ANDY CAPP
(ZÉ DO
BONÉ, NO BRASIL)!
Uma criação de
REGGIE SMITH!
Essa matéria especial, que é uma homenagem, é
sobre um personagem malandro, que tem
todas as características de um brasileiro.
Mas ele foi criado na Inglaterra e
fez sucesso nos jornais de todo mundo.
Criado por Reggie
Smith, Andy Capp foi uma das
tiras de jornais mais populares
publicadas e bem
aceitas pelo mundo afora, durante anos.
A série
chegou a ser publicada em mais de
330 jornais, em 46 países, sem
contar seu país
de origem, a Inglaterra.
Ainda hoje, alguns
periódicos reprisam suas tiras.
As características da
personalidade desse
personagem são universais. Ele usava um boné
caído
sobre os olhos para não enxergar o mundo e
um gimba de
cigarro na boca, que lhe dava um
aspecto de quem não queria nada
com a vida.
Esse malandro preguiçoso e simpático dos
quadrinhos,
que tomava umas e outras e que vira
e mexe tinha constantes atritos
com sua mulher
Florrie acabou agradando em
cheio os leitores do
Brasil.
O autor em seu estúdio |
O homenzinho, que nunca
tirou seu boné, nem para
dormir, fez de seu autor Reggie Smythe um
dos
cartunistas mais populares da Inglaterra.
Tudo começou em 1957,
quando Smithe, que era
cartunista efetivo do jornal britânico de
grande
circulação chamado London Daily Mirror resolveu
voltar para
Hartlepood, cidade industrial ao norte
da Inglaterra, onde nasceu.
Nessa ocasião, o
Daily Mirror planejava lançar uma história
regional,
que pudesse aumentar ainda mais suas vendas,
de sua edição
do norte do país. Smythe recebeu
um telegrama do editor, pedindo-lhe
que retornasse
com urgência a Londres e que trouxesse, se
possível,
um novo personagem já estruturado.
O prolífico
cartunista – autor de vários personagens,
que alcançaram relativo
sucesso -, declarou certa feita
que foi fácil criar Andy Capp, pois
parecia que o
novo personagem há muito tempo estava adormecido
dentro dele e que na verdade começou a
criá-lo desde a infância em
sua cidade natal.
Smythe admitiu que o
personagem foi baseado em
seu pai, mesmo que este não tivesse a
malícia de
Andy Capp. E que a esposa do homenzinho do boné,
Florrie, uma ingênua rechonchuda, foi inspirada em
sua mãe, que aos
72 anos virou uma espécie de
celebridade local, graças ao sucesso
alcançado pelas tiras do personagem.
Jamais o autor recorreu
em suas gags a fatos da
época ou regionais. Sempre se preocupou em
dar
aos personagens uma linguagem universal.
Andy não era um
alcoólatra, nem um mendigo
incorrigível, mas transmitia aos seus
leitores um ar
bonachão, desligado, e que não gosta de
pegar no
pesado.
Os leitores ingleses, que adoravam o personagem,
constantemente escreviam para o autor questionando
como ficaria Andy
sem o seu tradicional boné.
Mas, Reggie Smythe jamais desenhou
Andy
sem aquele bonezinho de malandro.
Curiosamente ao autor
foi um fracasso na escola,
onde aprendeu apenas a ler e a escrever.
Sofria de uma gagueira terrível e era tímido,
problemas que
atribuía a seus professores que o
forçaram a escrever com a mão
direita, mesmo
ele sendo canhoto. Essa gagueira era tão acentuada,
desde a infância, que ele não podia dar um recado
para alguém, a
não ser que sua mãe escrevesse
o texto numa folha de papel. No
exército, pedia
sempre para um companheiro da frente para responder
a chamada, para não ir para a cadeia no fim de semana.
Quando terminou os
estudos não via muita
perspectiva profissional, naqueles tempos
de
depressão antes da Segunda Grande Guerra
Mundial. As possibilidades
de emprego não
existiam, muito menos para um gago irremediável
como
ele. Foi aí que o jovem Reggie decidiu
entrar para o exército
britânico, como simples soldado.
Durante 11 anos, serviu sua Pátria
fora de seu
país, viajando. Tornou-se, por incrível que pareça,
sargento do Serviço de Inteligência Britânico.
Foi um dos poucos
que sobreviveram do famoso
cerco de Tobruk, conflito que durou nove
meses.
Nesta época as garotas
inglesas criaram um
estranho senso de nacionalismo. Achavam um dever
patriótico se corresponderem com os rapazes
que estavam no front.
Foi graças a isso que Smythe
acabou conhecendo sua futura esposa,
Vera, que
por sugestão de uma amiga passou a se corresponder
com
ele, durante 8 anos.
Com o final da guerra Reggie retornou ao seu
país,
conheceu Vera, namoraram e se casaram, apesar
dos protestos da
família da garota.
Afinal, um
ex-combatente, duro e desempregado, não
era considerado um bom
partido para casar e
constituir família. Até então ele jamais
pensara
em desenhar. Depois de algum tempo conseguiu
arrumar um
emprego e pela primeira vez
aventurou-se a fazer um pôster,
encomendado por
um grupo de teatro amador.
Alguns amigos viram,
gostaram do trabalho e
o incentivaram a continuar naquela atividade.
Reggie, ainda inseguro, não levou a sério aquelas
observações.
Acha que os amigos tinham
elogiado aquele trabalho só para
agradá-lo.
Depois, pensou melhor e
decidiu tentar trabalhar
com arte, afinal, não tinha nada a perder.
Seus
primeiros trabalhos foram rejeitados. Deu inicio
a uma
peregrinação incansável batendo de porta
em porta dos editores
ingleses. Aos poucos acabou
pegando alguns free lance para fazer
cartuns
para pequenos jornais e revistas e até trabalhos
comerciais.
Isso o animou e assim ele decidiu levar
a coisa a sério. Trabalhava
com um relógio sobre
a prancheta, que colocava para despertar a cada
trinta minutos, para descobrir quanto tempo ele levava
para executar
um desenho.
Com o tempo se propôs a si mesmo que faria um original
em trinta minutos, pois só assim poderia assumir
compromissos e se
tornar um profissional de verdade.
Aprendeu a trabalhar rápido,
atributo que jamais
pode abandonar durante 51 anos.
Um dia decidiu mudar
para a capital britânica.
Londres reconheceu seu talento e assim ele
se
tornou um cartunista popular do famoso Daily Mirror.
Reggie Smythe, um homem
simples, daquela
cidadezinha tipicamente industrial da Inglaterra,
tinha constituição pequena, de traços latino e gago
se revelou um
cartunista excepcional. Em suas
raras horas de lazer colecionava
pinturas e
trabalhos de arte. Adorava passar três meses
por ano na
Riviera francesa curtindo o verão.
A série Andy Capp fez tremendo
sucesso durante 51 anos.
por: Tony Fernandes
Estúdios Pégasus\ Uma Divisão de Arte e Criação
da Pégasus publicações Ltda - S. Paulo - Brasil
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Olá Tony!
ResponderExcluirEu adorei a entrevista com o mestre Watson Portela!!!
Gostaria de entrar em contato com ele por trabalhos, mas não estou conseguindo... nem no mail, blog, etc... Sera que você pode me ajudar?
Muito obrigado!
Um grande abraço!
Michel
E-mail: rabbimichel@yahoo.com
el... Aguarde contato e grato, por sua visita e comentário.
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