ESTE HOMEM SIMPLES É UM GRANDE BATALHADOR.
ELE É A PROVA VIVA DE QUE TODO SONHO
PODE SE TORNAR REALIDAE! CORRA, BATALHE E
LUTE POR SEUS IDEAIS. POIS, UM IDEAL NUNCA MORRE,
UM IDEAL VIVE SEMPRE,
DISSE ALGUÉM CERTA FEITA!
Desde a década de 80 este homem batalhador
vem lutando para implantar seus simpáticos
e carismáticos personagens infantis,
através de livros, jornais e inúmeras
revistas, que vira e mexe vemos nas bancas
de todo o país. E é com imenso
prazer que tenho visto
ele se firmando nesses últimos
anos nesse
disputado segmento que alegre
e diverte nossos baixinhos.
Ele é de boa índole, tem forte personalidade
e é uma pessoa muito bem quista pelos
amigos que tiveram e têm o trazer
de conviver come ele.
Já passou por maus bocados
nesta difícil carreira
que escolheu para viver, porém sempre
soube superar com muita garra e determinação
esses períodos oscilantes do mercado
editorial brasileiro e sempre acabou
conquistando seu espaço.
Sua figura é super representativa no cenário
das HQs e revistas nacionais
infantis e seu espírito
guerreiro o mantém forte
e inabalável, lutando
bravamente e conquistando a cada
dia seu espaço na mídia.
Ele também é eclético, polivalente, cria e desenha
seus próprios personagens, que há muito
tempo são bem conhecidos pelo público infantil.
Este dono de um belo traço e
personagens cativantes,
agora, pela primeira vez, também decidiu criar
um super-herói, que luta em prol da
conservação da flora e da fauna.
Saiba mais sobre este intrépido guerreiro
lendo esta entrevista que fiz com...
MOACIR TORRRES,
UM DOS GRANDES
MESTRES DOS GIBIS, LIVROS E REVISTAS INFANTIS!
TONY: Acho que eu te conheci na década
de 80, se não me engano...
vc tinha um estúdio no grande ABC,
aqui em São Paulo, correto?
(Rsss... somos bengalas, mesmooo...).
MOACIR: Isso mesmo, o Estúdio
EMT era em Santo André
e eu fazia artes do Suplemento
Infantil do Diário Popular
e artes para Abril Jovem e outros trabalhos
junto com o escritor Cláudio Feldman.
TONY: Pelo visto minha “memória virtual” ainda tá
funcionando... (Rsss...) Onde você nasceu, meu
legítimo bengala-friend? Dia, ano, hora, local, etc.
MOACIR: Eu nasci em Agudos, SP.
Em outubro de 1957.
TONY: Caipira? Eita, sô... cigarro de "paia"
e tudo mais? (Rsss...).
Legal... Agudos, conheço... bela cidade do interior.
É de lá que vem a melhor água pra fabricação das
mais saborosas “loiras geladas”... hmmm... deu "inté"
água na boca, "cumpade". Em que ano começou
a publicar e por qual editora?
MOACIR: Acho que foi em 1990 para
a picareta da Escala.
TONY: Picareta? Parece tão sólida, poderosa.
Não sabia disso... é, as vezes as
aparências enganam...
já trabalhei para eles, nunca tive problemas.
Mas, sei que muitos estúdios, que fecharam
o cerco em torna desta casa editorial, zoavam
os artistas, ao fazerem a "ponte".
Sabe como é... mas, não vamos nos aprofundar
no que passou... sua primeira
criação foi a Turma do Gabi?
MOACIR: Sim, foi a minha primeira criação
e aquela que me proporcionou
tudo que tenho até hoje.
TONY: Que beleza. Você sempre foi um grande
batalhador, Moacir... há anos eu te conheço
e venho acompanhando sua batalha,
nesse campo difícil mas, também, prazeroso.
Aonde arrumou tanta garra e determinação?
MOACIR: Procuro fazer um trabalho limpo, sem
pisar nos outros. Não sou como alguns que
andam por aí. Tenho a certeza que Deus
me dá tudo para que eu possa desenvolver
o dom que ele me deu, que foi o
de desenhar e escrever.
TONY: Exemplos como o seu, como o do
também bengala-friend Emir Ribeiro,
como o do Cedraz, na minha opinião, devem
ser seguidos pela nova geração.
Vocês parecem que já vieram ao mundo
predestinados a lutar com muita garra.
Acho que atualmente a galera
tá muito acomodada.
Fica aí por trás do computador,
isolada do mundo, alienada e não saem por
aí batendo nas portas das editoras.
O que você acha disso?
MOACIR: Grandes caras esses dois, o Cedraz já
tive o prazer de conhecê-lo num evento em
Araxá, o Emir só conheço o trabalho e pelo
bate papo pela Internet.
Os novos desenhistas são muito viajantes,
sonham demais e se esquecem que para fazer
HQ no Brasil, tem que bater e quebrar a
cara, tem que comer e passar fome,
enfim lutar, lutar, lutar.
Correr atrás e não ficar esperando cair do céu.
no in
Moacir com algumas alunas da sua oficina de desenhos
TONY: É... mas nem todos tem este nosso
espírito de aventura, infelizmente.
Nossa geração nunca se preocupou em
trabalhar para a Marvel ou para a DC.
A nossa briga sempre foi aqui, no
Brasil, para abrir espaço.
Hoje, vejo a galera obcecada por
editoras gringas,
sonham alucinadamente
em publicar lá fora.
Será que não percebem que
os gringos buscam,
sempre, mão de obra barata?
Será que não conseguem enxergar, que aqui
dentro há empresas que pagam razoavelmente
bem e até melhor do que muita
editora pequena gringa?
Obviamente, quando cito estas empresas não
me refiro apenas às editoras de HQs.
O desenho pode ser aplicado praticamente em tudo.
Tudo, antes de ser concebido, precisa
ser feito, planejado, no papel.
Mas, o pessoal acha q dá para manter um
estúdio só fazendo quadrinhos.
Você algum dia sonhou em fazer Marvel?
Seu estúdio também só faz produtos editoriais?
MOACIR: Nunca tive essa ilusão, acho que nós
devemos buscar nosso espaço aqui, pois
como você disse, existem várias formas de trabalhar
com desenho. HQ no Brasil ainda é para
poucos, mas acho que um dia nós vamos ver
estampados em revistas, sites, blogs e
em outras mídias, HQ Brasileira.
TONY: Recebo, por mês, cerca de 500 e-mails
com anexos de texto e arte.
A grande maioria de super-heróis.
E o pior é que tem nego que o trabalho ainda
não está evoluído para encarar uma empreitada
desse naipe. Qual é o conselho que
você dá pra essa gente?
MOACIR: Eu também recebo centenas de
trabalhos de jovens artistas, eles acham
que nós estamos por cima da “carne seca”,
só não sabem que para nos mantermos na
batalha, temos que dar porrada, levar calote,
puxada de tapete e muito mais...O conselho
que dou é pra essa galera começar a
desenhar tudo, infantil, super herói,
ilustrações, cartuns, etc, e ir pra luta.
TONY: No meu início de carreira - 1973 -, durante
5 anos me dediquei exclusivamente aos
desenhos cômicos (Capitão - Buana - Savana,
que foi publicado durante 5 anos na revista
Akim, da Noblet, etc). Conclusão:
não entendia nada de figuras humanas,
anatomia, perdi o jeito, apesar de ter
começado fazendo HQs de terror e ficção-cientifica.
Nessa época, sentia que uma turminha
metida a besta menospreza aqueles que
faziam HQs que não fossem de figuras humanas.
Essa turma se julgava superior e até
mesmo achavam que aquilo que eu fazia não
era HQ... (Rsss...). Como tem gente tapada...
Você também já sofreu este tipo
de descriminação?
MOACIR: Claro! Babacas é o que mais tem,
os caras acham que sabem de tudo e não sabem nada.
O que eles sabem fazer é dar o chapéu nos
colaboradores, puxar o tapete e outras malvadezas.
Para mim essas figuras um dia vão ter
uma punição, seja aqui ou lá embaixo...
TONY: Boa... e pelo visto “lá embaixo”
vai lotar, logo logo... (Rsss...).
Depois de acompanhar, à distância, seus anos
de luta, é com prazer que vejo seus
personagens se destacando dos demais
concorrentes e os inúmeros produtos que
você anualmente consegue colocar na praça.
Hoje, você trabalha em equipe,
ou ainda faz tudo sozinho?
MOACIR: Na realidade os tempos áureos já se
foram, graças a um editor picareta e uma
editora formada por ratos e cobras da pior
espécie. Essa falcatrua que fizeram comigo
ainda vai ficar caro para eles, é só esperar.
Eu tenho uma grande equipe por trás de mim,
são eles: Deus, Jesus, querubins, irmãos
de luz e minha companheira de
luta, minha esposa Doraci...
TONY: É pelo visto esses pícaros te deixaram irado...
mas, bola pra frennte! Lembro-me
que você colaborou durante muitos anos para
um grande jornal do ABC... quanto tempo
a Turma do Gabi saiu nesse jornal?
MOACIR: Na realidade foi pro Diário Popular de
Sampa, fiz o suplemento por mais
de dez anos. Bons tempos.
TONY: Com disse antes, “minha memória virtual”
tá precisando de um up date... (Rsss...).
Mas, o Diário Popular foi um grande jornal...
quando e por quê você decidiu morar no interior?
MOACIR: Já faz 17 anos que me mudei do ABC
para Indaiatuba. Aqui sempre foi mais calmo
para se trabalhar.
Deus me mandou pro
interior porque ele tinha uma missão pra mim,
era aqui que eu ia conseguir levar adiante o
meu trabalho com a Turma do Gabi.
TONY: Também acho que o “Chefe”, lá em cima,
sabe o que faz... sem Ele não somos nada...
Você é um bom estrategista de marketing.
Estou gostando de ver que ultimamente você
se tornou polivalente, tá no rádio, em figurinhas,
jornais e revistas, etc. Tem alguém
agilizando esta parte para você?
MOACIR: Se tudo isso que faço é estratégia
de marketing, é bom saber. Só espero que
essa minha estratégia traga bons frutos,
porque “dim dim” que é bom e
útil, chega pingando.
TONY: É... o vil metal nem sempre corresponde ao
tremendo esforço que a gente faz... Então,
sua esposa o ajuda?
Você é, então, é um felizardo.
MOACIR: Ela me ajuda muito, Me ajuda na
arte final, escaneia as artes, faz o nosso
rango, lava e passa nossas roupas e ainda
torce pra que agente se de bem na vida.
Ela é a luz em pessoa, chora comigo quando
as coisas estão ruim e ri quando
as coisas vão bem...
TONY: Grande, Doraci, gostei de saber disso...
Gente como você tem muita bagagem
profissional, tem muita história para contar
sobre desilusões e vitórias. Fale-me
sobre decepções. Alguma vez se decepcionou
tanto, que até pensou em chutar tudo pro ar?
Depois, narre pra gente sobre vitórias,
mesmo que estas sejam pequenas, mas
que foram conquistadas com muita luta.
MOACIR: Tenho tanta história pra contar,
que fiz isso em meu blog o ano passado.
Toda semana eu postava um episódio da
minha luta. Quem quiser ver essa história
é só acessar: www.editoraemt.com.br e
ver as postagens de 2008 ou 2009.
TONY: Legal. Vou lá conferir. Quando nasceu
esta paixão por desenhos e HQs?
MOACIR: Acho que desde os sete anos...
TONY: Um dia te disse que meus netinhos
(cinco) adoram seus personagens e olha
que não foi por influência minha, não.
Cheguei na casa de uma das minhas filhas
e tava lá a gurizada pintando suas revistinhas
da ed. Escala. Você, há anos, faz a alegria
da garotada, guerreiro. Mas, parece que,
de repente, você também decidiu lançar
um super-herói: Papo Amarelo.
Fale-me sobre esta nova empreitada.
Qual é a ideia?
MOACIR: Por isso que continuo insistindo
nessa área, esses piás é que me dão forças
pra seguir com a Turma do Gabi. Quanto
ao Papo Amarelo, é um herói normal, não
tem super poderes. Foi um jeito de
extravasar a minha raiva diante dessa
destruição da Amazônia, então resolvi
criar um herói pra somar na luta contra essa
devastação. Acho que as pessoas estão
se identificando com ele e cresce a cada dia.
Espero vê-lo crescer como a Turma
do Gabi cresceu. Eu não desenho supe- heróis,
criei ele pros expert de heróis,
desenharem comigo.
TONY: Bacana... um herói que defende a nossa
flora e a fauna... Nosso amigo e grande
batalhador e incentivador das HQs nacionais,
José Sales (ed. Júpiter 2), também tem
lançado várias edições com os seu personagens.
Como você o conheceu e como surgiu esta parceria?
MOACIR: Eu não o conheço pessoalmente, mas
parece que já somos velhos amigos.
Ele é um bom editor de revistas Brasileiras,
sabe o que é bom. Estamos fazendo
essas parcerias, acho legal, pois continuamos
com material da Turma impresso circulando.
TONY: A jogada de lançar um álbum de figurinhas,
achei genial. Como surgiu a ideia?
MOACIR: Cara, a ideia era antiga, aí um palhaço
aqui da cidade, muito conhecido resolveu
bancar o projeto, então nos unimos e lançamos
o álbum da Turma do Gabi e Koringa.
Se isso vai dar alguns caraminguás eu não sei,
só sei que como divulgação foi ótimo.
TONY: Na verdade não trabalhamos apenas visando
o vil metal, fazemos porque adoramos
arte, mas uns trocados tem que rolar para sobreviver,
é óbvio. Aonde fica seu estúdio atualmente?
MOACIR: Fica em Indaiatuba – São Paulo, como
disse anteriormente...
TONY: Hmmm... de fato, já havia dito que foi
morar nesta cidade, mestre... acabei sendo
redundante, pra variar... (Rsss...). Um sonho?
MOACIR: Transformar a minha turminha
em produtos de licenciamento.
TONY: Uma frustração?
MOACIR: Nenhuma.
TONY: Alguém que sempre o inspirou?
MOACIR: Mestre e Bengala Boy Ziraldo.
TONY: Gostei... (Rsss...). Ziraldo é um legítimo
bengala boy, dos bons. Também li muito a
Turma do Pererê, na infância.
Um ídolo da música e do cinema?
MOACIR: Raul Seixas.
TONY: Também curto muito o “maluco beleza”...
O que você gostava de ler na infância ou adolescência?
MOACIR: Gibis e Livros.
TONY: Uma dica para quem quer ingressar na carreira?
MOACIR: Profissionalismo, humildade e fé.
TONY: O dom de criar e desenhar, para você,
é uma dádiva divina ou maldição? (Rsss...)
MOACIR: Divina sem dúvidas...
TONY: Moacir Torres por Moacir Torres?
MOACIR: Porque é o meu nome. Mas Já
assinei como: Moá, Torres e Jóby Lee
TONY: Jóby Lee? Isto me soa gringo... esta
eu não sabia... Agradeço por sua atenção
e que Deus sempre ilumine seus caminhos
para continuar fazendo feliz as crianças
deste imenso e abençoado país,
grande bengala friend, Moacir Torres.
MOACIR: Grande bengala Tony, valeu pela força
e eu que tenho que agradecer. Um recado
para quem não gosta de colecionar e colar
figurinhas: quem quiser concorrer a uma
mini moto e a um net book, ainda dá tempo.
Basta comprar o álbum de figurinhas da
Turma do Gabi e do palhaço Koringa, completo.
Os interessados em adquirí-lo devem
entrar em contato com:
E Viva as HQs Brasileiras!
TONY: A gente ainda chega lá...
Ziriguidummm!
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