Durante a implantação do famoso Código de Ética,
que impunha
censura aos editores americanos e
que fora instituído e comandado por eles
mesmo,
após a publicação do livro Sedução dos Inocentes,
uma editora em
particular foi uma das mais visadas.
Nosso amigo, colaborador e atual editor,
Daniel Saks,
a seguir, faz uma bela explanação de como esta
casa editorial,
após inovar o mercado com títulos
destinados aos leitores adultos, provocou a
ira do povo e das autoridades locais.
A seguir saiba mais sobre...
CONTOS DA
CRIPTA –
OS QUADRINHOS DE
TERROR DA EC
(ENTERTAINING COMICS)!
Na
passagem de ano de 1990 para 1991 a terceira e
última edição da revista
especializada em quadrinhos
“HQ” da editora Palermo (sobre a qual vale a pena
fazer outra matéria) trazia uma série de atrações.
Entre os destaques dessa
edição estavam uma
entrevista traduzida com o escritor escocês
Grant Morrison
na época revelação do mercado
americano, cujo trabalho estava sendo apresentado
no Brasil com o Homem-Animal na revista
DC 2000 da editora Abril, e uma matéria
sobre
três lançamentos da editora Record para
“Love and Rockets” dos irmãos
Hernandes, o
retorno do faroeste italiano “A História do Oeste”
e a revista “Cripta do Terror” com os quadrinhos
clássicos da década de 1950 publicados nos
EUA pela Entertaining Comics.
A matéria muito bem feita, juntamente com os
anúncios publicitários na mesma edição
atiçaram os ânimos dos leitores para os
lançamentos.
retorno do faroeste italiano “A História do Oeste”
e a revista “Cripta do Terror” com os quadrinhos
clássicos da década de 1950 publicados nos
EUA pela Entertaining Comics.
A matéria muito bem feita, juntamente com os
anúncios publicitários na mesma edição
atiçaram os ânimos dos leitores para os
lançamentos.
Esta matéria irá focar a coleção da Cripta.
A TRAJETÓRIA DO TERROR
DA EC
A
história dos quadrinhos da “Cripta do Terror
” surgiu nos EUA pós-Segunda Guerra Mundial
quando Willian (Bill) Gaines após se formar bacharel
em Química herda e assume a editora de seu pai
(MaxGaines, a quem se credita a criação das revistas
em quadrinhos como as conhecemos).
A Educational Comics, especializada em roteiros infantis e quadrinizações de histórias da Bíblia Sagrada.
” surgiu nos EUA pós-Segunda Guerra Mundial
quando Willian (Bill) Gaines após se formar bacharel
em Química herda e assume a editora de seu pai
(MaxGaines, a quem se credita a criação das revistas
em quadrinhos como as conhecemos).
A Educational Comics, especializada em roteiros infantis e quadrinizações de histórias da Bíblia Sagrada.
O mercado de quadrinhos, principalmente o seguimento
líder de super-heróis, enfrentava a crise de vendas
e o desaparecimento de personagens do pós-Guerra.
Embora os números e tiragens do mercado daquela
época ainda fossem superiores aos atuais,
os editores assistiram quedas de vendas
superiores a 80% em suas tiragens, que durante
o conflito superavam um milhão de exemplares.
Seguindo
o caráter inovador de seu pai, Bill
Gaines deu uma nova direção à produção editorial
em 1949, além de ter mudado o nome da empresa
para Entertaining Comics (EC), voltou seus
títulos para publicação de enredos de romance,
guerra, humor, crime, ficção científica bizarra,
suspense e terror.
Gaines deu uma nova direção à produção editorial
em 1949, além de ter mudado o nome da empresa
para Entertaining Comics (EC), voltou seus
títulos para publicação de enredos de romance,
guerra, humor, crime, ficção científica bizarra,
suspense e terror.
Dentro
da editora Gaines se preocupava com
a administração do negócio e garantia à sua equipe
de artistas plena liberdade criativa, permitia que
eles empregassem estilos pessoais diferenciando
a arte entre si, e creditava as histórias aos
criadores, prática rara na época.
Seus principais editores também trabalhavam
na parte criativa, como era o caso de Al Feldstein
e Harvey Kurtzman.
O
modelo de gestão de Gaines o fez montar um
time de artistas de excelência e um clima de
satisfação entre eles, o que refletiu claramente
na qualidade dos trabalhos.
Faziam parte do time estrelas como Jack Davis,
Frank Frazetta, Graham Ingels (Ghastly), Wallace
Wood, Reed Crandal, John Severin, Al Willianson,
Bern Krigstein, Joe Orlando, e outros de igual calibre.
Como líder a frente dos negócios, Gaines
era muito devotado à sua equipe.
a administração do negócio e garantia à sua equipe
de artistas plena liberdade criativa, permitia que
eles empregassem estilos pessoais diferenciando
a arte entre si, e creditava as histórias aos
criadores, prática rara na época.
Seus principais editores também trabalhavam
na parte criativa, como era o caso de Al Feldstein
e Harvey Kurtzman.
Bill Ganes e Al Feldstein - 1950 |
Harvey Kurtzman |
time de artistas de excelência e um clima de
satisfação entre eles, o que refletiu claramente
na qualidade dos trabalhos.
Faziam parte do time estrelas como Jack Davis,
Frank Frazetta, Graham Ingels (Ghastly), Wallace
Wood, Reed Crandal, John Severin, Al Willianson,
Bern Krigstein, Joe Orlando, e outros de igual calibre.
Como líder a frente dos negócios, Gaines
era muito devotado à sua equipe.
Davis |
Frazetta |
Ingels |
Wood |
Severin |
A capacidade inerente de Gaines e seus
editores em
agregar em torno de si os melhores profissionais é
comprovada até fora das revistas em quadrinhos
normais, exemplo visto a revista “MAD”
e seus artistas.
agregar em torno de si os melhores profissionais é
comprovada até fora das revistas em quadrinhos
normais, exemplo visto a revista “MAD”
e seus artistas.
A
empreitada resultou em sucesso, os quadrinhos
da EC lideravam o mercado e as vendas alcançavam
a cifra de meio milhão de edições (próximo às
médias do período da Segunda Guerra Mundial).
da EC lideravam o mercado e as vendas alcançavam
a cifra de meio milhão de edições (próximo às
médias do período da Segunda Guerra Mundial).
As
HQ eram apresentadas por três perso-
nagens bem carismáticos usando metalinguagem,
cada qual em revistas dedicadas geralmente:
“The Crypt Keeper” (Zelador da Cripta), “The Old Witch”
(Bruxa Velha) e “The Vault Keeper” (Guardião
da Câmara). A simpatia dos apresentadores e o uso
do humor negro para imputar bons moralismos às
histórias foi uma parte significativa da fórmula
do sucesso dos quadrinhos da EC.
nagens bem carismáticos usando metalinguagem,
cada qual em revistas dedicadas geralmente:
“The Crypt Keeper” (Zelador da Cripta), “The Old Witch”
(Bruxa Velha) e “The Vault Keeper” (Guardião
da Câmara). A simpatia dos apresentadores e o uso
do humor negro para imputar bons moralismos às
histórias foi uma parte significativa da fórmula
do sucesso dos quadrinhos da EC.
CAÇA AS BRUXAS
Como
o que é bom dura pouco, após cerca de
quatro anos do seu lançamento, os quadrinhos
da EC sofreram contemporaneidade com a escalada
da Guerra Fria e a caça às bruxas do macartismo na
política americana. Também foi lançado o livro
“Seduction of the Innocent” do psiquiatra
Fredric Wertham, onde os quadrinhos eram
difamatoriamente acusados de incentivadores
da delinquência juvenil e do homossexualismo.
Os quadrinhos da EC foram os mais perseguidos
não somente devido ao alto volume de vendas,
como também às temáticas e abordagens
mais polêmicas.
quatro anos do seu lançamento, os quadrinhos
da EC sofreram contemporaneidade com a escalada
da Guerra Fria e a caça às bruxas do macartismo na
política americana. Também foi lançado o livro
“Seduction of the Innocent” do psiquiatra
Fredric Wertham, onde os quadrinhos eram
difamatoriamente acusados de incentivadores
da delinquência juvenil e do homossexualismo.
Os quadrinhos da EC foram os mais perseguidos
não somente devido ao alto volume de vendas,
como também às temáticas e abordagens
mais polêmicas.
A
esta altura nos EUA já havia campanhas
de demagogos convocando a sociedade
para queima de revistas em quadrinhos
em várias cidades, também pontos de venda
se recusavam a receber edições, com medo
que suas lojas fossem depredadas e boicotadas.
de demagogos convocando a sociedade
para queima de revistas em quadrinhos
em várias cidades, também pontos de venda
se recusavam a receber edições, com medo
que suas lojas fossem depredadas e boicotadas.
Bill
Gaines foi convocado para depor em CPI
de defesa do interesses americanos, onde
até o Dr Wertham era testemunha/consultor.
Gaines não foi declarado comunista, ele próprio
passava muito longe da descrição de um
anti-americano ou anti-capitalista pelas
suas notórias técnicas de negociação comercial,
o motivo principal dele ter de prestar depoimento
foi a associação com artistas que pudessem
ter tendências esquerdistas. Muitos dos enredos
da EC tinham forte contexto social, e usavam
das injustiças do capital com as classes
menos favorecidas.
de defesa do interesses americanos, onde
até o Dr Wertham era testemunha/consultor.
William (Bill) Ganes |
Gaines não foi declarado comunista, ele próprio
passava muito longe da descrição de um
anti-americano ou anti-capitalista pelas
suas notórias técnicas de negociação comercial,
o motivo principal dele ter de prestar depoimento
foi a associação com artistas que pudessem
ter tendências esquerdistas. Muitos dos enredos
da EC tinham forte contexto social, e usavam
das injustiças do capital com as classes
menos favorecidas.
Gaines
foi incapaz de se defender judicialmente,
até concordou com a própria culpa e acabou
tendo que encerrar a sua linha editorial de
quadrinhos de terror e crime
. Alguns dos artistas da equipe da EC que
perderam o trabalho com o fim desses
quadrinhos ficaram arruinados, encerraram
carreira para se dedicar a outras atividades
profissionais, houve caso de alcoolismo,
falência pessoal.
até concordou com a própria culpa e acabou
tendo que encerrar a sua linha editorial de
quadrinhos de terror e crime
. Alguns dos artistas da equipe da EC que
perderam o trabalho com o fim desses
quadrinhos ficaram arruinados, encerraram
carreira para se dedicar a outras atividades
profissionais, houve caso de alcoolismo,
falência pessoal.
Do
processo de perseguição à EC
resultou que as demais editoras se defenderam
de possíveis ofensivas de orgãos oficiais
através da criação de um código de ética
auto-regulador, onde as editoras que
desejassem publicar revistas em
quadrinhos deveriam observar uma
serie de regras a serem obedecidas.
Esta associação de classe inicialmente
foi iniciativa do próprio Bill Gaines,
mas quando a ideia foi posta
em prática John Goldwater,
resultou que as demais editoras se defenderam
de possíveis ofensivas de orgãos oficiais
através da criação de um código de ética
auto-regulador, onde as editoras que
desejassem publicar revistas em
quadrinhos deveriam observar uma
serie de regras a serem obedecidas.
Esta associação de classe inicialmente
foi iniciativa do próprio Bill Gaines,
mas quando a ideia foi posta
em prática John Goldwater,
Algumas
das regras criadas para o Código
atingiam especificamente itens editoriais da EC,
como não poder haver título com a palavra
Horror ou Crime na capa, forçando a editora
de imediato a cancelar alguns dos seus
principais títulos. Estava claro que os ataques
desleais à EC não vinham apenas de
associações socio-familiares
atingiam especificamente itens editoriais da EC,
como não poder haver título com a palavra
Horror ou Crime na capa, forçando a editora
de imediato a cancelar alguns dos seus
principais títulos. Estava claro que os ataques
desleais à EC não vinham apenas de
associações socio-familiares
SURGE A REVISTA MAD
A EC
teve a oportunidade de estampar o
selo do Comics Code em algumas de suas
publicações, mas seu orgulho pessoa l o impediu
selo do Comics Code em algumas de suas
publicações, mas seu orgulho pessoa l o impediu
de
assumir atitudes classificadas por ele mesmo
como hipócritas,a exemplo do que fizeram seus
concorrentes. Usou dinheiro de seu próprio bolso para
liquidar débitos da empresa e decidiu dedicar
as atividades editoriais na mais lucrativa revista
da editora, a humorística “MAD”.
como hipócritas,a exemplo do que fizeram seus
concorrentes. Usou dinheiro de seu próprio bolso para
liquidar débitos da empresa e decidiu dedicar
as atividades editoriais na mais lucrativa revista
da editora, a humorística “MAD”.
A EC
só não encerrou suas atividades a
partir de 1954 graças à transformação da revista
“MAD” em um magazine para não ser sujeita
ao Código. A satírica “MAD” foi a revista líder do
mercado americano de quadrinhos até meados
da década de 1990.
partir de 1954 graças à transformação da revista
“MAD” em um magazine para não ser sujeita
ao Código. A satírica “MAD” foi a revista líder do
mercado americano de quadrinhos até meados
da década de 1990.
Quase
todo este tempo com Gaines e seus
editores mais próximos (como Al Feldstein)
na frente dos negócios e das decisões editoriais.
editores mais próximos (como Al Feldstein)
na frente dos negócios e das decisões editoriais.
Com
o passar das décadas, as mesmas
grandes editoras envolvidas na elaboração
do Código de Ética, e também a posteriormente
inaugurada Marvel Comics, promoveram a
revisão (com abrandamento) do Código.
Também foram essas editoras que em
dado momento da sua trajetória editorial
romperam completa ou parcialmente
com o Código. O movimento underground
alternativo nos quadrinhos também teve
forte influência sobre o enfraquecimento
do Código de Ética como instituição.
grandes editoras envolvidas na elaboração
do Código de Ética, e também a posteriormente
inaugurada Marvel Comics, promoveram a
revisão (com abrandamento) do Código.
Também foram essas editoras que em
dado momento da sua trajetória editorial
romperam completa ou parcialmente
com o Código. O movimento underground
alternativo nos quadrinhos também teve
forte influência sobre o enfraquecimento
do Código de Ética como instituição.
Apesar
de toda a campanha difamatória
sofrida pela EC, seus quadrinhos
jamais deixaram
de ser reverenciados pelos fãs e críticos.
Os quadrinhos da EC foram republicados
nos EUA com o passar dos anos, seja
em revistas simples, ou mais frequen-
temente em coletâneas.
sofrida pela EC, seus quadrinhos
jamais deixaram
de ser reverenciados pelos fãs e críticos.
Os quadrinhos da EC foram republicados
nos EUA com o passar dos anos, seja
em revistas simples, ou mais frequen-
temente em coletâneas.
Alguns
roteiros dos quadrinhos da EC
foram adaptados para o cinema.
Também foi criado um ótimo seriado de
televisão com a franquia,
“Tales From The Crypt”, que durou várias
temporadas contando com atores, rotei-
ristas e diretores de prestígio para a
mídia; um excelente paralelo para o que
representavam os cartunistas envolvidos
na produção das HQs.
Um desenho animado com uma abordagem
mais infantil também foi exibido na televisão.
foram adaptados para o cinema.
Também foi criado um ótimo seriado de
televisão com a franquia,
“Tales From The Crypt”, que durou várias
temporadas contando com atores, rotei-
ristas e diretores de prestígio para a
mídia; um excelente paralelo para o que
representavam os cartunistas envolvidos
na produção das HQs.
Um desenho animado com uma abordagem
mais infantil também foi exibido na televisão.
QUADRINHOS DA EC NO BRASIL
No
Brasil os quadrinhos EC tiveram poucos
e breves momentos de publicação. Editoras antigas
de São Paulo como a La Selva e a Novo Mundo publi-
caram o material em revistas que mesclavam
com HQs de outros franqueadores.
Em algumas das edições da editora La Selva
era possível ver cenas e personagens dos
quadrinhos da EC na capa e no interior
das revistas não constar nenhuma história,
entre elas tinha muitos trabalhos de
Jack Kirby e Steve Ditko, feitos para as
editoras Atlas e Timely, embriões da Marvel.
e breves momentos de publicação. Editoras antigas
de São Paulo como a La Selva e a Novo Mundo publi-
caram o material em revistas que mesclavam
com HQs de outros franqueadores.
Em algumas das edições da editora La Selva
era possível ver cenas e personagens dos
quadrinhos da EC na capa e no interior
das revistas não constar nenhuma história,
entre elas tinha muitos trabalhos de
Jack Kirby e Steve Ditko, feitos para as
editoras Atlas e Timely, embriões da Marvel.
HQs
DE TERROR:
PRODUÇÃO
NACIONAL
O
bom legado foi que o gênero terror agradou os
leitores brasileiros, e como o
material estrangeiro
era insuficiente para atender a demanda, as editoras
começaram a encomendar material de terror
para artistas nacionais.
Entre
o final dos anos 1980 e começo dos 1990 a
editora gaúcha L&PM publicou dois
álbuns
de luxo encadernando HQs da EC.
No entanto o que se explicitou nas duas
edições foi o nome de Ray Bradbury, cujo
alguns contos haviam sido adaptados
para
os quadrinhos pela EC, muitos sob a pena
Sem
dúvida o melhor momento dos quadrinhos
EC no Brasil foi, o citado
anteriormente, na
editora Record em 1991, na
revista “Cripta do Terror”.
revista “Cripta do Terror”.
Foi um
lançamento de peso.
Com 100 páginas por edição, formato
magazine, papel jornal
Com 100 páginas por edição, formato
magazine, papel jornal
(reproduzindo bem o período em que foram
lançadas nos EUA) em preto e branco.
As capas eram inicialmente plastificadas
com reproduções de capas originais
As capas eram muito bonitas, e como a distribuição
era
dirigida a lojas especializadas atendidas pela
Devir, não vinham com preço
impresso.
Nas capas internas da revista vinha uma etiqueta
com o preço escrito
a caneta. O número de estréia trazia
uma
capa impactante de Carlos Chagas com os
três personagens apresentadores. Até o
quarto número
Carlos Chagas e Rogério
W S alternaram na reprodução das capas, a partir
do quinto
número utilizaram capas
originais de Jack Davis.
originais de Jack Davis.
O
lançamento foi capitaneado pelo já
experiente editor Otacílio, Ota, um dos
mais
tradicionais editores/cartunistas
modernos do Brasil, bastante conhecido
pelo longo tempo editando a MAD
brasileira, além de
modernos do Brasil, bastante conhecido
pelo longo tempo editando a MAD
brasileira, além de
quadrinhos na mesma revista e
tiras em
jornais de grande circulação.
Ota inclusive tinha histórico
profissional
a frente de títulos de terror na editora Vecchi.
Surpreendentemente no segundo número
ele já não constava no expediente da revista,
os apresentadores apenas explicavam que
a frente de títulos de terror na editora Vecchi.
Surpreendentemente no segundo número
ele já não constava no expediente da revista,
os apresentadores apenas explicavam que
Já
no número de estreia havia duas seções de
cartas respondidas pelos personagens
Zelador
e Bruxa, no quarto número o Guardião também
estreou sua seção de
correspondência.
As seções de cartas e os editoriais traziam
muitas informações
sobre o período áureo
das HQs de terror da EC, sem dúvida
um dos períodos mais
apaixonantes da
História das histórias em
quadrinhos no Mundo.
quadrinhos no Mundo.
Na
quarta edição o editorial
trazia uma biografia
trazia uma biografia
em homenagem ao desenhista
Graham Ingels, então recém-falecido.
Graham Ingels, então recém-falecido.
Promovendo
um resgate nostálgico das HQs
publicadas anteriormente no Brasil,
a revista pedia que leitores envias-
sem fotocópias da primeira
a revista pedia que leitores envias-
sem fotocópias da primeira
página das publicações antigas, que seriam
expostas nas seções de cartas e com isso
ganhavam de prêmio
revistas
da editora Record.
da editora Record.
Logo na largada da promoção,
um
leitor da revista enviou várias fotocópias.
No
quinto número a revista estreou uma seção
que apresentava as capas originais
das
revistas em que algumas das HQs da
edição foram publicadas no passado.
A
impressão inicialmente ficou muito ruim,
apagada. O Zelador ironizou numa das
seções
que a culpa era do papel, da impressão e dos
profissionais, mas que
tentariam melhorar isso.
Realmente a impressão melhorou nos
números posteriores
e com o mesmo papel,
porém nunca chegou a ser boa.
Endêmica
no Brasil, o início dos anos 1990
também foi um tempo de forte crise econômica,
apesar dos muitos lançamentos do período, o
panorama do mercado de revistas em
quadrinhos
não era favorável. Em algumas respostas de
cartas, os personagens já
recomendavam os
leitores comprarem duas edições para que a
revista continuasse.
A
mega inflação do período Sarney já havia
sido reduzida com o confisco das
cadernetas
de poupança do Plano Collor, mas em 1991
a Inflação estava longe de ser
controlada, alcançando
a Inflação estava longe de ser
controlada, alcançando
cifras entre 20 e 30% ao mês.
Como conseqüência disso, os preços
foram subindo.
Como conseqüência disso, os preços
foram subindo.
Por exemplo, os dois primeiros
números foram comercializados a
Cr$750,00. No terceiro e
números foram comercializados a
Cr$750,00. No terceiro e
quarto números houve reajuste brutal.
A publicação passou a
custar Cr$1.100,00.
A
revista infelizmente durou
apenas sete edições.
apenas sete edições.
A única mudança estrutural que
a revista
sofreu durante o tempo de publicação foi
somente a troca de papel das
capas do
plastificado para o couche,
além
da já citada melhoria
na qualidade gráfica.
na qualidade gráfica.
Foi
uma coleção curta, mas muito
organizada e querida pelos fãs.
Ao total foram publicadas 89 HQs
organizada e querida pelos fãs.
Ao total foram publicadas 89 HQs
de todas as revistas da EC, não somente as de
terror, como as
de crime, suspense e “ficção
científica”. Havia o cuidado da editora em
identificar a publicação original e o desenhista
de cada uma das histórias.
Não
é fácil de encontrar em sebos qualquer
dessas edições nacionais citadas, por
isso
o colecionador que quiser comprá-las terá
que se prestar a pagar um preço alto
por
edições bem conservadas.
Ao mesmo tempo os quadrinhos EC não têm
um apelo
comercial tão grande que justifique
uma grande editora a investir novamente na
publicação deles em terra tupiniquim,
pois os direitos de publicação também não
devem ser baixos. Dessa forma tudo sinaliza
que lamentavelmente os excelentes
quadrinhos
de terror da EC ficarão longe de uma publicação
nacional por
bastante tempo.
Até
a próxima, webleitores, e não deixem
de adquirir a nova serie de Mestre do Terror e
Calafrio,
os dois títulos clássicos do saudoso
mestre Rodolfo Zalla estão de volta.
Complete sua
coleção!
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