
mim e todos os que moravam
em São Paulo, ao Cláudio
Seto, da Grafipar, dessa vez abria
as portas para mima na Sampa,
onde o Paiva já estava,
as portas para mima na Sampa,
onde o Paiva já estava,
mas realizando outra coisa:
Os livros de humor do Ary Toledo,
que tinham tiragens imensas
e eram um grande sucesso.
que tinham tiragens imensas
e eram um grande sucesso.
TONY 16: Tem ideia de quantos títulos
nacionais você ajudou a
lançar pela Sampa ?
lançar pela Sampa
FRANCO:
Eu editei pra Sampa 8 títulos periódicos
e várias edições especiais. Algumas em
formato de álbum. E uma edição que eu
e Carlos Cazzamatta gostamos muito,
Estórias Adultas, com 250 páginas.
Estórias Adultas foi um livro que
homenageou a Editora
homenageou a Editora
Edrel do Minami Keizi. Com uma
história de cada um dos autores
daquela casa, que tinha um staf
primoroso formado pelos
nisseis Cláudio Seto, Paulo
Fukue e Fernando Ikoma.
No livro, que é raríssimo, publiquei
também uma HQ do inovador
Liesenfeld, que deixou o ramo
quando a Edrel fechou.
Liesenfeld, que deixou o ramo
quando a Edrel fechou.
Sei que a Sampa teve em sua
gênese a sua editora.
O Carlos começou
vendendo encalhes seus,
se não me engano?
gênese a sua editora.
O Carlos começou
vendendo encalhes seus,
se não me engano?
TONY 17: Não, o Turquinho
(Carlos) não sei como ele conseguiu
(Carlos) não sei como ele conseguiu
adquirir a editora Tálamus,
que estava tão falida quanto ele.
Era meu estúdio que produzia
as revistas para ele...
Na verdade, começamos produzir
para os antigos donos da
Tálamus. Depois veio o Cazza
e deu sorte, arrebentou vendendo
um poster do Menudo, que foi
nós que montamos.
Quando o conheci, o sujeito
era mais quebrado do que
arroz de terceira. Rsss.
Vendia revistas de banca em
banca pros antigos donos
da Tálamus, o Milton e o
falecido Cláudio, que também
foi meu sócio e acabou
indo pra terra-dos-pés-juntos
por excesso de goró (hi-fi).
foi meu sócio e acabou
indo pra terra-dos-pés-juntos
por excesso de goró (hi-fi).
Depois fundou a Nova Sampa,
sem dinheiro... batalhou e
cresceu. Dei apenas uma
forcinha (crédito, produtos
e dicas).
sem dinheiro... batalhou e
cresceu. Dei apenas uma
forcinha (crédito, produtos
e dicas).
O cara é ligeiro pra comércio,
você sabe... mas, tem
seus méritos. Se deu bem.
Pra mim é um herói, conseguiu
sobreviver aos trancos
e barrancos. Comeu o
pão que o diabo amassou.
Merece estar onde chegou.
Este ramo é complicado.
Mas, voltando ao nosso papo...
Pouco tempo depois, o iluminado
P.P., lançou pela Sampa o livro
de piadas do Ary Toledo, que
chegou a vender hum milhão
de exemplares, pelo que sei...
você também colaborou
para a realização do livro
do Ary... – famoso humo-
chegou a vender hum milhão
de exemplares, pelo que sei...
você também colaborou
para a realização do livro
do Ary... – famoso humo-
rista da TV.
FRANCO:
Cheguei a produzir algumas capas.
Pois foram vários livros derivados.
Fiz mais as edições em formato de
revista de bolso, principalmente
as do Costinha, que eu
tive o prazer de conhecer.
Uma pessoa séria.
Uma pessoa séria.
Diferente da imagem
irreverente
da Televisão.
irreverente
da Televisão.
TONY 18:
Há quem diga que você
foi um do sócios da Mythos –
editora que há anos lança Tex
e outros títulos da Bonelli
Há quem diga que você
foi um do sócios da Mythos –
editora que há anos lança Tex
e outros títulos da Bonelli
Comics... isto é verdade...
como conheceu o Hélcio
de Carvalho – ex-funcionário
como conheceu o Hélcio
de Carvalho – ex-funcionário
da Abril, que saiu e montou
o Estúdio Artecomix, pioneiro
em agenciar artistas
o Estúdio Artecomix, pioneiro
em agenciar artistas
brasileiros nos Estados
Unidos - e o Dorival...
Unidos - e o Dorival...
FRANCO:
Sim. Fui um dos fundadores.
Tive a felicidade de criar aquele
logotipo, que é aquela
chama eterna...
Mas minha vida pessoal
Mas minha vida pessoal
me levou para o interior.
Questões de família e saúde
me levaram para Vinhedo,
Questões de família e saúde
me levaram para Vinhedo,
poucos meses depois de
adquirimos o Tex.
Eu conhecia o Helcio e Jotapê,
do Art e Comix, quando eles abriram
o estúdio e me convidaram para
escrever artigos, para as revistas
da Cedibra, e desenhos em
dupla com Mozart Couto para
do Art e Comix, quando eles abriram
o estúdio e me convidaram para
escrever artigos, para as revistas
da Cedibra, e desenhos em
dupla com Mozart Couto para
o gibi Futebol e Raça,
que eles produziam.
que eles produziam.
Também para fazer arte final de
Mozart para o gibi Brave Star,
da Abril. Depois, recomendei à
eles Joe Bennett e Deodato
Mozart para o gibi Brave Star,
da Abril. Depois, recomendei à
eles Joe Bennett e Deodato
Filho, quando começaram a
tentar o mercado
norte-americano.
tentar o mercado
norte-americano.
Quando eu estava encerrando
meu estúdio em 1997, que
produzia exclusivamente para a
Sampa, fui para a Art e Comix,
investir na Mythos...
Nossa estreia foi a revista
investir na Mythos...
Nossa estreia foi a revista
licenciada Starlog. Um sucesso.
Depois vieram os quadrinhos da
Marvel e o Oscarzinho.
TONY 19: Por quê você saiu da
sociedade e quanto tempo você
esteve com eles ?
sociedade e quanto tempo você
esteve com eles
FRANCO:
Problemas de saúde e familiares,
como já citei... Eu precisei
como já citei... Eu precisei
me mudar para o interior.
No começo vinha pra São Paulo
todos os dias, depois não deu
mais. Mas meu filho mais velho,
Daniel, desde os 15 anos está
na Mythos, hoje está
todos os dias, depois não deu
mais. Mas meu filho mais velho,
Daniel, desde os 15 anos está
na Mythos, hoje está
com 36. Foi para lá comigo.
Voltei para a Mythos em 2008,
mas a estrutura já era outra,
e eu estava também
mas a estrutura já era outra,
e eu estava também
numa outra empreitada,
com a Opera Graphica.
com a Opera Graphica.
TONY 20: Nas últimas décadas seu
nome tem aparecido em tudo quanto
é publicação – revistas em geral para
nome tem aparecido em tudo quanto
é publicação – revistas em geral para
diversas casas editoriais -, quer elas
sejam sobre HQs, cinema etc.
Como você consegue trabalhar e
produzir tanto? Você conta com
uma equipe de apoio, ou anda
agenciando o pessoal ?
FRANCO:
Sempre contei com muitos colabo-
radores. Muitos roteiristas, dese-
nhistas e editores de arte.
Nunca trabalhei só com quadrinhos.
E encontrei bom espaço nas
editoras Escala e
nhistas e editores de arte.
Nunca trabalhei só com quadrinhos.
E encontrei bom espaço nas
editoras Escala e
depois na Minuano.
E, sempre, produzi para a Sampa.
Nunca parei. Na Opera Gráfica
investi um bocado em quadrinhos
investi um bocado em quadrinhos
brasileiros, junto com
Carlos Rodrigues.
TONY 21: No passado houve
um tempo que até dava para
viver fazendo HQs no Brasil...
daí veio a TV a cabo – por
um tempo que até dava para
viver fazendo HQs no Brasil...
daí veio a TV a cabo – por
assinatura -, a internet e as vendas
degringolaram, no geral... as
revistas se tornaram caras e
luxuosas, as tiragens foram
reduzidas. Em síntese, elas se
revistas se tornaram caras e
luxuosas, as tiragens foram
reduzidas. Em síntese, elas se
tornaram inacessíveis para boa
parte dos antigos leitores.
Você acredita que as edições
impressas – livros, jornais,
HQs etc - estão fadadas a
parte dos antigos leitores.
Você acredita que as edições
impressas – livros, jornais,
HQs etc - estão fadadas a
desaparecer... ou existe
uma saída ?
uma saída
FRANCO:
Vejo que tudo evolui, se adequa,
encontra seu espaço e se esta-
belece. Livros de arte e gibis
bem impressos, obras de valor
encontra seu espaço e se esta-
belece. Livros de arte e gibis
bem impressos, obras de valor
sobrevivem em papel.
Ocorre que há um imenso
leque de produtos piratas,
Ocorre que há um imenso
leque de produtos piratas,
imensurável. Os mangás que
se avolumam nas bancas, pos-
suem um público leitor
ainda maior pela internet.
se avolumam nas bancas, pos-
suem um público leitor
ainda maior pela internet.
Leitores de scans. Os quadrinhos
brasileiros independentes são
milhares. O que divide o público.
Pois o leitor só consegue
absorver parte dele.
brasileiros independentes são
milhares. O que divide o público.
Pois o leitor só consegue
absorver parte dele.
Dos que conhece, são recomen-
dados e tem acesso. Hoje é chic
ser autor de HQ, ser leitor e
colecionador.
dados e tem acesso. Hoje é chic
ser autor de HQ, ser leitor e
colecionador.
Mas é um ramo muito disputado,
que sofre a concorrências de
trocentas mídias. Ter tempo pra
ler gibi é o que conta.
que sofre a concorrências de
trocentas mídias. Ter tempo pra
ler gibi é o que conta.
TONY 22: Na maioria dos eventos que
acontecem no país, sobre HQs, você
está presente. Como consegue arrumar
tempo para estar em todas, apesar
da sua vida atribulada ?
FRANCO:
Não consigo ir a todos. Só fui a um CCXP,
porque lancei meu livro teórico, Mundo
Geek de Super-Heróis. E meu Sketh Book
Coustom. Mas gosto de festejar com os
quadrinhistas. Vou onde consigo.
Em São Paulo é mais fácil, como nos
Fest Comix, HQMix, Angelo Agostini e
Evento do Edson. Procuro não perder o
FIQ em Belo Horizonte e a Bienal de
Quadrinhos de Curitiba. Alás, foi no Gibi
Com de Curitiba que eu conheci meu
grande ídolo Fernando Ikoma.
E ganhei novos amigos como
Fabrizio Andriani e Antônio Eder.
Para participar, basta eu trabalhar
um pouco mais nos dias
anteriores e posteriores.
Fabrizio Andriani e Antônio Eder.
Para participar, basta eu trabalhar
um pouco mais nos dias
anteriores e posteriores.
Gente tem que se programar.
Pois o prazer de reencontrar os
amigos, conhece novos artistas
e poder trocar um abraço com
Eduardo Risso, Salvador Sanz,
Pois o prazer de reencontrar os
amigos, conhece novos artistas
e poder trocar um abraço com
Eduardo Risso, Salvador Sanz,
Marcelo Quintanilha, Jaguar ou
Bill Sienkiewicz, qualquer esforço
é nada. Nos eventos é que a gente
pode conversa com calma com os
editores Rogério Campos, Cláudio
Martini e Paulo Maffia. E também
estudiosos como Paulo Ramos,
Nobu Chinen e Sônia Luyten.
TONY 23: As HQs nacionais só
não foram extintas ainda graças
aos editores independentes,
eu acho. Nunca se publicou
não foram extintas ainda graças
aos editores independentes,
eu acho. Nunca se publicou
tantos gibis independentes
de qualidade, como na
atualidade.
de qualidade, como na
atualidade.
Haja visto que este ano na
entrega do Troféu Angelo Agotini,
inúmeros artistas\editores
independentes
independentes
foram contemplados.
Isto prova como eles
Isto prova como eles
são de vital importância para
as HQs brasileiras. Imprimir por
as HQs brasileiras. Imprimir por
demanda é a saída ?
FRANCO:
É a tendência atual a impressão
por demanda, o financiamento
coletivo, tipo fundsXXXXX.
E a associação com leis
por demanda, o financiamento
coletivo, tipo fundsXXXXX.
E a associação com leis
de incentivo estaduais.
Em São Paulo, o Proac é o maior
apoiador. O curioso é que,
quando eu fazia meus fanzines,
Em São Paulo, o Proac é o maior
apoiador. O curioso é que,
quando eu fazia meus fanzines,
eles também eram com tiragens
pequenas, de no máximo 120
exemplares.
pequenas, de no máximo 120
exemplares.
Mas a qualidade das obras de
hoje são muito superiores.
hoje são muito superiores.
O que eu fazia era incipiente.
TONY 24: O que nós fazíamos era
uma meleca. Esta é que é a verdade.
Rssss. Nos anos 90 a editora Escala,
uma meleca. Esta é que é a verdade.
Rssss. Nos anos 90 a editora Escala,
de Hercilio de Lourenzi – que começou
como gerente da extinta gráfica
Brasiliana – Vale avaliar...ele foi
Brasiliana – Vale avaliar...ele foi
gerente uns 3 anos, e a Escala
tem quase 30... entrou com tudo
tem quase 30... entrou com tudo
no mercado e também passou a
lançar alguns títulos nacinais de
HQs como: Lobo Guará
(de Carlos Henry), Meteoro
lançar alguns títulos nacinais de
HQs como: Lobo Guará
(de Carlos Henry), Meteoro
(de Roberto Guedes) e outros títulos
de peso e você estava lá... Rsss.
Onde se fomenta fazer
HQs Franco de Rosa sempre
está presente. Isto é incrível.
Você também foi o responsável
pelos lançamentos dos quadrinhos
pela Escala...
pelos lançamentos dos quadrinhos
pela Escala...
Como você conheceu o Hercílio
e como surgiu a oportunidade
de trabalhar com a editora dele?
e como surgiu a oportunidade
de trabalhar com a editora dele?
FRANCO:
Bom. Eu conheci o Hercílio
na Sampa. A editora Escala
começou com a Sampa.
na Sampa. A editora Escala
começou com a Sampa.
Cheguei a fazer algumas revistas
das primeiras obras dessa pareceria.
das primeiras obras dessa pareceria.
Quando fui morar em Vinhedo o
Hercílio fundou outra editora, a
Canaã. Que tinha um depósito
na cidade vizinha a Vinhedo,
Hercílio fundou outra editora, a
Canaã. Que tinha um depósito
na cidade vizinha a Vinhedo,
Louveira. Daí que produzi muitas
coisas para a Canaã, e depois
passei a realizar
coisas para a Canaã, e depois
passei a realizar
coisas para a Escala.
Mas, como eu gosto de histórias
em quadrinhos, sempre apresento
projetos deste segmento editorial.
em quadrinhos, sempre apresento
projetos deste segmento editorial.
Felizmente eles dão certo.
Forma mais de 14 anos produzindo
revistas infantis,
Forma mais de 14 anos produzindo
revistas infantis,
quadrinhos, álbuns e livros.
TONY 25: Puro heroismo... Rsss.
Carlo Mann foi um dos mentores
Carlo Mann foi um dos mentores
da editora Ópera Graphica, que
também deu uma tremenda força
para o mercado editorial brasileiro
e que conseguiu resgatar
veteranos da área, como:
também deu uma tremenda força
para o mercado editorial brasileiro
e que conseguiu resgatar
veteranos da área, como:
Shimamoto, Gedeone , Flávio Colin,
Nico Rosso e outras feras e lançar
muita gente boa. Você estava
com o Mann, também.
com o Mann, também.
Você foi sócio da Ópera?
Como conheceu o Carlos Mann?
E, quanto tempo durou a parceria ?
FRANCO:
Conheci o Carlos quando ele
possuía uma banca de revistas
de muito prestigio, chamada
Tiragem Limitada, em sociedade
com o Joel Cardoso.
possuía uma banca de revistas
de muito prestigio, chamada
Tiragem Limitada, em sociedade
com o Joel Cardoso.
Escrevi sobre a inciiativa
deles na Folha da Tarde,
deles na Folha da Tarde,
ou eu tinha duas páginas
semanais sobre quadrinhos.
semanais sobre quadrinhos.
Depois, quando a Canaã
entrou em atividade, o Carlos
era dono do estúdio que
produzia para a Escala e
era dono do estúdio que
produzia para a Escala e
Canaã: O estúdio Opera gráfica.
Fornecendo para o mesmo cliente,
e já nos conhecendo, ocorreu
de começarmos a conversar
sobre quadrinhos brasileiros.
e já nos conhecendo, ocorreu
de começarmos a conversar
sobre quadrinhos brasileiros.
Carlos já havia lançado da Brasilian
Heavy Metal que é um livro fabuloso.
Talvez a melhor antologia da década
de 1990, de autores nacionais.
Depois ele bancou um álbum
do Shima, Sombras. Papo vai,
papo vem, agente montou a
editora Opera Graphica
permutando trabalho
do Shima, Sombras. Papo vai,
papo vem, agente montou a
editora Opera Graphica
permutando trabalho
com a Escala.
Estreamos com um livro
do Shima e um do Marcatti,
Restolhada. Daí segimos por
do Shima e um do Marcatti,
Restolhada. Daí segimos por
uma década e pouco...
TONY 26: Infelizmente, a maioria das
editoras que se propõem a editar HQs
nacionais, em geral, se dão mal.
Já vimos este “filme” várias vezes.
Aliás, minhas editoras também
foram pro saco... Rssss. E, até
Aliás, minhas editoras também
foram pro saco... Rssss. E, até
mesmo a poderosa editora Abril
“quebrou a cara” com as revistas
CRÁS e Aventura e Ficção –
publicações nacionais – e com
diversos títulos que lançou após
a saída do Maurício e da Turma da
Mônica, que acabaram migrando
para a editora Globo nos ano 90.
Qual é a sua opinião
CRÁS e Aventura e Ficção –
publicações nacionais – e com
diversos títulos que lançou após
a saída do Maurício e da Turma da
Mônica, que acabaram migrando
para a editora Globo nos ano 90.
Qual é a sua opinião
sobre essa serie de fracassos
que ocorreram ao longo
que ocorreram ao longo
do século XX?
FRANCO:
Crás foi um fracasso.
Os outros casos não.
Os outros casos não.
Tiveram seus períodos.
Seu público. Crás era
pretenciosa. E misturava obras
Seu público. Crás era
pretenciosa. E misturava obras
infantis com juvenis e adultas.
Mas os colecionadores de gibi,
como eu, gostaram da Crás.
Vimos muitas graphic
como eu, gostaram da Crás.
Vimos muitas graphic
novels frágeis fracassar.
Álbuns europeus.
Álbuns europeus.
Mas isso porque a linguagem
do quadrinho europeu não
funciona aqui. Mesmo os
filmes não são populares.
do quadrinho europeu não
funciona aqui. Mesmo os
filmes não são populares.
São raros os sucessos.
TONY 27: Por sorte, alguns intrépidos
editores, apesar de “tomarem porradas
não descem do rinque”, num verdadeiro
trabalho de heróis da resistência
e isto dignifica as HQs produzidas
no Brasil, que surgem, desaparecem e,
subitamente, ressuscitam. Rsss...
e isto dignifica as HQs produzidas
no Brasil, que surgem, desaparecem e,
subitamente, ressuscitam. Rsss...
Por exemplo, Carlos Mann, volta
a atacar, desta feita como
a atacar, desta feita como
Carlos Rodrigues,
pelo selo Criativo.
O fera tem lançado
a serie Sketch Book, com diversos
artistas renomados e
novos autores.
novos autores.
A primeira serie de Sketchs
lançadas no Memorial da
América Latina
lançadas no Memorial da
América Latina
este ano contava com mais
de 35 volumes de diversos
artistas. O lançamento foi
artistas. O lançamento foi
bem-sucedido.
E adivinha quem
é o produtor da serie?
Franco de Rosa... Rsss.
E adivinha quem
é o produtor da serie?
Franco de Rosa... Rsss.
Aliás, grato pelo convite...
Novos Sketchs foram também
lançado este ano durante a
entrega do Troféu Angelo
lançado este ano durante a
entrega do Troféu Angelo
Agostini.
PERGUNTO: Como
surgiu a oportunidade de
“embarcar” neste novo
PERGUNTO: Como
surgiu a oportunidade de
“embarcar” neste novo
e ousado projeto do Carlos...
quantos autores já foram
publicados? E o principal:
Como os interessados
quantos autores já foram
publicados? E o principal:
Como os interessados
poderão adquirir as
belas edições?
belas edições?
Não sou o produtor da serie.
Editei algumas das primeiras
edições. Minha obra está
no volume 1 porque
Editei algumas das primeiras
edições. Minha obra está
no volume 1 porque
eu fiz a edição piloto, a que foi
mostrada para os artista
convidados...
mostrada para os artista
convidados...
É um experiência ousada,
típica do Carlos Rodrigues.
Esse é o perfil dele, com
direito a trocadilho.
Carlos é criativo...
E, como acompanho a
carreira dele desde o início,
quando fazia a revistinha
Comix Magazine.
Digo que ele é um genial artista
gráfico nato. Que sabe como
fazer aquilo que o leitor consegue
identificar de imediato.
Por ter se formado no balcão
de uma banca de revistas,
sabe o que agrada e
conquista o leitor.
Pois bem, meu amigo Toninho
Mendes, recém-falecido, sempre
dizia que Carlos é um puta
editor. Que deve ser respeitado
e sempre lembrado. Agora,
Carlos veio com esta novidade.
Uma coleção que apresenta
os bastidores e os desenhos
preferidos dos artistas.
Desde cartunistas, "tiristas",
ilustradores, animadores,
"vinhetistas", enfim,
gente de todos os
segmentos do
desenho gráfico.
Obras individuais com
tiragens de apenas
50 exemplares...
Porém lançadas em eventos,
em series de 20 edições
diferentes pelo menos.
Que podem ser
adquiridas apenas nos eventos
ou pelo site da Criativo Editora.
http://www.criativostore.com.br/
típica do Carlos Rodrigues.
Esse é o perfil dele, com
direito a trocadilho.
Carlos é criativo...
E, como acompanho a
carreira dele desde o início,
quando fazia a revistinha
Comix Magazine.
Digo que ele é um genial artista
gráfico nato. Que sabe como
fazer aquilo que o leitor consegue
identificar de imediato.
Por ter se formado no balcão
de uma banca de revistas,
sabe o que agrada e
conquista o leitor.
Pois bem, meu amigo Toninho
Mendes, recém-falecido, sempre
dizia que Carlos é um puta
editor. Que deve ser respeitado
e sempre lembrado. Agora,
Carlos veio com esta novidade.
Uma coleção que apresenta
os bastidores e os desenhos
preferidos dos artistas.
Desde cartunistas, "tiristas",
ilustradores, animadores,
"vinhetistas", enfim,
gente de todos os
segmentos do
desenho gráfico.
Obras individuais com
tiragens de apenas
50 exemplares...
Porém lançadas em eventos,
em series de 20 edições
diferentes pelo menos.
Que podem ser
adquiridas apenas nos eventos
ou pelo site da Criativo Editora.
http://www.criativostore.com.br/
FRANCO:
Um longa-metragem tratando da
história em quadrinhos brasileira.
Um misto de ficção com documentário
história em quadrinhos brasileira.
Um misto de ficção com documentário
TONY 29: Alguma frustração
profissional
FRANCO:
Não ter conseguido publicar a última
história do Príncipe valente, desenhada
por Hal Foster, mesmo tendo pago os
royalties adiantado para
a King Features.
Eles não enviaram material para
reprodução em tempo hábil, pois só
mandavam refugo digitalizado.
história do Príncipe valente, desenhada
por Hal Foster, mesmo tendo pago os
royalties adiantado para
a King Features.
Eles não enviaram material para
reprodução em tempo hábil, pois só
mandavam refugo digitalizado.
TONY 30: DEUS... O que Ele é na
sua concepção...
sua concepção...
FRANCO:
Nem ele nem ela. É tudo.
A quem agradeço por estar vivo,
sempre que acordo e
vou dormir. É a vida que
sinto em mim.
A quem agradeço por estar vivo,
sempre que acordo e
vou dormir. É a vida que
sinto em mim.
TONY 31: Religiões...
Todas. Religião é Fé.
Fé é acreditar em sí.
Porque Deus está em você.
Fé é acreditar em sí.
Porque Deus está em você.
FRANCO:
TONY 32: Livros, revistas de HQs e
filme que você recomenda...
filme que você recomenda...
FRANCO:
Pra quem gosta de super-heróis,
todos os Nick Fury e Capitão
América escritos e desenhados
Jim Steranko...
Toda a coleção da Krypta, e Shock,
da RGE. Tudo do Carls Barks.
A Revolução do Bichos e 1984,
de George Orwell.
Os álbuns do Marcelo
Quintanilha, Sábado de Meus
Amores, Talco de Vidro e
Tungestênio...
O Cortiço de Aluísio Azevedo.
Talk Talk, de Will eisner
e Marvel Comics, a História Secreta,
de Sean Howe. Todo o Príncipe
Valente de Hall Foster.
Versão Brasileira Herbert Richards,
de Gonçalo Junior. Tudo de
Salvador Sanz.
Batman O Cavaleiro das Trevas,
A Piada Mortal e A Balada
do Mar Salgado, de Hugo Pratt.
Ouse Tudo, de Danuza
Leão. Todos os livros de Luiz
Fernando Veríssimo. 100 Anos
de Solidão, de Gabriel Garcia
Marques. Fradim, do Henfil.
Qualquer aventura do
The Spirit de Will Eisner.
E, pra encerrar: A Luz Que
Não se Apaga, de Carlos
Alberto de Nóbrega
(pra rolar de rir).
todos os Nick Fury e Capitão
América escritos e desenhados
Jim Steranko...
Toda a coleção da Krypta, e Shock,
da RGE. Tudo do Carls Barks.
A Revolução do Bichos e 1984,
de George Orwell.
Os álbuns do Marcelo
Quintanilha, Sábado de Meus
Amores, Talco de Vidro e
Tungestênio...
O Cortiço de Aluísio Azevedo.
Talk Talk, de Will eisner
e Marvel Comics, a História Secreta,
de Sean Howe. Todo o Príncipe
Valente de Hall Foster.
Versão Brasileira Herbert Richards,
de Gonçalo Junior. Tudo de
Salvador Sanz.
Batman O Cavaleiro das Trevas,
A Piada Mortal e A Balada
do Mar Salgado, de Hugo Pratt.
Ouse Tudo, de Danuza
Leão. Todos os livros de Luiz
Fernando Veríssimo. 100 Anos
de Solidão, de Gabriel Garcia
Marques. Fradim, do Henfil.
Qualquer aventura do
The Spirit de Will Eisner.
E, pra encerrar: A Luz Que
Não se Apaga, de Carlos
Alberto de Nóbrega
(pra rolar de rir).
TONY 33: Ô locooo... isto é que
são dicas. Rssss...
Time de futebol do coração...
são dicas. Rssss...
Time de futebol do coração...
FRANCO:
Palmeiras...
TONY 34: Mais um porcão... Rsss.
As HQs digitais vieram
para ficar? O que acha?
As HQs digitais vieram
para ficar? O que acha?
FRANCO:
Tomara. Bom ter um leitor de
qualidade a preço acessível.
Mas nada substitui
o cheiro da tinta de
impressão no papel.
qualidade a preço acessível.
Mas nada substitui
o cheiro da tinta de
impressão no papel.
TONY 35: Isso é o que pensa nós,
os bengalas, mas a nova geração
não pensa assim, infelizmente...
Para finalizar, deixe aí seu
e-mail para contato, site
etc... e uma mensagem de
otimismo para todos
os jovens que sonham em fazer,
profissionalmente HQs...
FRANCO:
Instagram, idem
Face book: Franco de Rosa
Desenhem, estudem arte.
Leiam livros.
Em uma mesa, em um
evento da USP, sobre HQ,
ao lado do editor Rogerio
Campos, da icônica revista
Animal, os gêmeos Fábio
Moon e Gabriel Bá, eu
e muita gente do ramo que
estava na plateia, unanime-
mente elegemos o roteiro
como o que há de mais
importante em uma HQ.
Portanto, criem
boas histórias.
Leiam livros.
Em uma mesa, em um
evento da USP, sobre HQ,
ao lado do editor Rogerio
Campos, da icônica revista
Animal, os gêmeos Fábio
Moon e Gabriel Bá, eu
e muita gente do ramo que
estava na plateia, unanime-
mente elegemos o roteiro
como o que há de mais
importante em uma HQ.
Portanto, criem
boas histórias.
TONY 36: Boa dica. Quem quer
escrever bem tem que ler nuito,
muito... Que Deus o mantenha
você entre nós, meu chapa,
por muito anos, com
este espírito guerreiro.
Até a próxima, cowboy!
escrever bem tem que ler nuito,
muito... Que Deus o mantenha
você entre nós, meu chapa,
por muito anos, com
este espírito guerreiro.
Até a próxima, cowboy!
FRANCO:
Meu avô era tropeiro.
Daí que a saudação
final é sempre, adeus!
Até breve!
Daí que a saudação
final é sempre, adeus!
Até breve!
Lembrança de Curitiba, Grafipar, com os amigos |
Com Zalla e Zé do Caixão |
Com Cláudio Seto |
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S. Paulo – SP – Brasil
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