sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A PRIMEIRA ENTREVISTA DO ANO É COM ZECA WILLER, UM DOS MAIORES COLECIONADORES DO MUNDO, DAS HQs DE TEX, UM FENÔMENO DE VENDA!


José Carlos Pereira (Zeca) - ao centro - , um dos maiores 
colecionadores de HQs de Tex, em São Paulo, na 
FestComix, com o famoso desenhista americano David Lloyd 
e Fabio Civitelle, um dos melhores desenhistas 
da atualidade do cowboy criado pelos Bonellis, a Itália.


Foi através do bengala friend, Dom Alvarez –
membro honorário da milenar 
Confraria dos Bengalas Boys Club, 
via Facebook -, que tomei conhecimento do fantástico trabalho e da existência do guerreiro de além-mar José Carlos Pereira (vulgo Zeca Benfica – alcunha que ganhou por ser torcedor fanático do famoso time lusitano -
, ou Zeca Willer, por ser vidrado nas BDs 
(histórias em quadrinhos) de Tex Willer,
um grande sucesso editorial produzido na Itália.
 

Capa recentemente publicada na Itália da edição # 131 
da Collezione Storica a Colori, de Tex, intitulada 
"La Banda Del Fumetti". Mais uma capa
desenhada e pintada pelo sensacional Claudio Villa.


Ele não desenha, não escreve roteiros, 
não faz BDs (HQs). 
Acho que jamais teve essa pretensão, 
mas é um dos maiores colecionadores 
que se tem notícia, de Tex além de ser um dos responsáveis do Blog português do 
ranger dos Bonelli, que a cada dia
 torna-se um dos mais 
comentados do mundo. 
Convém lembrar que apenas dois 
blogs do mundo, que falam sobre 
Tex, merecem destaque aqui: 
TexBr (do bengala friend e b
rasileiríssimo Gervásio ) 
e o blog do Zeca.


Zeca, à esquerda, com Gege Carsan (que encarnou Tex), 
ao centro, e Civitelli à direita, na grande festa
 anual das histórias em quadrinhos em
 São Paulo, Brasil, chamada FestComix!
Foi durante a Festcomix de 2010, 
em S. Paulo, que tive o prazer de 
conhecê-lo pessoalmente – assim
 como o Gervásio, rever o Maldonados, 
o Gege Carsan e outras feras), 
durante a palestra do Civitelli, um 
dos mais famosos desenhistas
 da atualidade do Tex. 
Durante a palestra do rabiscador
 italiano, José Carlos (Zeca, para os amigos), 
se mostrou um excelente intérprete 
do italiano para o português,
 interagindo de forma brilhante 
para que os fãs ali presentes 
pudessem fazer questões 
com o palestrista.

Sua humildade é tamanha que 
ao enviar um e-mail perguntando 
se ele podia me conceder a honra 
de me dar essa entrevista, ele disse:
“Eu? Mas, eu não sou artista, sou 
um simples colecionador, Tony... 
será que seus leitores vão se 
interessar em ler sobre mim?”


Além de ser um grande colecionador
 do velho ranger José Carlos  realizou 
o sonho de muitos artistas e leitores,
 gente que adora HQs e Tex:
 Foi conhecer in loco as instalações 
da Bonelli Comics, lá na Itália e 
com certeza tem muita história
 interessante para contar.

Bem, foi assim que tive a honra de
 entrevistar esta fera, que acabou
 provando que sabe tudo de Tex 
e sobre seu autor, e que também
 já visitou a tradicional editora italiana.
Espero que voces, web leitores, 
apreciem também esta 
entrevista com...

JOSÉ CARLOS (ZECA WILLER),
UM DOS MAIORES
COLECIONADORES DE TEX
Primeira parte

Tony Fernandes 1 - Grande, Zeca, 
quanta honra... isto é o que eu chamo 
começar o ano com o pé direito... (Rsss...). 
Com uma grande entrevista.
Podemos começar?
 Então, vamos lá, querido bengala
 friend de além-mar... (Rsss...). 
Nome completo, dia mês e ano 
em  que você nasceu? Cidade, 
 região, estado, etc?

Zeca - Chamo-me José Carlos Pereira 
Francisco, tendo nascido a 13 de
 Dezembro de 1967, em Lourenço 
Marques, ex-Maputo, capital de
 Moçambique em África, tendo 
vindo para Portugal, com os meus
 pais, em 1977. Sou casado, pai de duas
 filhas, a Andreia Sofia de 17 anos 
e a Ana Beatriz de 6 e profissionalmente
 sou director de produção numa
 indústria de mobiliário metálico, 
sendo também no campo
 editorial o representante da 
Mythos Editora em Portugal.


Com a esposa Fatima e as filhas Andreia e Ana Beatriz
Tony 2 – Então, você Nasceu em 
Moçambique, na África? Olha só 
que curioso, nasceu numa 
ex-colônia portuguesa... muito legal.
 Dúvido que a maioria do pessoal 
sabia disso. Vamos em frente...
 Quando foi que começou a nascer
 esta sua paixão por Tex?
 Nunca gostou de outro personagem?


ZECA - A minha paixão por Tex nasceu 
já em Portugal, mais precisamente 
em 1980, quando os meus avós, 
com quem eu habitava na época, 
ao mudarem de residência,
 foram morar para uma quinta. 
Durante as limpezas do sótão
 da habitação principal, descobri
 uma caixa com muitas revistas 
de banda desenhada e entre elas
 somente um exemplar de Tex, 
mas era uma edição especial 
que muito me cativou de imediato.
 Tratava-se de “Pacto de Sangue“, 
uma aventura onde acontece o 
casamento do Ranger e fiquei de
 tal forma impressionado que
 mesmo depois de 30 anos aqui 
estou eu a falar desta paixão,
que aumenta a cada nova história, 
mas desde que me conheço que 
gosto de banda desenhada, 
inclusive posso dizer que nasci 
praticamente no meio dela
 já que das mais remotas
lembranças que tenho é a de ler
na livraria da minha mãe, ainda 
em Moçambique, revistas Disney.
 Ao longo dos anos a banda 
desenhada esteve sempre presente
 na minha vida, fosse no início 
com Astérix, Lucky Luke ou Tintin,
 fosse mais tarde com O Mundo 
de Aventuras, O Falcão, Condor, 
Tarzan e tantas outras 
revistas e personagens.


Acima e abaixo duas publicações da Asa,
tradicional casa editorial de Portugal,
que prima pela qualidade de seus
álbuns e continua firme.





Acima: Tintin. Um fenômeno de venda. Ele foi criado pelo 
belga Hergé, que é considerado o Disney europeu.

Tarzan, na visão do lendário John Buscema
Hoje em dia fascina-me sobretudo os 
fumettis (banda desenhada italiana) 
da Bonelli, pois para além de 
Tex também aprecio (em menor grau, óbvio) 
e colecciono por exemplo Zagor, 
Mágico Vento e Júlia.


Tony 3 – É impressionante, cowboy, 
como em todo mundo os personagens 
Disney são conhecidos, são populares.
 Acho que não tem um que nunca 
viu o Donald ou o Mickey. 
E, também foi bom saber que 
você também lia outros gibis... 
Dizem, por aí, que você é o maior
 colecionador do mundo das Bds
 (HQs) do velho ranger... 
você tem idéia de quantas revistas 
tem desta antiga e bem sucedida série?


Zeca - Somando as duas principais 
colecções completas das Tex brasileira
 e italiana e álbuns em 22 outras línguas, 
tenho mais de 1300 revistas do Ranger.
 Há ainda a acrescentar mais de 
1000 livros e revistas de várias
 outras colecções e novas séries de
 Tex que têm surgido nos últimos
 anos, tanto italianas como brasileiras
 e ainda um festival de edições 
especiais e extras com destaque
 para as coloridas, de vários 
tipos, formatos e países, totalizando
 no presente um valor a rondar 
as 2.500 edições. 
Por tudo isto que possuo de Tex, 
muitos consideram-me o maior 
coleccionador do mundo. 
Mas, Tony,  não me atrevo a 
considerar-me o maior.


Tony: Tem certeza?


Zeca - Sim,  porque há pelo menos 
dois outros grandes coleccionadores
 que conheço pessoalmente e que também 
são proprietários de duas colecções 
verdadeiramente grandiosas e valiosas: 
Júlio Schneider do Brasil e Enzo 
Pedroni de Itália. Júlio, advogado 
de profissão, sendo também 
tradutor de Tex no Brasil, colecciona 
Tex desde o primeiro número
 brasileiro, editado em 1971, 
sem ter perdido uma única edição 
que tenha saído no Brasil, de todos
 os tamanhos e formatos, ou seja
 tem tudo o que foi publicado de 
1971 até aos nossos dias, tendo
 também toda a colecção italiana,
assim como diversas edições dos
 mais variados países onde Tex foi
 publicado, para além de diversas
 edições especiais, algumas das
 quais, contando inclusive com
 a sua participação, como aconteceu
 por exemplo na edição portuguesa 
de Tex. A fama de Júlio Schneider
 ultrapassa as fronteiras brasileiras,
 tendo sido citado em diversas 
publicações estrangeiras.
Já o Enzo, possui tudo, mas 
literalmente tudo o que foi publicado 
de Tex na Itália, de Setembro de 
1948 até hoje, sendo sem
 dúvida alguma o maior 
coleccionador italiano de Tex 
e automaticamente um dos maiores 
do mundo, mesmo não coleccionando 
edições internacionais da mítica 
personagem italiana! Recentemente
 o Enzo comprou por um valor 
bem considerável (cerca de
 metade do preço do meu
 apartamento) todas as páginas
 originais da história 
comemorativa dos 60 anos de Tex, 
desenhada por Civitelli, que 
devido a isso, resolveu presenteá-lo 
com uma capa inédita para essa
 mesma história.
Tony 4 – Minha nossa, como tem maluco - 
no bom sentido, é claro -, nesse mundo
 O Schneider já troquei e-mails com ele...
visto que alguns fãs do ranger andam 
insistindo para que eu faça Tex e Kit 
Carson ter uma rápida aparição em 
Apache – personagem de western de
 minha autoria, lançada mensalmente
 pela editora As Américas-, mas o Henzo
 não tive o prazer de conhecê-lo ou trocar
 e-mails com ele.  Hmmm... quer dizer
 que o Enzo pagou a maior grana só 
pra obter os originais  da edição 
comemorativa dos 60 anos feitas 
pelo Civitelle? Caramba... que loucura... 
esse Henzo não é fraco não e é um 
texíano ferrenho, mesmo  (Rsss...). 
Fazer o quê, né? Cada louco com 
sua mania... e fã é fã... Você mora,
 atualmente, em que região 
de Portugal?

 Claudio Villa, apesar de ser o ilustrador
 oficial, não faz  todas as capas de Tex
 Zeca - Eu habito na região centro/norte 
e Portugal, relativamente próximo
 ao litoral, entre as cidades de Coimbra 
e Aveiro, mais precisamente numa
 localidade chamada Malaposta, 
pertencente ao concelho de Anadia, 
que é a cidade mais próxima e 
que tem cerca de 3.000 habitantes,
 mas ainda a propósito da minha 
localidade, o nome Malaposta provém
 de "Antiga diligência do correio;
 Carruagem para transporte de pessoas 
e correio", um meio de transporte que
 Tex e seus pards usam em algumas
 aventuras. Mas voltando à localidade 
onde resido, ela era a principal 
estação ou muda de cavalos na 
ligação da cidade de Lisboa para
 a cidade do Porto e vice versa. 
A origem da Malaposta encontra-se 
portanto aí. 
Era terra de paragem obrigatória
 nas ligações entre o Norte e o 
Sul para os viajantes restaurarem 
as forças e as bestas serem rendidas.


Tony 5 – É... parece que o seu destino
era mesma o velho Oeste, my friend...
 foi morar em Malaposta, um entreposto 
que ligava as duas cidades, tal qual 
nos oldies times do Oeste selvagem... (Rsss...).
 Incrível. Seu Zeca, na verdade, 
qual é a sua profissão?


Zeca - Trabalho há cerca de 20 anos numa 
empresa jovem e dinâmica, fabricante 
de todo o tipo de expositores metálicos
 para o comércio e indústria, a
 Expoluso ...
http://www.expoluso.com 
exercendo o cargo de 
director de produção.


Tony 6 – Bacana... eu sabia que você 
deveria ter uma profissão, só não sabia
 qual... agora está tudo esclarecido, visto 
que a profissão de colecioandor fanático
 ainda não existe... (Rsss...). Já vi algumas 
fotos da sua residência onde as paredes 
são repletas de quadros do Tex... ou seja,
 são desenhos feito pelos artistas 
que fazem Tex, autografados, que 
você coloca em molduras... 
quantos quadros maravilhosos 
desses, você tem? Você os 
compra dos artistas ou ganha deles?




Originais de Tex, emoldurados, pelas paredes 
da residência do Zeca.
Zeca - De facto as paredes da minha
 residência parecem mais as paredes 
de uma galeria de arte do que as de
 uma casa habitacional, já que tenho 
expostos cerca de 30 belos desenhos 
devidamente emoldurados e já 
começam a faltar paredes para pendurar
 novos desenhos que volta e meia 
vão chegando vindos de muitos dos
 desenhadores do staff de Tex e 
também de outras personagens 
bonellianas que me privilegiam 
com a sua amizade (muitos conheço
 pessoalmente, outros vou conhecendo
 dos contactos devido ao blogue 
português do Tex) e sabendo desta
 minha particular e especial
 colecção acabam por me
 surpreender enviando desenhos
 originais e exclusivos devidamente 
autografados.
 Ao todo devo ter um número a 
rondar os 50 desenhos originais,
 nunca tendo comprado nenhum
 e hoje em dia muitos dos 
consagrados desenhadores da
 Bonelli fazem questão de me
 presentearem com desenhos
 originais para eu os expor na minha 
galeria junto das artes de autores
 como Claudio Villa, Fabio 
Civitelli, Ivo Milazzo, Alfonso 
Font, Corrado Mastantuono, 
Lucio Filippucci, Marco 
Torricelli e tantos outros…
Mas muitos dos meus amigos 
com jeito para o desenho, sabendo 
da minha paixão por desenhos de Tex, 
também acabam por me oferecer belos
e exclusivos desenhos originais do 
Ranger, engrandecendo desse modo
 ainda mais a minha colecção e 
tornando-a mais valiosa e única 
e um dos meus sonhos é um dia
 publicar um livro dedicado a Tex 
onde publicaria também todos 
estes desenhos inéditos e exclusivos
 que me vão oferecendo.


Com Ferri
Tony 7 – Poxa, você é um previlegiado, 
bengala friend, recebe dos
 grandes mestres italianos, 
grátis, suas artes... que maravilha. 
Essa ideia de você publicar um livro 
com essas artes é genial. 
Tomara que você consiga fazer 
isso logo, logo...  Sei que você é 
casado e tem filhos... 
sua esposa não se incomoda por
 esta sua louca obsessão por Tex? 
Sabe como é... mulher sempre
 pega no pé da gente e, em geral, 
não entendem essas manias 
loucas da gente... (Rsss...).



Zeca - Bem, a minha esposa, a Fátima, 
não pode reclamar, porque ela
sabe que antes de eu a conhecer, o 
Tex já fazia parte da minha vida (…risos…).
Falando a sério, se hoje tenho a 
colecção completa de Tex, devo-o 
a ela porque a Fátima sempre me 
incentivou a coleccionar e 
até mesmo a completar a colecção, 
privando-se por vezes de 
comprar objectos para ela, 
inclusive quando Tex deixou de 
vir para Portugal (por volta do
 ano 2000) foi ela que me 
convenceu a entrar em contacto
 com outros leitores brasileiros e 
a escrever para a editora em São Paulo.
 E quanto às minhas filhas, bem, hoje 
em dia elas também gostam do Tex,
 pois de tanto conviverem com o
Tex e de me acompanharem a eventos 
Texianos realizados em Portugal 
e de me ajudarem a limpar e a 
manter em ordem a colecção, 
posso dizer que são tão Texianas 
como eu. Inclusive a Andreia já 
leu diversas histórias de Tex (tal 
como a mãe) e a pequena Beatriz
 tem como passatempo preferido,
 pintar desenhos de Tex que eu
 imprimo para ela, nunca tendo
 ela estragado nenhum exemplar
 do Ranger, mesmo estando a
 minha colecção à mão de semear,
 como aqui dizemos, pois as 
minhas filhas sempre foram 
educadas para não estragarem 
as revistas do pai. Mas voltando à
 minha esposa, ela de certo
 modo também está muito 
agradecida ao Tex, pois muitas 
das grandes amigas dela 
provêm das minhas amizades 
Texianas, ou seja, esposas 
e namoradas de outros 
coleccionadores de Tex que acabam 
se tornando em belas e sinceras 
amizades. Mas confesso que não foi
 fácil convencê-la de que os 
desenhos de Tex ficavam muito
 bem nas paredes da nossa casa.
 Mas hoje em dia, ela tem mesmo
 orgulho deles e ela própria contesta 
aqueles que nos visitam pela 
primeira vez e que 
colocam em dúvida 
a minha sanidade (…risos…) 


Tony 8 – Você é sortudo, mesmo... (Rsss...). 
Tive uma mulher que se eu bobeasse
 ela tacava fogo em todo meu acervo. 
Aliás, eu tive grandes acervos 
nacionais e internacionais e como 
dizemos aqui no Brasil, “foi tudo pro saco”,
 ao longo dos anos, com as
 parceiras que não compreendiam
 essa minha louca obcessão. 
A dona Fátima é 10, como costumamos falar, 
e voces tem afinidades, estão de
 parabéns. Até suas fillhas já estão 
curtindo o ranger. Que bacana. 
Agora, essa do pessoal que duvida
 da sua sanidade mental, 
é ótima... (Rsss...). 
O bengala friend Alvarez diz que 
a mulher dele fala que colecionar
 gibis é coisa de criança... (Rsss...).
 Imagino o sufoco que ele passa,
 pois vive gastando com Hqs... (Rsss...). 
 Quando conheci o Blog do Tex, adorei...
 e confesso que até hoje não 
consegui ver ou ler tudo, tamanho
 é o conteúdo que ele apresenta: 
entrevistas, fotos, vídeos, etc...
 uma loucura. Indago: quando foi 
que  você começou a fazer este 
Blog maravilhoso e por quê?

Você conta com alguém para ajudar nas 
postagens ou faz tudo sozinho?


Zeca - Antes de mais nada, há que 
informar que o blogue do Tex é 
uma criação do meu grande amigo 
Mário João Marques. 
Ele também um grande fã e coleccionador
 português do Tex, tendo inclusive
 completas também as colecções
 brasileiras e italianas. 
A ideia nasceu da mente dele em 
2006 e foi posta em prática por 
ele mesmo em Setembro desse
 ano e como necessidade dele
 publicar muitos dos textos que
 escrevia sobre Tex e as suas
 histórias e desse modo dar
 a conhecer a outros leitores 
esses mesmos textos, divulgando
 assim também o herói criado por
 G. L. Bonelli e também para 
mostrar que mesmo não sendo 
Tex publicado em Portugal,
 havia muita paixão pelo Ranger
neste pequeno, mas belo país à 
beira-mar plantado. Sendo o 
Mário um grande amigo e 
sabendo do meu conhecimento 
sobre Tex e das minhas amizades,
 convidou-me a fazer parte deste
 seu projecto logo desde o início,
 ao que de pronto aceitei com
 a condição de fazermos algo muito
 a sério, já que Tex para mim é
 algo de sagrado e ao entrar
 para o projecto era para fazermos
 algo de verdadeiramente
 grandioso, à altura do Tex e
 felizmente com o decorrer 
do tempo e com a ajuda e 
colaboração de muitos outros 
fãs e coleccionadores, tornamo-nos
 hoje em dia uma referência 
na Internet mundial, destacando-nos
 sobretudo pelas interessantes
 iniciativas que promovemos. 
Como por exemplo as belíssimas
 entrevistas aos autores e 
desenhadores, para além das
 inúmeras novidades que vamos
 dando em rigoroso exclusivo,
 sobretudo devido à forte amizade
 que me liga aos editores Dorival
 Vítor Lopes e Sergio Bonelli.
 Hoje em dia creio que o blogue
 português do Tex se pode bem 
resumir em três adjectivos:
 informação, credibilidade e paixão.
A nível das postagens, tudo passa somente 
por mim a nível de editoração, 
já que o Mário Marques infelizmente
 não tem tempo disponível para tal, 
mas a nível de conteúdo, conto com 
a colaboração de muita gente que 
me auxilia enviando textos, artigos, 
críticas, desenhos, fotos, traduções 
e novidades que eu depois só 
tenho o trabalho de editar e publicar.




Tony 9 - Mário Marques, taí um cara bacana... 
grande amigo seu, pelo visto, e texmaníaco 
também. Se não fosse ele, então, o blog
 não teria surgido... interessante.  
Sei que você praticamente pertence
 a família Bonelli, pois vira e mexe 
você tá lá visitando eles na Itália... 
quando começaram essas visitas? 
Ou seja, em que ano você decidiu 
aparecer por lá e qual foi a 
receptividade deles?



Civitelle, Zeca e Sergio Bonelli

Zeca - A minha primeira visita à 
Sergio Bonelli Editore ocorreu 
em Setembro de 2002 e nasceu de 
um convite que recebi do editor 
Dorival (a quem estou eternamente
 grato) para o acompanhar a ele
 a ao tradutor Júlio Schneider 
numa visita de cortesia a Sergio 
Bonelli. Um convite irrecusável, pois 
já dizia a lendária diva da canção 
francesa Edith Piaf: "A vida é um 
banquete servido para todos. 
Tem gente que sabe escolher sempre
 as melhores porções, e há aqueles 
que se contentam com os ossos.", 
ou seja, a vida sempre nos oferece 
momentos maravilhosos, nós só 
precisamos estar atentos para 
aproveitá-los. Conhecer Sergio
 Bonelli e realizar o meu sonho de
 criança de visitar a casa de Tex 
era uma oportunidade que eu 
não poderia desperdiçar porque
 certamente nunca mais teria 
uma oportunidade igual. Chegando 
a Milão, onde passei uma semana
 fantástica, fui apresentado a 
Sergio Bonelli como sendo 
o maior coleccionador português 
de Tex e como tendo inclusive 
a colecção brasileira completa, 
o que surpreendeu (e agradou) 
Sergio Bonelli, que como 
reconhecimento pelo feito, me
 presenteou com toda a colecção
 italiana do Ranger
A partir daí fomos trocando 
correspondência e telefonemas 
e a amizade foi crescendo, 
tendo eu depois retornado 
algumas outras vezes a Milão, 
visitando e fortalecendo os laços 
de amizade com Sergio, 
seu filho Davide e restantes 
colaboradores da editora, já que
 sempre fui recebido de uma
 forma muito carinhosa por todos
 que se mostravam muito 
admirados por haver alguém 
tão entusiasta de Tex sendo
 natural de um país onde 
Tex nem sequer era editado.


Milão é a segunda maior cidade italiana.
Acima: Duomo. Abaixo: Galleria Vittorio Emanuele


Tony 10 – De fato, isto é impressionante, 
mesmo... pois pelo visto, você já 
conhecia Tex, mas só começou 
a colecioná-lo graças a Mhythos
 que mandava e ainda manda as 
revistas para distribuir em Portugal? 
OK? Se foi isto, não é a toa que
 os Bonellis te adoraram... 
Fico aqui imaginando que a 
Bonelli editora deve ser uma coisa imensa...
 dá pra você descrever pra gente 
o tamanho, mais ou menos, dela 
e onde está localizada a sede?


Zeca - Errado, Tony. Conheci o Tex no
 tempo da Vecchi, pois ela mandava 
as edições de Tex para serem
 distribuídas por aqui. 
Quando a Mythos decidiu lançar
 o Tex aí é que a coisa engrossou 
para nós os colecionadores
 portugueses, pois a nova editora 
havia parado de mandar as revistas
 aqui para Portugal.
 Daí, contatei o Dorival pedindo 
para que eles continuasssem a 
mandar Tex para cá. 
Foi quando ele me pediu ajuda 
e passei a representar a 
Mythos em meu país. 


Tony - Ahhh... agoras as coisas 
ficaram claras, grande Zeca. Valeu!


Zeca - Sobre a redacção da Sergio Bonelli
 Editore localiza-se num local tranquilo 
de uma região nobre de Milão, na Via 
Michelangelo Buonarroti, uma rua 
charmosa e arborizada, mais
 precisamente no mítico número 38.
 Trata-se de um edifício habitacional
 que foi convertido em Editora no
 andar térreo. 
No primeiro andar trabalham 
cerca de 40 pessoas. No seu interior
 não há um único espaço nas 
paredes que não esteja preenchido
 com maravilhosos desenhos 
originais e ilustrações dos
 maiores criadores de banda 
desenhada do mundo. 
A maioria com dedicatórias de 
admiração ao conceituado 
editor italiano, com destaque
 para os enormes corredores
 que parecem um autêntico
 labirinto, porque o primeiro 
andar é a junção de dois apartamentos 
já de si grandes, o que dá logo
 uma ideia do tamanho da 
editora somente neste andar. 
Nesses corredores existem 
desenhos de artistas do calibre 
de Hugo Pratt, Joe Kubert,
 Esteban Maroto, Alfonso Font ou
 do brasileiro Maurício de Sousa, 
todos eles com a finalidade de 
homenagear o homem e 
a editora Bonelli.
 Os corredores, literalmente, fazem 
a delícia de qualquer amante do 
desenho e são necessárias várias
 horas para poder admirar todos eles. 
Outro dos grandes destaques 
da editora italiana é a biblioteca
 pessoal de Sergio Bonelli, 
seguramente a maior biblioteca 
privada do mundo sobre o velho
 Oeste e que serve de consulta 
para os seus inúmeros
 colaboradores.


Tony 11 – Olha, aposto que todos nós
 gostaríamos de ter conhecido tudo isso... 
que incrível.
 Uma visita dessa, pra quem 
gosta de HQs e de Tex, equivale a 
conhecer a Disneylândia pela primeira
 vez... (Rsss...). Quer dizer que a
 tal biblioteca pessoal, tem 
tudo sobre o Oeste? 
Minha nossa, eu ia adorar ler 
esses acervos. Não é a toa que as
 HQs do ranger são bem documentadas.
 Há desenhistas do Tex que
 trabalham dentro da editora, 
ou a maioria trabalha em 
casa, fazendo free-lancer?


Zeca - No total são perto de duzentos 
os colaboradores da editora, mas a 
maioria trabalha em casa.
 Aliás, a nível de desenhadores nenhum
 trabalha na editora, a não ser aqueles 
que fazem algumas pequenas correcções
 finais evitando desse modo que as
 páginas tenham que ser corrigidas
 pelos autores das mesmas. 
Na editora trabalham sobretudo
 os redactores e responsáveis de
 algumas séries, como por exemplo
 Mauro Boselli, Moreno Burattini 
ou Alfredo Castelli, para além 
obviamente de Sergio Bonelli, 
seu filho Davide Bonelli, Decio Canzio
 e Mauro Marcheselli,
 a cúpula da editora…


Tony 11 – Entendi... a empresa tem um
 “esquema enxuto de tabalho”, como
 dizemos por aqui. Além do mais manter
 um staff de desenhista deste nível
 custaria uma fortuna, obviamente. 
Trabalham de uma forma racional. 
Como são os depósitos da editora 
Bonelli? Imagino que 
sejam imensos...

Com Julio SChneider, Civitelle e Dorival, da Mythos, à direita.

Zeca - O depósito das revistas da Sergio 
Bonelli Editore, situa-se em Turate, 
província de Como, cerca de 40
 quilómetros a norte de Milão. 
Trata-se de um armazém com 
cerca de dez mil metros quadrados, 
que visitei em Setembro de 2002 
na companhia do Dorival e do Júlio 
Schneider e tendo como cicerones 
Davide Bonelli e Giulio Terzaghi. 
É também no depósito de Turate 
que se situa o sector de Vendas de
 Números Atrasados. 
Mas falando propriamente do 
depósito, não podemos deixar de 
nos surpreender com a enorme 
quantidade de revistas que ali 
se encontram, centenas de milhares 
de exemplares que fazem a delícia 
de quem tenha a felicidade de ali entrar.
 Todos muito bem acondicionados
 em estantes e prateleiras de metal,
 assim como em inúmeras paletes 
de madeira que guardam exemplares
 de todas as revistas publicadas pela 
Sergio Bonelli Editore desde os 
seus primórdios. 
Apesar da sua grandiosidade, o 
depósito também impressiona pela
organização e limpeza. 
Dez mil metros quadrados e 
milhões de revistas, sem o mínimo exagero:
 estivemos lá por duas horas, mas a 
nossa vontade era ficar no mínimo 
dois dias, e mesmo assim não 
veríamos tudo, com toda a certeza. 
Ali estão separados 300 exemplares
 de cada número, de todas as edições
 produzidas pela Editora até hoje. 
Exemplares esses que, guardados
 em estantes totalmente vedadas,
 para ninguém poder retirar
 um único exemplar, representam
 uma verdadeira “reserva histórica”
 e não estão à venda, em hipótese alguma. 
No depósito estão inclusive todas as
 edições estrangeiras das 
personagens Bonellianas que foram
 editadas nos respectivos países 
com autorização da Sergio Bonelli
 Editore. Logicamente está lá também
 a colecção brasileira completa de
 Tex, completamente nova, 
tendo a seu lado todas as colecções
 das demais personagens 
Bonellianas editadas no Brasil.
 Outra particularidade é que hoje
 em dia, praticamente tudo que
 a editora publicou nas últimas
 duas décadas está ainda 
disponível para venda, um caso 
único entre as inúmeras editoras 
de Banda Desenhada que existem
 no mundo! Por fim é no depósito
 de Turate que se encontra também
 a denominada Sala do Tesouro
um local totalmente estanque e 
trancado a sete chaves, com 
temperatura e humidade do ar 
controlados, que guarda milhares
 de páginas de artes originais de 
quase todos os artistas que 
trabalharam para a Sergio Bonelli
 Editore ao longo das décadas. 
Ali também se encontram muitas 
das artes das capas originais das
 revistas para além dos fotolitos 
originais que foram para a gráfica, 
hoje utilizados para fazer as reedições.


Tony 12 – Que organização fantástica você 
descreveu... isto deveria seguir de
 modelo aos depósitos dos editores
 tupinquins que em geral são bagunçados,
 exceto os dos grandes editores, é óbvio. 
Essa sala dos origianais que você 
citou também é impressionante... 
com certeza, ali há um grande 
tesouro artístico, que um dia vai 
valer uma fortuna. Você se lembra 
exatamente de quantas vezes 
já esteve na editora italiana?



Zeca - Se a memória não me atraiçoa
 para além da visita inicial em 2002, 
estive também em 2006 quando 
viajei novamente na companhia 
do editor Dorival, numa viagem 
começada na Holanda onde fomos
 buscar a Fernanda Martins, uma 
grande fã e coleccionadora 
brasileira de Tex, para nos
 acompanhar na visita 
à editora milanesa.
 Em 2008 quando fui apresentar a
 editora ao pard Mário Marques, 
em 2009 novamente na companhia
 do editor Dorival e de Júlio Shneider, 
tal como aquando da nossa primeira 
vez e por fim, em 2010 quando 
viajei com os pards portugueses 
Mário Marques, Carlos Moreira
 e Hernâni Portovedo, sendo
 provável que em 2011 
retorne uma vez mais a Milão.


Tony 13 – Maravilha... como costumamos 
dizer por aqui, você praticamente 
virou freguês... ou melhor, da família (Rsss...). 
O que me impressionou no seu 
relato é saber que há mulheres 
que também curtem o ranger. 
Muito legal... Atualmente, quantas
 edições de Tex são 
lançadas na Itália, você sabe?



Zeca - A Sergio Bonelli Editore publica 
anualmente 15 edições com histórias
 inéditas de Tex, distribuídas da 
seguinte forma: 12 Tex’s regulares 
com periodicidade mensal, 1 Tex 
Gigante, 1 Maxi Tex e 1 Almanaque,
 todos estes com periodicidade anual. 
Mas provando que Tex ainda tem 
um grande filão a explorar, está
 previsto o nascimento de uma
 nova série em 2011 que irá fazer
 certamente muito furor, mas
 da qual ainda não estou autorizado
 a divulgar mais informações.
A nível de reimpressões, Tex tem na
 SBE muitas edições que reeditam 
a colecção principal em várias fases: 
Tex Tre Stelle e Tutto Tex, ambas 
com periodicidade mensal e 
Tex Nuova Ristampa, esta quinzenal 
e com a vantagem de trazer em
 todas as edições um mini-póster
 inédito da autoria de Claudio Villa. 
Também está a ser reeditada a série 
Tex Gigante com o novo título
Tex Stella D’Oro e com cadência 
semestral. Mas o grande êxito 
no momento tem sido a Collezione
 Storica a Colori (Colecção Histórica 
a Cores), a iniciativa, lançada 
em Fevereiro de 2007 em associação 
com o “La Repubblica” e o “L’espresso”, 
que repropõe as aventuras de Tex, 
pela primeira vez integralmente 
em “technicolor” e que continua 
a ser um sucesso extraordinário, 
como bem atestam ainda os cerca 
de 70.000 exemplares vendidos
 todas as semanas e que estando 
inicialmente prevista para ter 
50 números já ultrapassou os 200.


Tony – Uau! Maravilha... 

Zeca - Anualmente a editora Mondadori
 também dedica três edições a 
Tex reeditando histórias completas
 e seleccionadas: uma luxuosa e 
colorida em formato gigante 
com capa cartonada e duas outras
 no formato tradicional e que se
 integram nas colecções 
SuperMito e Oscar BestSellers.


Tony 14 – Setenta mil exemplares... caramba,
 muito editor brasileiro, atualmente, 
teria um enfarto se conseguisse 
vender 50% disso, aqui no Brasil.
 De fato, pelo número de títulos
 publicados pela Bonelli e os
 demais editores, o povo italiano
 ama e devora Tex. É incrível. 
O interessante é que os americanos
 deixaram de lado o seu folclore 
e passaram a empestear o mundo
de super-heróis. Se não fossem 
os italianos os bang-bangs teriam 
morrido há muito tempo. 
Tanto no cinema como nos 
quadrinhos. Viva a Itália! (Rsss...). 
Você tem idéia de quais
 são as tiragens, 
em média, dessas edições?


Zeca - Números oficiais não existem, ou melhor, 
não são divulgados. Mas há a noção de 
que a série regular de Tex vende 
actualmente entre 220 a 230 mil
exemplares por mês, um número 
que decresce anualmente
 mas que ainda é muito considerável. 
A nível das reedições a série 
colorida chegou a ultrapassar
 as 200 mil cópias vendidas, para
 se situar agora nuns ainda 
impressionantes 70 mil exemplares 
por semana, enquanto 
Tex Nuova Ristampa vende cerca
de 50 mil cópias a cada 15 dias.


Tony 15 – Setenta mil semanal? 
Um número impressionante. 
Muitos editores e também 
meu editor, Marco Antonio
 Faceto e o Fabiano, da editora 
As Américas – empresa que 
publica Apache, no Brasil -, 
ia ter um orgasmo... (Rsss...). 


Apache, uma publicação mensal da editora As Américas Ltda
Aliás, eu também ia ficar feliz, Zeca... 
de ilusão também se vive... (Rsss...). 
 Com o advento da WEB a vendas
 das BDs, em todo o mundo, despencaram, 
e obviamente isto também deve
 ter acontecido com as vendas do
 nosso querido ranger. 
Você saberia me dizer, quanto vendia
 Tex, no passado, e quanto ele
 vende hoje, na Itália?


Zeca - Na fase áurea de Tex, na década
 de 70, a série principal do Ranger 
chegou a vender na Itália cerca de
 1 milhão de exemplares por mês.
 Esse número tem decrescido 
ao longo dos anos, um fenómeno 
que tem acontecido um pouco por
 todo o mundo no que à banda 
desenhada diz respeito, mas Tex 
continua a ter uma saúde
 invejável e que o torna seguramente
 numas das personagens mais
 vendidas no mundo, isto porque
 somando todas as séries de Tex 
que se publicam em Itália, o Ranger
ainda consegue vender a 
astronómica cifra de mais de 7 
milhões de exemplares a cada novo
 ano, tudo isto sem apelo ao 
merchandising.




Tony 16 – Sete milhões anualmente?
 É muito pra cabeça... que coisa de
 maluco. Trata-se de um fenômeno 
de venda, mesmo... não há escola
 de marketing do mundo que
 possa explicar o carisma de Tex,
 com certeza... 
No Brasil, nos aureos tempos a 
Vecchi chegou a vender cerca 
de 150 mil exemplares, que era
 uma puta venda... hoje as vendas
 cairam bastante, também por aqui... 
A maioria dos leitores sabem que 
a Mythos imprime Tex e manda 
os exemplares para serem 
distribuídos em Portugal... por
 que você acha que os editores
 portugueses demoraram 
tanto para lançar o ranger?


Zeca - Tex existe em Portugal desde 1971, 
ou seja, desde que saiu o número 1
 pela Editora Vecchi. 
Aliás, na capa dessa lendária edição
 pode-se ver o preço para Portugal, 
ou seja, as diversas editoras de Tex
 no Brasil sempre tiveram o cuidado 
de enviar as revistas do Ranger
para Portugal, embora alguns 
números por algum motivo nunca 
chegassem a vir para cá, dificultando
 desse modo a vida aos coleccionadores 
portugueses. 
Quanto ao facto de Tex nunca
 ter sido publicado regularmente
 em Portugal, creio que foi por ter
 vindo sempre do Brasil e por
 talvez nenhum editor português 
considerasse que tivesse um número 
suficiente de leitores em Portugal
 para se auto-sustentar.


Tony 17 – Os editores portugueses, pelo 
visto, bobearam e os brasileiros
 foram aí “invadir a sua praia”, 
em busca de mais faturamento, cowboy...
Também sei que já há algum tempo
 uma editora lusitana decidiu investir
 no Tex e começou a lançar as revistas
 dele em seu país. Confere? 
 Qual é o nome da editora? 
Há quanto tempo eles estão 
lançando o Tex e quais 
são as tiragens?



Zeca - Nunca houve nenhuma editora 
portuguesa a publicar o Tex, pois 
Tex teve apenas uma edição portuguesa,
 uma edição especial lançada em 2005: 
o volume nº 8 da 2ª Série dos Clássicos 
da BD, rebaptizada com o nome 
"Colecção BD Série Ouro", uma 
iniciativa do jornal Correio da 
Manhã, que contou com a minha 
colaboração e que trouxe 
a história (colorida)
 “Tex contra Mefisto”.
Tex foi mas é, como disse antes, 
distribuído em Portugal desde 1971
 até hoje, passando por inúmeras 
distribuidoras ao longo dos anos, 
visando sobretudo melhorar a 
caótica distribuição, sendo no 
presente a Logista Publicações
empresa que distribui Tex e as 
restantes revistas da 
Mythos Editora,
no território português.


Tony 18 - Tex contra Mefisto é uma HQ genial.
 Como eu perguntei, antes, por que 
ninguém nunca ousou lançar 
Tex em Portugal? (Rsss...). 
Cara, eu estava, como pôde 
observar, mal informado.
 Eu nãos sabia disso... pensava que 
algum editor lusitano tinha se 
aventurado a lançar o ranger.
 Uma vez conheci um colecioandor
 brasileiro que tinha uma edição
 portuguesa do ranger... daí pensei 
que ela fosse regular e que algum
 editor lusitano, de fato, decidira
 investir no cowboy. Me enganei 
redondamente. Mas, valeu, pelo 
esclarecimento... Quer dizer
 que só o jornal português soltou
 uma única edição, com a sua
colaboração... meu caro bengla
 friend, de além mar, esses editores
 da sua terra tão piores do que 
os nossos... ô loco! Que falta de
 visão comercial, de espírito empreendedor.
 E tem gente que ainda pixa os 
nossos editores.  Voltando ao papo,
 a crise mundial afetou geral mas, 
obviamente, os países da Europa
 sentiram muito mais os efeitos
 dela do que nós aqui no Brasil. 
Ciente de que o mercado 
português há anos já vinha 
sofrendo baixas nas vendas 
e que muitas empresas editoriais
 tradicionais acabaram fechando
 suas portas, gerando desemprego,
 fico aqui imaginando como é que
 anda o mercado editorial português,
 nos últimos 2 anos... 
vendas baixíssimas, suponho?


Zeca - A BD popular, aquela onde 
se integra Tex, quase que não existe
 mais em Portugal, pois hoje em
 dia nos quiosques (bancas 
de jornais) portugueses praticamente 
só temos as revistas oriundas 
do Brasil, as enviadas pela
Mythos e pela Panini e certamente 
com resultados, a nível de vendas, 
muito modestos. 
Já quanto à banda desenhada mais
luxuosa, aquela com venda em 
livrarias, essa continua presente 
em Portugal, sobretudo por
 intermédio da ASA que recentemente 
com a “aquisição” de Tintin, reforçou
a liderança nacional no segmento
 da banda desenhada. Astérix, Gaston
 Lagaffe, Corto Maltese, Blake e 
Mortimer e Lucky Luke são alguns
 dos heróis presentes no catálogo 
da prestigiada editora portuguesa,
 mas o que tem valido aos apreciadores
 portugueses de banda desenhada
tem sido a colaboração da ASA 
com o jornal “Público”, que 
tem permitido a publicação de 
inúmeros lançamentos (Alix, Gaston 
Lagaffe, Lucky Luke) a preços 
bastantes atractivos. 
Para além disso, somente alguns
 lançamentos esporádicos de outras
 editoras menores como são o 
caso da Devir ou da Kingpin Books,
 mas parece que 2011 trará boas 
novidades segundo rumores 
ouvidos recentemente.


Blueberry uma espetacular criação de Jean Giraud (Moebius)

Tony 20 – Grande editora Asa... tenho 
algumas belas edições dela de Blueberry, 
o cowboy do Jean Giraud (Moebius), 
que eu também adoro... 
Que os deuses das HQs te ouçam, 
Zeca Willer... e que o mercado 
de além-mar volte a crescer... 
A verdadeira Ciranda que o 
Civitelli andou fazendo por diversos 
países, com certeza, faz parte de 
um plano de marketing da família Bonelli – 
ou de alguém -, para reavivar a 
imagem do nosso velho cowboy, 
nos países que publicam o ranger. 
Você, que acompanhou o Civitelli 
nessa ciranda, pode nos dizer
 quantos países foram 
visitados, por voces?


Zeca - Fabio Civitelli esteve por 3 vezes 
em Portugal num curto espaço de tempo.
 Todas elas por iniciativas de convites
 oriundos dos principais eventos 
relacionados à BD em Portugal 
(Salão de Moura em 2007, Festival
 da Amadora em 2008 e Festival 
de Beja em 2010) depois de 
sugestões minhas e nunca por
iniciativa da própria editora 
Bonelli pelo que não se pode 
considerar como fazendo 
parte de nenhum plano de marketing 
da família Bonelli, pois a haver 
um plano teria que ser meu (…risos…)
Quanto à sua presença no Brasil, 
onde tive o prazer de também o 
acompanhar, aconteceu o mesmo, 
ou seja, foi uma iniciativa da Mythos 
Editora na pessoa do seu editor
 Dorival, visando sobretudo dar um
 merecido prémio a todos os fãs 
brasileiros de Tex e de Civitelli,
 lançando para isso duas edições 
especiais dedicadas 
ao autor italiano.

Sei que Fabio Civitelli também 
esteve presente em eventos 
ocorridos na Suiça e na Croácia, 
também esses devido ao facto 
de ter sido convidado pelas 
respectivas organizações, mas 
infelizmente não tive o prazer
 de o acompanhar nessas ocasiões.

Desse modo, Civitelli tem-se
 tornado um verdadeiro embaixador
 de Tex a nível mundial, mas 
sobretudo devido à sua grande 
qualidade e popularidade 
que o tornam 
num dos autores mais requisitados.




A espetacular arte de Civitelle 
Tony 21 – Entendi... mas, os editores locais
 não são bobos e acertaram em cheio 
convidando o Civitelli e com isso 
divulgando o ranger... não deixa
 de ser uma grande estratégia de 
marketing, mesmo sem a participação
 direta dos Bonellis... admita (Rsss...). 
Achei a jogada genial, pois, além 
de agradar os fãs esse tipo de 
coisa também faz reavivar a chama 
do personagem, atrai novos leitores,
 chama a atenção da mídia... você,
 Zeca, pelo visto nasceu também
 com o dom do marketing nas veias...
 parabéns e o Dorival, da Mythos, 
é um homem de visão comercial.
  Você foi remunerado pela Mythos
 ou pela editora italiana, para vir 
ao Brasil e ser o tradutor oficial 
do Fabio Civitelli?


Zeca - Assim que Civitelli aceitou o convite
 para ir ao Brasil o Dorival de pronto
 me convidou para também participar
 do Fest Comix, pois ele sabe da minha
 amizade e admiração pelo Civitelli 
e da minha paixão pelo Brasil.


Tony – Legal...

Zeca - Então eu fui mesmo na condição 
de colaborador da Mythos, mas não 
para ser tradutor, até porque não 
tenho competência para tal, já que
 nunca estudei a língua italiana e 
o pouco italiano que sei, aprendi 
lendo Tex e falando com 
alguns amigos oriundos da Itália.

Tony - Sabe, sempre achei que através 
dos gibis e da música dá pra se 
aprender idiomas. Aprendi inglês 
comprando as revistas da Gold Key – 
extinta editora americana. 
Eu comprava as revistas num 
importador aqui do Brasil. 
Eu as comprava, traduzia... 
usando um dicionário, meses 
depois as edições eram 
lançadas pela EBAL (editora 
Brasil-América, do saudoso 
Adolfo Aizen), daí eu compararava 
a minha tradução com a 
tradução feita pela editora. 
Aprendi muito por esse método 
e através de músicas.

Zeca - Se no Fest Comix acabei fazendo, 
não muito bem, a função de tradutor 
do Civitelli, isso deveu-se a um 
improviso de última hora 
motivado pelo atraso do Júlio 
Schneider; ele sim, 
um tradutor oficial.








Na foto acima: Dom Alvarez - ao centro. A esquerda seu filho Ricardo e
à direita Civitelle. Dom Alvarez, Membro Oficial da Milenar Confraria
dos Bengalas Boys, veio à São Paulo, na FestComix, especialmente
para conhecer Zeca Willer e o mestre Fábio Civitelle


Cenas da FestComix na cidade de São Paulo



Tony 22 – Que bacana, você fez a coisa
 por pura paixão. Não recebeu qualquer
 remuneração... maravilhoso. 
Aliás, a viagem ao Brasil para 
participar do evento já foi uma 
maravilhosa forma de “pagamento”,
 digamos assim... Mas, ao meu ver, 
você se saiu muito bem como 
intérprete e fez o público 
que estava presente 
interargir com o mestre Civitelle.
Valeu.


Bola pra frente... Meus queridos e velhos 
amigos, Marcos e Dolores Maldonado, 
também estiveram no evento sobre 
BDs em seu país, onde também 
o mestre Civitelli esteve presente. 
Diga-nos, como foi esse evento? 
Teve boa repercussão entre a 
imprensa local e os fãs do cowboy?





Com os lendários letristas Marcos e Dolores Maldonado
Zeca - Realmente Marcos Maldonado 
e sua esposa Dolores, tal como o editor
 Dorival Vítor Lopes, estiveram 
presentes no VI Festival Internacional
 de Banda Desenhada de Beja
Um evento que uma vez mais juntou
 autores consagrados e talentos 
emergentes onde para além das 
inúmeras exposições houve ainda 
lugar para a apresentação de
 projectos, conferências, espectáculos, 
lançamento de livros, sessões de
 autógrafos, sessões de
 cinema, workshops, etc.
Foi um Festival eclético, virado 
para todos os públicos, que mostrou 
muitas das orientações que se
 fazem sentir no campo da banda 
desenhada contemporânea e onde 
estiveram representados 14 países e 
mais de 70 autores, com destaque
sobretudo para as presenças de
 Fabio Civitelli e de Hermann. 
No que a Tex diz respeito, como 
em 2010 se comemoravam os vinte 
e cinco anos de carreira de Fabio 
Civitelli a desenhar Tex, foi 
decidido realizar uma mostra 
com páginas originais de diversas
 histórias do Ranger, dedicada 
precisamente a esses 25 anos de 
Civitelli a desenhar Tex, de
 modo a se poder ver na exposição
 a evolução de Civitelli
 (e do próprio Tex) ao longo do
 quarto de século de trabalho 
do artista com Tex Willer.
A presença de Civitelli e da sua 
exposição, foi um êxito absoluto, 
tendo sido um dos autores mais 
requisitados pelo público presente 
e pela imprensa, assim como tendo
 sido a sua exposição uma das mais 
visitadas. O êxito no que aos fãs de 
Tex diz respeito foi tão grande, 
que compareceram diversos 
admiradores vindos de todo o 
Portugal, assim como também 
do estrangeiro, casos dos visitantes 
brasileiros, mas também 
entusiastas da própria Itália 
que resolveram inclusive 
homenagear o consagrado 
desenhador, entregando-lhe um 
troféu em vidro, uma bonita peça
 idealizada com um desenho fora
 do vulgar, onde constava a 
efeméride assim como o famoso
 logótipo de Tex, ou seja, a
sua empatia com o público 
português foi maravilhosa e não 
será esquecida facilmente por
 aqueles que visitaram
 o Festival de Beja.

No que à imprensa portuguesa diz 
respeito a passagem de Civitelli e
 de Tex por Beja foi alvo de diversas 
notícias nos principais midias 
portugueses, uma vez que os
 profissionais da comunicação
 social continuam a escrever 
sobre Tex nos seus jornais, sobretudo
 porque Tex continua a estar presente
 no mercado português após 
quase 40 anos e sobretudo porque
Tex tem sido uma presença 
assídua nos grandes festivais 
portugueses dos últimos anos,
 com destaque para as exposições
 de pranchas originais e para
 a presença de autores consagrados, 
tornando-se desse modo cada
 vez mais popular no meu país.


Tony 23 – “Quarto século?” Acho que 
você se equivovou, bengala brother... (Rsss...). 
Mas, tudo all right. Vamos nessa...


 Zeca - Houve algum equívovo... quis dizer um 
quarto de século, Tony... (Rsss...).


Tony - Ah, bom... 25 anos... agora clareou... 
mas, acho que fui eu é que me 
enganei, para variar... (Rsss...). 
Mas, voltando ao nosso bate papo...  
É... esse tipo de coisa é uma "grande jogada 
de marketing", como eu disse antes, é ótimo. 
Atrai público, conquista novos leitores 
e agita a mídia. Vale a pena. 
Durante a FestComix, aqui em
 São Paulo, você foi uma
 simpatia e se mostrou super 
atencioso com todos que o
 procuravam, assim como o 
Civitelli e o Gege Carsan, o 
grande cowboy tupiniquim (brasileiro)... 
presumo que não é fácil, após
 encarar horas de vôo atravessando
 o Atlântico, enfrentar essa 
verdadeira maratona de palestras, 
fãs, mais isso, mais aquilo... (Rsss...).
 Onde você arrumou tanta energia, 
caro bengala Junior and friend?



Zeca - Antes de mais nada, deixe-me
 agradecer-lhe pelas suas palavras,
 mas essa simpatia e atenção para
 com o próximo fazem parte da
 minha maneira de ser e por isso 
não tem nada de difícil em agir
 assim e não há cansaço no mundo
 que me faça parar de sorrir ou 
de conversar quando o tema gira
 em redor do Tex. Aliás, eu falaria 
de Tex com outros fãs do Ranger,
 por horas a fio, noites e dias 
seguidos e sempre de forma
 prazerosa porque Tex é o meu ópio. 
Tex é a minha religião e para 
além disso, Tex deu-me os melhores 
amigos do mundo e por tudo isso 
só lamento não poder ter tido 
mais tempo para conviver 
ainda mais com todos que se
 deslocaram à Fest Comix e 
aproveito até para pedir 
desculpas se defraudei algum 
amigo, como foi o seu caso, 
prezado Tony Fernandes, não lhe 
dando a devida atenção. 
Mas conforme quem esteve presente 
pôde constatar, as solicitações 
foram tantas que acabei não 
dispondo do tempo que queria 
para me dedicar a fortalecer as 
inúmeras amizades que fui 
criando ao longo dos anos, mas 
certamente haverá mais
 oportunidades para estarmos 
todos juntos falando 
novamente sobre Tex.


Tony 24 – Esse é um legítimo Texmaníaco
 mesmo... impressionante sua disposição
 quando se fala em Tex (rsss...). 
Quanto ao evento em São Paulo,
 você foi muito bacana, veio me
 cumprimentar – não só a mim,
 como a várias pessoas presentes -, etc, e é completamente compreensível 
que num local onde você tem 
que atender inúmeras pessoas
 seja impossível dar atenção 
especial à alguém. 
A sua participação na festa foi ótima... 
sua presença foi marcante.


Prosseguindo... Sou ciente de que os
 Bonellis criaram inúmeros
 personagens e que muitos destes
 tiveram breve duração... enfim, 
não caíram nas graças do público-leitor...
 na sua opinião, o que tem nas 
histórias do ranger, que parece 
fascinar e cativar os leitores?
 Inclusive eu... (Rsss...)

Zeca - É uma pergunta muito 
interessante e a resposta não é fácil, 
mas creio sobretudo que é por 
Tex encarnar valores universais
 como, por exemplo, o desejo de
 justiça graças à força da lei
 ou até mesmo fora dela.
 A consciência da igualdade entre 
os homens e a capacidade de 
julgá-los apenas com base no 
seu comportamento efectivo, 
características essas que eram 
revolucionárias para uma 
personagem na década de 40 mas
 que são actuais hoje, assim 
como continuarão a ser no futuro.
 Para além disso, existe uma mistura 
perfeita de factos reais e história 
inventada, acrescido do facto 
de Tex sempre ter um alto nível
 gráfico tornando-se 
assim uma série de 
altíssima qualidade
 gráfica e narrativa.

Tony 25 – Sua análise foi perfeita... 
todos nós sonhamos com um mundo 
mais justo... e as HQs do ranger 
pregam isto: justiça, a qualquer preço.
 Quanto a qualidade do trabalho
 italiano ela é inegável. 
São excelentes, tanto nos roteiros
 como nos desenhos. Numa época
 em que os mangás e os super-heróis
 empesteiam as bancas de quase
 todos os países do mundo é de se 
estranhar que um gibi de bang bang, 
como Tex, perdure por tanto tempo... 
qual é a fórmula desse sucesso?

Zeca - Creio que é por Tex não ter mudado 
com o passar dos anos. Mudaram os 
autores que trabalharam com ele
 e se alguém aplicou modificações
 ou inseriu novas temáticas, fez
 isso com o mais rigoroso 
respeito pela personagem, 
mantendo-se fiel aos princípios 
de G. L. Bonelli. 
No fundo Tex é o homem que 
todos gostaríamos de ser. Esse
 penso ser na minha opinião o 
segredo maior do sucesso, mas 
para além disso e como disse 
anteriormente há que destacar 
a excelência da produção.
 Tex é uma série excepcional 
pelos seus longos enredos, muitos
 deles permeados de factos e 
personagens históricas e que
 sempre teve magníficos 
desenhadores.




Tony - Sem dúvida, as HQs de Tex fluem 
como se fossem um filme e a filosofia 
de vida do cowboy, na verdade, 
reflete tudo aquilo que gostaríamos 
de ser e que não conseguimos no
 dia a dia em nossas agitadas 
megalópólis, repletas de injustiças 
e desigualdades sociais.


A arte do mestre detalhada e fotográfica de Civitelle
Nota do entrevistador:
Se você está gostando dessa espetacular entrevista não perca a segunda parte dela no blog...

OBS: Como esta deliciosa entrevista é longa (com 50 questões), decidi postá-la em 2 partes, para não cansar nossos web leitores.
OBS: Se você não conseguir acessar o link dos bengalas, acima, saiba que ele também está na coluna da direita na relação dos sites que sigo. Confira e clique lá que automáticamente você entrará no blog
http://bengalasboysclub.blogspot.com/
See you later, cowboys!


Personagens criados pela Bonelli Comics


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