O que seria desse país sem os imigrantes? A miscigenação deu
origem a nossa raça, que tem se revelado como uma das mais criativas
do mundo, apesar dos nossos inúmeros problemas internos
(políticos corruptos e a falta de investimentos em educação e saúde etc).
Muitos desses imigrantes vieram de seus países de origem por diversos
motivos, como: guerras, perseguições políticas e até mesmo em busca
de melhores condições de trabalho e de vida. Brasileiro, de verdade, só índio.
A maioria da população desse imenso país tem raízes no exterior
(este também é o meu caso). Foi graças aos italianos que o setor
editorial tupiniquim nasceu e cresceu abaixo da linha do Equador.
Eles foram pioneiros nesse setor, fundaram editoras, distribuidoras
e disseminaram cultura e lazer. Judeus, italianos, japoneses, argentinos
e outras raças também tiveram participação relevante no mercado
nacional de publicações. O entrevistado de hoje não nasceu nesse
país, mas há anos vem desenvolvendo um trabalho de arte incrível,
de qualidade. Na sequência, vamos saber um pouco mais sobre
esse excelente desenhista chamado...
FREDDY GALAN, UM DOS GRANDES
MESTRE DAS REVISTAS DE ATIVIDADES
INFANTIS E DAS ILUSTRAÇÕES !
Tony 1: Grande Galan, até que enfim consegui agendar
uma entrevista contigo.
A “correria” é grande... Rsss. Sempre fui fã de sua arte e, com certeza,
será um prazer saber um pouco mais sobre você e sua brilhante
carreira profissional. Posso dar início à saraivada de perguntas?
GALAN: Sim, vamos nessa!!
Tony 2: Então, vamos nessa, hombre... Rsss...
em que dia, mês, ano, cidade, estado e país você nasceu?
GALAN: Nasci no dia 29 de julho, na cidade de Iquique, ao norte do Chile.
Tony 3: Iquique, interessante... nunca tinha ouvido falar nela.
Conheci o Chile de passagem, regressando de Cuzco. Achei o país
incrível porque tem o deserto de Atacama, um dos mais áridos do mundo,
e geleiras no sul... o bacana dessas entrevistas é que a gente s
empre aprende um pouco mais... Qual é o seu nome de batismo?
GALAN: Freddy Guillermo Galán Aguirre.
Tony 4: Belo nome. Soa imponente... Qual foi o motivo da sua vinda
para o Brasil (ou da sua família)? E, quantos anos você tinha quando
chegou aqui por essas bandas? Dá pra contar para gente
como a coisa aconteceu?
GALAN: Eu tinha por volta de trinta anos. No Chile a situação
política estava muito ruim, quando os militares tinham tomado
o poder, a ditadura militar prejudicava muitas carreiras artísticas.
Nessa época, foram fechadas muitas editoras porque eram
contra o governo.
Tony 5: Também passamos por esse perrengue no Brasil, meu amigo...
os ditadores militares pintaram e bordaram. Foderam toda América
Latina e central, infelizmente. E o pior é que alguns deles que torturaram
e ceifaram uma porrada de vidas ainda estão por aí... acho uma puta
sacanagem. Pra mim eles deviam ser fuzilados em praça pública,
pra pagar as atrocidades que fizeram. Mas, isso é uma outra história...
Em seu país de origem você teve alguma experiência
profissional na área editorial ou publicitária? Existem muitas
editoras por lá, atualmente? Tem notícias sobre isso?
GALAN: Trabalhei por 8 anos na Universidade de Arica com
jornada completa, na qual me desenvolvi como professor e instrutor
de desenho na disciplina “Artes Aplicadas”. Atualmente vejo muitas
publicações importadas da Espanha
e México, em meu país.
Tony 6: Professor de Artes Aplicadas, de uma importante Universidade...
que maravilha. Não é a toa que você detona... parabéns. Você, fez algum
curso de arte, ou aprendeu na raça. Ou seja, desenha por instinto, por dom?
GALAN: Eu estudei na Universidade de Arica no Chile o curso
“Publicidade e periodismo gráfico”, mas sempre desenhei por dom e por
instinto, me desenvolvendo com a prática constante.
Tony 7: Entendi... Os estudos ajudam a gente lapidar o dom natural...
isso é necessário...Quantos anos você tinha quando conseguiu publicar
seu primeiro trabalho? Em que ano foi isso? E, esse trabalho foi
lançado por que casa editorial? E, como surgiu a oportunidade?
GALAN: Foi por volta dos meus trinta anos. Logo que cheguei ao Brasil
conheci a Editora Taika, que era uma editora de quadrinhos de
Manuel Cassoli, quando ele estava montando um projeto paralelo de
uma revista que veio a ser a PSIU!. Na mesma época na editora Argos ,
cujo o diretor de arte era Jayme Cortez, estava paralelamente montando
um “Livro de Terror” com os desenhistas mais famosos da época.
E eu apresentei minha primeira publicação, com desenho e roteiro
de minha autoria. Esta foi minha primeira história publicada no Brasil.
Tony 8: Que legal... Manuel Cassoli (vulgo Manelão, pros amigos... Rsss)...
revista Psiu! – uma publicação a la Playboy... isso faz um século... Rsss.
Juro que nem me lembrava mais disso... Bons tempos. Eu também
colaborei com eles quando saí da Noblet. Eles estavam num prédio da
avenida Paulista, Conheci o Manelão graças ao Hélio Porto - famoso
dublador de filme, roteirista de HQs, tradutor, editor, ator e produtor
cinematográfico. Conheci o Hélio na editora Noblet,
através do Paulo Hamasaki.
Olha só que legal... eu e você estávamos lá, mas só nos conhecemos
anos depois... a vida é um grande barato. Cara, você tem um
grande bagagem profissional, coisa rara atualmente... isto é
fantástico. Vamos em frente...
Eu admiro muito os imigrantes - aliás meus pais também
eram filhos de imigrantes.
Eu os admiro porque muitos chegaram e ainda chegam ao Brasil com
a cara e a coragem, sem falar português e, na maioria das vezes, sem
conhecer ninguém.
Têm espíritos aventureiros. E, curiosamente, acabam se adaptando e
aprendendo essa nossa língua que deve ser uma das mais complicadas
do mundo, rapidamente. Pergunto: Foi difícil se adaptar por aqui?
Como se virou para aprender e entender o nosso português
cheio de gírias e expressões idiomáticas?
GALAN: Eu me adaptei em contato com as pessoas, lendo jornais e
assistindo TV. São mais de 35 anos que estou aqui no Brasil, naturalizado
e muito contente.
Tony 9: Já virou brasileño, como dizen ustedes... Rsss...
O que você lia quando era pequeno ou jovem, no seu país?
Enfim, quais eram suas revistas, personagens e autores prediletos?
GALAN: Eu lia uma revista de humor chilena chamada “Condorito”,
desenhada por Pepo. Outros grandes da época,dos quadrinhos,
era Abel Romero e Mario Igor. Mas o melhor dos quadrinhos infantis
era Thelmo Lobos, criador da revista Manpato.
Tony 10: Olhai quantos artistas importantes que deixamos de conhecer.
No Brasil, só conhecemos Condorito... e acho o Pepo um autor genial.
Ele é uma espécie de Mauricio de Sousa chileno.
Sempre fez muito sucesso. Infelizmente, os nossos editores
só compram enlatados da América e muita coisa boa, latina, não
aparecem em nossos pontos de venda. Você sempre se dedicou
ao desenho infantil? Ou também já fez outros estilos e ainda faz?
GALAN: Não, Tony, como eu disse anteriormente, eu comecei
fazendo quadrinhos de terror, depois fiz revistas de humor para
a editora Bartolo Fitipaldi . Finalmente, depois disso, comecei a
me dedicar aos desenhos infantis...e até hoje esse tipo de
trabalho é o meu predileto... adoro fazer desenhos
Infantis. Eu fiz muitos contos infantis e revistinhas de atividades.
Tony 11: Admiro todos aqueles que fazem trabalhos para as crianças...
Histórias em quadrinhos... vamos falar sobre essa que é considerada
a Nona Arte... você já fez alguma? Já criou seus próprios personagens?
GALAN: Eu comecei fazendo quadrinhos...
Tony 12: Putz... é mesmo e foram de terror. Você já disse...
perdoe-me, meu “HD” anda meio enferrujado... Rsss... prossiga...
GALAN: Isso... Rsss! Minha primeira historia foi um quadrinho
de terror na revista “O Grande Livro do Terror” e também
apresentei uma historia para
a revista “Tumba”, com 32 páginas, de minha autoria. Só depois é que
comecei a criar vários personagens que fazem parte de alguns contos
e algumas publicações de revistinhas infantis.
Tony 13: Ok, ok... caiu “ a ficha”. Poxa, você é um artista polivalente:
do terror paras as infantis... Prosseguindo... Mestres,como:
Jayme Cortez, Eugênio Colonnese, Rodolfo Zalla e outras feras
do traço vieram para o Brasil e acabaram dando uma grande contribuição
para o setor editorial tupiniquim. Desenharam HQs, ilustrações para
livros didáticos etc. O genial Jayme Cortez era de origem portuguesa e
mesmo assim acabou sendo considerado o grande Mestre das
HQs Brasileiras. Você está seguindo a mesma trilha. Parabéns.
Você conhece o trabalho dos imigrantes que citei? Qual é a sua
opinião sobre esses estrangeiros geniais, que se deram bem no Brasil?
GALAN: Sim, tive a oportunidade de trabalhar junto ao Jayme
Cortez por mais de um ano, ele estava montando um “Livro de Terror”
com todos os desenhistas do momento que faziam terror.
Aprendi muito com ele neste período. Trabalhei com Rodolfo
Zalla na editora IBEP fazendo livros didáticos , ele também
tinha editora de revistas de terror. Pessoalmente não conheço
o Colonnese, mas também admiro seu trabalho.
Tony 13: O Cortez era um grande amigo, muito generoso e
muito espirituoso. Foi um grande mestre na acepção da palavra,
que vivia dando dicas para todos. Tinha uma alma generosa.
Eu, ele e o Reinaldo de Oliveira vivíamos tomando biritas nos
coquetéis do Museu da Imagem e do Som etc... sempre fomos
bons de copo numa boa. Rssss... Ele também adorava contar
piadas de seus patrícios... que Deus o tenha em bom lugar.
Pouca gente sabe, mas o Zalla durante anos foi funcionário da IBEP –
empresa que se especializou em publicações didáticas para
o governo -, editora do saudoso Paulinho. Paralelamente o Zalla
passou a editar pela Editora D-Arte – nos anos 80 - aqueles
clássicos de terror que agora serão lançados pelos bengalas
brothers Fábio Chibilski e o Daniel Saks... Dizem que o Paulinho
ajudou muito o Zalla a criar a D-Arte, dando suporte gráfico.
Vamos nessa, grande guru chileno... Você é casado com uma brasileira?
filhos nascidos por aqui?
GALAN: Sou casado com uma Chilena da Cidade de Arica, chamada
Lucila Zapata. Tenho duas filhas, uma chilena chamada Patricia que é
Advogada e a brasileira Luciana que é Engenheira,
ambas formadas no Brasil.
Tony 14: Maravilha... as meninas estão bem encaminhadas...
Muitos que nasceram nesse país ralam muito na esperança de
conseguir publicar suas artes através de uma editora de renome,
porém muitas vezes morrem sem conseguir. Você sabe...
o mercado sempre foi muito restrito, fechado. Diga-me, você teve
muita dificuldade para se comunicar com os editores brasileiros, ou
para conseguir espaço para publicar sua arte? Conta pra gente,
como tudo aconteceu. Qual foi o primeiro editor que você visitou,
por aqui?
GALAN: O mercado sempre foi muito restrito, fazer desenhos s
eparados sem um projeto completo era muito difícil. Então eu sempre
procurei fazer tudo completo, inclusive com textos de minha autoria.
Isso me ajudou muito. Até hoje tento criar projetos infantis completos,
tanto histórias como contos, ou revistas de atividades.
Tenho muitos contatos com diversas editoras, o que facilita
a publicação das minhas obras.
Tony 15: Você deu uma boa dica, disse tudo... fica bem mais fácil
vender um projeto pronto, obviamente... Editoras de livros didáticos...
na certa, você já fez muitas ilustrações para elas, não é? Cite algumas...
GALAN: Fiz trabalhos para a editora IBEP, Ridell, FTD,
Ciranda Cultural, Esfera, Escala, Ave Maria, Paulinas, Letras
e Letras, entre outras...
Tony 16: Isto é incrível para alguém que veio de outro país...
adorei, porque você foi à luta. É isso aí: quem quer tem que
correr atrás. Com quais editoras que lançam produtos nas
bancas de jornais, você colaborou ao longo dos anos?
GALAN: Eu fiz revistinhas de atividades para as editoras:
Escala, Alto Astral, Consulte Editora, Editora Bentivegna,
Minuano - através de Estúdio Trem/Mid West -,Casa Dois,
Circo Espacial e outras...
Tony 17: Sensacional! Para quem ainda não sabe os estúdios
Trem e Mid West pertenceram ao grande guru do Oriente Fausto
kataoka e os filhos dele – produziram diversos produtos para
a editora Escala e Minuano. A família Kataoka deu – e ainda dá –
uma grande contribuição para o mercado editorial nacional, além
de dar chance para muitos iniciantes e profissionais. Fauston
(vulgo Panacón) é um grande e velho amigo, dos tempos de Noblet...
e de autos happy hours... Rssss... Prosseguindo, grand dibujador, Galan...
Outro dia eu estava numa reunião com um editor, quando ele me
mostrou uma revista de atividades infantis, muito bem f
eita por sinal. Quando bati os olhos na capa e vi uma simpática
joaninha eu disse logo: “Só pode ser do Freddy Galan! O cara é ótimo!
Sou fã do Fredão!” Você se especializou em desenhos infantis, é isso?
GALAN: Sim, comecei a gostar dos desenhos infantis a partir dos
contos que criei justamente para ilustrá-los e assim fui me
especializando, hoje são meus favoritos. Faço também historias
bíblicas e contos clássicos.
Tony 18: Escrever e desenhar... isso não é coisa para qualquer um...
a maioria dos bons desenhistas que conheço não escrevem porra
nenhuma... aí a coisa fica difícil, é lógico...O estúdio Freddy Galan
Produções tem outros funcionários, colaboradores,
ou você faz tudo sozinho?
GALAN: Geralmente para grandes projetos conto com alguns
colaboradores para revisar os textos e diagramar...
Mas, normalmente para as revistas de atividades e pequenos
contos trabalho sozinho.
Tony 19: Ok... Por que o Brasil? Porque não optou pela Argentina,
Uruguai, Paraguai, Inglaterra, Itália, França ou Estados Unidos?
Havia algo em especial nesse país que atraiu você e sua família?
GALAN: Na época não tínhamos muita escolha, assim achamos
o Brasil o ideal. Sempre achei o povo desse país muito alegre,
por isso, dentre os demais países, o Brasil se destacou e me
encantou. No início vim sozinho, sem conhecer ninguém...
depois de um ano trouxe minha esposa e filha. O Brasil é uma
terra de grandes oportunidades e variedade.
Tony 20: É bom saber que você tinha uma boa imagem do país,
que apesar da picaretagem dos políticos daqui tem um povo
maravilhoso... mas, que precisa acordar e lutar pelos seus
direitos e acabar com a corrupção. Basta ver a situação atual...
somos uma nação rica e cheia de gatunos em Brasília,
infelizmente, que só visam enriquecer ilicitamente...
Bem, vamos em frente... Você já colaborou, algumas
vezes, ou já pensou em colaborar com editores de outros países?
GALAN: Infelizmente até o momento não tive esta oportunidade
de ter contato com editores de outros países, é um grande sonho.
Tony 21: Publicidade... você já teve algumas experiências
com as agências? Fez ilustrações ou storyboards?
GALAN: Sim, trabalhei para algumas agências fazendo
ilustrações para publicidade, em especial para a agência Voga.
Tony 22: Eu e os meus colaboradores já fizemos muitas revistas
de atividades infantis ao longo dos anos, assim como outros
produtos editoriais... mas, pra mim os bambas em arte para
os baixinhos, que eu conheci, são: o saudoso Toninho Duarte,
que fez um zilhão desse tipo de produto; Moacir Torres, criador
da Turma do Gabi, outro grande artista que produziu -
e ainda produz - aos quilos, sem perder a qualidade - ; o saudoso
e grande amigo Militelo, autor de Godofredo; o inesquecível mestre
e querido amigo Antonio Cedraz, autor da simpática Turma do Xaxado,
o genial e inigualável Mauricio de Sousa, e você. Galan. Você é muito
requisitado para fazer ilustrações para livros infantis didáticos?
As editoras desse tipo de livro pagam bem, você sabe... quanto v
ocê cobra por uma vinheta ou ilustração, normalmente, para
editoras tipo do Brasil, Ática e outras?
GALAN: Já trabalhei bastante com livros didáticos, na época
o custo de cada trabalho variava, pois as editoras trabalham
com tabelas fixas para trabalhos coloridos e branco e preto
(em torno de R$300 por ilustração), por pacotes
para livros o custo mudava.
Tony 23: É isso mesmo... quando se negocia um pacote de
vinhetas (ilustrações), em geral, é preciso dar um desconto no preço.
Mas, vale a pena. A maioria delas agem corretamente no que
se refere aos direitos autorais.
O meu querido bengala brother, “o embaixador de Indaiatuba”,
Moacir Torres, que acabou deixando a cidade grande (S. Paulo)
para se dar bem no interior (Indaiatuba), apesar de ter se dedicado
a vida toda fazendo revistas para as crianças acabou criando
um super-herói... você também já pensou em criar e desenvolver
um ser dotado de superpoderes?
Ou isso nunca lhe passou pela cabeça?
GALAN: Sempre pratico desenhos mais adultos, incluindo
criação de super-heróis. Recentemente eu tive a oportunidade
de criar uma turma de crianças que são super-heróis brasileiros
para uma cartilha, porém ainda não foi publicada, pois a ONG
que requisitou o trabalho depende de fundos
a serem arrecadados.
Tony 24: Legal... O que você mais gosta no Brasil?
GALAN: A alegria de viver desse povo, especialmente durante
o Carnaval.
Tony 25: “Sambamos” – não apenas no carnaval -, de fato, é nas
mãos desses políticos corruptos de merda, meu amigo...
um dia isso tem que mudar... O que mais detesta nesse país?
GALAN: A violência e a corrupção
Tony 26: Estais coberto de razão, especialmente quando
se refere a corrupção... a violência impera, principalmente
na região Nordeste... isso aqui virou o “frozó da Maria Joana”.
Virou terra de ninguém... que merda... Antes de se dedicar
exclusivamente a arte, você teve outras experiências profissionais
na vida, no Brasil, ou em seu país de origem?
GALAN: Tive experiência profissional na Universidade de
Arica relacionada as Artes Aplicadas, como já disse.
Felizmente, minha vida é dedicada aos desenhos e as artes.
Tony 27: Em seu país, deve ter grandes editores e artistas
de quadrinhos ou de ilustrações infantis, que se destacaram
dos demais e fizeram sucesso... você sabe o nome deles?
Ou que série ou personagem eles criaram ou editaram?
GALAN: Os melhores que eu conheço foram Abel Romero
com a revista “007 Quadrinhos” e Mario Igor com o personagem
“O Manque”, eles trabalhavam em uma editora de grande
porte em Santiago. As melhores ilustrações infantis foram
do Themo Lobos com a revista “ Manpato” e
a revista “Condorito” por Pepo (Guido Vallejos).
Tony 28: Grato, pela ótima informação. Fiquei curioso.
Vou saber mais sobre eles no Google, pode acreditar...
No Brasil, conhecemos Patoruzito, Mafalda, Cisco Kid,
Fantomas e Condorito, fora esses, pouco sabemos sobre
autores e personagens criados na América Latina e
América Central, que fizeram ou fazem sucesso...
Você tem alguma informação sobre isso?
GALAN: Condorito realmente é um dos mais famosos
da America Latina, particular mente, sou muito fã do
Pepo, seu criador.
Tony 29: Pepo? Pensei que o nome do criador de Condorito
fosse Peyo? Bem, de qualquer forma também sou fã do cara...
as piadas são geniais... Quando comecei a trabalhar no ramo,
na década de 70, eu fazia HQs de terror, policial e ficção, inicialmente.
Aos poucos notei que era mais fácil trabalhar com desenhos cômicos
e infantis, pois havia maior demanda desse tipo de arte. Certa vez,
um editor me disse: “Crianças sempre existirão, Tony!”
E, foi por isso que durante anos me especializei em desenhos
cômicos e infantis. Pergunto: Você também acha que é mais
fácil trabalhar com arte para crianças no Brasil e no mundo?
GALAN: Parece mais fácil em si, porém a simplificação na arte
tem que ser bem equilibrada com o conteúdo que é mais
profundo, sobre tudo em livros de contos, onde
o desenho é todo infantil.
Tony 30: Exato. Literatura infantil ou didática são coisas sérias
e há uma série de regras que devem ser seguidas, caso contrário
elas não são aceitas pelos pedagogos e nem adquiridas pelo
governo ou adotadas pelos professores. Mas, eu me referia a
facilidade, devido a demanda desse tipo de arte. Há mais trabalhos
de desenhos cômicos e infantil, no mercado, do que para adultos...
Let’s go... Meus espiões, quase secretos – um bando de panacas –
me informaram que nesse momento você está envolvido num
projeto maravilhoso: A quadrinização de Dom Quixote de La Mancha,
clássico da literatura universal do genial Miguel de Cervantes. C
omo surgiu a oportunidade?
GALAN: Surgiu através da Editora Mid West, que recebeu a
Encomenda. Então eles me pediram para ilustrar o livro de
Dom Quixote de Lancha, mas surgiram alguns problemas com
o roteiro original. Estava confuso... então ele passou por uma
revisão e ela transformou este projeto em um verdadeiro
representante da literatura universal em Quadrinhos, com
uma linguagem de acordo com os profissionais de alto
valor narrativo. Se tornou um projeto maravilhoso.
Tony 31: Coisa rara... mas, desta feita meus espíões acertaram...
rsss... Para quais casas editoriais você está trabalhando atualmente?
GALAN: Estou estudando alguns projetos
para a Editora Ridell e alguns projetos bíblicos para a editora
Ave Maria e mantenho as revistinhas de atividades
Tony 32: É isso aí, não se deve parar. Se parar o bicho pega...
Dá para viver só de publicações no Brasil, ou você tem o
utras atividades paralelas?
GALAN: Não tenho atividades paralelas, sempre vivi da
arte, pode-se dizer assim, pois estou sempre com projetos artísticos.
Tony 33: Como sempre digo, trabalhos não faltam.
Basta correr atrás. Super-heróis ou mangás? Qual deles lhe agrada mais?
GALAN: Super-heróis!
Tony 34: Cite alguns desenhistas estrangeiros que lhe inspiraram
ou ainda inspiram...
GALAN: Joe Capullo, Adam, Kubert, Jim Lee...
Tony 35: Joe Capullo? Juro que não conheço o trabalho dele.
Ando mal informado, mas o Google vai me ajudar, espero...
rsss.Brasileiros...?
GALAN: Mike Deodato me impressionou bastante, tive a
oportunidade de conhecê-lo pessoalmente na útima
Fest Comix de 2015.
Tony 36: O Mike é coisa nossa, é fera e super respeitado
internacionalmente. Também sou fã desse cidadão.
Há anos trabalha para as editoras americanas, com
sucesso. Vamos nessa, muchacho... Ação, suspense,
drama, terror, ficção científica, comédia... qual desses tipos
de filmes você mais aprecia?
GALAN: Suspense e terror.
Tony 37: Cinema... que filmes você recomenda?
GALAN: Recentemente gostei muito da sequencia Invocação do
Mal e Anabelle... e a refilmagem Mad Max
Tony 38: Livros... quais você leu e recomenda?
GALAN: Gosto de todos do Jorge Amado, Machado de Assis
e em especial recomendo Vidas Secas de Graciliano Ramos.
Tony 39: Cacilda, pelo visto você curtiu todos os
clássicos da literatura brasileira... genial! Você é um
intelectual de verdade. E pensar que há muitos brasileiros
que nunca leram essas preciosidades da literatura nacional
dá até revolta. Tem gente que pensa que HQs é tudo e isso
explica os péssimos roteiros que temos no cinema e nas
histórias em quadrinhos do país. A maioria da turma
(nossos estudantes de cursos superiores) não sabe fazer
nem redação, quanto mais uma boa HQ ou roteiro de cinema...
é uma merda, mas é a realidade.
Quem deseja escrever bem, tem a obrigação de ler, de adquirir
bons livros. Ler é cultura. Mas, voltando as questões...
Em geral, seus originais são feitos em que formato? A 4 ou A 3?
GALAN: Eu trabalho em A3, pois se desenvolvem melhor os detalhes.
Tony 40: Ainda desenha na raça, como antigamente (
usando ferramentas como: pincéis, penas, nanquim etc),
ou usa tablet e computador?
GALAN: Eu uso uma mistura de todas as técnicas: costumo
desenhar a lápis, escaneio as artes e finalizo elas no computador.
Normalmente, acabo colorindo no Photoshop. Hoje facilmente
podemos utilizar ferramentas que substituem o lápis e papel.
Tony 41: Deus salve a alta tecnologia, Galan... atualmente criar
e desenvolver uma revista é fácil, antigamente a gente tinha
que rebolar um bocado... Há quanto tempo você não visita
o seu país de origem?
GALAN: Visito com certa freqüência, pois minha família
está toda lá. Faz 2 anos que o visitei pela ultima vez.
Tony 42: Algum sonho, por realizar?
GALAN: Tenho vontade de explorar as Américas,
as culturas Mexicanas e Peruanas estão no topo da minha lista.
Tony 43: Isso foi interessante... Alguma frustração profissional?
GALAN: Me chateia a falta de respeito de algumas editoras
em relação a violação dos direitos autorais
Tony 44: Principalmente as editoras de bancas... os caras
pagam pelo direito de publicar (licenciamento) e depois ficam
republicando eternamente sem pagar os royalties dos autores.
Isso é pura sacanagem. Outros, querem comprar os
direitos definitivos pagando preço aviltante – outra sacanagem
das grossas. Mas, direito autoral é alienável, meu amigo...
e ao buscar um advogado no I.N.P.I (Instituto nacional de
Propriedade Industrial) o editor picareta pode se ferrar.
Basta o autor procurar seus direitos e amarrar a transação
num bom contrato. Continuando... Deus, religiões e família...
qual é o seu conceito sobre esses tópicos polêmicos?
GALAN: Respeito muito a diversidade e frequento várias religiões...
Tony 45: Se Deus existe e é um só, nada mais justo... música, vamos
falar sobre elas que possuem ritmos diversos...Rock, jazz,
samba, blues, baladas, tango, bolero, reggae, funk ou black music?
GALAN: Rock clássico e música latina.
Tony 46: Ta certo, me esqueci dos maravilhosos ritmos latinos, que são contagiantes... e olha que sou músico... pelo visto, de merda... Rsss...
Freddy Galan por Fredy Galan... dá pra você se autodefinir?
Quem é você? Um sonhador? Um apaixonado por arte?
GALAN: Sou um cara persistente, cheio de ideias.
Minha mente borbulha projetos e estou sempre disposto
a realizá-los. Tenho um espírito muito aventureiro.
Tony 47: Gibis... você prefere ler Tex, o cowboy criado pela
Bonelli Comics, ou super- heróis Marvel ou DC?
Qual dos gêneros mais lhe agrada?
GALAN: Gosto dos dois tipos, acho os super-heróis da Marvel
muito inovadores.
Tony 48: A situação atual do mercado de trabalho, na nossa área,
segundo sua percepção, está ruim, boa, ou razoável? Está dando
pra faturar bem ou já esteve melhor?
GALAN: A situação já esteve bem melhor, mas muito se deve a
nossa atual economia. As importações também invadiram
muito nosso mercado, em especial na literatura infantil.
Essa concorrência desvaloriza a mão de obra dos artistas brasileiros.
Tony 49: Há quem diga que as edições físicas vão acabar
sendo extintas. Você acredita nisso? Outra coisa: você
prefere ler HQs on line ou revistas impressas?
GALAN: Acredito que as revistas impressas sempre estarão
vigentes, tem seu público fiel. Particularmente
gosto das impressas.
Tony 50: Fausto Kataoka... nosso querido bengala brother e grande
produtor gráfico de origem nipônica, que há anos milita no setor
editorial onde já produziu milhares de publicações pra diversas
casas editoriais. Como foi que você conheceu o japa
(também conhecido, como: Bate, mãe e como
o Bruce Lee, dos pobres). Rsss...
GALAN: O conheci há muitos anos, somos grandes parceiros
fazendo trabalhos de revistinhas de atividades. Nos conhecemos
através de amigos em comum.
Tony 51: Você tem ideia de quantas edições para os baixinhos
já produziu? Ou, perdeu a conta?
GALAN: Já perdi a conta!! Rssss!
Tony 52: Dá pra imaginar... O nosso papo foi legal, bengala
brother Freddy Galan... mas estamos chegando ao fim, infelizmente.
Parabéns, pelo belo trabalho que você vem desenvolvendo a
o longo dos anos... Quem quiser contratar os seus serviços
como deve proceder? Deixe aí, se quiser, seu telefone,
e-mail, site, blog etc...
GALAN: O Blog ainda está em desenvolvimento, deixo meu
contato do email: freddygalan01@yahoo.com.br
Tony 53: Grato, por sua colaboração, muchacho. Como sempre digo,
nossos blogs sem a colaboração de vocês, artistas, não
existiriam. Sou grato a todos pela colaboração e até
a próxima oportunidade, Galan! Hasta La vista!
See you later, cowboy! Be well!
GALAN: Muito obrigado pela oportunidade de contar um
pouco da minha historia, somos todos apaixonados pela arte.
Hasta la vista!!
Copyright 2015\Tony Fernandes\Redação dos Estúdios Pégasus -
Uma Divisão de Arte e Criação da Pégasus Publicações Ltda –
São Paulo – Brasil – Todos os Direitos Reservados.
origem a nossa raça, que tem se revelado como uma das mais criativas
do mundo, apesar dos nossos inúmeros problemas internos
(políticos corruptos e a falta de investimentos em educação e saúde etc).
Muitos desses imigrantes vieram de seus países de origem por diversos
motivos, como: guerras, perseguições políticas e até mesmo em busca
de melhores condições de trabalho e de vida. Brasileiro, de verdade, só índio.
A maioria da população desse imenso país tem raízes no exterior
(este também é o meu caso). Foi graças aos italianos que o setor
editorial tupiniquim nasceu e cresceu abaixo da linha do Equador.
Eles foram pioneiros nesse setor, fundaram editoras, distribuidoras
e disseminaram cultura e lazer. Judeus, italianos, japoneses, argentinos
e outras raças também tiveram participação relevante no mercado
nacional de publicações. O entrevistado de hoje não nasceu nesse
país, mas há anos vem desenvolvendo um trabalho de arte incrível,
de qualidade. Na sequência, vamos saber um pouco mais sobre
esse excelente desenhista chamado...
FREDDY GALAN, UM DOS GRANDES
MESTRE DAS REVISTAS DE ATIVIDADES
INFANTIS E DAS ILUSTRAÇÕES !
Tony 1: Grande Galan, até que enfim consegui agendar
uma entrevista contigo.
A “correria” é grande... Rsss. Sempre fui fã de sua arte e, com certeza,
será um prazer saber um pouco mais sobre você e sua brilhante
carreira profissional. Posso dar início à saraivada de perguntas?
GALAN: Sim, vamos nessa!!
Tony 2: Então, vamos nessa, hombre... Rsss...
em que dia, mês, ano, cidade, estado e país você nasceu?
GALAN: Nasci no dia 29 de julho, na cidade de Iquique, ao norte do Chile.
Tony 3: Iquique, interessante... nunca tinha ouvido falar nela.
Conheci o Chile de passagem, regressando de Cuzco. Achei o país
incrível porque tem o deserto de Atacama, um dos mais áridos do mundo,
e geleiras no sul... o bacana dessas entrevistas é que a gente s
empre aprende um pouco mais... Qual é o seu nome de batismo?
GALAN: Freddy Guillermo Galán Aguirre.
Tony 4: Belo nome. Soa imponente... Qual foi o motivo da sua vinda
para o Brasil (ou da sua família)? E, quantos anos você tinha quando
chegou aqui por essas bandas? Dá pra contar para gente
como a coisa aconteceu?
GALAN: Eu tinha por volta de trinta anos. No Chile a situação
política estava muito ruim, quando os militares tinham tomado
o poder, a ditadura militar prejudicava muitas carreiras artísticas.
Nessa época, foram fechadas muitas editoras porque eram
contra o governo.
Tony 5: Também passamos por esse perrengue no Brasil, meu amigo...
os ditadores militares pintaram e bordaram. Foderam toda América
Latina e central, infelizmente. E o pior é que alguns deles que torturaram
e ceifaram uma porrada de vidas ainda estão por aí... acho uma puta
sacanagem. Pra mim eles deviam ser fuzilados em praça pública,
pra pagar as atrocidades que fizeram. Mas, isso é uma outra história...
Em seu país de origem você teve alguma experiência
profissional na área editorial ou publicitária? Existem muitas
editoras por lá, atualmente? Tem notícias sobre isso?
GALAN: Trabalhei por 8 anos na Universidade de Arica com
jornada completa, na qual me desenvolvi como professor e instrutor
de desenho na disciplina “Artes Aplicadas”. Atualmente vejo muitas
publicações importadas da Espanha
e México, em meu país.
Tony 6: Professor de Artes Aplicadas, de uma importante Universidade...
que maravilha. Não é a toa que você detona... parabéns. Você, fez algum
curso de arte, ou aprendeu na raça. Ou seja, desenha por instinto, por dom?
GALAN: Eu estudei na Universidade de Arica no Chile o curso
“Publicidade e periodismo gráfico”, mas sempre desenhei por dom e por
instinto, me desenvolvendo com a prática constante.
Tony 7: Entendi... Os estudos ajudam a gente lapidar o dom natural...
isso é necessário...Quantos anos você tinha quando conseguiu publicar
seu primeiro trabalho? Em que ano foi isso? E, esse trabalho foi
lançado por que casa editorial? E, como surgiu a oportunidade?
GALAN: Foi por volta dos meus trinta anos. Logo que cheguei ao Brasil
conheci a Editora Taika, que era uma editora de quadrinhos de
Manuel Cassoli, quando ele estava montando um projeto paralelo de
uma revista que veio a ser a PSIU!. Na mesma época na editora Argos ,
cujo o diretor de arte era Jayme Cortez, estava paralelamente montando
um “Livro de Terror” com os desenhistas mais famosos da época.
E eu apresentei minha primeira publicação, com desenho e roteiro
de minha autoria. Esta foi minha primeira história publicada no Brasil.
Tony 8: Que legal... Manuel Cassoli (vulgo Manelão, pros amigos... Rsss)...
revista Psiu! – uma publicação a la Playboy... isso faz um século... Rsss.
Juro que nem me lembrava mais disso... Bons tempos. Eu também
colaborei com eles quando saí da Noblet. Eles estavam num prédio da
avenida Paulista, Conheci o Manelão graças ao Hélio Porto - famoso
dublador de filme, roteirista de HQs, tradutor, editor, ator e produtor
cinematográfico. Conheci o Hélio na editora Noblet,
através do Paulo Hamasaki.
Olha só que legal... eu e você estávamos lá, mas só nos conhecemos
anos depois... a vida é um grande barato. Cara, você tem um
grande bagagem profissional, coisa rara atualmente... isto é
fantástico. Vamos em frente...
Eu admiro muito os imigrantes - aliás meus pais também
eram filhos de imigrantes.
Eu os admiro porque muitos chegaram e ainda chegam ao Brasil com
a cara e a coragem, sem falar português e, na maioria das vezes, sem
conhecer ninguém.
Têm espíritos aventureiros. E, curiosamente, acabam se adaptando e
aprendendo essa nossa língua que deve ser uma das mais complicadas
do mundo, rapidamente. Pergunto: Foi difícil se adaptar por aqui?
Como se virou para aprender e entender o nosso português
cheio de gírias e expressões idiomáticas?
GALAN: Eu me adaptei em contato com as pessoas, lendo jornais e
assistindo TV. São mais de 35 anos que estou aqui no Brasil, naturalizado
e muito contente.
Tony 9: Já virou brasileño, como dizen ustedes... Rsss...
O que você lia quando era pequeno ou jovem, no seu país?
Enfim, quais eram suas revistas, personagens e autores prediletos?
GALAN: Eu lia uma revista de humor chilena chamada “Condorito”,
desenhada por Pepo. Outros grandes da época,dos quadrinhos,
era Abel Romero e Mario Igor. Mas o melhor dos quadrinhos infantis
era Thelmo Lobos, criador da revista Manpato.
Tony 10: Olhai quantos artistas importantes que deixamos de conhecer.
No Brasil, só conhecemos Condorito... e acho o Pepo um autor genial.
Ele é uma espécie de Mauricio de Sousa chileno.
Sempre fez muito sucesso. Infelizmente, os nossos editores
só compram enlatados da América e muita coisa boa, latina, não
aparecem em nossos pontos de venda. Você sempre se dedicou
ao desenho infantil? Ou também já fez outros estilos e ainda faz?
GALAN: Não, Tony, como eu disse anteriormente, eu comecei
fazendo quadrinhos de terror, depois fiz revistas de humor para
a editora Bartolo Fitipaldi . Finalmente, depois disso, comecei a
me dedicar aos desenhos infantis...e até hoje esse tipo de
trabalho é o meu predileto... adoro fazer desenhos
Infantis. Eu fiz muitos contos infantis e revistinhas de atividades.
Tony 11: Admiro todos aqueles que fazem trabalhos para as crianças...
Histórias em quadrinhos... vamos falar sobre essa que é considerada
a Nona Arte... você já fez alguma? Já criou seus próprios personagens?
GALAN: Eu comecei fazendo quadrinhos...
Tony 12: Putz... é mesmo e foram de terror. Você já disse...
perdoe-me, meu “HD” anda meio enferrujado... Rsss... prossiga...
GALAN: Isso... Rsss! Minha primeira historia foi um quadrinho
de terror na revista “O Grande Livro do Terror” e também
apresentei uma historia para
a revista “Tumba”, com 32 páginas, de minha autoria. Só depois é que
comecei a criar vários personagens que fazem parte de alguns contos
e algumas publicações de revistinhas infantis.
Tony 13: Ok, ok... caiu “ a ficha”. Poxa, você é um artista polivalente:
do terror paras as infantis... Prosseguindo... Mestres,como:
Jayme Cortez, Eugênio Colonnese, Rodolfo Zalla e outras feras
do traço vieram para o Brasil e acabaram dando uma grande contribuição
para o setor editorial tupiniquim. Desenharam HQs, ilustrações para
livros didáticos etc. O genial Jayme Cortez era de origem portuguesa e
mesmo assim acabou sendo considerado o grande Mestre das
HQs Brasileiras. Você está seguindo a mesma trilha. Parabéns.
Você conhece o trabalho dos imigrantes que citei? Qual é a sua
opinião sobre esses estrangeiros geniais, que se deram bem no Brasil?
GALAN: Sim, tive a oportunidade de trabalhar junto ao Jayme
Cortez por mais de um ano, ele estava montando um “Livro de Terror”
com todos os desenhistas do momento que faziam terror.
Aprendi muito com ele neste período. Trabalhei com Rodolfo
Zalla na editora IBEP fazendo livros didáticos , ele também
tinha editora de revistas de terror. Pessoalmente não conheço
o Colonnese, mas também admiro seu trabalho.
Tony 13: O Cortez era um grande amigo, muito generoso e
muito espirituoso. Foi um grande mestre na acepção da palavra,
que vivia dando dicas para todos. Tinha uma alma generosa.
Eu, ele e o Reinaldo de Oliveira vivíamos tomando biritas nos
coquetéis do Museu da Imagem e do Som etc... sempre fomos
bons de copo numa boa. Rssss... Ele também adorava contar
piadas de seus patrícios... que Deus o tenha em bom lugar.
Pouca gente sabe, mas o Zalla durante anos foi funcionário da IBEP –
empresa que se especializou em publicações didáticas para
o governo -, editora do saudoso Paulinho. Paralelamente o Zalla
passou a editar pela Editora D-Arte – nos anos 80 - aqueles
clássicos de terror que agora serão lançados pelos bengalas
brothers Fábio Chibilski e o Daniel Saks... Dizem que o Paulinho
ajudou muito o Zalla a criar a D-Arte, dando suporte gráfico.
Vamos nessa, grande guru chileno... Você é casado com uma brasileira?
filhos nascidos por aqui?
GALAN: Sou casado com uma Chilena da Cidade de Arica, chamada
Lucila Zapata. Tenho duas filhas, uma chilena chamada Patricia que é
Advogada e a brasileira Luciana que é Engenheira,
ambas formadas no Brasil.
Tony 14: Maravilha... as meninas estão bem encaminhadas...
Muitos que nasceram nesse país ralam muito na esperança de
conseguir publicar suas artes através de uma editora de renome,
porém muitas vezes morrem sem conseguir. Você sabe...
o mercado sempre foi muito restrito, fechado. Diga-me, você teve
muita dificuldade para se comunicar com os editores brasileiros, ou
para conseguir espaço para publicar sua arte? Conta pra gente,
como tudo aconteceu. Qual foi o primeiro editor que você visitou,
por aqui?
GALAN: O mercado sempre foi muito restrito, fazer desenhos s
eparados sem um projeto completo era muito difícil. Então eu sempre
procurei fazer tudo completo, inclusive com textos de minha autoria.
Isso me ajudou muito. Até hoje tento criar projetos infantis completos,
tanto histórias como contos, ou revistas de atividades.
Tenho muitos contatos com diversas editoras, o que facilita
a publicação das minhas obras.
Tony 15: Você deu uma boa dica, disse tudo... fica bem mais fácil
vender um projeto pronto, obviamente... Editoras de livros didáticos...
na certa, você já fez muitas ilustrações para elas, não é? Cite algumas...
GALAN: Fiz trabalhos para a editora IBEP, Ridell, FTD,
Ciranda Cultural, Esfera, Escala, Ave Maria, Paulinas, Letras
e Letras, entre outras...
Tony 16: Isto é incrível para alguém que veio de outro país...
adorei, porque você foi à luta. É isso aí: quem quer tem que
correr atrás. Com quais editoras que lançam produtos nas
bancas de jornais, você colaborou ao longo dos anos?
GALAN: Eu fiz revistinhas de atividades para as editoras:
Escala, Alto Astral, Consulte Editora, Editora Bentivegna,
Minuano - através de Estúdio Trem/Mid West -,Casa Dois,
Circo Espacial e outras...
Tony 17: Sensacional! Para quem ainda não sabe os estúdios
Trem e Mid West pertenceram ao grande guru do Oriente Fausto
kataoka e os filhos dele – produziram diversos produtos para
a editora Escala e Minuano. A família Kataoka deu – e ainda dá –
uma grande contribuição para o mercado editorial nacional, além
de dar chance para muitos iniciantes e profissionais. Fauston
(vulgo Panacón) é um grande e velho amigo, dos tempos de Noblet...
e de autos happy hours... Rssss... Prosseguindo, grand dibujador, Galan...
Outro dia eu estava numa reunião com um editor, quando ele me
mostrou uma revista de atividades infantis, muito bem f
eita por sinal. Quando bati os olhos na capa e vi uma simpática
joaninha eu disse logo: “Só pode ser do Freddy Galan! O cara é ótimo!
Sou fã do Fredão!” Você se especializou em desenhos infantis, é isso?
GALAN: Sim, comecei a gostar dos desenhos infantis a partir dos
contos que criei justamente para ilustrá-los e assim fui me
especializando, hoje são meus favoritos. Faço também historias
bíblicas e contos clássicos.
Tony 18: Escrever e desenhar... isso não é coisa para qualquer um...
a maioria dos bons desenhistas que conheço não escrevem porra
nenhuma... aí a coisa fica difícil, é lógico...O estúdio Freddy Galan
Produções tem outros funcionários, colaboradores,
ou você faz tudo sozinho?
GALAN: Geralmente para grandes projetos conto com alguns
colaboradores para revisar os textos e diagramar...
Mas, normalmente para as revistas de atividades e pequenos
contos trabalho sozinho.
Tony 19: Ok... Por que o Brasil? Porque não optou pela Argentina,
Uruguai, Paraguai, Inglaterra, Itália, França ou Estados Unidos?
Havia algo em especial nesse país que atraiu você e sua família?
GALAN: Na época não tínhamos muita escolha, assim achamos
o Brasil o ideal. Sempre achei o povo desse país muito alegre,
por isso, dentre os demais países, o Brasil se destacou e me
encantou. No início vim sozinho, sem conhecer ninguém...
depois de um ano trouxe minha esposa e filha. O Brasil é uma
terra de grandes oportunidades e variedade.
Tony 20: É bom saber que você tinha uma boa imagem do país,
que apesar da picaretagem dos políticos daqui tem um povo
maravilhoso... mas, que precisa acordar e lutar pelos seus
direitos e acabar com a corrupção. Basta ver a situação atual...
somos uma nação rica e cheia de gatunos em Brasília,
infelizmente, que só visam enriquecer ilicitamente...
Bem, vamos em frente... Você já colaborou, algumas
vezes, ou já pensou em colaborar com editores de outros países?
GALAN: Infelizmente até o momento não tive esta oportunidade
de ter contato com editores de outros países, é um grande sonho.
Tony 21: Publicidade... você já teve algumas experiências
com as agências? Fez ilustrações ou storyboards?
GALAN: Sim, trabalhei para algumas agências fazendo
ilustrações para publicidade, em especial para a agência Voga.
Tony 22: Eu e os meus colaboradores já fizemos muitas revistas
de atividades infantis ao longo dos anos, assim como outros
produtos editoriais... mas, pra mim os bambas em arte para
os baixinhos, que eu conheci, são: o saudoso Toninho Duarte,
que fez um zilhão desse tipo de produto; Moacir Torres, criador
da Turma do Gabi, outro grande artista que produziu -
e ainda produz - aos quilos, sem perder a qualidade - ; o saudoso
e grande amigo Militelo, autor de Godofredo; o inesquecível mestre
e querido amigo Antonio Cedraz, autor da simpática Turma do Xaxado,
o genial e inigualável Mauricio de Sousa, e você. Galan. Você é muito
requisitado para fazer ilustrações para livros infantis didáticos?
As editoras desse tipo de livro pagam bem, você sabe... quanto v
ocê cobra por uma vinheta ou ilustração, normalmente, para
editoras tipo do Brasil, Ática e outras?
GALAN: Já trabalhei bastante com livros didáticos, na época
o custo de cada trabalho variava, pois as editoras trabalham
com tabelas fixas para trabalhos coloridos e branco e preto
(em torno de R$300 por ilustração), por pacotes
para livros o custo mudava.
Tony 23: É isso mesmo... quando se negocia um pacote de
vinhetas (ilustrações), em geral, é preciso dar um desconto no preço.
Mas, vale a pena. A maioria delas agem corretamente no que
se refere aos direitos autorais.
O meu querido bengala brother, “o embaixador de Indaiatuba”,
Moacir Torres, que acabou deixando a cidade grande (S. Paulo)
para se dar bem no interior (Indaiatuba), apesar de ter se dedicado
a vida toda fazendo revistas para as crianças acabou criando
um super-herói... você também já pensou em criar e desenvolver
um ser dotado de superpoderes?
Ou isso nunca lhe passou pela cabeça?
GALAN: Sempre pratico desenhos mais adultos, incluindo
criação de super-heróis. Recentemente eu tive a oportunidade
de criar uma turma de crianças que são super-heróis brasileiros
para uma cartilha, porém ainda não foi publicada, pois a ONG
que requisitou o trabalho depende de fundos
a serem arrecadados.
Tony 24: Legal... O que você mais gosta no Brasil?
GALAN: A alegria de viver desse povo, especialmente durante
o Carnaval.
Tony 25: “Sambamos” – não apenas no carnaval -, de fato, é nas
mãos desses políticos corruptos de merda, meu amigo...
um dia isso tem que mudar... O que mais detesta nesse país?
GALAN: A violência e a corrupção
Tony 26: Estais coberto de razão, especialmente quando
se refere a corrupção... a violência impera, principalmente
na região Nordeste... isso aqui virou o “frozó da Maria Joana”.
Virou terra de ninguém... que merda... Antes de se dedicar
exclusivamente a arte, você teve outras experiências profissionais
na vida, no Brasil, ou em seu país de origem?
GALAN: Tive experiência profissional na Universidade de
Arica relacionada as Artes Aplicadas, como já disse.
Felizmente, minha vida é dedicada aos desenhos e as artes.
Tony 27: Em seu país, deve ter grandes editores e artistas
de quadrinhos ou de ilustrações infantis, que se destacaram
dos demais e fizeram sucesso... você sabe o nome deles?
Ou que série ou personagem eles criaram ou editaram?
GALAN: Os melhores que eu conheço foram Abel Romero
com a revista “007 Quadrinhos” e Mario Igor com o personagem
“O Manque”, eles trabalhavam em uma editora de grande
porte em Santiago. As melhores ilustrações infantis foram
do Themo Lobos com a revista “ Manpato” e
a revista “Condorito” por Pepo (Guido Vallejos).
Tony 28: Grato, pela ótima informação. Fiquei curioso.
Vou saber mais sobre eles no Google, pode acreditar...
No Brasil, conhecemos Patoruzito, Mafalda, Cisco Kid,
Fantomas e Condorito, fora esses, pouco sabemos sobre
autores e personagens criados na América Latina e
América Central, que fizeram ou fazem sucesso...
Você tem alguma informação sobre isso?
GALAN: Condorito realmente é um dos mais famosos
da America Latina, particular mente, sou muito fã do
Pepo, seu criador.
Tony 29: Pepo? Pensei que o nome do criador de Condorito
fosse Peyo? Bem, de qualquer forma também sou fã do cara...
as piadas são geniais... Quando comecei a trabalhar no ramo,
na década de 70, eu fazia HQs de terror, policial e ficção, inicialmente.
Aos poucos notei que era mais fácil trabalhar com desenhos cômicos
e infantis, pois havia maior demanda desse tipo de arte. Certa vez,
um editor me disse: “Crianças sempre existirão, Tony!”
E, foi por isso que durante anos me especializei em desenhos
cômicos e infantis. Pergunto: Você também acha que é mais
fácil trabalhar com arte para crianças no Brasil e no mundo?
GALAN: Parece mais fácil em si, porém a simplificação na arte
tem que ser bem equilibrada com o conteúdo que é mais
profundo, sobre tudo em livros de contos, onde
o desenho é todo infantil.
Tony 30: Exato. Literatura infantil ou didática são coisas sérias
e há uma série de regras que devem ser seguidas, caso contrário
elas não são aceitas pelos pedagogos e nem adquiridas pelo
governo ou adotadas pelos professores. Mas, eu me referia a
facilidade, devido a demanda desse tipo de arte. Há mais trabalhos
de desenhos cômicos e infantil, no mercado, do que para adultos...
Let’s go... Meus espiões, quase secretos – um bando de panacas –
me informaram que nesse momento você está envolvido num
projeto maravilhoso: A quadrinização de Dom Quixote de La Mancha,
clássico da literatura universal do genial Miguel de Cervantes. C
omo surgiu a oportunidade?
GALAN: Surgiu através da Editora Mid West, que recebeu a
Encomenda. Então eles me pediram para ilustrar o livro de
Dom Quixote de Lancha, mas surgiram alguns problemas com
o roteiro original. Estava confuso... então ele passou por uma
revisão e ela transformou este projeto em um verdadeiro
representante da literatura universal em Quadrinhos, com
uma linguagem de acordo com os profissionais de alto
valor narrativo. Se tornou um projeto maravilhoso.
Tony 31: Coisa rara... mas, desta feita meus espíões acertaram...
rsss... Para quais casas editoriais você está trabalhando atualmente?
GALAN: Estou estudando alguns projetos
para a Editora Ridell e alguns projetos bíblicos para a editora
Ave Maria e mantenho as revistinhas de atividades
Tony 32: É isso aí, não se deve parar. Se parar o bicho pega...
Dá para viver só de publicações no Brasil, ou você tem o
utras atividades paralelas?
GALAN: Não tenho atividades paralelas, sempre vivi da
arte, pode-se dizer assim, pois estou sempre com projetos artísticos.
Tony 33: Como sempre digo, trabalhos não faltam.
Basta correr atrás. Super-heróis ou mangás? Qual deles lhe agrada mais?
GALAN: Super-heróis!
Tony 34: Cite alguns desenhistas estrangeiros que lhe inspiraram
ou ainda inspiram...
GALAN: Joe Capullo, Adam, Kubert, Jim Lee...
Tony 35: Joe Capullo? Juro que não conheço o trabalho dele.
Ando mal informado, mas o Google vai me ajudar, espero...
rsss.Brasileiros...?
GALAN: Mike Deodato me impressionou bastante, tive a
oportunidade de conhecê-lo pessoalmente na útima
Fest Comix de 2015.
Tony 36: O Mike é coisa nossa, é fera e super respeitado
internacionalmente. Também sou fã desse cidadão.
Há anos trabalha para as editoras americanas, com
sucesso. Vamos nessa, muchacho... Ação, suspense,
drama, terror, ficção científica, comédia... qual desses tipos
de filmes você mais aprecia?
GALAN: Suspense e terror.
Tony 37: Cinema... que filmes você recomenda?
GALAN: Recentemente gostei muito da sequencia Invocação do
Mal e Anabelle... e a refilmagem Mad Max
Tony 38: Livros... quais você leu e recomenda?
GALAN: Gosto de todos do Jorge Amado, Machado de Assis
e em especial recomendo Vidas Secas de Graciliano Ramos.
Tony 39: Cacilda, pelo visto você curtiu todos os
clássicos da literatura brasileira... genial! Você é um
intelectual de verdade. E pensar que há muitos brasileiros
que nunca leram essas preciosidades da literatura nacional
dá até revolta. Tem gente que pensa que HQs é tudo e isso
explica os péssimos roteiros que temos no cinema e nas
histórias em quadrinhos do país. A maioria da turma
(nossos estudantes de cursos superiores) não sabe fazer
nem redação, quanto mais uma boa HQ ou roteiro de cinema...
é uma merda, mas é a realidade.
Quem deseja escrever bem, tem a obrigação de ler, de adquirir
bons livros. Ler é cultura. Mas, voltando as questões...
Em geral, seus originais são feitos em que formato? A 4 ou A 3?
GALAN: Eu trabalho em A3, pois se desenvolvem melhor os detalhes.
Tony 40: Ainda desenha na raça, como antigamente (
usando ferramentas como: pincéis, penas, nanquim etc),
ou usa tablet e computador?
GALAN: Eu uso uma mistura de todas as técnicas: costumo
desenhar a lápis, escaneio as artes e finalizo elas no computador.
Normalmente, acabo colorindo no Photoshop. Hoje facilmente
podemos utilizar ferramentas que substituem o lápis e papel.
Tony 41: Deus salve a alta tecnologia, Galan... atualmente criar
e desenvolver uma revista é fácil, antigamente a gente tinha
que rebolar um bocado... Há quanto tempo você não visita
o seu país de origem?
GALAN: Visito com certa freqüência, pois minha família
está toda lá. Faz 2 anos que o visitei pela ultima vez.
Tony 42: Algum sonho, por realizar?
GALAN: Tenho vontade de explorar as Américas,
as culturas Mexicanas e Peruanas estão no topo da minha lista.
Tony 43: Isso foi interessante... Alguma frustração profissional?
GALAN: Me chateia a falta de respeito de algumas editoras
em relação a violação dos direitos autorais
Tony 44: Principalmente as editoras de bancas... os caras
pagam pelo direito de publicar (licenciamento) e depois ficam
republicando eternamente sem pagar os royalties dos autores.
Isso é pura sacanagem. Outros, querem comprar os
direitos definitivos pagando preço aviltante – outra sacanagem
das grossas. Mas, direito autoral é alienável, meu amigo...
e ao buscar um advogado no I.N.P.I (Instituto nacional de
Propriedade Industrial) o editor picareta pode se ferrar.
Basta o autor procurar seus direitos e amarrar a transação
num bom contrato. Continuando... Deus, religiões e família...
qual é o seu conceito sobre esses tópicos polêmicos?
GALAN: Respeito muito a diversidade e frequento várias religiões...
Tony 45: Se Deus existe e é um só, nada mais justo... música, vamos
falar sobre elas que possuem ritmos diversos...Rock, jazz,
samba, blues, baladas, tango, bolero, reggae, funk ou black music?
GALAN: Rock clássico e música latina.
Tony 46: Ta certo, me esqueci dos maravilhosos ritmos latinos, que são contagiantes... e olha que sou músico... pelo visto, de merda... Rsss...
Freddy Galan por Fredy Galan... dá pra você se autodefinir?
Quem é você? Um sonhador? Um apaixonado por arte?
GALAN: Sou um cara persistente, cheio de ideias.
Minha mente borbulha projetos e estou sempre disposto
a realizá-los. Tenho um espírito muito aventureiro.
Tony 47: Gibis... você prefere ler Tex, o cowboy criado pela
Bonelli Comics, ou super- heróis Marvel ou DC?
Qual dos gêneros mais lhe agrada?
GALAN: Gosto dos dois tipos, acho os super-heróis da Marvel
muito inovadores.
Tony 48: A situação atual do mercado de trabalho, na nossa área,
segundo sua percepção, está ruim, boa, ou razoável? Está dando
pra faturar bem ou já esteve melhor?
GALAN: A situação já esteve bem melhor, mas muito se deve a
nossa atual economia. As importações também invadiram
muito nosso mercado, em especial na literatura infantil.
Essa concorrência desvaloriza a mão de obra dos artistas brasileiros.
Tony 49: Há quem diga que as edições físicas vão acabar
sendo extintas. Você acredita nisso? Outra coisa: você
prefere ler HQs on line ou revistas impressas?
GALAN: Acredito que as revistas impressas sempre estarão
vigentes, tem seu público fiel. Particularmente
gosto das impressas.
Tony 50: Fausto Kataoka... nosso querido bengala brother e grande
produtor gráfico de origem nipônica, que há anos milita no setor
editorial onde já produziu milhares de publicações pra diversas
casas editoriais. Como foi que você conheceu o japa
(também conhecido, como: Bate, mãe e como
o Bruce Lee, dos pobres). Rsss...
GALAN: O conheci há muitos anos, somos grandes parceiros
fazendo trabalhos de revistinhas de atividades. Nos conhecemos
através de amigos em comum.
Tony 51: Você tem ideia de quantas edições para os baixinhos
já produziu? Ou, perdeu a conta?
GALAN: Já perdi a conta!! Rssss!
Tony 52: Dá pra imaginar... O nosso papo foi legal, bengala
brother Freddy Galan... mas estamos chegando ao fim, infelizmente.
Parabéns, pelo belo trabalho que você vem desenvolvendo a
o longo dos anos... Quem quiser contratar os seus serviços
como deve proceder? Deixe aí, se quiser, seu telefone,
e-mail, site, blog etc...
GALAN: O Blog ainda está em desenvolvimento, deixo meu
contato do email: freddygalan01@yahoo.com.br
Tony 53: Grato, por sua colaboração, muchacho. Como sempre digo,
nossos blogs sem a colaboração de vocês, artistas, não
existiriam. Sou grato a todos pela colaboração e até
a próxima oportunidade, Galan! Hasta La vista!
See you later, cowboy! Be well!
GALAN: Muito obrigado pela oportunidade de contar um
pouco da minha historia, somos todos apaixonados pela arte.
Hasta la vista!!
Copyright 2015\Tony Fernandes\Redação dos Estúdios Pégasus -
Uma Divisão de Arte e Criação da Pégasus Publicações Ltda –
São Paulo – Brasil – Todos os Direitos Reservados.
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