domingo, 31 de outubro de 2010

ENTREVISTA COM WILDE PORTELLA, O CRIADOR DE CHET!


A primeira edição de CHET,
pela extinta editora Vecchi


O jornalista e escitor
Wilde Portella
Nos áureos tempos da extinta e saudosa 
Vecchi um jornalista de um jornal do Recife 
foi convocado pelo irmão - Watson Portella, 
um dos melhores desenhistas de HQs 
do país -, e Lotário Vecchi para criar e
 desenvovlver uma HQ de western. 
Ele aceitou o desafio e superou os demais
 concorrentes, que também tinham a 
mesma missão. Conclusão:
 Na época Chet foi um grande sucesso de
público e de crítica. Isto prova sua
 competência e versatilidade. 


No passado, muitos gibis de
western fizeram sucesso
no Brasil




Cavaleiro Negro fez tanto sucesso
que quando as histórias americanas
acabaram desenhistas
brasileiros continuaram
a desenhar a série
Arte: Walmir


Tex vendia mais de 100 mil exemplares,
no tempo da editora Vecchi
Arte ofertada ao cowboy de
além-mar Zeca Willer


Cavaleiro Fantasma








Hoje, Wilde Portella é considerado um dos
 melhores escribas de HQs no Brasil e um 
especialista em argumentos que se
 referem ao velo Oeste. 
Recentemente concedeu
uma entrevista para
 o Blog português mais
 badalado de Tex Willer -
 do bengala-friend, de além-mar, José Carlos
 (vulgo Zeca Willer)- , e também acabou 
de sair outra entrevista deste valoroso 
guerreiro na edição 26 do BDJornal, 
maravilhosa publicação portuguesa 
especializada sobre BDs (HQs), de outro
 bengala-friend lusitano, o
 guerreiro Jorge Machado-Dias.


Epopéia Tri Foi lançado no
Brasil pela EBAL e fez
muito sucesso


Jerônimo - O Herói do Sertão foi
criado por Mises Veltman
como novela radiofônica e
virou quadrinhos no belo
traço de Edmundo Rodrigues




Desta feita, coube a mim, a honra de 
entrevistar este valoroso e criativo
 bengala-brother, que c
onheci através da WEB, 
mas que admiro e respeito muito.
Leia atentamente e saiba mais sobre...


O ESCRIBA E 
JORNALISTA 
WILDE PORTELLA


Chet edição especial de aniversário
lançado pela Ink Blood Comics em 2010 -
Nova versão
Tony: Como e quando foi que o jornalista 
Wilde Portella decidiu fazer HQs?
Wilde: Desde cedo eu fazia meus desenhos 
e histórias. Tinha lá meus 12 anos de
idade.Fazia tudo em cadernos e
 papel de escritório que meu pai
trazia da Prefeitura do Recife.
Tony: Seu irmão, Watson, sempre foi
 um dos mais respeitados artistas
 nacionais das HQs. Conheci-o no Rio de 
Janeiro, no tempo da saudosa Vecchi.
 Fui à casa do seu mano levado pelo velho
 amigo Shima. O Hamasaki, ele também
 estava presente, pois naquela época eu, o 
Shima e o Hama, trabalhávamos pra Bloch.
 Faz tempo... (rsss...). 
Toda vez que perguntei à você sobre o 
seu irmão pouco você disse sobre ele. 
Parece que você não gosta 
muito de falar sobre ele.
 Ao menos, fiquei com esta impressão.  
Por onde anda o genial autor de
 Paralelas, um clássico dos quadrinhos 
tupiniquins? Desistiu da profissão? 
Você ainda tem contato com ele?

Wilde: Watson tá na dele.
 Morando com meus pais. 
Continua desenhando, mas não publica. 
Tem mágoa e ranço do mercado editorial, 
principalmente dos editores que lhe 
roubaram durante anos. 
Quando vou à casa dos meus pais às vezes
 eu o vejo, mas não mantemos mais contato.

Tony: Caramba... o mestre, pelo visto, ficou
 realmente traumatizado e não quer 
nem ouvir falar de quadrinhos... 
já que você falou em ranso em relação a
 editores, também acho que ele foi muito 
explorado, por alguns editores 
ou se deixou explorar. 
Aceitou o jogo. Nunca disse isto à ninguém.
 Mas, quando eu o Shima e o Hamasaki 
fomos visitar e conhecer Watson ele 
morava numas quebradas na periferia 
do Rio, numa casa humilde, de chão 
de terra-batida, manja? 
Achei aquilo um absurdo. 
Ele estava bombando na Vecchi e os
 caras trouxeram ele com a família pro 
Rio e o instalaram naquela josta.
 Estavam explorando o magrão, 
que tinha uma penca de filhos, se 
não me engano, e tava lá em sua prancheta
 desenhando no capricho com seu pincel,
 humildemente e nos recebeu de braços abertos.
 Nenhum de nós, ali presentes, 
aceitaríamos trabalhar naquelas condições.
Ficamos, todos, putos com o 
pessoal da Vecchi.  É pena que Watson esteja
 assim atualmemnte, pois ele 
tem um grande talento.
 Foi um dos poucos a se dar bem e trabalhar
 com a Ed. Abril. Adoro aquele estilo europeu dele.
 Faço votos que ele saia dessa... 
falando de Chet, que eu até cheguei a 
colecionar, foi uma criação sua e do Watson,
 correto? Quando isto aconteceu?
Wilde: Bom, eu escrevi todas as histórias 
do Chet e Watson foi quem deu a cara 
e roupa a ele e aos seus amigos Blue e Rick. 
Além disso, desenhou o Chet em capítulos
 na Ken Parker e também o 
número um da revista mensal.

Tony: Você também fez parte de um movimento
 que arregimentou bons artistas 
nordestinos, que naquela época, fizeram
 história aqui no chamado "Sul Maravilha" - 
 coisa rara, hoje em dia. 
Em que ano isto aconteceu e que 
eram os feras envolvidos?




Anúncio de uma edição da Grafipar em
que mostra um índio brasileiro
passando a perna no
famoso Capitão gringo


Quadrinho erótico feito
por  brasileiros

Revistas da extinta GrafiparWilde: Isso aconteceu nos anos 80. Eu e o Roberto Portella já estávamos fazendo trabalhos para a Grafipar. Aí arregimentamos Libório, Mário Paciência (que chegou a desenhar para a revista do Chet uma história com Rick) e Pedro ZenivalEu e o Roberto os apresentamos aos editores.Mas só o Zenival foi quem teve sucesso na Vecchi. E nós fizemos e editamos revistas para a Grafipar como: Cangaço, o Jagunço, Sertão e Pampas entre outros trabalhos.

Tony:  Lembro-me de alguns trabalhos 
dessa turma e os caras eram excelentes. 
O Zenival fez um terror maluco, genuinamente
nacional, diferente, para a revista Spektro, 
da Vecchi, que até hoje guardo.
O que você andou fazendo todos esses
 anos em que ficou sem fazer HQs?
Wilde: Durante esse tempo longe dos
 quadrinhos fiquei trabalhando como
 jornalista e produzindo discos e shows. 
Gostava demais desse lance 
de palco e estúdio. Me realizei.

Tony: Também adoro este mundo e toquei
 na noite e viajei trabalhado com música
 durante uns 15 anos. Se eu pudesse, viveria 
disso... mas as gravadoras foram, quase
 todas pro saco, depois da MP3 (Rsss...).
 Fiquei, particularmente, muito feliz em
 saber que você e o Chet estavam de volta.
 Como conheceu o Fabio, da Ink Blood Comics,
 lá do Sul do País?

Wilde: Foi gozado... Eu estava negociando 
a publicação de Chet para a editora Marca 
da Fantasia, mas aí recebi um convite
 para agregar o Fábio no Orkut. 
Trocamos idéias e surgiu a idéia de
lançar uma edição especial de Chet.
 Foi assim que aconteceu.


Chet é um clássico dos quadrinhos
brasileiros
Tony: Ouvi dizer que o Fábio sempre
 foi fã do Chet, do seu trabalho. 
Agora, achei incrível pela forma como a
 negociata rolou, via Orkut... é... o que tem que
 ser será.  Ink and Blood era apenas um 
estúdio de arte e criação, que virou 
editora independente? 
O que eles produziam 
ou produzem por lá?

Wilde: A Ink é um estúdio
 de arte e criação, sim.
 O Fábio publica duas revistas coloridas
 para os Estados Unidos da América e 
acaba de fechar um contrato para uma
 revista de terror para ser publicada lá
 também. Nem era editora quando nos 
conhecemos, mas aí, pela necessidade 
de lançar o Chet, ele embarcou nessa. 
Foi dureza pura, pois ele e eu tivemos
 que encarar diversas dificuldades
 com essa edição especial de Chet.
 Mas serviu para saber onde 
falhamos e onde acertamos.

Tony: Vivendo e aprendendo... 
é assim mesmo...
 Outro dia o Fábio, que é gente boa, 
me mandou alguns arquivos de um 
novo material colorido que ele estava 
fazendo, cujo tema é terror, com 
antigo Egito, Faraós, etc. Mano, achei este 
material sensacional. Acima da média. 
Tem nível internacional. 
O Fábio e a equipe dele sabem trabalhar, 
de verdade. Esta galera vai longe.
 Aliás, já foram... estão publicando 
nos States (Rsss...).  
Atualmente, há muitos autores e estúdios 
brasileiros trabalhando para gringos, 
principalmente, do nordeste. 
O que você acha disso?

Wilde: Rapaz, se os caras querem ganhar
 uma grana tem mais é que trabalhar 
para gringo mesmo. O mercado 
aqui no Brasil nunca foi fácil. Portanto, 
publicar os trabalhos é preciso e a turma
 tem essa chance via canal gringo. 
Acho válido e inserido no contexto.

Tony: Claro, afinal, todo mundo tem contas 
para pagar, tem que comer, etc. 
Outro dia, um desses autores nacionais
 estava se gabando de que ele, depois
 de muita briga, conseguiu impor um
 preço melhor.... ou seja, de 15 dólares 
o agente gringo - ou sei lá o que -, 
passou a pagar 30 dólares. 
E o cara tava se gabando disso. 
Será que essa gente não percebe que estão
 sendo explorados? Trinta pratas gringas, 
em Nova York, só dá pra
pagar um jantar... (Rsss...).
 Os gringos querem mão-de-obra barata 
e os doidos entram nessa, principalmente 
quando a editora gringa é pequena. 
Há muito espaço para quem trabalha com
 arte - sem ser HQs -, que pagam 10 vezes
 mais do que isto aqui no Brasil.
 Mas, os caras preferem trabalhar pra fora
 do que para as empresas e editoras nacionais. 
Não existem editoras só de HQs. 
Há vida inteligente além dos quadrinhos.
 Qual é a sua opinião?


Vários desenhistas participaram da
série que chegou a conquistar
leitores até em Portugal
Wilde:  Minha opinião está na resposta anterior. 
Olha, eu sou conhecido no meio e tenho
 dificuldades de publicar. 
Quanto mais um sujeito que não é conhecido.
 Então se pinta gringo querendo o trabalho
 deles que se dane o resto. 
É melhor 30 dólares no bolso 
do que voando em real, né?

Tony: Nunca vi tanta gente, como atualmente,
 fissurada por super-heróis. 
Parece que o grande sonho da nova geração
é fazer Marvel e DC. E o pior... tem nego
que não tem um bom trabalho, e mesmo 
assim insiste nesse paranóia. 
Alguma vez você pensou em escrever
 HQs, pra Marvel ou DC?

Wilde: Nunca me passou pela cabeça fazer
 um trabalho para a Marvel ou DC. 
Porém, atualmente estou elaborando
 uma heroína da época medieval. Uma guerreira.
 Seu nome provisório é Anúbia, 
e é um tipo de Joana d’Arc sem aqueles 
lances de conversar com anjos e Jesus, entende?
 Se pintasse uma editora gringa querendo
 eu toparia publicar sim.
 Mas sem paranóia. Rsrsrsrs!

Tony: Parece que Chet também foi 
publicado em Portugal, correto? 
Em que ano isto aconteceu e por qual editora?

Wilde: O seguinte: na época da Vecchi, a revista 
do Chet era publicada aqui e em Portugal. 
Era uma coisa simultânea. 
Saia aqui e a editora mandava 
para Portugal também.
 Para você ter uma idéia, recentemente
 fiquei sabendo que tem portugueses
 com a coleção de Chet completa.
Tony: Sensacional. Adorei saber isto.
 Também lia Chet, na
 época em que eu trabalhava como assistente 
de arte da Noblet. Tô sabendo que o nosso
 amigo Zeca Willer vai colocar, ou já colocou, 
no Blog do Tex, em Portugal, uma 
merecida entrevista sua.
 Achei muito legal. Você é batalhador,
 guerreiro, e merece. 
Quando isto vai acontecer? 
Ou, melhor, já rolou?





Wilde: Que legal! Não sei ainda, 
pois o Zeca está 
cheio de trabalho. Mas acredito que sairá
 ou no fim deste mês de outubro 
ou em novembro. Foi uma excelente entrevista.
 Zeca é um cara plugado nas coisas 
dos quadrinhos e particularmente
 no Tex e no Chet.
Tony: Chet, edição 2, já está no “forno”?


Wilde:  Não tem número dois no forno, não.
 Estou trabalhando numa outra revista 
do Chet, mas que sairá sem periodicidade. 
Será editada em tamanho comics.
Tony: Se vai continuar, isto é bom. 
O que não pode é parar, mano-véio. 
Todos nós, das antigas, adoramos o seu 
personagem... Quais são seus
 planos para o futuro?

Wilde:  Hoje é o resultado de ontem, do passado. 
Para o futuro ainda penso em lançar 
mais um livro, publicar Chet e essa heroína aí.
Tony: Wilde Portella por Wilde Portella?

Wilde: Um cara que, para sua ânsia de
 perfeição, está satisfeito consigo próprio.


Tony: Uma mensagem para os fãs?

Wilde: Para os fãs... Só tenho mais é que
 agradecer à todos. 
E que continuem fãs! Rsrsrsrs!


Tony: Brigadão por esta entrevista, my dear
 bengala-friend e muito sucesso! 
E que Deus continue iluminando suas idéias
 para que você possa criar milhares de
 argumentos de HQs para o nosso deleite.


E atenção!!!
CHET edição # 1 vem aí,
pela Ink Blood Comics
Textos: Wilde Portella
Arte: Toninho Lima
Editor: Fabio Chibilski


Copyright 2010\2011\Tony Fernandes\
Estúdios Pégaus - SP - Brasil -
Uma Divisão da Pégasus Publicações Ltda
Todos os Direitos Reservados



sexta-feira, 29 de outubro de 2010

REVISTA A3 QUADRINHOS #1: UM PRODUTO NOTA 10, GENUINAMENTE BRASILEIRO!

                              ACABEI DE RECEBER... 
A EDIÇÃO #1 DA 
REVISTA A3 QUADRINHOS!
UM SUPER LANÇAMENTO! 
E confesso que fiquei impressionado com a qualidade 
gráfica desta revista feita por autores independentes,
 com a qualidade dos desenhos e dos 
roteiros nela apresentados.




Graças ao apoio do Programa Municipal de Incentivo 
à Cultura da Secretaria de Cultura 
da Prefeitura de Uberlândia 
(MG), através do Fundo Municipal de Cultura, chega 
aos apreciadores de HQs nacionais mais uma publicação
 para saciar a sede daqueles que veneram histórias
 de terror, aventura e ficção: 
Já está a venda a Revista A3 Quadrinhos # 1,
 que chegou para  ficar.
Nesta primeira edição há 9 histórias completas, feitas 
por diversos autores competentes. A maior delas,
 Between the Shadows está em destaque na capa ilustrada 
pelo excelente Mateus Santolouco. 
Este thriller de horror foi escrito pelo amigo 
e professor Nando Alves e desenhada por Eduardo Cardenas.
Crash Test, é uma ficção científica detetivesca é 
escrita e desenhada por Ric Milk, com cores de
 Marcelo Cabral. Esta HQ abre a revista fazendo
 homenagem a filmes clássicos como BladeRunner.
Em seguida você vai curtir A Praga, uma HQ de horror 
angustiante, escrita por Bruno Bispo com traços 
undergrounds de Victor Freundt. 
E ainda nesta edição o veterano E. C. Nickel apresenta 
ao leitor um conto espacial intitulado Kavan -1- A longa Vigília.
Roberval Coelho narra “Deus”, uma história fantástica. 
O gaúcho Walter Pax, com auxílio do texto de 
Matheus Moura, traça um conto de horror 
nonsense em O Olho de Chtulhu. Na sequência há
 O.R.L.A: Operação, uma aventura escrita por
Matheus Moura e desenhos de Caio Majado.
E tem muito mais: o publicitário e quadrinhista Rodrigo
 Lara ilustrou Armolithus, ficção científica num 
estilo tipicamente europeu, com texto de 
Matheus Moura. E para terminar esta ótima 
edição, Walter Klattu apresenta Zulu, uma releitura
 do mito da Medusa contada pelo escriba Gian
 Danton com traços e cores de Will. 
Além dos ótimos argumentos e artes dos quadrinhos, 
também há neste primeiro e sensacional número
 três ilustrações exclusivas,  a primeira é a do 
editorial feita por Fábio Purper Machado, 
 a que encerra as páginas internas foi feita pelo
 criativo Dudu Torres e na  4ª capa encontramos 
um cartum de qualidade feito pelo velho 
amigo e colaborador o bengala friend
 Décio  Ramírez.
A revista A3 Quadrinhos nº 1 é editada pelo 
competente jornalista e apreciador de boas HQs]
 Matheus Moura. Ela pode ser adquirida nos pontos
 de venda atendidos pela distribuidora 4º Mundo, 
lojas especializadas, com os autores e na Bodega 
do Leo (a maior loja virtual de HQs do Brasil) 
a um preço super especial.
Ou pelo e-mail: revistaa3@gmail.com 
Você também pode adquirir seu exemplar 
pelo site:
http:// www.revistaa3.wordpress.com

EM SÍNTESE, VOCÊ QUE APRECIA UM BOM GIBI
 NÃO PODE PERDER...
Revista A3 Quadrinhos nº1

Formato: 15,5×22 cm
Miolo: Papel jornal (de ótima qualidade), 48 págs
 de miolo em cores e o restante em preto/branco
Total de Páginas da Edição: 112
Preço: R$ 3,50 – já incluso o frete

VALE A PENA CONFERIR!
REVISTA A3 QUADRINHOS:
 UM PRODUTO NACIONAL DE QUALIDADE!

ENTREVISTA COM O PAI DA TURMA DO GABI!


ESTE HOMEM SIMPLES É UM GRANDE BATALHADOR.
 ELE É A PROVA VIVA DE QUE TODO SONHO 
PODE SE TORNAR REALIDAE! CORRA, BATALHE E 
LUTE POR SEUS IDEAIS. POIS, UM IDEAL NUNCA MORRE, 
UM IDEAL VIVE SEMPRE, 
DISSE ALGUÉM CERTA FEITA!


 Desde a década de 80 este homem batalhador 
vem lutando para implantar seus simpáticos
 e carismáticos personagens infantis,
 através de livros, jornais e inúmeras
 revistas, que vira e mexe vemos nas bancas 
de todo o país. E é com imenso 
prazer que tenho visto 
ele se firmando nesses últimos
anos nesse 
disputado segmento que alegre
 e diverte nossos baixinhos.
Ele é de boa índole, tem forte personalidade 
e é uma pessoa muito bem quista pelos 
amigos que tiveram e têm o trazer
 de conviver come ele.
 Já passou por maus bocados 
nesta difícil carreira
 que escolheu para viver, porém sempre 
soube superar com muita garra e determinação 
esses períodos oscilantes do mercado 
editorial brasileiro e sempre acabou
 conquistando seu espaço.
Sua figura é super representativa no cenário 
das HQs e revistas nacionais
 infantis e seu espírito
 guerreiro o mantém forte
 e inabalável, lutando
 bravamente e conquistando a cada
 dia seu espaço na mídia.
Ele também é eclético, polivalente, cria e desenha
 seus próprios personagens, que há muito 
tempo são bem conhecidos pelo público infantil.
 Este dono de um belo traço e
 personagens cativantes,
 agora, pela primeira vez, também decidiu criar
 um super-herói, que luta em prol da 
conservação da flora e da fauna.
Saiba mais sobre este intrépido guerreiro
 lendo esta entrevista que fiz com...

 MOACIR TORRRES,
 UM DOS GRANDES
MESTRES DOS GIBIS, LIVROS E REVISTAS INFANTIS!

TONY: Acho que eu te conheci na década
 de 80, se não me engano...
 vc tinha um estúdio no grande ABC,
 aqui em São Paulo, correto?
 (Rsss... somos bengalas, mesmooo...).

MOACIR: Isso mesmo, o Estúdio
 EMT era em Santo André 
e eu fazia artes do Suplemento 
Infantil do Diário Popular
 e artes para Abril Jovem e outros trabalhos 
junto com o escritor Cláudio Feldman.

TONY: Pelo visto minha “memória virtual” ainda tá 

funcionando... (Rsss...) Onde você nasceu, meu
 legítimo bengala-friend? Dia, ano, hora, local, etc.

MOACIR: Eu nasci em Agudos, SP. 
Em outubro de 1957.



TONY: Caipira? Eita, sô... cigarro de "paia" 

e tudo mais? (Rsss...). 
Legal... Agudos, conheço... bela cidade do interior. 
É de lá que vem a melhor água pra fabricação das 
mais saborosas “loiras geladas”... hmmm... deu "inté" 
água na boca, "cumpade". Em que ano começou 
a publicar e por qual editora?

MOACIR: Acho que foi em 1990 para 
a picareta da Escala.

TONY: Picareta? Parece tão sólida, poderosa. 

Não sabia disso... é, as vezes as 
aparências enganam... 
já trabalhei para eles, nunca tive problemas.
 Mas, sei que muitos estúdios, que fecharam 
o cerco em torna desta casa editorial, zoavam 
os artistas, ao fazerem a "ponte".
 Sabe como é... mas, não vamos nos aprofundar
 no que passou... sua primeira 
criação foi a Turma do Gabi?

MOACIR: Sim, foi a minha primeira criação
 e aquela que me proporcionou
 tudo que tenho até hoje.

TONY: Que beleza. Você sempre foi um grande 

batalhador, Moacir... há anos eu te conheço
 e venho acompanhando sua batalha, 
nesse campo difícil mas, também, prazeroso.
 Aonde arrumou tanta garra e determinação?

MOACIR: Procuro fazer um trabalho limpo, sem 
pisar nos outros. Não sou como alguns que
 andam por aí. Tenho a certeza que Deus
 me dá tudo para que eu possa desenvolver
 o dom que ele me deu, que foi o 
de desenhar e escrever.



TONY: Exemplos como o seu, como o do

 também bengala-friend Emir Ribeiro, 
como o do Cedraz, na minha opinião, devem
 ser seguidos pela nova geração. 
Vocês parecem que já vieram ao mundo 
predestinados a lutar com muita garra. 
Acho que atualmente a galera
 tá muito acomodada. 
Fica aí por trás do computador, 
isolada do mundo, alienada e não saem por 
aí batendo nas portas das editoras. 
O que você acha disso?

MOACIR: Grandes caras esses dois, o Cedraz já 
tive o prazer de conhecê-lo num evento em
 Araxá, o Emir só conheço o trabalho e pelo
bate papo pela Internet. 
Os novos desenhistas são muito viajantes, 
sonham demais e se esquecem que para fazer
 HQ no Brasil, tem que bater e quebrar a 
cara, tem que comer e passar fome, 
enfim lutar, lutar, lutar. 
Correr atrás e não ficar esperando cair do céu.

 no in
 Moacir com algumas alunas da sua oficina de desenhos


 TONY: É... mas nem todos tem este nosso 
espírito de aventura, infelizmente.
 Nossa geração nunca se preocupou em 
trabalhar para a Marvel ou para a DC. 
A nossa briga sempre foi aqui, no 
Brasil, para abrir espaço. 
Hoje, vejo a galera obcecada por
 editoras gringas, 
sonham alucinadamente 
em publicar lá fora. 
Será que não percebem que 
os gringos buscam, 
sempre, mão de obra barata?
 Será que não conseguem enxergar, que aqui
 dentro há empresas que pagam razoavelmente
 bem e até melhor do que muita 
editora pequena gringa?
Obviamente, quando cito estas empresas não 
me refiro apenas às editoras de HQs. 
O desenho pode ser aplicado praticamente em tudo. 
Tudo, antes de ser concebido, precisa 
ser feito, planejado, no papel. 
Mas, o pessoal acha q dá para manter um 
estúdio só fazendo quadrinhos. 
Você algum dia sonhou em fazer Marvel? 
Seu estúdio também só faz produtos editoriais?

MOACIR: Nunca tive essa ilusão, acho que nós 
devemos buscar  nosso espaço aqui, pois 
como você disse, existem várias formas de trabalhar 
com desenho. HQ no Brasil ainda é para
 poucos, mas acho que um dia nós vamos ver
 estampados em revistas, sites, blogs e
 em outras mídias, HQ Brasileira.

TONY: Recebo, por mês, cerca de 500 e-mails

 com anexos de texto e arte. 
A grande maioria de super-heróis.
 E o pior é que tem nego que o trabalho ainda
 não está evoluído para encarar uma empreitada 
desse naipe. Qual é o conselho que 
você dá pra essa gente?

MOACIR: Eu também recebo centenas de 
trabalhos de jovens artistas, eles acham
que nós estamos por cima da “carne seca”, 
só não sabem que para nos mantermos na
 batalha, temos que dar porrada, levar calote,
 puxada de tapete e muito mais...O conselho
 que dou é pra essa galera começar a
 desenhar tudo, infantil, super herói, 
ilustrações, cartuns, etc, e ir pra luta.

TONY: No meu início de carreira - 1973 -, durante

 5 anos me dediquei exclusivamente aos 
desenhos cômicos (Capitão - Buana - Savana, 
que foi publicado durante 5 anos na revista
 Akim, da Noblet, etc). Conclusão:
 não entendia nada de figuras humanas, 
anatomia, perdi o jeito, apesar de ter 
começado fazendo HQs de terror e ficção-cientifica.
Nessa época, sentia que uma turminha
 metida a besta menospreza aqueles que 
faziam HQs que não fossem de figuras humanas. 
Essa turma se julgava superior e até 
mesmo achavam que aquilo que eu fazia não
 era HQ... (Rsss...). Como tem gente tapada... 
Você também já sofreu este tipo
 de descriminação?

MOACIR: Claro! Babacas é o que mais tem, 
os caras acham que sabem de tudo e não sabem nada.
 O que eles sabem fazer é dar o chapéu nos 
colaboradores, puxar o tapete e outras malvadezas.
 Para mim essas figuras um dia vão ter 
uma punição, seja aqui ou lá embaixo...

TONY:  Boa... e pelo visto “lá embaixo” 

vai lotar, logo logo... (Rsss...). 
Depois de acompanhar, à distância, seus anos
 de luta, é com prazer que vejo seus
 personagens se destacando dos demais 
concorrentes e os inúmeros produtos que
 você anualmente consegue colocar na praça.
 Hoje, você trabalha em equipe,
 ou ainda faz tudo sozinho?

MOACIR: Na realidade os tempos áureos já se
 foram, graças a um editor picareta e uma 
editora formada por ratos e cobras da pior 
espécie. Essa falcatrua que fizeram comigo 
ainda vai ficar caro para eles, é só esperar. 
Eu tenho uma grande equipe por trás de mim, 
são eles: Deus, Jesus, querubins, irmãos
 de luz e minha companheira de
 luta, minha esposa Doraci...

TONY: É pelo visto esses pícaros te deixaram irado...

 mas, bola pra frennte! Lembro-me 
que você colaborou durante muitos anos para 
um grande jornal do ABC... quanto tempo
 a Turma do Gabi saiu nesse jornal?

MOACIR: Na realidade foi pro Diário Popular de 
Sampa, fiz o suplemento por mais 
de dez anos. Bons tempos.

TONY: Com disse antes, “minha memória virtual” 
tá precisando de um up date... (Rsss...). 
Mas, o Diário Popular foi um grande jornal... 
quando e por quê você decidiu morar no interior?

MOACIR: Já faz 17 anos que me mudei do ABC
 para Indaiatuba. Aqui sempre foi mais calmo 
para se trabalhar. 
Deus me mandou pro 
interior porque ele tinha uma missão pra mim,
 era aqui que eu ia conseguir levar adiante o
 meu trabalho com a Turma do Gabi.



TONY: Também acho que o “Chefe”, lá em cima, 

sabe o que faz... sem Ele não somos nada...
 Você é um bom estrategista de marketing.
 Estou gostando de ver que ultimamente você
 se tornou polivalente, tá no rádio, em figurinhas,
 jornais e revistas, etc. Tem alguém 
agilizando esta parte para você?

MOACIR: Se tudo isso que faço é estratégia 
de marketing, é bom saber. Só espero que
 essa minha estratégia traga bons frutos, 
porque “dim dim” que é bom e 
útil, chega pingando.

TONY: É... o vil metal nem sempre corresponde ao

 tremendo esforço que a gente faz... Então, 
sua esposa o ajuda? 
Você é, então, é um felizardo.

MOACIR: Ela me ajuda muito, Me ajuda na 
arte final, escaneia as artes, faz o nosso
 rango, lava e passa nossas roupas e ainda 
torce pra que agente se de bem na vida.
 Ela é a luz em pessoa, chora comigo quando 
as coisas estão ruim e ri quando 
as coisas vão bem...



TONY: Grande, Doraci, gostei de saber disso...
 Gente como você tem muita bagagem
 profissional, tem muita história para contar 
sobre desilusões e vitórias. Fale-me 
sobre decepções. Alguma vez se decepcionou
 tanto, que até pensou em chutar tudo pro ar?
 Depois, narre pra gente sobre vitórias, 
mesmo que estas sejam pequenas, mas
 que foram conquistadas com muita luta.

MOACIR: Tenho tanta história pra contar,
 que fiz isso em meu blog o ano passado. 
Toda semana eu postava um episódio da 
minha luta. Quem quiser ver essa história 
é só acessar: www.editoraemt.com.br e
 ver as postagens de 2008 ou 2009.

TONY: Legal. Vou lá conferir. Quando nasceu 

esta paixão por desenhos e HQs?

MOACIR: Acho que desde os sete anos...



TONY: Um dia te disse que meus netinhos 

(cinco) adoram seus personagens e olha 
que não foi por influência minha, não. 
Cheguei na casa de uma das minhas filhas
 e tava lá a gurizada pintando suas revistinhas
 da ed. Escala. Você, há anos, faz a alegria 
da garotada, guerreiro. Mas, parece que, 
de repente, você também decidiu lançar 
um super-herói: Papo Amarelo. 
Fale-me sobre esta nova empreitada. 
Qual é a ideia? 

MOACIR: Por isso que continuo insistindo 
nessa área, esses piás é que me dão forças
 pra seguir com a Turma do Gabi. Quanto 
ao Papo Amarelo, é um herói normal, não
 tem super poderes. Foi um jeito de 
extravasar a minha raiva diante dessa 
destruição da Amazônia, então resolvi 
criar um herói pra somar na luta contra essa 
devastação. Acho que as pessoas estão 
se identificando com ele e cresce a cada dia.
 Espero vê-lo crescer como a Turma 
do Gabi cresceu. Eu não desenho supe- heróis, 
criei ele pros expert de heróis, 
desenharem comigo.

TONY: Bacana... um herói que defende a nossa 

flora e a fauna... Nosso amigo e grande
 batalhador e incentivador das HQs nacionais, 
José Sales (ed. Júpiter 2), também tem 
lançado várias edições com os seu personagens. 
Como você o conheceu e como surgiu esta parceria?

MOACIR: Eu não o conheço pessoalmente, mas
 parece que já somos velhos amigos. 
Ele é um bom editor de revistas Brasileiras, 
sabe o que é bom. Estamos fazendo 
essas parcerias, acho legal, pois continuamos
 com material da Turma impresso circulando.



TONY: A jogada de lançar um álbum de figurinhas, 

achei genial. Como surgiu a ideia?

MOACIR: Cara, a ideia era antiga, aí um palhaço 
aqui da cidade, muito conhecido resolveu
 bancar o projeto, então nos unimos e lançamos
 o álbum da Turma do Gabi e Koringa. 
Se isso vai dar alguns caraminguás eu não sei, 
só sei que como divulgação foi ótimo.

TONY: Na verdade não trabalhamos apenas visando

 o vil metal, fazemos porque adoramos 
arte, mas uns trocados tem que rolar para sobreviver, 
é óbvio. Aonde fica seu estúdio atualmente?

MOACIR: Fica em Indaiatuba – São Paulo, como 
disse anteriormente...



TONY: Hmmm... de fato, já havia dito que foi

 morar nesta cidade, mestre... acabei sendo
 redundante, pra variar... (Rsss...). Um sonho?

MOACIR: Transformar a minha turminha 
em produtos de licenciamento.

TONY: Uma frustração?

MOACIR: Nenhuma.

TONY: Alguém que sempre o inspirou? 

MOACIR: Mestre e Bengala Boy Ziraldo.

TONY: Gostei... (Rsss...). Ziraldo é um legítimo 

bengala boy, dos bons. Também li muito a 
Turma do Pererê, na infância. 
Um ídolo da música e do cinema?



MOACIR: Raul Seixas.

TONY: Também curto muito o “maluco beleza”... 

O que você gostava de ler na infância ou adolescência?
 
MOACIR: Gibis e Livros.

TONY: Uma dica para quem quer ingressar na carreira?

MOACIR: Profissionalismo, humildade e fé.

TONY: O dom de criar e desenhar, para você, 

é uma dádiva divina ou maldição? (Rsss...) 

MOACIR: Divina sem dúvidas...

TONY:  Moacir Torres por Moacir Torres?

MOACIR: Porque é o meu nome. Mas Já 
assinei como: Moá, Torres e Jóby Lee

TONY: Jóby Lee? Isto me soa gringo... esta 
eu não sabia... Agradeço por sua atenção 
e que Deus sempre ilumine seus caminhos 
para continuar fazendo  feliz as crianças
 deste imenso e abençoado país, 
grande bengala friend, Moacir Torres.

MOACIR: Grande bengala Tony, valeu pela força 
e eu que tenho que agradecer. Um recado 
para quem não gosta de colecionar e colar
 figurinhas: quem quiser concorrer a uma
 mini moto e a um net book, ainda dá tempo.
 Basta comprar o álbum de figurinhas da 
Turma do Gabi e do palhaço Koringa, completo.
Os interessados em adquirí-lo devem 
entrar em contato com:
E Viva as HQs Brasileiras!
TONY: A gente ainda chega lá... 
Ziriguidummm!





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