OS
CUSTOS AO LEITOR DE QUADRINHOS BRASILEIRO E O EFEITO NO MERCADO
(Levantamento
de cunho acadêmico
O
AUTOR
Daniel
do Canto Oliveira Sacks
é um grande amigo, colaborador, colecionador e estudioso do mundo
das Histórias em Quadrinhos, do Sul do país. Na certa, herdou este
apreço pela Nona Arte de seu pai-avô que era desenhista. Dan tem
duas grandes paixões: as Hqs e o futebol. Torcedor apaixonado de um
time que, segundo a lenda, não ganha nenhum título há séculos
devido a um trabalho (ziquezira, macumba) que fizeram sob o gol desta
gloriosa agremiação paranaense, ele sonha em um dia poder ter a
honra de dirigir seu clube do coração. Não mede esforços para
seguir seu time preferido, viajando pelo país, comparcendo nas
sofridas partidas, prova cabal de seu espírito valente e masoquista.
Este profissional competente, de
formação acadêmica, vira e
mexe adquire edições gringas em
território americano para
incrementar
ainda mais seu acervo de HQs, quando
viaja a negócios por aquelas bandas.
viaja a negócios por aquelas bandas.
O levantamento feito por ele, a
seguir, foi apresentado durante
Palestra
realizada na Escola de Comunicações e Artes (2as Jornadas
Internacionais de Histórias em Quadrinhos) promovida pela USP
(Universidade de São Paulo), que ocorreu entre os dias 20 e 23 de
agosto do corrente ano. Trata-se de um trabalho acurado, consistente
e consciente, sobre o
turbulento e fascinante mercado editorial. Confira!
turbulento e fascinante mercado editorial. Confira!
RESUMO
O
Artigo analisa prática e racionalmente o mercado nacional de
revistas em quadrinhos, estudando causas de diminuição de público
e a política de preços adotada pelas editoras e as influências das
decisões editoriais nas últimas décadas. São expostos números e
estratégias observados no mercado desde o plano Cruzado. A análise
é realizada por dados obtidos em pesquisas, reportagens, debates, e
informações de profissionais do ramo. O trabalho objetiva fornecer
ao leitor subsídios para interpretar fatos passados e recentes como
erros ou acertos das casas publicadoras de quadrinhos em sua
trajetória, e que o leitor possa especular as perspectivas do
mercado impresso de quadrinhos no Brasil. A discussão concentra-se
no mercado brasileiro, porém são trazidas informações de manobras
recentes do mercado americano, pois exerce grande influência sobre o
mercado nacional e, dadas diferenças de mercados e economias,
apresentam comportamento paralelo.
1.
INTRODUÇÃO
O
Brasil sofre uma crise de público no mercado de revistas em
quadrinhos. Há uma quantidade considerável de lançamentos, porém
o número de leitores de séries é menor que tempos atrás, podem-se
especular causas do fenômeno. A crise brasileira se caracteriza por
parte dos criadores e editores dizer-se satisfeita com os números do
mercado, comparando com o passado quando criadores sofriam calotes de
editoras, havia poucos lançamentos, artistas e obras nacionais
tinham pouco acesso ao mercado externo e às livrarias.
Em
entrevista o cartunista Marcatti explicita que nunca o momento foi
tão bom para os artistas brasileiros, pois as condições hoje
disponíveis de divulgação e publicação de lançamentos são mais
abrangentes e poderosas que no passado. Porém na realidade o mercado
não se consolida, os problemas listados persistem, séries não
prosperam, não há profissionalização de artistas e editores, a
indústria passou a publicar em formato mais caro, artistas e
editoras devem recorrer
a outras mídias para se manter.
a outras mídias para se manter.
Os
leitores brasileiros também se deparam com a frustração de não
poder adquirir e manter coleções completas, pois é difícil
comprar todos lançamentos em quadrinhos disponíveis no mercado
devido ao grande número deles e aos altos preços praticados com
baixas tiragens. O grande número de títulos e gêneros à
disposição do leitor é uma compensação.
A
compra da maior parte dos títulos e lançamentos em bancas não era
incomum durante os anos 1980 e 90, quando as publicações eram
poucas e mais baratas. Se há possibilidade do leitor aumentar o
poder de compra através do mercado de usados, também podem aderir à
pirataria com cópias marginais digitalizadas de revistas
disponibilizadas na internet, isto canibaliza o mercado e desestimula
editores a publicar
material já disponível na rede.
material já disponível na rede.
Na
Economia há uma relação direta entre a demanda e o preço, no
mercado de quadrinhos supõe-se a priori alta elasticidade de demanda
nos consumidores ocasionais, e para os colecionadores uma demanda
relativamente inelástica. Autores e editores divergem sobre o efeito
dos preços elevados sobre o mercado.
Se
já são parcos os dados sobre tiragens, mais ainda são as
estatísticas sobre a proporção de leitores ocasionais, leitores
descartáveis e colecionadores no mercado. Mesmo as pesquisas feitas
em sites especializados e eventos, supõe-se que a maior parte dos
entrevistados sejam colecionadores, pois são quem frequenta
habitualmente tais espaços.
entrevistados sejam colecionadores, pois são quem frequenta
habitualmente tais espaços.
2.
Fatores
de Diminuição de Mercado
2.1
Preços
Em
pesquisa sobre o perfil de consumidores publicada do site
especializado Guia dos Quadrinhos, foi concluído que o preço não é
o fator mais importante na compra para o colecionador. Mas sobre
qualquer conclusão que se possa tirar, há de se considerar que para
ser colecionador deve-se ter bom poder aquisitivo, e é inegável que
a disponibilidade de acesso à rede mundial de computadores é maior
a partir da classe média. Também é difícil estudar no Brasil a
diferença de vendas entre revistas de preços diferentes, pois
não há dados de vendas disponíveis.
não há dados de vendas disponíveis.
Em
uma jogada de marketing exitosa, a DC Comics reiniciou sua linha
editorial no segundo semestre de 2011, lançando simultaneamente
edições impressas e digitais, estas com preço US$1,00 mais baixo.
Logo após uma pesquisa apontou que as vendas digitais não superaram
10% das impressas. Isto em momento de pico de vendas da editora e
economia global em crise. Nesta renovação de títulos (as séries
retornaram ao número 1 e títulos foram lançados) a DC teve que
reeditar algumas edições esgotadas antes mesmo da distribuição
aos pontos de vendas. A queda para o segundo mês não chegou a 6%
conforme o site americano ICV2. Em notícia no site Omelete, os
números do mercado americano analisados pelo site Comichron apontam
um pico em 2012 alcançando US$ 715 milhões, e comentam o
crescimento da indústria desde o vale de US$ 255 milhões no ano
2000.
Fato
é que as revistas em quadrinhos seriadas diminuem em vendas e
sobrevivem apenas as marcas fortes (estas até com aumento de
títulos), direcionadas para lojas especializadas, além de
publicações em formato destinado a livrarias. Essas modalidades de
distribuição chegam ao consumidor com preços maiores, devido à
sofisticação editorial e aos maiores custos logísticos e de
produção. O que faz a demanda pelos quadrinhos tão elástica?
Pelos
princípios de economia o principal fator analisado no mecanismo
elástico é o preço, que possui uma relação inversa com a
demanda. Alguns bens têm elasticidade baixa, como alimentos, pois
variação de preço não afeta igualmente a demanda por eles. Outro
fator a se considerar na elasticidade é a existência de produtos
concorrentes.
O
preço de uma revista em quadrinhos no final de 2012 no Brasil vai da
faixa dos R$3,00 (cerca de dois litros de leite) a R$100,00; algumas
das revistas de maior tiragem estão entre R$5,00 e R$7,50, valores
de alto custo para o público infantil, potencial de mercado futuro.
Sem a formação de novo público, o antigo precisa ser reciclado, o
mercado amadurece e se restringe a quem manteve o hábito. Ocorre
inflacionamento com este amadurecimento, pois exigem-se melhores
roteiros e sofisticação gráfica das revistas, os custos de
produção aumentam e são repassados para o preço final, fatalmente
a demanda cairá.
Se
a indústria encontra dificuldades em manter seus leitores, o que
dirá de conquistar novos a preços elevados? Caracteriza-se o ciclo
vicioso, onde tiragens são baixas e preços altos. O aumento das
tiragens para na falta de consumidores, reduzir preços barra na
baixa tiragem e altos custos de produção. Assim caracteriza-se um
mercado inercial na aquisição de leitores, e há concorrência,
sobre a qual será comentado. Exceção são os quadrinhos orientais
(mangás japoneses), que por interatividade com outras mídias,
caráter editorial e narrativo mais dinâmico atraem mais público.
Não significando que as edições orientais possuam maior
sofisticação gráfica e custem menos que os quadrinhos ocidentais.
2.1.1
Formação de Preços PELa Estrutura da Revista
As
revistas de super-heróis de 84 páginas da Editora Abril na época
do Plano Cruzado em 1986, em valores corrigidos pelo INPC custariam
cerca de R$3,90 em 02/2013, revistas similares em formato da mesma
editora custam neste mesmo período R$4,95.
A
editora Abril praticava redução no preço específico por página a
medida que a revista possuía mais páginas. Almanaques e edições
volumosas de mesmo formato apresentavam menor preço específico.
Esta prática da Abril se cumpre atualmente (Tabela 3).
A
editora Panini, para atrair público à linha de super-heróis,
lançou em 2011 duas séries em formato americano (uma da DC e outra
da Marvel), ao preço de R$1,99, 28 páginas em papel LWC, apenas uma
edição americana original (exemplo A da Tabela 1). Os títulos de
linha mais populares da editora apresentavam no final deste mesmo ano
84 páginas em papel Pisa Brite (inferior), preço de R$6,50 com três
edições americanas por edição (exemplo B). Outros títulos
regulares da Panini apresentavam 148 páginas com seis histórias
originais, e preço de R$14,90 (exemplo C). Respectivamente os
formatos regulares da Panini para as linhas Marvel e DC obedeciam a
seguinte configuração de preços específicos no segundo semestre
de 2011:
Exemplo
|
Páginas
|
Preço
|
Preço
específico
|
A
|
28
|
R$
1,99
|
R$
0,0711/pg
|
B
|
84
|
R$
6,50
|
R$
0,0774/pg
|
C
|
148
|
R$
14,90
|
R$
0,1007/pg
|
Tabela
1 – Preços Específicos Editora Panini 2011.
As
três estruturas praticadas pela Panini para os super-heróis apontam
o inverso do que a editora Abril fez com os mesmos super-heróis. As
revistas com menos páginas e melhor acabamento têm preço por
página menor. Já que essa estratégia é adotada pela Panini, por
que a editora não reproduz as edições americanas e lança um
título para cada título americano, tornando a compra dos leitores
mais barata?
Nas
revistas em quadrinhos a discriminação de preço tem limite.
Lançando várias revistas com estruturas iguais, a demanda dos
títulos naturalmente será diferente e em consequência haverá
títulos com grandes vendas e outros com baixas. Voltando aos
princípios de Economia, no cenário de demandas diferentes e sem
discriminação de preços, alguns produtos sairão do mercado e
outros prevalecerão (como se observa no mercado americano, sem
resistência dos editores a cancelarem títulos), então para escoar
todos os produtos o editor realiza a venda de pacotes, representados
pela condensação de títulos americanos em uma edição. O que
distinguiu a editora Panini da Abril e do mercado de bens de consumo
em geral foi o fato do pacote custar mais que a compra dos
componentes avulsos.
A
editora Abril desesperadamente em Maio de 2002 cancelou a linha
Premium e lançou a linha Planeta DC com cinco séries de 52 páginas
em formatinho, papel Pisa Brite ao preço de R$ 2,50 cada. O
consumidor levava então 10 edições americanas em formato menor ao
preço de R$ 12,50. Na relação custo benefício o consumidor foi
prejudicado de uma forma ímpar em toda história de publicação de
quadrinhos da Abril, ainda mais considerando que no formato Premium a
editora oferecia 14 edições originais americanas a R$ 19,80 e
acabamento luxuoso. A iniciativa Planeta DC durou apenas cinco
números e com seu fim a Abril encerrou a publicação dos quadrinhos
DC, que foram para a Panini em poucos meses. A Tabela 2 apresenta a
variação ocorrida nos preços brutos, específico e de cada edição
original americana na guinada editorial da Abril de Maio de 2002. É
evidenciada a redução dos preços, porém os números não ilustram
a diferença na estrutura das revistas, como papel, formato e
integridade dos roteiros originais.
Linha
|
Páginas
|
Preço
|
Preço
específico
|
Preço
por edição americana original
|
Premium
|
176
|
R$
9,90
|
R$
0,0563/pg
|
R$
1,41
|
Planeta
DC
|
52
|
R$
2,50
|
R$
0,0481/pg
|
R$
1,25
|
Tabela
2 – Preços Específicos na Manobra 2002 da Editora Abril.
A
configuração de preços das publicações regulares de quadrinhos
no Brasil em Fevereiro de 2013, pela estrutura da revista e pela
editora é mostrada na Tabela 3:
Editora
|
Formato
|
Páginas
|
Preço
|
Preço
específico
|
Abril
|
13,4
x 19cm
|
36
|
R$
1,95
|
R$
0,0542 /pg
|
Abril
|
13,4
x 19cm
|
52
|
R$
3,20
|
R$
0,0615 /pg
|
Abril
|
13,4
x 19cm
|
84
|
R$
4,95
|
R$
0,0589 /pg
|
Abril
|
13,4
x 19cm
|
308
|
R$
13,00
|
R$
0,0422 /pg
|
Abril
|
13,4
x 19cm
|
500
|
R$
17,00
|
R$
0,0340 /pg
|
Abril
|
13,4
x 19cm
|
800
|
R$
20,00
|
R$
0,0250 /pg
|
Pixel
|
13,4
x 19cm
|
52
|
R$
3,10
|
R$
0,0596 /pg
|
Pixel
|
13,4
x 19cm
|
68
|
R$
4,50
|
R$
0,0662 /pg
|
Panini
|
13,4
x 19cm
|
68
|
R$
3,50
|
R$
0,0515 /pg
|
Panini
|
13,4
x 19cm
|
84
|
R$
4,90
|
R$
0,0583 /pg
|
Deomar
|
13,5
x 20,5 cm
|
36
|
R$
3,90
|
R$
0,1083 /pg
|
Mythos
|
13,5
x 17,6 cm
|
100
|
R$
8,90
|
R$
0,0890 /pg
|
Mythos
|
13,5
x 17,6 cm
|
116
|
R$
7,60
|
R$
0,0655 /pg
|
Mythos
|
13,5
x 17,6 cm
|
132
|
R$
9,90
|
R$
0,0750 /pg
|
On
Line
|
13,5
x 20,5 cm
|
36
|
R$
2,99
|
R$
0,0831 /pg
|
Panini
|
14,5
x 20,5 cm
|
36
|
R$
3,20
|
R$
0,0889 /pg
|
Panini
|
17
x 26 cm
|
28
|
R$
1,99
|
R$
0,0711 /pg
|
Panini
|
17
x 26 cm
|
28
|
R$
4,90
|
R$
0,1750 /pg
|
Panini
|
17
x 26 cm
|
52
|
R$
6,90
|
R$
0,1327 /pg
|
Panini
|
17
x 26 cm
|
68
|
R$
6,50
|
R$
0,0956 /pg
|
Panini
|
17
x 26 cm
|
84
|
R$
7,50
|
R$
0,0893 /pg
|
Panini
|
17
x 26 cm
|
108
|
R$
9,99
|
R$
0,0925 /pg
|
Panini
|
17
x 26 cm
|
148
|
R$
15,90
|
R$
0,1074 /pg
|
HQM
|
17
x 26 cm
|
36
|
R$
3,90
|
R$
0,1083 /pg
|
Tabela
3 - Preços Específicos por Editoras (1º trimestre 2013).
Em
Fevereiro de 2013, a editora Panini oferece o preço específico mais
baixo para revistas regulares em formatinho com preços até R$5,00.
No formato 17 x 26cm (americano) há divergência de preços na
editora até com publicações de mesmo número de páginas. E não
há uma regra clara para o preço por página de cada publicação,
observando que preço específico das publicações com mais páginas
(148) está entre os mais altos.
Embora
a Abril ofereça opção de baixo preço específico (e bruto) nas
publicações de 36 páginas, observa-se que no formato 13,4 x 19cm
(formatinho) a editora mantém a política de redução de preço
específico com o aumento de páginas por revista, o que não é
repetido pelas outras duas editoras.
Sobre
a precificação de revistas, um fator redutor do custo operacional
que pode ser repassado ao preço, são os anúncios publicitários
nas edições. Hoje se observa até ausência de anúncios nas
edições que deixaram de ser competitivas e vantajosas para o
mercado publicitário, pois os quadrinhos estão mais direcionados e
menos abrangentes.
2.1.2
Formação
de Preços Pela Estrutura da Editora
As editoras com gráfica própria têm menor custo e podem praticar preço ao público. Até a década de 1990 as editoras Abril, Globo e Escala imprimiam suas edições, nos anos 2000 o mercado foi tomado por editoras menores, e atualmente (2013) a linha de quadrinhos Abril é impressa em gráficas terceirizadas.
Em
Dezembro de 1990 a editora Abril lançou a Graphic Novel Asilo
Arkham. A mesma obra foi lançada pela Panini em 09/2003 pelo preço
de R$12,90, o valor corrigido da edição Abril na data seria de
R$9,22 (INPC-BC). Os preços corrigidos para 02/2013 das edições
Abril e Panini seriam respectivamente R$15,18 e R$23,08.
Na
mudança da linha Marvel da Abril para a Panini, os preços da linha
Premium da Abril eram de R$9,90 com 176 páginas e sete edições
americanas por edição, eram publicadas três revistas Marvel no
formato. A Panini se apresentou ao consumidor com a bandeira de
baratear os quadrinhos, lançou cinco revistas a R$6,90 num formato
maior (19 x 27,5cm) de 100 páginas e quatro edições americanas por
edição. O leitor que comprava 21 edições originais americanas no
formato Premium pelo preço de R$29,70 passou a pagar R$34,50 por 20
edições americanas. A diferença era o formato que em pouco mais de
um ano migrou para o formato americano e papel Pisa Brite ao preço
de R$6,00, quando a editora já publicava também as revistas DC,
ainda assim mais caro que a linha Premium. Sob o ponto de vista
racional o argumento da Panini beneficiar o consumidor pelo poder de
compra soa falso. O único barateamento foi no preço bruto da edição
unitária, para leitores de apenas uma revista.
Uma
causa evidente para a diferença de preço específico entre as duas
editoras são os custos gráficos mais altos da Panini. Se a perda da
Marvel e DC não sofreu resistência na Abril, foi porque as tiragens
estavam aquém do adequado para a editora.
2.1.3
Tiragens
A
Editora Opera Graphica encerrou suas atividades no final de 2008,
publicava reimpressão de clássicos, coletâneas, livros, e séries
regulares de 36 páginas; nestas edições o preço era maior que as
revistas de maior circulação com 100 páginas da Panini, então
maior editora de quadrinhos (R$7,90 x R$6,90 – preços de Janeiro
de 2005), a editora se especializou em produzir material a um público
restrito e fiel a este material. As tiragens da Ópera Graphica eram
de 1000 a 2000 exemplares, o que não dilui eficientemente os custos
de produção.
Qual
seria a reação do colecionador ao ser impossibilitado de ter sua
coleção completa? Uma consequência pode ser a interrupção total
ou parcial do hábito. A política de preços altos ao consumidor de
baixo poder aquisitivo, e consequentemente baixas vendas, foi um dos
promotores do fechamento da Ópera Graphica. Meses após o lançamento
foi possível encontrar os encalhes da editora em liquidação nas
comic shops (lojas onde o material foi distribuído quase
exclusivamente). Se o leitor não comprou as revistas o prejuízo
sobrou para o lojista, pois no mercado direto os encalhes não são
devolvidos. Outras editoras fecharam antes da Opera Graphica, como a
Metal Pesado, com minisséries inacabadas. Após a Metal Pesado, a
Brainstore cancelou minisséries
e séries de boa duração.
e séries de boa duração.
Nas
bancas brasileiras a liderança de vendas sempre esteve com os
quadrinhos dos Estúdios Maurício de Sousa. Segundo FRADE em coluna
digital de 07/02/2011, a Turma da Mônica ocupa por volta de 80% do
mercado nacional de quadrinhos, com média mensal de 44.000 revistas
por título, e vendeu cerca de 27 milhões de edições em 2010. No
programa Fim de Expediente da Rádio CBN em 2011, Maurício de Souza
comentou que as vendas da revista Ronaldinho Gaúcho, licenciado por
seu estúdio, no Brasil estavam em 60.000 exemplares mensais e que
este era o personagem de quadrinhos mais lido no Mundo.
Em
2011 Sidney Gusman em eventos de Curitiba mencionou que em bancas a
revista Turma da Mônica Jovem (da Panini) vende mais que a principal
revista jornalística do Brasil. O título é editado pela Panini em
estilo oriental, sem cores, papel Pisa Brite, 132 páginas, capa
cartonada a R$ 7,50. O sucesso do título da Panini inspirou a
fórmula para a editora Pixel com os personagens americanos Luluzinha
e Bolinha, porém neste caso apresentou inicialmente algumas páginas
coloridas e preço de R$ 6,40. No final de 2012 a revista foi
alterada para 68 páginas a R$4,90.
O
caso da Turma da Mônica Jovem revela que a tiragem e baixa qualidade
gráfica do material (em relação a outras publicações de mesmo
preço da Panini) não serviram para a editora reduzir o preço da
publicação, tornando-a mais acessível e atraente. FRADE estima as
vendas do título acima de 400.000 edições, confirmando o argumento
de Gusman.
2.2
Distribuição
Em
1972 nos EUA foi criado o Mercado Direto. Trata-se de uma
distribuição de revistas onde lojas especializadas são
beneficiadas com garantia, adiantamento de entrega e maiores
descontos, em troca as lojas fazem pedidos baseados nas previsões de
vendas e arcam com encalhes, essa forma de distribuição dominou o
mercado americano. Se de início salvou títulos, editoras e permitiu
que material sofisticado chegasse aos leitores, em menos de três
décadas o mercado diminuiu as tiragens e o público.
No
Brasil predomina a distribuição por consignação. Editoras menores
com material dedicado a colecionadores se utilizam da distribuição
dirigida. Outras editoras optam por publicar no formato livro e
escoar para livrarias com maior prazo de exposição.
A
distribuição de revistas no Brasil sofre com o poder de monopólio.
Segundo o jornalista Sidney Gusman em mesa redonda durante a GibiCon
de 2011 em Curitiba, a distribuição cobra 50% do preço de capa das
edições no Brasil. No mesmo debate, editores de quadrinhos
(Zarabatana, Café Espacial, Cia das Letras e Balão) comentaram não
poder arcar com a distribuição em bancas, são obrigados a dirigir
suas tiragens a livrarias e lojas especializadas. Os inconvenientes
das vendas em bancas são a curta exposição, devolução dos
encalhes danificados e baixo controle sobre os pontos de venda. O que
não comentaram foi que por ser um ponto de venda popular, os preços
praticados em suas edições são inviáveis para as bancas. Em
entrevista ao blog Bengalas Boys Club, o criador e editor Fábio
Chibilski, do interior do Paraná, confirma o custo de 50% do preço
de capa com a distribuição no Brasil, e que no mercado americano
esse mesmo custo cai para 10%.
Na
década de 2000, editoras brasileiras publicaram seletivamente
material que não interessasse às grandes editoras, recorriam à
fórmula: baixa tiragem, direcionamento a lojas especializadas e alto
preço específico. O resultado da iniciativa eram edições caras,
encalhe nas lojas e cancelamentos. Buscou-se a fórmula americana,
porém para um mercado menor.
O
autor Marcatti, que experimentou décadas de criação e distribuição
autônoma sofreu com o sistema de publicação seriada (pela Editora
Escala e por edição própria), e passou a produzir quadrinhos para
distribuição dirigida em outras editoras. Em entrevista ao Zine
Royale em 2008, o artista diz que as editoras brasileiras adquiriram
visão de longo prazo, e há mais espaço para os artistas nacionais.
O experiente editor Tony Fernandes ressalta que este tipo de produção
não forma uma classe de profissionais empregados e assalariados.
Séries
lançadas em 2010 esbarraram na ineficiência de distribuição,
Turma do Xaxado da HQM Editora, Turma do Arrepio e Apache da Editora
As Américas. As duas primeiras com características e público
semelhantes aos quadrinhos de Maurício de Souza, bom preço,
qualidade, e divulgação, pois a primeira editora é de um site
especializado, os gibis eram encontrados em livrarias e poucas
bancas. Apache de Tony Fernandes, simples e inteligente, durou seis
números; suas edições eram vistas em quantidade em poucas bancas
de poucas cidades do interior e raramente nos grandes centros.
Uma
iniciativa de distribuição no Brasil foi organizada por artistas
que a classificam como um coletivo, Quarto Mundo. Nesta associação,
cartunistas trocam e entregam obras de colegas associados em pontos
distantes. O coletivo se responsabiliza por pagar 50% do preço ao
artista, até 20% são destinados aos custos de distribuição e 30%
aos pontos de venda. Os artistas que arcam com custos da própria
edição conseguem divulgar seus trabalhos e atingirem leitores
distantes através da colaboração (e retribuição) de colegas. Até
o fim de sua operação (2013), o Quarto Mundo possuía deficiências
e ineficiências devido à natureza da atividade, mas propiciava ao
consumidor opções de compra.
Outra
forma de distribuição observada no mercado nacional divulga edições
independentes na internet, no site os consumidores encomendam
revistas e os editores são alertados para que enviem as revistas ao
comprador. Sobre este serviço é cobrada dos editores uma fração
do preço da capa, ao leitor recai o custo da postagem, onerando a
compra.
Mesmo
que a distribuição de revistas em quadrinhos encontre sua solução
no Brasil (seja abrangente, direta, ou livrarias), ainda deve-se
rever os custos para os editores que serão repassados para o
consumidor.
2.3
Concorrência às Revistas em Quadrinhos
As
famílias contam hoje com formas de lazer doméstico práticas e
coletivas como Internet, videogames, TV a cabo. Essas opções podem
ser conciliadas com os quadrinhos, porém também podem ser
concorrentes e substitutos perfeitos às revistas em quadrinhos,
quando não são ferramentas de canibalização do mercado impresso
através da pirataria.
Os
quadrinhos evoluíram ao longo de sua história, mas é a evolução
dos meios eletrônicos foi maior. Os meios eletrônicos podem
capturar consumidores de quadrinhos não somente nas questões
financeira e preferencial, mas também no tempo de leitura.
Há
possibilidade de conciliação e condensação dos meios eletrônicos
com os quadrinhos como produtos associados, como dependente ou
derivado do outro, e ainda há possibilidade de venda de revistas em
forma digital. Esta última forma citada desonera os custos gráficos
das edições e podem chegar ao consumidor com preços menores.
Logisticamente os custos são insignificantes, pois contornam o
distribuidor e o ponto de venda.
A
conciliação de outras mídias com os quadrinhos é vista com os
quadrinhos orientais, que são geralmente dinâmicos e associados a
desenhos animados e brinquedos. Não que tal fórmula não exista
para os quadrinhos ocidentais, Maurício de Souza é um exemplo
exitoso, mas para os quadrinhos americanos a associação é
descaracterizada e descartável, que revela uma simbiose perecível.
Voltando
ao assunto da publicidade, à medida que os quadrinhos perdem
consumidores, as formas mais abrangentes atraem a atenção dos
anunciantes, e assim os editores perdem uma interessante fonte de
renda com as propagandas.
2.3.1
Pirataria
Com
o desenvolvimento dos meios eletrônicos e de sua acessibilidade, uma
prática não exatamente concorrente, mas que certamente diminui a
compra de edições pelos leitores, é a pirataria. Alguns leitores
digitalizam revistas e disponibilizam na internet.
É
uma atividade prejudicial aos editores. Os praticantes se justificam
com argumentos de divulgação, demora de publicação do material,
material que não será publicado no país, e até mesmo material
raro e/ou antigo difícil de encontrar nos pontos de venda, mas
também há o passionalismo de leitores em boicote às editoras. Não
é uma prática exclusiva do mercado de quadrinhos. A pirataria
atinge o cinema, televisão, música, a indústria, entre outros.
Como não paga impostos a atividade é bem atraente para leitores,
predatória para editores e conta apenas com hábito e princípios
dos colecionadores para ser combatida.
Entrevistado
no podcast Papo Armagem, o jornalista Sidney Gusman citou a letargia
dos editores em reagir à pirataria, comentou os quadrinhos são mais
sensíveis que a indústria fonográfica, pois possuem um mercado
muito menor. Gusman reconhece que o custo para os leitores é alto
que se obrigam a comprar material a contragosto pela condensação de
personagens em uma edição, o custo alto é a causa da rendição
dos leitores à pirataria.
Não
será fácil combater a digitalização de revistas em quadrinhos, a
prova é que ela ocorre, mas se uma atitude dos editores não foi
tomada ainda, é por não encontrarem meios e opções, ou ainda
acreditarem estar confortáveis com os números atuais do mercado.
2.4
Qualidade Editorial
Outro
fator redutor de consumo, ou do número de leitores, obviamente será
o desagrado dos leitores com a qualidade de roteiros e desenhos.
Considerando grande parte dos leitores na faixa de público maduro,
estes começaram a ler com quadrinhos para uma faixa etária menor,
assim como os profissionais da indústria.
Dentro
da proposta do coletivo Quarto Mundo, seus organizadores assumem que
a qualidade do mercado de quadrinhos virá da quantidade, pois a
qualidade que o público brasileiro percebe nos quadrinhos
estrangeiros vem do trabalho dos editores nacionais em filtrar o
material ruim (que segundo os organizadores representa a maior parte
do que está disponível no mercado americano). Para o coletivo, o
crivo de qualidade do material nacional virá dos consumidores, como
é realizado com os estrangeiros nas praças originais.
Até
o início dos anos 1990 as editoras arriscavam projetos ousados até
mesmo com personagens líderes de vendas. Nos anos 1980 obras
inovadoras calcadas em estilos extracontinentais, criadas por
artistas como Frank Miller e Alan Moore, quebraram limites e deram
novo fôlego para o mercado, reavivaram o interesse dos leitores,
estabeleceram como a indústria trabalharia e transformaram
personagens em ícones populares. Aí o ganho com as franquias de
personagens para outras mídias superou os quadrinhos, e passou a
sofrer vigília dos editores, bloqueando boa parte de propostas dos
criadores aos personagens, de forma a não arriscar os ganhos com
merchandising dos personagens.
Até
pelo amadurecimento do público, o impacto causado por obras cerca de
vinte, ou trinta anos atrás não seria reproduzido atualmente, porém
agora as editoras apenas arriscam com personagens pouco expressivos,
ou em selos editoriais diferentes.
Mesmo
no Brasil, até o começo da década de 1990 observava-se uma
diversidade de personagens nos títulos, o que agradava mais
consumidores. A partir de então houve concentração dos títulos e
histórias apenas nos principais personagens, tal movimento pode não
ter causado uma saturação, mas também não serviu para atrair
novos leitores.
Quanto
a formação de público, nas décadas de 1960 a 1980 as histórias e
personagens eram publicados nas séries regulares, hoje esse material
é republicado em volumes, com sucesso de vendas e crítica maior que
as criações recentes já direcionadas em encadernados. Se as
histórias de trinta anos atrás ainda têm o poder de superar obras
recentes, a conclusão é de que não houve evolução da qualidade
geral das publicações junto ao amadurecimento dos recursos gráficos
e editoriais, caracterizando os roteiros e artes como inferiores.
E
muitos lançamentos alternativos de hoje já são publicados em
livros antes de serem disponibilizados em fascículos mais acessíveis
ao público, obrigando o leitor a ler resenhas ou críticas antes de
arriscar comprar o material de autores e personagens que não
conhece.
2.5
Divulgação
Houve
campanha contra os quadrinhos desde sua gênese. Autores escreveram
sobre conteúdo e mídia, classificando os quadrinhos como
entretenimento descompromissado, infantil e até prejudicial. A
campanha negativa não foi uma constante no Mundo todo, Japão e
Bélgica trataram os quadrinhos a sério, e este é um dos fatores
que provocam números positivos de mercado nesses países. Em outras
nações os quadrinhos até mesmo foram e são usados como mecanismo
de propaganda política e campanhas sociais.
Porém
no mercado americano já houve até levantes contra os quadrinhos e
queimas de revistas em local público, fato este que levou as
editoras a criarem um código de autocensura em meados do século XX,
classificando as revistas como “diversão segura”.
Ao
longo do século XX uma série de transformações foi observada na
sociedade mundial, alterações de comportamento influenciaram a moda
e as artes. Nos quadrinhos americanos algumas obras atraíram a
atenção de revistas de mídia e cultura como a Rolling Stone. Os
principais jornais do Brasil nos anos 1980 e 1990 contavam com
colunas regulares sobre quadrinhos nos cadernos culturais, além da
tradicional seção de tiras.
Esta
exposição, assim como a reclassificação de quadrinhos em formato
livro como “Graphic Novel” reinventaram o mercado de quadrinhos.
Museus, bibliotecas exclusivas (gibitecas) e livros também foram
criados e escritos sobre os quadrinhos.
De
1987 e 1989 a editora Globo anunciou suas revistas até em horário
nobre da televisão. A editora ainda encartava em suas edições
matérias sobre quadrinhos, fosse para divulgar, ensinar, ou
entreter. Coincidiu com o investimento da Globo em uma linha de
quadrinhos de qualidade, que passaram a ser classificados como
apropriados para leitores maduros.
Em
Setembro de 1990 foi lançada no Brasil a revista especializada HQ
pela Editora Palermo, com matérias sobre quadrinhos, novos
lançamentos, entrevistas com artistas e outras atrações. A revista
HQ não tinha periodicidade definida e durou apenas três números,
porém diferente de outros lançamentos do gênero, a editora Palermo
não publicava quadrinhos, mantendo-a independente de tendências
editorial e comercial em suas páginas. Isto numa época sem internet
e quando uma forma comercial de divulgação dos acontecimentos do
mercado americano ainda tomava forma. Várias outras revistas
especializadas em quadrinhos surgiram a partir de 1995, algumas bem
longevas, outras mais comerciais, e outras mais representativas como
a franqueada Wizard.
Além
dos veículos de imprensa e marketing, fãs e editores criaram
convenções, onde os participantes fazem contato com profissionais,
artistas iniciantes mostram seus trabalhos, as editoras apresentam
seus planejamentos, realizam-se lançamentos, há mesas redondas de
profissionais e outras atrações relacionadas. No Brasil as
convenções ainda são incipientes e contam com o apoio de
secretarias de cultura e patrocínio de empresas.
Os
quadrinhos também estão nas escolas, não apenas como recurso
didático, mas também como objeto de estudo. Outra modalidade de
evento teve sua primeira edição no Brasil em 2011, um congresso
acadêmico em São Paulo sobre estudos e artigos científicos, com
lançamento de livros, apresentações e mesas-redondas em diversas
áreas de interesse e pesquisa sobre quadrinhos.
Para
qualquer modalidade de negócio a divulgação é imprescindível. A
indústria dos quadrinhos sempre sofreu forte campanha de difamação,
criando preconceitos sobre sua leitura e consumo. Os esforços de
promoção dos quadrinhos dependem não somente dos publicadores e
criadores, mas também da mídia e dos consumidores.
2.5.1
Publicação na Internet
Muitos
autores optam por disponibilizar seus trabalhos na internet, como o
carioca André Diniz, que disponibilizou quadrinhos da editora Nona
Arte e outras obras. Esses autores tornam assim seu trabalho
conhecido do público.
Porém
o uso da rede como ferramenta de divulgação através da publicação
gratuita é uma forma de contornar ineficiências do mercado. No
mercado perfeito criadores publicam em edições comerciáveis de
grandes tiragens, ampla distribuição, e haveria publicações
experimentais abundantes. O que não estimularia blogs e sites com
trabalhos completos.
A
mídia digital é uma ferramenta democrática, visto que alguns
sucessos editoriais (para padrões atuais) como os livros de André
Dahmer nasceram da publicação virtual. Porém a publicação
digital também prejudica o mercado, os artistas não recebem pelo
trabalho, e mesmo que a visitação aos sites estimule a publicidade
e contatos com o artista, como aponta Tony Fernandes, não haverá
interesse dos editores por publicar um trabalho que os leitores podem
ler gratuitamente. Nos efeitos da publicação na rede há um custo
social de não se produzir um bem.
3.
Conclusão
A
satisfação do mercado brasileiro não é baseada nas vendas. Os
autores conseguem publicar, há divulgação na mídia especializada,
as editoras escoam suas tiragens e há muitos lançamentos nos pontos
de vendas. Não é possível saber se as vendas estão maiores.
Muitas variáveis reduzem vendas, nenhuma ocorre sozinha, mas sobre o
indivíduo apenas uma basta para que a decisão de abandonar o hábito
seja tomada.
A
mídia evoluiu com o passar do tempo, mas não se tomou cuidado
suficiente para que os avanços não canibalizassem os quadrinhos. Os
consumidores são absorvidos por outras formas de entretenimento,
quando estas poderiam ser conciliadas aos quadrinhos.
Se
considerar preços, a dependência que há entre diferentes títulos
e os números do mesmo título forçam o cliente a comprar muitas
edições para a compreensão de um enredo, o custo da compra de todo
o volume é um obstáculo, e o não entendimento de uma história tão
interligada será um golpe na aquisição de novos leitores.
É
necessário avaliar mais as políticas editoriais do mercado e os
efeitos sobre os leitores. Embora as diversas fórmulas possam
coexistir, a linha de lançamento de obras em livros e a linha de
produção seriada, a priori buscam atender vários tipos de
consumidores, mas as duas em conjunto tendem a sobrecarregar
principalmente o colecionador individualmente.
Um
dos princípios de Economia diz que o maior consumo é melhor, este
princípio será atendido a partir do ponto onde o cliente encontrar
menor preço para poder adquirir mais publicações. Sobre preço e
mercado os editores normalmente não comentam causas e efeitos, mas
com menor preço das revistas maior será a satisfação do
consumidor em poder comprar mais exemplares e experimentar novidades.
4.
Referências
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S., Vendas Digitais da DC Giram em Torno de 10% da Tiragem Impressa,
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2013,
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Acesso em 17/01/2013.
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